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O inferno de Sarney e a alegria dos palhaços

Há um ditado que diz que a alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo. Nunca havia entendido este ditado. Até agora. Hoje quando vejo raposas lambuzadas de lama, zumbis renovados, porcos com a boca cheia de pérolas, todos com dedos lacerdistas pulando e acusando o ex-presidente Sarney das maiores e menores barbaridades – barbaridades essas que atingiriam todos eles, se fosse ligado um ventilador gigantesco sobre o cemitério de reputações do Senado; hoje, quando assisto a esse espetáculo deprimente, finalmente entendo o ditado: toda essa palhaçada é a alegria dos palhaços ao verem o circo pegar fogo, esquecendo-se de (ou querendo que esqueçamos) que fazem parte do circo.

Já os vejo todos os dias, nos corredores:

- Hoje tem marmelada?

- Tem, sim, senhor.

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Justiça manda tirar nome Sarney de placas. E a avenida Gilmar Mendes?

Com justeza, e obedecendo ao princípio constitucional da impessoalidade, que proíbe nomes de políticos e funcionários em logradouros públicos, a Justiça determinou que fossem retiradas as placas e renomeadas todas as ruas, praças, hospitais, maternidades (menos cemitérios, porque nenhum ainda aceitou tal homenagem) dos Sarney no Maranhão.

Mas, e o ministro Gilmar, que é nome de avenida em sua cidade natal, Diamantino? Ninguém vai chamá-lo às falas para acabar com tal “ilicitude”? Ou o Simão Bacamarte do Judiciário é quem determina o que é a Lei e a quem Ela pode ou não ser aplicada?

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A saga de Sarney: coincidência ou Serra (3)

Já fiz duas postagens aqui sobre a intensa pressão em cima do senador José Sarney (que só Deus e a justiça amapaense sabem como conseguiu se reeleger batendo a valente Cristina Almeida (PSB) (sobre este assunto não deixe de ler esta postagem aqui). Nas duas, perguntava: coincidência ou Serra? E recebi vários questionamentos, como se eu estivesse defendendo Sarney e não, ao contrário - e era o foco das postagens - denunciando a utilização de antigas e manjadíssimas acusações contra o ex-presidente, logo agora que ele foi escolhido presidente do Senado, é aliado de Lula e inimigo declarado do presidente eleito pela mídia José Serra. Daí a pergunta: coincidência ou Serra?

Porque acusações contra o senador Sarney vêm do tempo em que ele ainda nem usava bigodes. Quem procurar na caixa de pesquisas aqui do blog vai encontrá-las aos montões. Escolhi algumas:

A grande sacada de Sarney, com o dinheiro que ele sacou do Banco Santos, um dia antes na intervenção naquele banco e como a transação foi feita pelo próprio presidente do banco.

Como Roberto Marinho mandava em Sarney e nomeou Maílson da Nóbrega ministro da Fazenda, na época em que Sarney era presidente.

Ao final de seu governo (que de tão ruim praticamente elegeu Collor, com o auxílio luxuoso da Globo) uma pesquisa do Ibope, de novembro, mostrava o tamanho do desgaste do presidente Sarney: para 60% dos entrevistados seu governo era avaliado como ruim/péssimo. E deixou o governo com uma inflação de 80%, ao mês. Não há engano, é ao mês mesmo.

O Maranhão, um dos estados de maior riqueza cultural e belezas naturais do Brasil, governado há décadas pela família Sarney, é um dos mais miseráveis do país. Onde reinam o nepotismo e a autoexaltação mais desavergonhada do Brasil, como já denunciamos anteriormente aqui:

Segundo o Jornal Pequeno, do Maranhão, que tem como slogan "O órgão das multidões", afirma que é fácil ver as digitais de Sarney no estado:

