Ali Kamel defende o copyright, mas precisa se entender com a Infoglobo

Em artigo publicado hoje no Globo, o diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, defende o copyright e investe contra os “piratas” que usam o trabalho alheio sem a devida remuneração.

Deveria começar criticando seus superiores da Infoglobo, que fazem isso com o chamado Eu-Repórter – o incauto que manda reportagens, fotos e vídeos para a Globo, com o intuito de colaborar com o jornalismo ou apenas de ter seu nome impresso ou digitado.

Em todos os cantos das Organizações Globo, seja na TV, no jornal ou nos portais G1 e Globo Online, essa participação é incentivada. No entanto, leiam mais uma vez o que diz o contrato sobre o pagamento a que fará jus o “Eu-Repórter” (grifos meus):

III – ENVIO DE CONTEÚDOS: DIREITOS DE AUTOR E DIREITOS DE IMAGEM
3.1 Ao remeter conteúdos produzidos pelo USUÁRIO, o mesmo concede uma licença não exclusiva, GRATUITA, não revogável, global e perpétua à INFOGLOBO, para que a mesma divulgue e/ou exponha tais conteúdos livremente no site O Globo e em veículos de imprensa da INFOGLOBO e/ou das demais empresas que compõem as chamadas ORGANIZAÇÕES GLOBO, para quaisquer finalidades, podendo ainda fixá-los e armazená-los em ambientes eletrônicos e/ou quaisquer suportes aptos à gravação e leitura de informações eletrônicas incluindo, mas não se limitando à ambientes na Internet, Intranets, demais redes públicas ou privadas de dados, dispositivos móveis tais como celulares e dispositivos de mão, computadores e aparelhos com capacidade de processamento de informações, mídias físicas como CDs, DVDs, cartões de memória, discos rígidos ou quaisquer outros suportes à informação eletrônica, assim como mídias tradicionais como TV e papel impresso e assemelhados.
3.2 O USUÁRIO igualmente concorda que a INFOGLOBO poderá comercializar com terceiros que não componham as chamadas ORGANIZAÇÕES GLOBO os conteúdos que houver submetido ao serviço Eu-Repórter. Nestes casos o USUÁRIO fará jus a um pagamento equivalente à metade do valor de aquisição do conteúdo efetivamente pago pelo terceiro, em até sessenta dias da data de referida transação.

Viram só? A Infoglobo ainda fica com a metade da grana do incauto. E aí, Kamel, que copyright é esse?

Leia também:

» Denúncia do Blog do Mello faz Globo recuar

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Airbus (ou Airbug?) sofre novo acidente

Mais um Airbus cai no mar, agora com 153 vítimas a bordo, em Moroni, capital das ilhas Comores, sudeste da África (o Blog do Mello também é cultura, 10h37, na capital da República).

Evidentemente a culpa será do mau tempo, dos pilotos, da falta de grooving, do presidente Lula, mas nunca, jamais, da Airbus, que provoca um desastre atrás do outro e depois vem com remendos e observações.

A verdade é que o sistema de controle por computadores dos aviões da Airbus tem vários bugs, daí o título da postagem.

Quem quiser saber mais, é só clicar na caixa de pesquisas aqui do blog que vai achar um monte de acidentes com um Airbug.

ATUALIZAÇÃO: Um comentarista alertou que o modelo de Airbus deste acidente específico é antigo, não usa o sistema fly-by-wire tão discutido. Portanto, a crítica, neste caso, é inválida. Nos outros, não.

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Peritos confirmam que é falsa a ficha de Dilma que Folha usou em reporcagem

Dois peritos independentes, pagos pela ministra Dilma Rousseff, chegaram à mesma conclusão: a ficha que a Folha publicou em destaque em sua primeira página de domingo, dia 5 de abril, é falsa.

Um dos laudos foi “produzido pelos professores do Instituto de Computação da Unicamp (Universidade de Campinas) Siome Klein Goldenstein e Anderson Rocha concluiu”:

"O objeto deste laudo foi digitalmente fabricado, assim como as demais imagens aqui consideradas. A foto foi recortada e colada de uma outra fonte, o texto foi posteriormente adicionado digitalmente e é improvável que qualquer objeto tenha sido escaneado no Arquivo Público de São Paulo antes das manipulações digitais".

Um outro laudo foi “produzido pelo perito Antonio Nuno de Castro Santa Rosa da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), ligada à UnB (Universidade de Brasília), chega às mesmas conclusões”.

A ministra exige agora que a Folha faça o que já deveria ter feito há muito tempo:

Diante da prova técnica da falsidade do documento, solicito providências no sentido de que seja prestada informação clara e precisa acerca da "ficha" fraudulenta, nas mesmas condições editoriais de publicação da matéria por meio da qual ela foi amplamente divulgada, em 5 de abril de 2009.

