Milei usa imagem inacreditável para definir como vai crescer economia argentina

No jantar anual de gala na Fundacion Libertad, o presidente argentino Javier Milei se comportou mais como um comediante de stand up comedy do que como um presidente da República diante de convidados, empresários e políticos, como o presidente do Uruguai Luis Lacalle Pou.

Assim como outro dia comemorou um superávit de 0,2% depois de jogar 57% dos argentinos na linha da pobreza, Milei deu seu show, que foi criticado pelo comediante de stand up argentino Diego Wainstein, em seu perfil no Twitter.

Wainstein fez um clip do discurso "presidemencial" (como chamou) de Milei, de que teceu o seguinte comentário:

Como comediante de stand up, sugiro que o presidente experimente testar o material em um bar, antes de passar na frente das câmeras. Não sou de dizer que suas imitações são medíocres e suas piadas são fracas. Mas fazer um show sem testar um pouco antes não é o ideal.

O inacreditável discurso de Milei foi coroado com a imagem que criou para explicar como se daria o crescimento da economia argentina.

"Va a subir como pedo de buzo" [Vai subir como peido de mergulhador]




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Dona do Google lucra em 3 meses o que o Itaú precisaria de 3 anos

A Alphabet, dona do Google, faturou apenas nos três primeiros meses deste ano US$ 80,53 bilhões. Teve um lucro líquido de US$ 23,6 bilhões. No câmbio de hoje, em torno de R$ 121 bilhões.

O Itaú foi o banco mais lucrativo do Brasil em 2023. Seu lucro foi de R$ 35,6 bilhões.

Ou seja: o Itaú precisaria lucrar esses absurdos R$ 35,6 bilhões durante mais de três anos para conseguir o lucro da dona do Google em apenas três meses.

Daí a dificuldade da regulação das redes, que está na pauta há anos, mas não sai do lugar.O poderio econômico dos conglomerados donos das redes é imenso.

À Alphabet se junta a extrema direita mundial, que é contrária a qualquer tipo de regulação, porque precisa da disseminação de fake news para sobreviver. 

Um de seus maiores expoentes é o bilionário Elon Musk, dono da rede X, que defende até quebra de regras democráticas, como golpes de Estado, sempre que for do interesses dos grandes conglomerados mundiais, como disse a respeito do golpe na Bolívia:

"Nós daremos o golpe em quem quisermos. Lide com isso."

 


 

Entraves à regulamentação

 

A alegação da Alphabet e das demais redes sociais é de que elas não podem ser responsabilizadas pelo conteúdo, porque apenas cedem o espaço para a publicação.

O ministro Alexandre de Moraes foi no ponto em sua crítica, quando defendeu que as plataformas devem ser responsabilizadas pelo conteúdo publicado:

 

"As big techs dizem exatamente isso: que elas são grandes depósitos. Não há nenhum problema. Se você tem um depósito na vida real, você aluga o depósito e a pessoa que alugou faz de lá um laboratório de cocaína, você não tem responsabilidade por isso, você não sabia", afirmou.

"Agora, se você descobre e faz um aditamento no contrato para ganhar 10% da venda da cocaína, no mundo real você tem que ser responsabilizado. Disso, ninguém discorda", seguiu.

No entanto, ressaltou o ministro, "no mundo virtual, se você simplesmente é um depositário de artigos, vídeos, você não pode ser responsabilizado. Agora, se você monetiza isso, se você coloca os seus algoritmos para direcionar com prioridade essas notícias, aí você está igual à pessoa que está ganhando 10% da cocaína", ressaltou.

 

As redes sociais lucram mais que os traficantes. Porque, com seus algoritmos, elas criam a necessidade no consumidor e o levam ao destino para fazerem a compra. Ficam com parte do lucro da venda. 

E também recebem dos traficantes em anúncios em que eles pagam para impulsionar seu espaço nas redes e atrair os clientes. 

Lucram nas duas pontas. Por isso lucram tanto e não querem nem ouvir falar em regulamentação.

O lobby das big techs é poderosíssimo e usa como mantra a defesa da "liberdade de expressão" sem limites (sem regulamentação) com liberdade até para disseminar ódio, preconceito e fake news (contra vacinas, por exemplo) que podem levar a matar ou morrer.

Parece a frase cínica do policial que virou bandido Mariel Mariscot sobre os assassinatos que teria cometido:

"Eu não mato ninguém. Só faço o furo. Quem mata é Deus."



