Feliz Aniversário, Garrincha! Show de bola na final do Carioca de 1962, contra o Flamengo



BOTAFOGO 3 x 0 FLAMENGO
Data: 15 / 12 / 1962
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Público: 158.994 (147.043 pagantes)
Árbitro: Armando Marques
Gols: 1° tempo: Botafogo 2 a 0, Garrincha e Vanderlei (contra); Final: Botafogo 3 a 0, Garrincha
Botafogo: Manga, Paulistinha, Jadir, Nílton Santos e Rildo; Ayrton e Édison; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Técnico: Marinho Rodrigues.
Flamengo: Fernando, Joubert, Vanderlei, Décio Crespo e Jordan; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Henrique, Dida e Gérson. Técnico: Flávio Costa.
Obs: Dida e Paulistinha foram expulsos.
Fonte: Jornal dos Sports de 16-12 e 28-12-1962.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Por que aconteceu o caso Amarildo e por que outros Amarildos vão ser torturados e assassinados




Pela rotina cruel da execução do pedreiro Amarildo (publicada aqui em Confirmado: PMs de UPP da Rocinha sequestraram, torturaram e mataram Amarildo), ficou claro que o procedimento adotado pelos policiais da UPP não foi fruto do acaso, mas de uma prática talvez corriqueira. Não é de uma hora para a outra que se decide pegar um cidadão, torturá-lo e causar sua morte - intencionalmente ou não.

Quando o caveira, formado no Bope da Tropa de Elite que manda pro saco, comandante da UPP da Rocinha mandou trazerem o homem para os procedimentos de praxe, isso ficou claro para todos os PMs da UPP.

Dessa vez, deu errado para eles. Mas parece que o problema vai ficar restrito ao caso Amarildo e aos PMs envolvidos, que já são mais de 20. Para frente, fica tudo como dantes no quartel de Abrantes, é o que nos sugere a leitura de duas notícias que se completam:

1. Terça passada, a soldado Vanessa Coimbra, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, deu uma palestra em evento internacional em Nova Iorque (EUA) sobre novas tecnologias de investigação. Ela representava a PM e, por conseguinte, o estado do Rio. Detalhe: ela é um dos 25 PMs denunciados no caso Amarildo [Fonte];

2. O novo professor da disciplina Legislação Especial no curso de formação de oficiais da Polícia Militar é o delegado Ruchester Marreiros. Detalhe: Marreiros é acusado pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) de cometer três infrações: "deu informações inexatas ou alteradas; agiu com displicência ou negligência e não exerceu a função policial com probidade, discrição e moderação, deixando de observar as leis com lisura". Tudo no caso Amarildo. Ele foi o autor do relatório que apontou envolvimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza com o tráfico na Rocinha. Agora, vai dar aula de Legislação especial para PMs. [Fonte]

Se a segurança pública fosse um medicamento, a morte de Amarildos (no plural) não seria efeito colateral indesejável, mas o efeito esperado do medicamento. Tarja preta, de luto. Se é que me entendem.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Desempregados do mundo se unem e fundam a DEMU - Desempregados do Mundo Uni-vos SA. Livro do Mello grátis para download

‘Haverá um dia em que os pobres morrerão de fome e os ricos, de medo. Em "A Fome e o Medo" esse dia chegou.

Sem emprego e sem qualquer perspectiva de conseguir um, os desempregados do mundo se unem e fundam a DEMU - Desempregados do Mundo Uni-vos SA.

Enviam aos poderosos que controlam o planeta uma proposta. "A Fome e o Medo" é esta proposta.

Segue abaixo um pequeno trecho. Se quiser fazer o download do livro, ele está aí à direita. É só clicar.
(...)... exis­tem vários de nós, como dizíamos, que adorariam pe­gar um de Vós (e fariam isso graciosamente, sem co­brar absolutamente nada, pelo simples prazer), pegar um de Vós, como dizíamos, e rea­gir, ter a oportunida­de de colocar as mãos, ambas, com todos os dedos, em Vosso pescoço, apertá-lo até sentir que Vossa Ex­celência, que é tão sufocante, começa a implorar por ar, que Vossos olhos se esbugalham apavorados, que Vossa garganta quer emitir um som desesperado, um pe­dido de socorro - agora tão inútil, extemporâneo, até ig­nóbil -, que todo Vosso corpo se contorce em convul­sões, enquanto a morte se aproxima de Vós, calma­mente, e ela não parece Vos ter respeito algum, ne­nhum medo na face da morte que se aproxima - e isso Vos desconcerta e apa­vora ainda mais - , e já não há cartão de cré­dito, promessa de emprego, aumento, dinheiro, pro­messa de felicidade, não há nada que afaste aquelas mãos de Vosso pescoço, não há nada mais que Vossa Excelência, que é tão pode­roso, possa fazer, a não ser tentar convencer, com Vossos uivos de sufoco, Vossos olhos esbugalhados, que tudo o que Vossas Excelên­cias, que são, como já dissemos, exce­lentes, tudo o que vêm fazendo foi sem querer, nunca houve ne­nhuma má intenção - foram apenas, como está escrito nas bulas de remédios, "efeitos colaterais indesejá­veis". Mas, infe­lizmente para Vós, é claro, as mãos em Vosso pescoço não concordarão com isto.(...)


Madame Flaubert, de Antonio Mello

A Rede da Marina, a Rede do Itaú, Marina na Rede do Itaú, e Marcelo Mirisola. Ou 'Caiu na Rede é...trouxa'




Teria sido apenas uma incrível coincidência? Teria sido feito de caso pensado? Quem nasceu primeiro, o ovo (Rede) da Marina ou a galinha (Rede) do Itaú?