"Para nascer, é na Maternidade Marly Sarney. Para morar, você tem as vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola (mãe de Sarney) ou Roseana Sarney. Para estudar, suas opções são as escolas Roseana Sarney, Sarney Neto, Fernanda Sarney, Roseana Sarney, Marly Sarney ou o próprio Sarney. Para pesquisar, pegue um táxi no posto Marly Sarney e vá à biblioteca José Sarney (que fica na maior faculdade particular, que, dizem as más línguas, também é do Sarney). Para ler notícias, tem o jornal Estado do Maranhão, que também é do Sarney, ou a televisão do Sarney. Para saber sobre contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Sarney Murad. Para sair da cidade, atravesse a ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá para a rodoviária Kiola Sarney e então, depois de algumas horas nas estradas e rodoviárias "maravilhosas" do Maranhão, você chegará ao município José Sarney. Não gostou? Quer reclamar? Pode me processar que eu vou responder no fórum desembargador Sarney!" março de 2007

Mas, como nada disso parece entrar na cabeça de algumas pessoas, como elas continuam achando que estou defendendo Sarney e não denunciando a maré de denúncias que tem como objetivo retirá-lo de lá para colocar alguém que, pelo menos, não seja adversário de Serra, vou usar uma charge de Chico Caruso, publicada na primeira página de O Globo de hoje, e que demonstra muito bem o que estou dizendo. A charge, repare, foi publicada originalmente em fevereiro de 88, portanto, há 21 anos.


Desde aquela época a imagem de Sarney se desfaz em lama, embora tenha sido eleito membro da Academia Brasileira de Letras depois disso, e seja articulista da Folha de São Paulo há anos.

Repito a pergunta: se todo mundo sabe quem é Sarney há tanto tempo, se as mutretas que estão denunciadas agora no Senado não começaram com ele – que recém foi empossado – por que toda a sujeira está sendo levantada agora: coincidência ou Serra?

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Cerco a Sarney: Repito: Coincidência ou Serra?

Em 8 de fevereiro fiz esta postagem, que continua atual - ou está mais atual ainda. Por isso a repito, com acréscimos:

Não sei quanto a vocês, mas eu achei muito, mas muuuito estranho mesmo que tenham surgido denúncias contra os Sarney, na mesma semana em que o bigode acadêmico chegou à presidência do Senado.

Simples coincidência ou aí tem o dedo de... você sabe quem: aquele político que trabalha nos bastidores, usando de espionagem, demitindo jornalistas e maestros, apoiado pelos jornalões, especialmente os paulistas.

Pois ontem, o Estadão publicou matéria com o vazamento de um grampo da PF que teria flagrado uma possível ajuda da ABIN à família Sarney. Hoje foi o dia da Folha (aqui, para assinantes). Em novo vazamento de grampo da PF, Sarney é acusado de ter usado jornal e TV de sua propriedade para atacar seu adversário político no Maranhão, Jackson Lago. Repito: simples coincidência?

A vitória de Sarney representou uma dupla derrota para os opositores de Lula: primeiro, porque Garibaldi Aves se assanhou na presidência e vivia complicando votações de interesse do governo. Segundo, e mais importante, porque Sarney é adversário de José Serra, a quem considera como o principal responsável pelo escândalo que, em 2002, derrubou a candidatura de Roseana Sarney ao Palácio do Planalto.

Outro dia mesmo o Azenha publicou em seu blog o discurso de Sarney naquela época, de onde destaquei o trecho a seguir:

Há um fato cuja recorrência impressiona e intriga. É que toda referência a esse estilo característico de espionagem e dossiês nasce no Ministério da Saúde e envolve o ex-ministro José Serra. Não é afirmação minha, é dos jornais. Mais que uma estratégia de campanha parece uma concepção de governo.

A primeira matéria que surgiu foi na revista Carta Capital, há cerca de um ano. Aqui está o plano anunciado, que aconteceu exatamente como previsto. Leio a revista:

'...no Ministério da Saúde se teria produzido um conjunto de informações sobre atividades de Paulo Renato. Informações explosivas, pois indicariam uma das trilhas montadas pelo grupo em sua escalada rumo ao poder. Ainda segundo a história do dossiê, este teria sido montado no Ministério da Saúde, mais precisamente na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, onde funcionaria um sistema espionagem. ...Eram sete os agentes, incluídos um ex-SNI e SAE [hoje Abin] e um ex-chefe da Inteligência da Polícia Federal no governo Fernando Henrique.' E dá os detalhes.