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Para Checamos, da Folha: É fato que 4 Marlboro Men morreram de câncer no pulmão?

A Folha lança hoje o projeto Checamos. O jornal publicou matéria ontem anunciando o projeto, que teria "o objetivo de verificar conteúdos potencialmente falsos que estão viralizando nas redes sociais e aplicativos de mensagem para levar a informação correta ao leitor".

"Combater a desinformação é atividade precípua do jornalismo; combatê-la em tempos do acelerador de partículas de fake news que são as redes sociais torna-se imperativo", afirma Sérgio Dávila, diretor de Redação.

O projeto é financiado pela Philip Morris Brasil, indústria de tabaco, mundialmente conhecida pela marca Marlboro.

Comentamos aqui a incoerência de um projeto que busca a verdade ser apoiado por uma indústria que tem que se apoiar em mentiras ou pelo menos ocultar a verdade para sobreviver.

Se dissessem a verdade sobre o produto que vendem à população, quem os consumiria, sabendo que podem adquirir:

  • dependência da nicotina,
  • doenças respiratórias e cardiovasculares,
  • diversos tipos de câncer, como de boca, garganta e principalmente pulmão?

Uma das primeiras perguntas feitas pelos médicos numa consulta é se o paciente fuma ou não, tamanhos os malefícios que o tabaco provoca na saúde.

Aproveitando os dois temas, a criação do Checamos e o patrocínio da Philip Morris Brasil, gostaria que me tirassem uma dúvida.

Muita gente não acredita nas informações contidas na Wikipedia. Lá eu li as seguintes informações sobre o Marlboro Man, o Homem de Marlboro no Brasil, uma das mais famosas campanhas publicitárias de todos os tempos. Quem assistiu à excelente série Mad Man acompanhou a discussão em torno da campanha.

Pela Wikipedia, quatro de cinco atores que participaram da campanha como Marlboro Man morreram de câncer no pulmão. O quinto, de enfisema pulmonar. Todas ligadas ao consumo de cigarro.

Cinco homens que apareceram em anúncios morreram de doenças pulmonares:

  1.     David Millar, Jr., o original Marlboro man, morreu de enfisema pulmonar em 1987.
  2.     David McLean, outro Marlboro man, morreu de câncer de pulmão aos 51 anos.
  3.     Dick Hammer, o único que não era um cowboy na vida real, morreu de câncer de pulmão, mas não era fumante.
  4.     Wayne McLaren, o primeiro que interpretou o Marlboro man, morreu de câncer de pulmão em 1992, aos 52 anos. McLaren testemunhou a favor da legislação antitabagismo na idade de 51. Durante o tempo de ativismo antitabagismo de McLaren, a Philip Morris negou que a McLaren já tivesse aparecido em qualquer anúncio de Marlboro, em resposta, McLaren recolheu o depoimento de uma agência de talentos que o representou e um cheque de pagamento confirmando que ele tinha sido pago para um trabalho "impresso da Marlboro".
  5.     Eric Lawson, que era fumante desde os 14 anos, foi contratado para participar nos anúncios da Marlboro entre 1978 e 1981, e morreu com câncer no pulmão, aos 72 anos no dia 10 de janeiro de 2014.

Gostaria que o projeto Checamos confirmasse a veracidade da informação.



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Folha lança projeto de checagem com patrocínio da 'indústria da mentira'

A Folha lança hoje oficialmente o projeto Checamos, com o objetivo de checar a veracidade das notícias e combater as fake news, a desinformação. 

O problema é que o projeto tem o patrocínio da "indústria da mentira", representada pela Philip Morris Brasil, produtora de tabaco, que mente no primeiro parágrafo de sua apresentação ao visitante de seu site:

"Bem-vindo à Philip Morris Brasil. Somos a segunda maior empresa de tabaco do país e temos o orgulho de oferecer produtos de qualidade para adultos fumantes brasileiros há 50 anos."

Qual a qualidade de um produto que é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo, sete milhões por uso direto do tabaco e mais de 1,2 milhão de mortes por fumo passivo? Esses são números da Organização Pan-Americana da Saúde.

  • O tabaco mata até metade de seus usuários.
  • O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
  • Quase 80% dos 1,1 bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda.

No Brasil, houve época em que a propaganda do fumo era permitida. As indústrias do setor estavam entre os maiores anunciantes do país.