Ou seja, o desmentido deve ser feito no alto da primeira página de domingo, com o mesmo destaque que a reporcagem teve à época.

A reportagem completa está na Folha, aqui, para assinantes.

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Blog do Mello, sempre contra a maré

Sei que meu blog é quase kamikase, porque eu desço o cacete nos principais conglomerados de mídia do país e também nas maiores empresas do mundo, como VW, Mercedes, todos os bancos e suas Fundações (por que só investigar a Fundação Sarney e não a Roberto Marinho, a Bradesco, a Itaú?), mas eu gosto mesmo é do sabor Coca-Cola.

Leia esta postagem que fiz aqui sobre o desastre que a Coca fez na Índia. E saiba também que a tal "água mineral" da Coca é água bical. Sim, a mesma água que você tem na sua torneira, só que tratada quimicamente.

Em homenagem à Coca vai esta montagem que fiz para a gigante de Atlanta:

Coca sabor zero

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Lula mais uma vez põe o dedo na ferida da mídia

Em Itajaí (SC), o presidente Lula não perdeu a oportunidade de mandar mais um recado aos donos da grande mídia. O presidente começou criticando a cobertura da imprensa sobre as eleições iranianas:

"Às vezes fico meio chateado acompanhando o noticiário, porque a vitória do presidente do Irã não foi pequena. Agora, o fato de a oposição não se conformar de ter perdido e achar que tem o direito de bagunçar o que a maioria deu, a gente não pode aceitar nem lá, nem aqui, nem em lugar nenhum", disse Lula, em entrevista ao grupo gaúcho de mídia RBS.
"O que eu condeno no Irã? A morte, a violência. E vocês da imprensa precisam ter cuidado com o material que vem de lá, porque é feito pela oposição. Já que a imprensa internacional não está podendo participar, estão pegando o material da oposição."
Lula se disse "indignado" com o que considera um desequilíbrio no noticiário. "Lembro quando o [George W.] Bush ganhou a primeira eleição, na Justiça. Se fosse no Irã ou na Venezuela, teria ocupado oito meses de jornal no mundo inteiro de crítica", disse. [A reportagem é de Pedro Dias Leite, enviado da Folha a Itajaí, e pode ser lida na íntegra aqui, apenas por assinantes].

A referência que Lula faz a Bush é sobre sua escandalosa e fraudulenta vitória sobre Al Gore, em 2000, que você pode saber em detalhes aqui.

Mas não ficou apenas nisso. Em outra página do jornal, há uma declaração do presidente em favor da blogosfera (mostrando que a azia presidencial se restringe à imprensalona):

A rapidez da internet mudou a forma como as pessoas se informam. "A imprensa não tem mais o poder que tinha. A informação já não é mais uma coisa seletiva, em que os detentores podem dar golpe de Estado."

Tá dado o recado para os barões da ditabranda e também para nós, como mais um incentivo para que continuemos com nosso trabalho de mostrar o que eles querem esconder e denunciar suas mentiras e manipulações.

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A saga de Sarney: coincidência ou Serra (3)

Já fiz duas postagens aqui sobre a intensa pressão em cima do senador José Sarney (que só Deus e a justiça amapaense sabem como conseguiu se reeleger batendo a valente Cristina Almeida (PSB) (sobre este assunto não deixe de ler esta postagem aqui). Nas duas, perguntava: coincidência ou Serra? E recebi vários questionamentos, como se eu estivesse defendendo Sarney e não, ao contrário - e era o foco das postagens - denunciando a utilização de antigas e manjadíssimas acusações contra o ex-presidente, logo agora que ele foi escolhido presidente do Senado, é aliado de Lula e inimigo declarado do presidente eleito pela mídia José Serra. Daí a pergunta: coincidência ou Serra?

Porque acusações contra o senador Sarney vêm do tempo em que ele ainda nem usava bigodes. Quem procurar na caixa de pesquisas aqui do blog vai encontrá-las aos montões. Escolhi algumas:

A grande sacada de Sarney, com o dinheiro que ele sacou do Banco Santos, um dia antes na intervenção naquele banco e como a transação foi feita pelo próprio presidente do banco.

Como Roberto Marinho mandava em Sarney e nomeou Maílson da Nóbrega ministro da Fazenda, na época em que Sarney era presidente.

Ao final de seu governo (que de tão ruim praticamente elegeu Collor, com o auxílio luxuoso da Globo) uma pesquisa do Ibope, de novembro, mostrava o tamanho do desgaste do presidente Sarney: para 60% dos entrevistados seu governo era avaliado como ruim/péssimo. E deixou o governo com uma inflação de 80%, ao mês. Não há engano, é ao mês mesmo.