A imprensa em quase sua totalidade publica que esse mesmo grupo está conectado para essas ações políticas na Polícia Federal e no Ministério Público citando o delegado Marcelo Itagiba, ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal, ex-chefe do grupo de inteligência que se formou no Ministério da Saúde e que é, atualmente, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, e o Procurador José Roberto Santoro. É o que diz a Folha de S.Paulo.

'Delegado e procurador ligados a Serra atuam em investigações: o presidenciável tucano, senador José Serra (SP), conseguiu reunir sob as asas de aliados as duas principais investigações em curso que podem implodir a campanha de seus adversários. São eles o subprocurador da República José Roberto Santoro e o delegado de Polícia Federal Marcelo Itagiba.'

Continuo lendo: 'Em viagem a Palmas (Tocantins), há duas semanas, o subprocurador Santoro coordenou informalmente o pedido de busca e apreensão de documentos no escritório da pré-candidata pefelista e governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Trocou idéias com o procurador Mário Lúcio Avelar, que foi o autor do pedido, e orientou a estratégia a ser adotada.'

'José Roberto Santoro e Marcelo Itagiba fazem parte da tropa de choque de Serra no aparato policial e de investigação. Os dois já estiveram juntos antes.'

'Ex-assessor especial de Serra no Ministério da Saúde, nos dois anos anteriores, o delegado Itagiba havia demonstrado grande desenvoltura no exercício de suas funções. No dia 9 de março de 1999, por exemplo, representou o então ministro numa reunião com a diretoria da Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica).'

'Foi propor aos donos e dirigentes de laboratórios brasileiros que investissem dinheiro numa entidade não-governamental a ser criada para investigar e combater a falsificação de medicamentos. A proposta foi aprovada, segundo ata da reunião.'

Não estou inventando nada sobre ninguém. Estou lendo o que foi publicado. Não houve nenhum desmentido.

Naquele tempo do noticiário da revista Carta Capital, a governadora do Maranhão não era o alvo, eram os concorrentes internos, Pedro Malan, Tasso Jereissati, Paulo Renato. O primeiro explodiu pelo veto político, foi fácil. Dossiê foi feito contra Paulo Renato, diz a revista. Tasso Jereissati também foi objeto de outro dossiê, para ser usado caso insistisse em ser candidato. Disseminou-se o método e o medo.

A serem verdade as aparências, montou-se um grupo estatal para ações políticas. Na Folha de S. Paulo, a jornalista Mônica Bergamo publica:

"Uma das primeiras atitudes do Procurador Mário Lúcio Avelar, do Tocantins, ao colocar as mãos na documentação apreendida foi disparar telefonemas para o procurador Santoro, considerado o mais próximo do candidato Serra."

"Gente, querem dizer que isso é do Serra? Então escreve: sou o procurador do Serra."

Na Saúde, o ministro Serra multiplicou gastos com empresa de ex-chefe de Telecomunicações Eletrônicas do SNI e professor da Polícia Federal. A Fence tem contratos hoje de R$ 1,87 milhão, seis vezes mais do que no ano passado, muitas vezes maior que os contratos para proteger os 33 ministros do STJ.

O Ministério da Saúde, em vez de tratar das epidemias, dá prioridade às coisas de inteligência e espionagem. "Estranhas relações com o mundo dos arapongas", é manchete do Correio Braziliense. E a revista IstoÉ desta semana: "Grampos, chantagem e baixarias".

São tantas as conexões, tantas as evidências, que não há como esconder a ligação dos atos contra a governadora do Maranhão à sucessão brasileira, que querem transformar numa farsa.

O que você acha: Naquela época e hoje, coincidência ou Serra? Quantos metros de altura terá o tapete que esconde a poeira das histórias do bigodudo do Maranhão? Por que só estão sendo ventiladas agora?