Logo após a ex-senadora Marina Silva tentar e não conseguir registrar seu Rede no TSE, o banco Itaú, que tem uma das herdeiras da família Setúbal, Maria Alice Setúbal, como uma das principais apoiadoras da Rede, o banco Itaú, eu dizia, resolveu que seu Redecard passaria a se chamar apenas Rede.

Num notável sincronismo, uma Rede balança a outra, tentando pegar os peixes-otários, os trouxas que somos nós - pelo jeito é o que pensam que somos.

Não vejo chiadeira contra essa tramoia canalha do partido sem registro com o banco sem vergonha, que quanto mais fatura e lucra, mais demite. Ou alguém aí leu alguma declaração de Marina sobre este excesso de Redes?

Para comentar essa miscelânea política, ou melhor, essa promiscuidade safada que nos tenta impingir gato (Rede de Marina) por lebre (Rede do Itaú), fui buscar trechos de um artigo do escritor Marcelo Mirisola, na época comentando outra miscelânea, esta cultural, envolvendo o mesmo banco e a mesma Maria Alice Setúbal (A nova senzala (transversalidades)):

(...) Pois bem, não é de hoje que me chama a atenção a presença constante de dona Maria Alice Setúbal na seção Tendências/Debates, o filé mignon da Folha de S. Paulo. Dona Maria Alice, como indica o nome, é herdeira de Olavo Setúbal, e provavelmente deve ser acionista do banco Itaú. Nos créditos de seus artigos, consta que é doutora em Psicologia e presidente dos conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária da Fundação Tide Setúbal. Seus artigos são redundantes. Ela gosta de usar a palavra “transversalidade”.

(...) sou correntista do banco Itaú, pago altos juros pra dona Maria Alice Setúbal e também sou leitor de suas intervenções na seção Tendências/ Debates da Folha de S. Paulo. Gostaria de acreditar que o jornal  ainda não foi absorvido pelo acervo do Instituto Moreira Salles.
Voltando à dona Maria Alice Setúbal.

O que madame teria de tão importante para acrescentar, tirante suas “transversalidades”, ao debate de ideias, ou, mais especificamente, por que as idéias dela são tão relevantes para desfilar na seção Tendências/ Debates da Folha?

Vou arriscar um diagnóstico.

Os textos de madame costumam ter a marca indelével que conduz do óbvio ao ululante, são como folders, propagandas de condomínio que indicam, ou melhor, cobram o caminho da felicidade, apesar de a felicidade, pobre e acuada felicidade, não ter sido consultada a respeito de tão nobre encaminhamento. Mas uma coisa dona Maria Alice sabe fazer, algo que circula em seu sangue de agiota, ela sabe cobrar.

No seu último artigo, “Novas formas de aprender e ensinar”, publicado no dia 27 de março, dona Maria Alice Setúbal aposta na “inteligência coletiva” que – segundo sua bola de cristal high-tech – está na iminência de ser consumada pela força da revolução tecnológica. Madame não costuma deixar lacunas porque cumpre sua função, repito, que é levar o nada a lugar nenhum com a marca da excelência, como se o mundo fosse uma agência bancária cor-de-laranja protegido por portas giratórias e slogans de publicidade.

Não obstante, dessa vez, madame deu uma vacilada.

Dona Maria Alice Setúbal esquece que o lado de fora não tem ar condicionado. Revolucionária, decreta o fim do ensino linear. Para madame, o ensino da maioria das escolas – que ainda trabalham com aulas expositivas e livros didáticos – não faz mais sentido diante do conhecimento que é “transversal e produzido nas conexões entre várias informações”. Bem, esses conhecimentos ou essas conexões, que eu saiba, só existem e funcionam em sua plenitude nos sistemas de cobrança do banco de madame e na bolsa de valores. No mínimo, dona Maria Alice Setúbal, que se imagina mensageira do futuro, é uma debochada. Convenhamos que a “realidade transversal” que os nossos professores experimentam nas salas de aula têm outros nomes que nem o eufemismo mais engenhoso poderia disfarçar, tais como humilhação, porradaria, salário de merda. Para coroar seu pensamento revolucionário, dona Maria Alice, sentencia: “Essa transversalidade se expressa nas demandas das empresas e nas expectativas dos jovens”.

Que jovens são esses?  Aqueles que madame adestra em seus canis cor-de-laranja?  Qual a expectativa deles?  Telefonar pras nossas casas às sete horas da manhã para nos lembrar que somos devedores do Itaú? Ou a expectativa desses jovens é subir na vida, e virar gerente de banco?

Dona Maria Alice vai além e se entrega, ela acredita que a tecnologia vai produzir “pessoas que saibam resolver problemas, comunicar-se claramente, trabalhar em equipe e de forma colaborativa. Que usem as tecnologias com desenvoltura para selecionar, sistematizar e criticar informações. E que sejam inovadoras e criativas”.

Ora, madame quer empregados que não a incomodem, e encerra seu raciocínio ou exige, de forma impositiva e castradora: “E que sejam inovadoras e criativas”.  Não querendo fazer leitura subliminar, nem ser Lacaniano de buteco, mas esse “E que sejam inovadoras e criativas” é de amargar, hein, madame?