O Maranhão, um dos estados de maior riqueza cultural e belezas naturais do Brasil, governado há décadas pela família Sarney, é um dos mais miseráveis do país. Onde reinam o nepotismo e a autoexaltação mais desavergonhada do Brasil, como já denunciamos anteriormente aqui:

Segundo o Jornal Pequeno, do Maranhão, que tem como slogan "O órgão das multidões", afirma que é fácil ver as digitais de Sarney no estado:

"Para nascer, é na Maternidade Marly Sarney. Para morar, você tem as vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola (mãe de Sarney) ou Roseana Sarney. Para estudar, suas opções são as escolas Roseana Sarney, Sarney Neto, Fernanda Sarney, Roseana Sarney, Marly Sarney ou o próprio Sarney. Para pesquisar, pegue um táxi no posto Marly Sarney e vá à biblioteca José Sarney (que fica na maior faculdade particular, que, dizem as más línguas, também é do Sarney). Para ler notícias, tem o jornal Estado do Maranhão, que também é do Sarney, ou a televisão do Sarney. Para saber sobre contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Sarney Murad. Para sair da cidade, atravesse a ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá para a rodoviária Kiola Sarney e então, depois de algumas horas nas estradas e rodoviárias "maravilhosas" do Maranhão, você chegará ao município José Sarney. Não gostou? Quer reclamar? Pode me processar que eu vou responder no fórum desembargador Sarney!" março de 2007

Mas, como nada disso parece entrar na cabeça de algumas pessoas, como elas continuam achando que estou defendendo Sarney e não denunciando a maré de denúncias que tem como objetivo retirá-lo de lá para colocar alguém que, pelo menos, não seja adversário de Serra, vou usar uma charge de Chico Caruso, publicada na primeira página de O Globo de hoje, e que demonstra muito bem o que estou dizendo. A charge, repare, foi publicada originalmente em fevereiro de 88, portanto, há 21 anos.


Desde aquela época a imagem de Sarney se desfaz em lama, embora tenha sido eleito membro da Academia Brasileira de Letras depois disso, e seja articulista da Folha de São Paulo há anos.

Repito a pergunta: se todo mundo sabe quem é Sarney há tanto tempo, se as mutretas que estão denunciadas agora no Senado não começaram com ele – que recém foi empossado – por que toda a sujeira está sendo levantada agora: coincidência ou Serra?

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Seja a mídia. Crie seu blog. A importância dos feeds

Mesmo para quem não quer ter um blog, mas quer se manter atualizado sobre o que se passa na tsunâmica blogosfera, é fundamental ter um leitor de feeds. (Não sabe o que é feed? clique aqui).

Existem vários deles, mas o que uso é o Google Reader. Aja assim. Vá ao Google Reader, faça o login com a sua conta gmail (que você já deve ter criado se leu Seja a mídia. Crie seu blog, passo a passo.(I)) e você chegará finalmente ao Google Reader.

Na página inicial, repare lá em cima, à esquerda, uma caixa onde está escrito Adicionar inscrição. É aí que você vai encaixar todos os feeds dos blogs e sites que lhe interessem ou vierem a interessar.

Em geral, os feeds nos blogs aparecem numas figuras alaranjadas, onde se lê RSS (o mais comum), mas às vezes também XML. No meu blog, você pode verificar logo abaixo de cada postagem, há um desses alaranjados com o RSS. Clique com o botão direito do mouse sobre ele e escolha a opção Copiar link. Volte então ao seu Google Reader e clique com o botão esquerdo do mouse na opção Adicionar inscrição. Uma caixa vai-se abrir e ali você clica com o botão direito do mouse e opta por Colar. Vai ficar assim. Repare que na caixa apareceu meu feed (http://blogdomello.blogspot.com/atom.xml ). Clique em Adicionar.

Pronto, agora, toda vez que houver uma atualização no meu blog, uma postagem nova, o Google Reader vai lhe informar. Com isso, você não precisa ficar passeando de blog em blog atrás das novidades. Elas vêm até você.

Faça o mesmo procedimento com todos os blogs e sites que você ache interessantes e as informações vão chegar sempre quentinhas diante de seus olhos.

Se você tem interesse por vários assuntos: política, tecnologia, bizarrices, literatura etc., clique em Configurações de feed e crie uma pasta para cada uma dessas opções, utilizando-se da opção Nova Pasta. Cada vez que você adicionar um novo feed, vá a Configurações de feed e assinale a pasta onde ele deve ser arquivado.

Em resumo, é isso. Dúvidas, no comentário. Espero poder ter ajudado.

Não critique apenas a mídia. Seja a mídia.

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Cerco a Sarney: Repito: Coincidência ou Serra?

Em 8 de fevereiro fiz esta postagem, que continua atual - ou está mais atual ainda. Por isso a repito, com acréscimos:

Não sei quanto a vocês, mas eu achei muito, mas muuuito estranho mesmo que tenham surgido denúncias contra os Sarney, na mesma semana em que o bigode acadêmico chegou à presidência do Senado.