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A absolvição de Renan e os moralistas do alheio

Duas postagens, uma no Blog do Nassif e outra no Blog do Noblat, resumem a votação do processo de cassação do senador Renan Calheiros. Na ordem:

1. A elegia da hipocrisia
Enviada por Helena Chagas

Defensores do voto aberto votaram contra fim do secreto.

Quem te viu, quem te vê. Quem viu no início da sessão a animadíssima defesa dos senadores hoje do fim do voto secreto até acredita. Alguns chegam a prever para amanhã o início de uma campanha retumbante nesse sentido. Mas, no dia 13 de março de 2003, quando a Casa derrotou emenda constitucional do senador Tião Viana acabando com o voto secreto para cassações, muita gente boa que discursa hoje para abrir o voto ficou contra.

Arthur Virgílio, por exemplo, que hoje fez veemente defesa do voto aberto no início do julgamento, dizia na ocasião: "O voto secreto é um instrumento que deixa o parlamentar a sós com sua consciência em uma hora que é sublime, em que o voto é livre de quaisquer pressões, que podem ser familiares, do poder econômico, de expressão militar ou de setores do Executivo. Voto pela manutenção do voto secreto".

E assim também fizeram, na ocasião, seus colegas Cesar Borges (DEM), Tasso Jereissati (PSDB), Eduardo Azeredo (PSDB), Heráclito Fortes (DEM), Garibaldi Alves (PMDB), Gerson Camata (PMDB), Agripino Maia (DEM), Edison Lobão (DEM), Marco Maciel (DEM), José Sarney (PMDB), Mão Santa (PMDB) e Leomar Quintanilha (PMDB), entre outros.

Ou seja, muda a platéia, muda o voto.

2. Renan intimidou senadores

- Senadora Heloísa Helena. A senhora sonegou o pagamento de impostos em Alagoas. Deve mais de R$ 1 milhão. Tenho um documento aqui que prova isso. E nem por isso eu o usei contra a senhora - disparou Renan Calheiros ao se defender da tribuna do Senado pouco antes de ser absolvido pela maioria dos seus pares.

- É mentira, mentira - gritou a presidente do PSOL sentada no meio do plenário. Pouco antes, ela subira à tribuna para atuar como advogada de acusação.

Renan não deu bola para a reação de Heloísa. Em seguida, virou-se para Jefferson Perez (PDT-AM) e comentou:

- Veja bem, senador Jefferson Perez. Eu poderia ter contratado a Mônica [Veloso, ex-amante dele] como funcionária do meu gabinete. Mas não o fiz.

Perez nada disse. Ouviu calado.

Então foi a vez do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Renan disse olhando diretamente para ele:

- A Mônica Veloso tem uma produtora. Eu poderia ter contratado a produtora dela para fazer um filmete e pendurar a conta na Secretaria de Comunicação do Senado. Eu não fiz isso.

Simon ouviu calado.

Registre-se que o clima de intimidação dos senadores começou a ser criado logo no início da sessão quando discursou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Ele foi o primeiro a falar.

Duas pérolas produzidas por Dornellles:

- Crime tributário não é causa para quebra de decoro.

- Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores. Porque muitos aqui têm problemas fiscais.

Dornelles foi secretário da Receita Federal no governo de João Figueiredo, o último general-residente da ditadura de 1964. E depois foi ministro da Fazenda do governo José Sarney. [E também, como bem lembrou o Alexandre, do Blog do Alê, ministro do Trabalho de Fernando Henrique Cardoso]

No Jornal Nacional, foi curioso assistir a um diretor da OAB atacando o corporativismo do Congresso. Como se advogados, promotores, juízes não vivessem livrando a cara uns dos outros.

Um representante da CNBB também criticou a decisão, mas nada falou sofre os escândalos de pedofilia na Igreja Católica, acobertados pela cúpula da Igreja, tendo o cardeal Ratzinger (atual Papa Bento XVI) à frente da tropa de choque. Procurem pelo vídeo da BBC sobre o tema, aqui ao lado na caixa de vídeos do blog.