O artigo de dona Maria Alice é uma ordem de comando. A voz da dona, a mulher que visivelmente não pode ser contrariada. Difícil ler e não sentir-se um empregadinho dela. Ao mesmo tempo em que ordena “inovação e criatividade”, elimina a possibilidade de reação: “para fazer da tecnologia uma aliada da educação, é preciso vencer o medo do novo e superar a cultura da queixa”. Como se madame dissesse: “Publiquem meu artigo genial, obedeçam, e calem a boca. O futuro é meu, e se eu disser que é coletivo e cor-de-laranja, dá na mesma”.
(...)
Eu falava de madame (versão 2013) que diz que samba é coisa de gente elegante. Dessa vez a visita periódica que madame faz à sua cozinha, também conhecida como “Tendências/Debates”, ultrapassou o terror costumeiro, e, no lugar de marcar presença e autoridade, madame só fez azedar o cuscuz. Ela devia ser mais discreta, como Olavão, o patriarca, o banqueiro. Não se deve confiar demais na vassalagem (leia-se correntistas e leitores).

No mesmo dia que madame publicou seu artigo, aconteceu uma coincidência reveladora, logo acima do texto de sinhá, no “Painel do leitor”, uma dona de casa, Mara Chagas, reclamava enfurecida da nova lei das empregadas domésticas, e fazia coro – às avessas, mas coro – à mme. Setúbal: “As empregadas domésticas não trabalham aos sábados, não cumprem as oito horas diárias, o serviço tem que ser ensinado (não são mão de obra especializada), almoçam e lancham na casa dos patrões sem cobrança alguma e faltam sem avisar. Como ficará o empregador diante disso?”

Eis a questão.

Pelo menos dona Mara Chagas, a leitora, foi honesta e direta, e não precisou de “transversalidades” para exprimir suas ideias revolucionárias. E o melhor: ela não vai concorrer ao Oscar, e jamais vai se manifestar no “Tendências/ Debates”. Nem ela, nem eu. [Leia a íntegra aqui]



Madame Flaubert, de Antonio Mello

Confirmado: PMs de UPP da Rocinha sequestraram, torturaram e mataram Amarildo




Agora não restam mais dúvidas: aquilo que se suspeitava e por aplicação do domínio de fato estava no inquérito ganha confirmação com depoimentos de PMs que teriam participado, por omissão, da agonia do pedreiro Amarildo.

O jornal O Globo teve acesso ao depoimento de PMs e mostra num infográfico (reproduzido acima. Clique para ampliar) a agonia de Amarildo e a desfaçatez combinada com certeza de impunidade de seus algozes.

Quantos Amarildos já não morreram ou estão sendo mortos assim, acobertados por uma política de segurança cínica e midiática, e por uma corporação que já deveria ter deixado de ser militar, junto com o fim da ditadura?

Se não fossem as redes sociais, Amarildo seria mais um e, ao mesmo tempo, menos um. Mais um cidadão desaparecido, menos um na estatística dos assassinatos do Instituto de Segurança Pública.

Que todos os que participaram sejam punidos, inclusive os de paletó e gravata que comandam o estado. Porque esta PM que mata Amarildos é a mesma que achaca cidadãos nas ruas, agride manifestantes, e os responsáveis por estes comportamentos são seus comandantes primeiros, governador e secretário de Segurança.

A detalhada descrição do infográfico de O Globo (original aqui) é de embrulhar o estômago. Mas, o pior é saber que com ou sem UPP a PM continua à margem da lei e à espera de ser desmilitarizada, porque a época da ditadura já passou.

A cada dia, novos detalhes do crime vêm à tona. Mas a pergunta que a sociedade não cala ainda não tem resposta: - Cadê o Amarildo?

Leia também:

Impunidade dos torturadores da ditadura está na raiz dos crimes das PMs brasileiras


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Mortalidade infantil no governo FHC chegou ao dobro do recorde mundial registrado na pior região da África




O tempo passa, e as pessoas já não se lembram. A mídia corporativa trata de encobrir com o imenso véu do esquecimento o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que quebrou o país, como Pedro renegou Jesus, três vezes.

Mas, uma antiga entrevista de Hamilton Octavio de Souza com o jornalista Aloysio Biondi, em novembro de 1999, sugestivamente intitulada "Mau-caratismo de FHC, publicada na Revista Adunicamp, nos ajuda a lembrar o que é um governo tucano, que com seus aliados, coligados ou não, ameaça voltar.

Adunicamp - O novo Plano Plurianual de FHC, denominado “Avança Brasil”, mantém as mesmas diretrizes do primeiro governo ou apresenta alguma novidade?
 Aloysio Biondi: Acho bobagem falar do plano “Avança Brasil”, acho melhor falar da política econômica total do governo que aí está. A gente vai acabar falando de política tributária que não existe, de política industrial que não existe, de política agrícola que não existe. Recentemente, os jornais publicaram um quadro sobre a liberação de verbas do governo em relação ao total previsto e, então, tem lá: reforma agrária, 25% do previsto; Proger, que é um programa de geração de renda, 0,5% do previsto. Essa história das cestas básicas, por exemplo, já em abril, num artigo meu publicado na Folha, eu falava sobre uma reunião que houve no Palácio do Planalto entre o Comunidade Solidária e todos os ministros, o Fernando Henrique anunciou um aumento de verba para a área social que continuava sendo absolutamente ridículo. A Folha tinha publicado, semanas antes, uma matéria dizendo que a seca aumentou a mortalidade no Nordeste. O texto dizia que a mortalidade infantil no sertão tinha chegado a 400 mortes para cada mil crianças até um ano, que era o dobro do recorde mundial registrado na pior região da África. Na matéria, a prefeita de uma cidade dizia que a situação era dramática porque a população não estava recebendo as cestas básicas e os pagamentos das frentes de trabalho estavam atrasados há três meses. Quer dizer, o que estava matando não era a seca, mas o corte no orçamento, o ajuste fiscal. Isso lembra o que dizia o Fernão Bacha no início do governo Fernando Henrique: ele falava que era bobagem ficar discutindo verbas com o Congresso, que o negócio era deixar aprovar o que quiserem, depois a gente segura. E ele dizia: basta fechar os olhos e tapar os ouvidos à gritaria e à desgraceira ao redor, que é o que esse governo está fazendo.