Os anúncios associavam o consumo de cigarros ao esporte, a um mundo de aventuras, à companhia de belas mulheres, "ao sucesso" — como dizia o slogan de uma das marcas mais famosas.

Tudo mentira. O consumo de cigarro leva o indivíduo ao enfisema pulmonar, a diversos tipos de cânceres, a doenças cardíacas e respiratórias.

Como é uma indústria poderosa, que emprega ainda muita gente, sobrevive como pode, cada vez mais bloqueada por leis, que sabem dos prejuízos causados à saúde dos cidadãos e ao sistema de saúde dos países, sobrecarregado por consumidores vítimas do tabaco.

Mas a restrição ao consumo de tabaco no mundo é cada vez maior. A Finlândia tem um projeto de abolir o tabaco no país até 2040. O plano tem duas frentes:

  • prevenir que cidadãos comecem a fumar
  • ajudar fumantes a largar o vício

 

Mundo sem Tabaco (e sem fake news)

 

No Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, do ano passado, o diretor executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, reconheceu que esse é um desafio imenso ainda.

“Porque a gente sabe que o Brasil é um grande produtor de tabaco, principalmente na Região Sul. E é difícil sensibilizar aquela população do cultivo de que é importante mudar a cultura para outros tipos de plantio. Sobretudo porque naquela região existem incentivos por parte dos governos locais. Fica difícil mudar uma cultura que vem, muitas vezes, de gerações de famílias que cultivam tabaco. É um trabalho que ocorre não só no Brasil, mas no mundo todo e a OMS pegou isso como uma bandeira importante no contexto todo do controle do tabaco”, disse o médico.

Além de causar dependência, o fumo provoca quatro vezes mais doenças coronarianas, acidente vascular cerebral (AVC); 12 vezes mais doenças de pulmão; no caso das mulheres, de 12 a 13 vezes mais câncer de pulmão; no caso do homem, mais 23 vezes câncer de pulmão. “A gente está cansado de saber o mal que o hábito de fumar traz para o organismo humano. Fora isso, a ideia este ano é chamar a atenção para o mal que faz para a natureza e a sociedade como um todo, a poluição que causa”.

A indústria do tabaco produz toneladas de lixo tóxico, com substâncias jogadas nos mais diversos lugares: ruas, praias, oceanos, rios. Um volume gigantesco de material não reciclável com um volume grande de substâncias tóxicas. Além de poluir nossos corpos, polui o meio ambiente, degrada a natureza.

Proibida de anunciar, a indústria se reinventa com os cigarros eletrônicos, que a Anvisa recentemente confirmou a proibição no Brasil, e com a busca de limpeza de sua imagem. 

Porque não é fácil admitir que você vive de fabricar produtos que vão causar mais malefícios que benefícios a seus utilizadores.


 
Associando a indústria ao combate à desinformação, a Philip Morris Brasil quer ligar sua marca a uma ideia positiva. Associar a marca à verdade, à informação correta. Quando a informação correta está contida, obrigatoriamente e por lei, nas diversas advertências nos maços de cigarro.

Encontrou a Folha, disposta a queimar o que resta de credibilidade de sua marca servindo de lavagem de imagem da indústria do tabaco.




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Lula pede a bola e organiza o meio de campo, em encontro com jornalistas

Sob ataque da mídia hostil e da extrema direita mundial, aqui representada pelo bolsonarismo, o presidente Lula viu que as pesquisas não refletiam a realidade de suas realizações.

Enquanto corria o país e o mundo buscando investimentos e mudando a cara do Brasil, a extrema direita e a mídia hostil tratavam de esvaziar as iniciativas do governo com adversativas nas conquistas e criação de problemas onde não havia, como a suposta demissão do presidente da Petrobras. Tudo isso para fustigar e manter o governo na defensiva.

A estratégia deu certo, tanto que as pesquisas não refletem o êxito do governo Lula em várias áreas, com crescimento acima da expectativa, controle da inflação e a melhora da imagem do Brasil como um todo, após o governo de destruição de Jair Bolsonaro.

Ontem, por exemplo, foi noticiado discretamente que o governo Lula fez cair a pobreza no Brasil em 2023 em 25 estados e no Distrito Federal. Foram oito milhões e seiscentos mil brasileiros (assim, por extenso, para dar a dimensão) de brasileiros que saíram da linha da pobreza em um ano. Como disse a Folha, quase a população inteira do estado do Ceará, que é de 8,8 milhões.