O que houve é que dessa vez o vício não prestou sua homenagem à virtude, embora a hipocrisia continue reinante.

Estou esperando a Veja - primeira a exigir transparência e a atacar todo mundo - gritar exigindo a criação da CPI da TVA, para provar que a transação é limpa e cristalina.

Mas aí a Veja, que defende CPI pra tudo, comporta-se como os senadores hipócritas da postagem de Helena Chagas no Blog do Nassif, e mais o advogado e o religioso do Jornal Nacional, que adoram criticar a casa do vizinho mas não põem uma única peça de roupa das suas para quarar ao sol da realidade.

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RGTV e RCTV: Tudo a ver

Logo Rede GloboLogo Radio Caracas de Televisión

Dois fatos explicam a grita e mostram a relação umbilical da RGTV (Rede Globo de Televisão) com a RCTV (Radio Caracas de Televisión).

Um, a perda de poder da Rede brasileira, que já mandou no Brasil, mas há duas eleições vê seu candidato ser derrotado por Lula.

Trecho de uma palestra de Paulo Henrique Amorim, transcrita em seu site Conversa Afiada, mostra o poder de que já desfrutou a Globo:

Eu era editor de economia da Rede Globo e não podia dizer o nome do ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, porque havia uma divergência sobre um negocio empresarial do doutor Roberto Marinho com o Maílson da Nóbrega. O doutor Roberto queria fazer uma exportação de casas pré-fabricadas em condições lesivas ao patrimônio público. O Maílson da Nóbrega não concordou e era proibido falar o nome do Maílson da Nóbrega. Então tinha que falar “governo”, “autoridades fazendárias”. Não se podia falar “Maílson da Nóbrega”.

Aliás, a nomeação do Maílson da Nóbrega é muito interessante e merece ser registrada. O Maílson da Nóbrega era vice-ministro da fazenda do Bresser Pereira. O Bresser Pereira caiu e, aí, o Maílson da Nóbrega ficou lá interino. Eu era editor de economia, tinha uma coluna de economia no “Jornal da Globo” e fazia entrevistas no “Jornal da Globo”. Fui a Brasília para entrevistar o Maílson da Nóbrega. Naquele tempo a gente podia fazer na televisão uma entrevista de dez minutos com um ministro da Fazenda. Hoje, nem pensar. E aí o Maílson se saiu muito bem, ele é meu amigo e é uma pessoa muito articulada. Deu respostas boas, e o presidente José Sarney viu a entrevista. Ele não conhecia muito bem o Maílson e resolveu nomeá-lo naquela noite.

Ele chamou o Maílson ao Palácio no dia seguinte, no Planalto. Entrevistou o Maílson de novo e, aí, disse: “Você aguarde. Vá ali para aquela sala ao lado”. Aí, naquela sala ao lado, ele foi conduzido pelo Antonio Carlos Magalhães, ministro das Comunicações, por um corredor e entrou numa outra sala e estava lá o doutor Roberto Marinho. E aí o doutor Roberto sabatinou Maílson da Nóbrega. E concordou com a nomeação do Maílson da Nóbrega. E o Maílson da Nóbrega achou aquilo tudo muito esquisito, saiu, foi embora para o Ministério. Quando ele chegou ao Ministério, a secretária disse: “Ministro! Ministro, parabéns !”. Ela tinha acabado de assistir a uma edição extra do “Jornal Nacional” dizendo que ele era o Ministro da Fazenda escolhido pelo presidente José Sarney. Quem conta essa história numa entrevista à revista “Playboy” chama-se Maílson da Nóbrega.

O outro fato a que me referi é que a grita da Globo é preventiva. Eles querem criar na mente dos brasileiros a ligação: “não renovação de concessão” é igual a “antidemocracia”, “autoritarismo”, “censura”.

Será que é por que este ano vence a concessão da afiliada da Globo de Brasília?

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