Adunicamp - E o assunto sumiu do noticiário.
Aloysio Biondi: Eu digo que a imprensa é cúmplice no genocídio, porque isso está acontecendo, as pessoas estão morrendo de fome no Nordeste, a seca jamais acabou, o governo reduziu as frentes de trabalho a um quarto, a verba de cestas básicas foi liberada apenas um quarto do previsto (25%). Inclusive saiu nos jornais que o pagamento de quem trabalhou nas frentes de trabalho em dezembro ainda não tinha sido pago até julho. Quer dizer, é a primeira vez que eu vejo um governo ter a coragem de dar calote no flagelado da seca que trabalhou em frente de trabalho.[Fonte]
Há mais nessa entrevista. Mas, por enquanto, deixo este pequeno trecho com essa informação poderosa, vergonhosa e abafada, esquecida. 400 crianças mortas em cada mil, porque o dinheiro foi para o plano elaborado por aqueles que vivem deitando falação por aí, Pedro Malan, Armínio Fraga, André Lara Resende, Pérsio Arida (este comentei aqui, recentemente, Ex-presidente do BC de FHC é contra crescimento econômico e a favor do aumento de juros e desemprego).

Eles ameaçam voltar, por isso, como um breve, porque este é um blog político, já tratei de declarar aqui, no dia 10, que em 2014, vou votar igualzinho a 2010. E você?







Madame Flaubert, de Antonio Mello

Governo da Espanha homenageia membros da Igreja Católica - parceira de Franco - e esquece 1500 vítimas do ditador


Monumento aos 1500 mortos pelo franquismo em León, Espanha
foto: Olga Rodriguez


Assim começa artigo da jornalista Olga Rodriguez no jornal espanhol El Diario:

Santos ya tiene un lugar al que podemos llevarle flores.

Permítanme que comparta con ustedes algo personal. Ocurrió el pasado sábado, 12 de octubre, Día de las Fuerzas Armadas. Mientras el presidente del Gobierno y los príncipes de Asturias asistían al desfile del ejército, mientras se realizaban los preparativos para beatificar a 500 curas ‘mártires’ de la persecución religiosa en la Guerra Civil, un grupo de personas nos reunimos en el cementerio de León para celebrar la inauguración de un monumento a más de 1.500 víctimas del franquismo. Entre ellas, mi bisabuelo, “el abuelo Santos”.
No artigo, chamado A História não oficial, a jornalista faz uma comparação entre dois eventos que se deram no mesmo dia, e mostra o comportamento do governo espanhol, que apoiou e se fez presente na homenagem aos sacedotes, mas não mandou sequer representante na inauguração do monumento às 1500 vítimas do franquismo.

Mais uma vez, como em outra postagem aqui do blog (Ao escrever sobre herança maldita do franquismo na Espanha, jornalista parece falar da ditadura brasileira) em que comento outro artigo de Olga Rodriguez, fica clara a semelhança entre os processos vividos pela Espanha e pelo Brasil, em relação às ditaduras de lá e daqui.

Quando sabemos que a Igreja Católica praticamente dividiu a cadeira do governo da Espanha com o ditador facínora Francisco Franco, e ainda assim o governo atual homenageia sacerdotes e se esquece das vítimas civis, assassinadas e desaparecidas, ficam evidentes as semelhanças com o Brasil, onde diversas avenidas, praças e monumentos homenageiam ditadores e torturadores, enquanto várias famílias ainda não sabem nem dos corpos de seus mortos...

En un acto claramente político, la Iglesia beatificó a más de 500 religiosos caídos en la Guerra Civil, ignorando a las víctimas republicanas y a los curas represaliados por el fascismo. Al acto, celebrado en Tarragona, acudieron los ministros de Justicia e Interior, el presidente de la Generalitat, el presidente del Congreso, más de 80 alcaldes, 104 obispos, más de 1.300 sacerdotes. El propio Papa intervino con un mensaje en la ceremonia, que fue retransmitida en directo por La 2.  

(...) Horas antes de la ceremonia de beatificación varios centenares de personas asistíamos en León a esa inauguración del monumento en memoria de más de 1.500 fusilados del franquismo. Setenta y siete años después del asesinato y desaparición de mi bisabuelo, por fin un acto público iba a honrar su memoria, en alto, sin miedo, sin susurros. Decenas de mujeres y hombres, ya ancianos, presenciaron de este modo el primer homenaje a sus seres queridos asesinados o desaparecidos. Hubo emoción y dignidad. Sin embargo, ninguna autoridad se dignó a asistir a este acto, a pesar de tratarse de uno de los mayores monumentos a las víctimas del franquismo.

A Lei da Anistia tem que cair, na Espanha e no Brasil. Para que se faça justiça, para que a história não passe em branco e a impunidade acabe servindo de incentivo a futuros golpistas e eles venham praticar horrores semelhantes.

Leia o artigo de Olga Rodriguez na íntegra, clicando aqui.



Madame Flaubert, de Antonio Mello

No Dia das Crianças, um presente para quem ainda traz em si a criança que foi


Descrição contida: Minha filha Penélope, à época com apenas recém feitos seis aninhos, lê uma historinha para que as pessoas insones adormeçam como crianças.

Descrição não contida: Fooooofaaaa demaaaaais!!!!
Bons sonhos.

Feliz Dia da todas as crianças, até as velhinhas.