E essas conquistas do governo devem levar em conta que Lula governa com: 

  • um presidente do Banco Central bolsonarista, que pensa a economia de modo completamente diverso do presidente; 
  • a maior taxa de juros reais do mundo;
  • com um Centrão guloso comandado por um presidente da Câmara que votou em Bolsonaro
  • com a herança maldita de Bolsonaro, como os bilhões em precatório que Lula teve que pagar
  • com a administração pública em várias áreas sucateada.

Ainda assim, o país cresce e oito milhões e seiscentos mil brasileiros sentem na pele essa mudança.

Lula, como craque do time, viu que tinha que entrar no campo da comunicação política, chamou a bola para si e começou a organizar  o meio de campo.

Inicialmente, chamou os ministros e mandou que eles saíssem em campo defendendo o governo e suas pautas, dialogando com a sociedade, empresários e políticos, e tocando suas pastas.

Procurou pessoalmente os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para uma conversa particular.

Pacheco, com reação a uma vacina, não pôde ir, mas o encontro será ainda esta semana.

Conversou então com Lira.

Certamente para fazer o que mais gosta, trabalhar a bola no meio de campo, fazer política, desfazer intrigas, desamarrar nós e clarear o jogo, na tentativa de baixar a temperatura da polarização no país, que só favorece a extrema direita, que se alimenta do caos.

Ontem, o presidente Lula chamou a imprensa para um encontro no Palácio. Mais de 50 jornalistas das mais diversas empresas de comunicação compareceram para um Café com o Presidente.

Nessa conversa fez questão de deixar claro 

  • que sabe que existem problemas, mas que eles estão sendo equacionados,
  • que problemas políticos são resolvidos politicamente,
  • que “Quem já conviveu com o Roberto Campos um ano e quatro meses não tem nenhum problema de conviver mais seis meses”.

Chamando os problemas para o campo político, Lula fica à vontade, porque mesmo seus adversários não podem negar que o presidente é o Pelé nesse campo.  

Os resultados começaram a aparecer. Arthur Lira reconheceu que exagerou com Alexandre Padilha e elogiou o presidente:  

"O presidente Lula teve um ano de 2023 espetacular."

O país vai crescer, Lula repetiu aos jornalistas, como já havia feito quando do lançamento do programa Acredita uns dias antes. 


 



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Em 5 anos, 99% do conteúdo da internet será gerado por IA. E nós?

A internet como foi criada já era. A rede para conectar e aproximar pessoas já está tomada pelos robôs. Eles geram 47,4% de todo o tráfego nas redes.

Aqueles views, aqueles likes, até aquela paquera no Tinder ou no Instagram, pode não ser quem você está pensando. Não um humano fingindo-se outro. Mas um robô, criado para varrer a internet em busca de dados para alimentarem os algoritmos de seus contratantes.

"E o pior, 30% são robôs maliciosos, atuando com a intenção de copiar informações ou fazer ataques. Vários são capazes de imitar o humano, se tornando indetectáveis. Enquanto isso, o acesso realmente humano cai a cada ano. De 2021 a 2022, a queda foi de 5,1%. Se a tendência continuar, em breve a internet será terra de ninguém, ou melhor, terra de robôs" segundo o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, na Folha.

A circulação de robôs está tão intensa nas redes, que interfere nos resultados dos sites de busca. O Google busca forma de neutralizá-los. Internautas também. Muitos acrescentam em suas pesquisas o comando "Before: 2023", para conseguir resultados anteriores a 2023, quando a influência dos robôs com conteúdos feitos com Inteligência Artificial era menor.

Na Índia, foi feita uma pesquisa entre pessoas que frequentam sites de relacionamento, tipo Tinder. 77% delas descobriram que estavam conversando com um perfil criado por IA, inclusive nas fotos. Imagine a decepção.

O comércio adotou de vez os robôs para seu primeiro contato com os consumidores nas redes. É o famoso "tecle 1, tecle 2, tecle 3", hoje ultrapassado, que desempregou muita gente de carne e osso nos atendimentos de telemarketing. 

Hoje as centrais de atendimento estão tomadas por robôs, que conversam com o consumidor por texto (chatbot), por voz (voice bots) ou por avatares.

Já nos habituamos a essa nova rotina e hoje falamos com a Lu da Magalu, que tem quase 7 milhões de seguidores no Instagram, ou com a Bia do Bradesco, quase que com naturalidade.