Madame Flaubert, de Antonio Mello

No mesmo inquérito que condenou petistas, Globo foi arrolada. Por que nem foi processada? Só Fraude explica


Em destaque, a Globopar, a mesma dos processos bilionários com a Receita


O inquérito 2245 do Ministério Público Federal, enviado ao relator ministro Joaquim Barbosa pelo então procurador-geral da República Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, com denúncias sobre o chamado mensalão do PT, incluía entre os que teriam praticado malfeitos junto ao Banco Rural, outras empresas e pessoas [página 90 e imagem reproduzida acima], incluindo a Globo Comunicações e Participações, a Globopar dos processos bilionários com a Receita:

A vistoria realizada pelo Banco Central no Banco Rural demonstrou que essa instituição financeira estava envolvida em uma série de operações ilegítimas, contabilizadas de forma a mascarar a verdadeira natureza da operação, encobrindo a prática de operações vedadas e também de lavagem de dinheiro resultante de crimes contra o sistema financeiro nacional.

Além das operações ilícitas desenvolvidas com as empresas SMP&B e Graffiti, e com o Partido dos Trabalhadores, acima narradas, o PT 0501301503 também revela outras situações caracterizadoras de práticas fraudulentas envolvendo, principalmente, operações com as seguintes pessoas físicas e jurídicas:

- Moinho de Trigo Santo André S/A;
- Banktrade Agrícola Imp. Exp.;
- Tupy Fundições Ltda.;
- Globo Comunicações e Participações;
- ARG Ltda.;
Ministro Barbosa, por que a Excia que relatou o caso não incluiu a Globo no processo?

Para baixar a íntegra do processo 2245, clique aqui.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Para Kátia Abreu não existe trabalho escravo no agronegócio, mas 'agricultores de boa-fé' que desconhecem legislação trabalhista




Numa entrevista à Folha e ao UOL, comandada pelo jornalista Fernando Rodrigues, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) disse que há muito preconceito contra o agronegócio no Brasil. Um dos maiores, segundo ela, é aquele que diz que o agronegócio se utiliza muitas vezes de trabalho escravo.

Agora, daí a dizer que no Brasil existem escravocratas, que fazem de má-fé, não, poderá ter alguma coisa isolada, que nós não representamos, que nós não defendemos e que nós nos recusamos a estar próximo a essas pessoas. Nós defendemos pessoas de boa-fé, que ainda podem desconhecer a lei, o equívoco e, principalmente, estarem em uma fronteira do País onde se quer tem as mesmas condições de conforto e de viabilidade até para o próprio patrão. [Fonte]

Essa declaração da senadora me fez recordar de uma entrevista com um policial aqui do Rio de Janeiro, Mariel Mariscot, se não me falha a memória ao Pasquim, onde ele, perguntado sobre quantas pessoas teria matado disse: "Eu não mato ninguém. Eu só faço o furo. Quem mata é Deus".

Confira no vídeo abaixo o que esses "agricultores de boa-fé" fazem com seus trabalhadores.




Madame Flaubert, de Antonio Mello

Se Paulo Coelho só conhece 20 da lista de 70 autores convidados a Frankfurt, o problema é da lista ou dele? Confira a lista




Paulo Coelho disse que decidiu não ir à Feira de Livros de Frankfurt, em que o Brasil é homenageado, porque "dos 70 escritores convidados, eu conheço apenas 20, então os outros 50 nunca ouvi falar. Presumo que sejam amigos de amigos de amigos. Nepotismo. O que me incomoda mais: EXISTE uma nova e excitante cena literária brasileira. Mas a maioria desses jovens autores não está nessa lista. (...) Então, por protesto, eu DECIDI não ir mais para Frankfurt" [Fonte].

A seguir, a lista dos autores:

Adélia Prado (Minas Gerais)
Adriana Lisboa (Rio de Janeiro)
Affonso Romano de Sant’Anna (Minas Gerais)
Age de Carvalho (Pará)
Alice Ruiz (Paraná)
Ana Maria Machado (Rio de Janeiro)
Ana Miranda (Ceará)
André Sant’Anna (Minas Gerais)
Andrea del Fuego (São Paulo)
Angela Lago (Minas Gerais)
Antonio Carlos Viana (Sergipe)
Beatriz Bracher (São Paulo)
Bernardo Ajzenberg (São Paulo)
Bernardo Carvalho (Rio de Janeiro)
Carlos Heitor Cony (Rio de Janeiro)
Carola Saavedra (Rio de Janeiro)
Chacal (Rio de Janeiro)
Cíntia Moscovich (Rio Grande do Sul)
Cristovão Tezza (Santa Catarina)
Daniel Galera (Rio Grande do Sul)
Daniel Munduruku (Pará)
Eva Furnari (São Paulo)
Fábio Moon e Gabriel Bá (São Paulo)
Fernando Gonsales (São Paulo)
Fernando Morais (Minas Gerais)
Fernando Vilela (São Paulo)
Ferréz (São Paulo)
Flora Süssekind (Rio de Janeiro)
Francisco Alvim (Minas Gerais)
Ignácio de Loyola Brandão (São Paulo)
João Almino (Rio Grande do Norte)
João Gilberto Noll (Rio Grande do Sul)
João Ubaldo Ribeiro (Bahia)
Joca Reiners Terron (Mato Grosso)
José Miguel Wisnik (São Paulo)
José Murilo de Carvalho (Minas Gerais)
Laurentino Gomes (Paraná)
Lelis (Minas Gerais)
Lilia Moritz Schwarcz (São Paulo)
Lourenço Mutarelli (São Paulo)
Luiz Costa Lima (Maranhão)
Luiz Ruffato (Minas Gerais)
Manuela Carneiro da Cunha (Portugal – São Paulo)
Marçal Aquino (São Paulo)
Marcelino Freire (Pernambuco)
Maria Esther Maciel (Minas Gerais)
Maria Rita Kehl (São Paulo)
Marina Colasanti (Rio de Janeiro)
Mauricio de Sousa (São Paulo)
Michel Laub (Rio Grande do Sul)
Miguel Nicolelis (São Paulo)
Nélida Piñón (Rio de Janeiro)
Nicolas Behr (Mato Grosso)
Nuno Ramos (São Paulo)
Patricia Melo (São Paulo)
Paulo Coelho (Rio de Janeiro)
Paulo Henriques Britto (Rio de Janeiro)
Paulo Lins (Rio de Janeiro)
Pedro Bandeira (São Paulo)
Roger Mello (Distrito Federal – Brasília)
Ronaldo Correia de Brito (Ceará)
Ruth Rocha (São Paulo)
Ruy Castro (Minas Gerais)
Sérgio Sant’Anna (Rio de Janeiro)
Silviano Santiago (Minas Gerais)
Teixeira Coelho (São Paulo)
Veronica Stigger (Rio Grande do Sul)
Walnice Nogueira Galvão (São Paulo)
Ziraldo (Minas Gerais)
E,você, leitor, o que acha? O problema da falta de representatividade é do MinC ou das leituras de Paulo Coelho? Quantos desses autores você conhece?


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Torturador da ditadura era segurança do bicheiro que comprou cobertura de Roberto Marinho. Ih, vão se desculpar de novo?



Já publiquei aqui que o triplex da Avenida Atlântica (a rua da praia de Copacabana - para os que não conhecem o Rio), onde Roberto Marinho comemorava seus réveillons, foi vendido para o banqueiro de bicho Aniz Abraão David (na imagem acima, ironizado pelo Jornal Extra, das Organizações Globo, em outra matéria), o poderoso chefão da Escola de Samba Beija Flor.

Por si só, essa venda demonstra a hipocrisia das Organizações Globo, que faz pose de defensora da moral e dos bons costumes por um lado, enquanto sonega imposto e negocia com bicheiro por outro.

Mas, hoje, o jornal das Organizações denuncia que um torturador da famosa Casa da Morte da ditadura (e eles eram escolhidos a dedo) era segurança de Anísio (como o bicheiro é conhecido) e sua família.

Pois o bicheiro e o torturador frequentavam a alta sociedade do Rio, como informa a reportagem:

O círculo de amizades, que envolvia autoridades militares e pessoas da alta sociedade, aliado às vitórias no carnaval, deu à Anísio uma visibilidade que ajudou a blindar seus negócios na contravenção.

Faltou dizer que esse "círculo de amizades" inclui a família Marinho.

Fica a questão: Como separar o dinheiro sujo de sangue dos homicídios (também denunciados num antigo editorial do Globo) do usado para comprar o triplex do fundador da Rede Globo?


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Sérgio Cabral: Caso Amarildo só está sendo investigado 'porque nós temos uma UPP na Rocinha'. Pirou




Do governador Sérgio Cabral sobre o caso Amarildo, em O Globo:

Foi um caso triste, mas que a investigação, a punição e a ação só podem acontecer, da forma como está ocorrendo, porque nós temos uma UPP na Rocinha. [Fonte]

Governador Cabral, acorde, é o oposto: a UPP da Rocinha NÃO está solucionando o caso Amarildo. A UPP da Rocinha É A CAUSA do caso Amarildo, responsável pela tortura, morte e sumiço do corpo do pedreiro, segundo investigação da sua própria polícia.

E, por falar nisso, Cadê o Amarildo?


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Enquanto capa da Época (da Globo) destaca galinha pintadinha, capa da É PORCA (do Blog) é dos tucanos ladrõezinhos



Agora, dê uma olhada na capa descarada da revista Época, que não dá destaque algum ao escândalo do meio bilhão de reais desviados dos cofres públicos de SP pelos governos tucanos. Esconde os tucanos ladrõezinhos e vai de galinha pintadinha.

Época não nega que é um veículo das Organizações Globo, sempre na contramão do Brasil, ao longo da história. Cotas, ProUni, Getúlio, Lula...


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Moradora sobre médicos cubanos no interiorzão do Ceará: 'Meu Deus, isso é muito bom, nunca imaginei que pudesse acontecer'

Os médicos cubanos, inscritos na primeira etapa do programa Mais Médicos do Ministério da Saúde, chegaram a 11 cidades do Interior do Ceará levando consultas de atenção básica à população de áreas isoladas na zona rural. Em menos de 15 dias, os profissionais conquistaram a confiança e o reconhecimento dos moradores que vivem em localidades onde nunca havia atendimento médico ambulatorial regular.

(...) Dedicado, atencioso e com 20 anos de experiência em atenção básica de saúde em Cuba e na Venezuela, Ivan Rodriguez recebe avaliação positiva dos moradores. "Aqui nunca veio um médico e construíram esse posto há cinco anos, mas só tinha profissional de Enfermagem", disse o agricultor Valdemar Felipe de Souza.

(...) No início da tarde desta quinta-feira, Ivan Rodriguez fez duas visitas domiciliares. É a quinta em apenas uma semana. "Aqui na comunidade nunca trabalhou um médico e imagina vir um aqui na minha casa. Meu Deus, isso é muito bom, nunca imaginei que isso pudesse acontecer", disse a aposentada, Francisca Moreira de Carvalho que foi consultado no alpendre de casa. Diariamente, os médicos cubanos percorrem centenas de quilômetros entre a sede do município e a UBS. Chegam por volta das 9 horas e só saem às 17 horas. Não há limite de consultas. "Nós cubanos somos prestativos e viemos aqui para trabalhar, para atender as pessoas pobres, que necessitam dos nossos serviços", disse Ivan Rodriguez. Esses profissionais deixaram família, mulher e filhos, em Cuba, e vieram ser solidários ao povo brasileiro. [Leia íntegra aqui]

Sobre este polêmico (para os médicos brazucas) tema, publiquei aqui Por que prefiro ser tratado por médicos brasileiros. Ou não:

Eu prefiro ser tratado por médicos brasileiros, embora 54,5%  dos 2400 formandos que fizeram a prova do Conselho Regional de Medicina de SP não atingiram a nota mínima. O pior é que os erros se concentraram em áreas básicas. Mesmo assim vão poder exercer a profissão e atender aos infelizes que caírem em suas reprovadas mãos. Mas eu não moro em São Paulo.