Nesse relacionamento, o ser humano é escanteado.

Mas, se já está ruim, a notícia que vem da Dinamarca é pior. 

Um estudo do Instituto de Estudos do Futuro de Copenhague prevê que 99% do conteúdo que será postado na internet em 5 anos será gerado por inteligência artificial.

Seremos apenas 1% da rede em pouco tempo falando com 99% de conteúdo gerado por IA. 

Que mundo essa falta de comunicação entre humanos na internet nos trará?

Vamos de novo nos encontrar nas ruas, praças, conversar olhos nos olhos, como uma vez há muito tempo foi?

Como será o tempo futuro, quando acharemos um absurdo que pessoas perdessem grande parte de seu tempo postando nas redes sociais, num tempo em que elas só terão robôs?

E o que será que eles estarão fazendo entre eles?

Talvez alguns de nós façamos parte do 1% que ainda resistirá representando a espécie humana nessa selva de IA. Nossos gladiadores do futuro.

 



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Presidente da Colômbia denuncia golpe. Oposição desfila com seu caixão

O presidente da Colômbia, o ex-guerrilheiro do M-19 Gustavo Petro, denunciou em seu perfil no X mais um ataque da oposição a seu governo, com ameaça de golpe de Estado. As ruas foram tomadas por manifestantes que querem sua deposição.

"As manifestações contra o governo contaram com mais ou menos 250 mil pessoas em todo o país, foram fortes em sua ordem em Medellín, Bogotá e Bucaramanga. Nas demais cidades, chegando a 18 locais, foram fracos.

As marchas foram respeitadas ao máximo como continuará a ser feito. Uma das características centrais do meu governo é respeitar a liberdade de expressão e os direitos do povo.

O principal objetivo das marchas é gritar “Fora Petro” e derrubar o governo da mudança. Esse processo já começou e é um golpe suave que anula a decisão popular pela mudança em 2022."


Alguns manifestantes chegaram a desfilar com um caixão, desejando a morte do presidente.

 

Na mesma mensagem no X, o presidente Gustavo Pedro chamou o povo às ruas para uma grande manifestação no Dia do Trabalhador, 1º de maio, em apoio ao governo popular. 


"Hoje alguns se expressaram livremente, as forças populares devem responder, neste 1º de maio.

Não se trata de dividir o país, já está dividido. Trata-se de fazer soar também a voz popular. Diante dessas diferentes vozes, o governo buscará formas de entendimento. Se a direita quiser burlar as eleições e desrespeitar o voto do povo, não haverá entendimento. O pacto nacional é para o futuro e não para o passado.

O destino do governo dependerá exclusivamente do apoio do povo. "

 

No fundo, como no mundo, a direita não aceita dividir nada com o povo. A reação contra o governo Petro quer levar a Colômbia de volta aos tempos de Álvaro Uribe, o presidente de extrema direita ligado a grupos paramilitares, que se dizia linha dura contra os guerrilheiros e os narcotraficantes, mas foi denunciado por Virginia Vallejo, amante do traficante colombiano Pablo Escobar, como grande colaborador dele:

Pablo Escobar sobre Uribe: 'Se não fosse por esse rapaz bendito, ainda estaria trazendo pasta de cocaína em porta-malas de carros e nadando até Miami para levar cocaína aos gringos’

 




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Pesquisa Ipec mostra principal problema enfrentado pelo governo Lula

Se forem confirmados por outras, a mais recente pesquisa Ipec mostra o principal problema enfrentado pelo governo Lula.

Porque áreas onde o governo tem boas realizações são mais mal avaliadas que áreas onde o governo ainda sofre de indefinição, como Educação por exemplo — embora o recente lançamento do programa Pé de Meia parece que atingiu o alvo.

A má avaliação em Saúde e Segurança é fruto do momento, o país sob uma epidemia de dengue e a fuga dos prisioneiros de Mossoró — esta dominou o noticiário durante quase dois meses até a captura da dupla.


O principal problema enfrentado pelo governo é o da Comunicação:

  • a comunicação do governo
  • a guerra midiática promovida pela mídia 
  • a comunicação da extrema direita

Não se pode negar a eficiente comunicação da extrema direita, que consegue manter acesa a polarização, mesmo com todas as denúncias e acusações contra o ex-presidente Bolsonaro, já inelegível por oito anos e às vésperas de prováveis condenações que o enviarão para a cadeia.