Prefiro médicos brasileiros, porque eles são coisa nossa. Por exemplo, a gente liga pra marcar consulta e a telefonista do doutor pergunta: - é particular ou plano? Se for plano, empurram sua consulta lá pra frente. Particular, eles dão um jeitinho. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque quando chego ao consultório, fico esperando mais de uma hora pra ser atendido. É porque eles são bonzinhos, gostam de atender a todo mundo, e sabem que ali, no calor apertado da sala de espera, sempre pode rolar uma conversa agradável sobre sintomas e padecimentos com outros médicos. E a socialização é muito importante. Sem contar que podemos adquirir informação, com a leitura daquela Veja em que Airton Senna e Adriane Galisteu ainda estão namorando. Ah, tempo bom! É coisa nossa.
(Continue lendo)



Madame Flaubert, de Antonio Mello

Caso Amarildo: Relatório da Polícia mostra por que 96% das investigações são encerradas sem descoberta do criminoso


Pedreiro Amarildo de Souza - morto ou desaparecido


O Estado do Rio é o estado campeão em inquéritos arquivados no Brasil [Fonte]. A divulgação do relatório final da Delegacia de Homicídios sobre o caso do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido (até hoje) desde o dia14 de julho passado, mostra o porquê.

Segundo o relatório, Amarildo teria sido levado por policiais da UPP da Rocinha (há imagens e depoimentos sobre isso) até a sede da unidade. A partir daí, sumiu. Ninguém o viu entrar ou sair de lá, e a informação de que lá esteve foi fornecida pelos policiais, em especial o comandante à época, major da Polícia Militar Edson Santos, homem do famigerado Bope.

Mesmo assim, sem que qualquer dos PMs da UPP tenha confessado o crime, sem que qualquer pessoa tenha presenciado ou ouvido falar do que lá dentro teria acontecido, mesmo assim o relatório diz que Amarildo foi torturado, sofreu choques elétricos e morreu ao ser mandado para o saco (a cabeça do torturado é enfiada em um saco plástico provocando sufocamento), por sofrer de epilepsia. Depois, os PMs sumiram com seu corpo.

Mas, se Amarildo (ou seu corpo) até o momento não foi encontrado, como é possível garantir todas essas informações?

Estou vendo muita gente boa repetir o relatório como uma expressão da verdade. No entanto, é achismo puro. E, se é assim, eu também acho: Para mim (e quem lê meu blog sabe que eu defendo não é de hoje o fim da PM, porque não há crime em que não haja um envolvido, na operação, no planejamento ou no ocultamento - e que Impunidade dos torturadores da ditadura está na raiz dos crimes das PMs brasileiras), para mim, dizia, é quase certo que Amarildo tenha sido morto pelos PMs, mas não vou aplicar o "domínio do fato" tão usado no julgamento da AP 470, porque rabo, orelha, lombo, costela, pé de porco podem indicar que é porco, mas pode ser apenas uma feijoada.

Como o governo Cabral é cheio de piroctenia, de anunciar medidas em casos onde haja clamor da opinião pública, que depois não dão em nada (casas que seriam construídas nas enchentes da Região Serrana, código de ética para alto escalão do governo etc), não estranharia nada que o anúncio da relatório seja apenas isso, nuvem de poeira para que paremos de perguntar "onde está o Amarildo".

Por falar nisso: - Cadê o Amarildo?


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Coronel Brilhante Ustra pode ser o primeiro militar a ir para a cadeia por crime de sequestro na época da ditadura




É um fato histórico: pela primeira vez um militar de alta patente da ditadura, já reconhecido como torturador em ação cível, pode ser condenado numa ação criminal, que pode mandá-lo à prisão pelo sequestro e desaparecimento do militante Edgar de Aquino Duarte.

O nome desse militar, talvez o primeiro de uma fila de condenações, é Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército, de codinome Doutor Tibiriçá, que chefiou o DOI-CODI de 1970 a 1974.

A Justiça Federal em São Paulo negou o pedido de extinção do processo e de absolvição sumária do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado pelo sequestro qualificado de Edgar de Aquino Duarte, militante político que desapareceu na época da ditadura militar. Além de ter afastado as alegações da defesa, o juiz Hélio Egydio de Matos Nogueira, titular da 9ª Vara Federal Criminal de São Paulo, determinou o prosseguimento da ação penal, marcando audiência para ouvir as oito testemunhas de acusação. Também serão julgados no caso os delegados de polícia Carlos Alberto Augusto e Alcides Singilo.

“Será a primeira audiência em que realmente serão ouvidas as testemunhas desses fatos perante a Justiça brasileira”, disse o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, integrante do grupo de Trabalho Justiça de Transição do Ministério Público Federal e um dos autores da denúncia. O grupo foi criado com o objetivo de promover a investigação e persecução penal das violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar.

O procurador ressaltou, em entrevista na tarde de hoje (3) à Agência Brasil, que as audiências no caso de Duarte “são um marco” para o país. “Esta é a primeira vez que haverá audiência em ações criminais relacionadas ao Ustra. Ele já foi condenado em âmbito cível, mas, em âmbito penal, será a primeira audiência em que vítimas e testemunhas vão tratar da prática desse crime perante a Justiça e vão narrar esses fatos no âmbito criminal”, explicou.

“Não estamos pedimos uma indenização por danos morais ou valores financeiros a serem pagos para a família [como ocorreu em outros processos julgados em âmbito cível sobre o próprio Ustra], mas uma punição pela prática de um crime que, neste caso, é o sequestro qualificado. Nosso pedido é para que eles [réus] sejam punidos pela prática de um crime, diferente daqueles [processos] em que se pede uma indenização. Aqui não, aqui se pede uma sanção penal”, disse o procurador. [Fonte: Agência Brasil, onde você pode ler a reportagem completa]


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Ex-embaixador diz que Estados Unidos têm que espionar Brasil porque não seríamos mais 'amiguinhos deles'


Dilma afirmando nossa soberania na ONU


O amor é lindo... Mas também faz sofrer e merece que seja espionado, como um inimigo. Pelo menos é isso o que um suposto (e você vai ver, ao final da postagem, por que eu digo suposto) ex-embaixador dos EUA confidencia ao jornalista e escritor Carlos Alberto Montaner, ou, pelo menos, o que ele insinua explicitamente (se não é um oximoro...haha) em seu blog.

O texto de Montaner seria reprodução de uma conversa com esse ex-embaixador dos EUA (Somos viejos conocidos. ¿Puedo dar tu nombre, le pregunto? “No –me dice–. Me crearía un inmenso problema, pero transcribe la conversación”. ).

Segundo a fonte, os Estados Unidos têm mesmo que espionar o Brasil, porque, se já fomos amigos confiáveis, íntimos a ponto de eles patrocinarem um golpe de Estado em nosso país (nada disso é dito pelo ex-embaixador, of course), agora... bem, ao artigo de Montaner que cita o tal ex-embaixador:

“Sólo hay que leer los papeles del Foro de Sao Paulo y observar la conducta del gobierno brasilero. Los amigos de Luis Ignacio Lula da Silva, de Dilma Rousseff y del Partido de los Trabajadores son los enemigos de Estados Unidos: la Venezuela chavista, primero con Chávez y ahora con Maduro, la Cuba de Raúl Castro, Irán, la Bolivia de Evo Morales, Libia en época de Gadafi, la Siria de Bashar el-Asad”.

“En casi todos los conflictos, el gobierno de Brasil coincide con la línea política de Rusia y China frente a la perspectiva del Departamento de Estado y la Casa Blanca. Su familia ideológica más afín es la de los BRICS, con los que intenta conciliar su política exterior”. (Los BRICS son Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica).

“La enorme nación sudamericana ni tiene ni manifiesta el menor interés en defender los principios democráticos sistemáticamente violados en Cuba. Por el contrario, el expresidente Lula da Silva suele llevar inversionistas a la Isla para fortalecer la dictadura de los Castro. Se calcula en mil millones de dólares la cifra enterrada por los brasileros en el desarrollo del super puerto de Mariel, cerca de La Habana”. 

“La influencia cubana en Brasil es solapada, pero muy intensa. José Dirceu, el exjefe de despacho de Lula da Silva, su más influyente ministro, había sido un agente de los servicios cubanos de inteligencia. Exiliado en Cuba, le cambiaron el rostro por medio de cirugía y lo devolvieron a Brasil con una nueva identidad (Carlos Henrique Gouveia de Mello, comerciante judío) y así funcionó hasta que se restauró la democracia. De la mano de Lula colocó a Brasil entre los grandes colaboradores de la dictadura cubana. Cayó en desgracia por corrupto, pero sin ceder un ápice en sus preferencias ideológicas y sus complicidades con La Habana” [Fonte]

Bueno, por supuesto, o ex-embaixador é leitor da Veja...

Mas, fica uma primeira, de inúmeras perguntas: - Ainda que isso fosse verdade, por que os EUA teriam direito de espionar nosso país, grampear telefonemas de nossa presidenta?

Agora, a explicação do suposto, que citei no início: o autor do artigo nasceu na Cuba pré-revolucionária, em 1943. Com a revolução, procurou "outros ares" para destilar seu ódio ao regime cubano. Ele é um dos autores do Manual do Perfeito Idiota Latino-americano. 





Madame Flaubert, de Antonio Mello

EUA quase detonaram duas bombas atômicas sobre o próprio país - informa documento secreto divulgado pelo Guardian


Bomba H que quase provocou catástrofe


Três dias após o discurso de posse de John Kennedy como presidente dos Estados Unidos, em janeiro de 1961, um avião B-52 sofreu uma pane no ar, entrou em parafuso e liberou as duas bombas de Hidrogênio que carregava, sobre a Carolina do Norte. Uma caiu num rio e outra ficou presa numa árvore (imagem acima). Só não detonaram porque um dos cinco dispositivos de segurança não permitiu. Os outros quatro falharam. Cada uma delas com poder de destruição de 4 megatons, o equivalente a 4 milhões de toneladas de TNT, 260 vezes mais poderosas que as que arrasaram Hiroshima.

Elas poderiam ter dizimado Washington, Baltimore, Filadélfia e chegado até Nova Iorque, provocando a morte de milhões de pessoas.

A notícia foi divulgada pelo jornalista investigativo Eric Schlosser, no tradicionalíssimo The Guardian, no dia 20 de setembro de 2013, há quase duas semanas [íntegra aqui].

Você que me lê tomou conhecimento do fato em algum dos veículos de nossa mídia baba-ovo dos EUA?


Madame Flaubert, de Antonio Mello