A mídia, que andou recolhida, encabulada, voltou à guerra total ao governo Lula, buscando a polarização do país a tal ponto que a palavra de ordem agora é seguir Elon Musk e atacar o ministro Alexandre de Moraes, em acordo com o bolsonarismo, só faltando chamá-lo de ditador — o que fazem, como Bolsonaro, transferindo a palavra para o pastor Malafaia.

Não há um só boa ação do governo que não venha acompanhada de uma adversativa. O mesmo não acontece com as críticas, que nunca são ponderadas, mas destacadas.

Já a comunicação do governo parece jogar pelo empate, mais procurando evitar danos que partir para o ataque em busca do gol.

Numa entrevista, o ministro Paulo Pimenta afirmou certa vez que o termômetro da comunicação estava nas pesquisas. Se é assim, parece que é hora de dar o remédio, porque se a febre não é alta, ainda assim é febre.

A verdade do governo Lula não está refletida na pesquisa. Se a culpa não for da pesquisa é da comunicação.




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Quinho e o terceirizador




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Bolsonaro usa Malafaia para atacar Alexandre de Moraes e Pacheco

Em evento realizado na manhã de ontem na Praia de Copacabana, Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro terceirizou seu discurso e pôs na boca do pastor Silas Malafaia os recados que ele, Bolsonaro, gostaria de mandar, mas não pôde, pois seria preso.

Boneco de ventríloquo do presidente, o pastor Malafaia cumpriu seu papel à risca, porque sabe que os alvos de sua suposta ira — o ministro Alexandre de Moraes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco — não lhe dão a mínima importância.

A relevância política do que fala Malafaia é zero, e todos sabem que ele só está ali para mandar mensagens de Bolsonaro.

 

Bolsonaro: A culpa é de outro

 

O ex-presidente aprendeu, quando quase foi expulso do Exército por fazer um croqui de bombas que faria explodir nos quartéis, que aquele erro não poderia mais cometer.

O erro de ameaçar explodir bombas? Não, o de fazer o croqui de próprio punho.

A partir daquele dia Bolsonaro passou a terceirizar tudo.

O esquema das rachadinhas era cuidado pelo seu boy de luxo, Fabrício Queiroz. Depois o esquema foi passado para o filho Flávio, com o mesmo Queiroz de operador. Qualquer problema, a culpa era do Queiroz, eles não sabiam de nada.

Como presidente, Bolsonaro terceirizou os malfeitos no tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens, responsável pelos certificados falsos de vacina, venda de joias surrupiadas do Estado brasileiro, pagamento de contas da madame Michele com dinheiro vivo.

Agora, às vésperas de ir para a cadeia, Bolsonaro terceiriza os recados que queria dar: contra o ministro Alexandre de Moraes, relator dos seus inúmeros problemas com a Justiça, e contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por não pressionar Moraes com aceno de possibilidade de impeachment, que é atribuição do Senado.

 

Boneco de ventríloquo

 

Malafaia cumpriu à risca o papel. Atacou Moraes e Pacheco:

  • "Há dois anos, chamo Alexandre de Moraes de ditador da toga. Alexandre de Moraes, quem te colocou como censor da democracia? Quem é você para definir o que um brasileiro pode falar? Todo ditador tem um modus operandi: prende alguns para colocar medo em outros, para que ninguém o confronte. Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes."
  • “O senhor presidente do senado, Rodrigo Pacheco, até aqui, frouxo, covarde, omisso. Rodrigo Pacheco envergonha o honrado povo mineiro que o elegeu.”

Em seu discurso, Bolsonaro citou obras realizadas que não eram dele e elogiou seu governo, sem conseguir explicar por que saiu derrotado, mesmo tendo feito esse governo "maravilhoso" de seu discurso e ainda ter usado a compra de votos com medidas eleitoreiras, distribuindo bilhões de reais à população e até impedindo eleitores de Lula de votarem no segundo turno, usando para isso a Polícia Rodoviária Federal.

Bolsonaro contava conseguir um público de mais de 100 mil pessoas em Copacabana. Não conseguiu um terço disso: 32 mil, segundo a USP.

E para tristeza dele, o domingo passou, hoje é segunda-feira e a realidade continua a mesma, os processos contra ele seguem andando e, logo, ele terá que prestar contas à Justiça, mesmo atribuindo aos outros todos os erros que comete ao longo da vida.



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