Simples coincidência ou aí tem o dedo de... você sabe quem: aquele político que trabalha nos bastidores, usando de espionagem, demitindo jornalistas e maestros, apoiado pelos jornalões, especialmente os paulistas.

Pois ontem, o Estadão publicou matéria com o vazamento de um grampo da PF que teria flagrado uma possível ajuda da ABIN à família Sarney. Hoje foi o dia da Folha (aqui, para assinantes). Em novo vazamento de grampo da PF, Sarney é acusado de ter usado jornal e TV de sua propriedade para atacar seu adversário político no Maranhão, Jackson Lago. Repito: simples coincidência?

A vitória de Sarney representou uma dupla derrota para os opositores de Lula: primeiro, porque Garibaldi Aves se assanhou na presidência e vivia complicando votações de interesse do governo. Segundo, e mais importante, porque Sarney é adversário de José Serra, a quem considera como o principal responsável pelo escândalo que, em 2002, derrubou a candidatura de Roseana Sarney ao Palácio do Planalto.

Outro dia mesmo o Azenha publicou em seu blog o discurso de Sarney naquela época, de onde destaquei o trecho a seguir:

Há um fato cuja recorrência impressiona e intriga. É que toda referência a esse estilo característico de espionagem e dossiês nasce no Ministério da Saúde e envolve o ex-ministro José Serra. Não é afirmação minha, é dos jornais. Mais que uma estratégia de campanha parece uma concepção de governo.

A primeira matéria que surgiu foi na revista Carta Capital, há cerca de um ano. Aqui está o plano anunciado, que aconteceu exatamente como previsto. Leio a revista:

'...no Ministério da Saúde se teria produzido um conjunto de informações sobre atividades de Paulo Renato. Informações explosivas, pois indicariam uma das trilhas montadas pelo grupo em sua escalada rumo ao poder. Ainda segundo a história do dossiê, este teria sido montado no Ministério da Saúde, mais precisamente na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, onde funcionaria um sistema espionagem. ...Eram sete os agentes, incluídos um ex-SNI e SAE [hoje Abin] e um ex-chefe da Inteligência da Polícia Federal no governo Fernando Henrique.' E dá os detalhes.

A imprensa em quase sua totalidade publica que esse mesmo grupo está conectado para essas ações políticas na Polícia Federal e no Ministério Público citando o delegado Marcelo Itagiba, ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal, ex-chefe do grupo de inteligência que se formou no Ministério da Saúde e que é, atualmente, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, e o Procurador José Roberto Santoro. É o que diz a Folha de S.Paulo.

'Delegado e procurador ligados a Serra atuam em investigações: o presidenciável tucano, senador José Serra (SP), conseguiu reunir sob as asas de aliados as duas principais investigações em curso que podem implodir a campanha de seus adversários. São eles o subprocurador da República José Roberto Santoro e o delegado de Polícia Federal Marcelo Itagiba.'

Continuo lendo: 'Em viagem a Palmas (Tocantins), há duas semanas, o subprocurador Santoro coordenou informalmente o pedido de busca e apreensão de documentos no escritório da pré-candidata pefelista e governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Trocou idéias com o procurador Mário Lúcio Avelar, que foi o autor do pedido, e orientou a estratégia a ser adotada.'

'José Roberto Santoro e Marcelo Itagiba fazem parte da tropa de choque de Serra no aparato policial e de investigação. Os dois já estiveram juntos antes.'

'Ex-assessor especial de Serra no Ministério da Saúde, nos dois anos anteriores, o delegado Itagiba havia demonstrado grande desenvoltura no exercício de suas funções. No dia 9 de março de 1999, por exemplo, representou o então ministro numa reunião com a diretoria da Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica).'

'Foi propor aos donos e dirigentes de laboratórios brasileiros que investissem dinheiro numa entidade não-governamental a ser criada para investigar e combater a falsificação de medicamentos. A proposta foi aprovada, segundo ata da reunião.'

Não estou inventando nada sobre ninguém. Estou lendo o que foi publicado. Não houve nenhum desmentido.

Naquele tempo do noticiário da revista Carta Capital, a governadora do Maranhão não era o alvo, eram os concorrentes internos, Pedro Malan, Tasso Jereissati, Paulo Renato. O primeiro explodiu pelo veto político, foi fácil. Dossiê foi feito contra Paulo Renato, diz a revista. Tasso Jereissati também foi objeto de outro dossiê, para ser usado caso insistisse em ser candidato. Disseminou-se o método e o medo.

A serem verdade as aparências, montou-se um grupo estatal para ações políticas. Na Folha de S. Paulo, a jornalista Mônica Bergamo publica:

"Uma das primeiras atitudes do Procurador Mário Lúcio Avelar, do Tocantins, ao colocar as mãos na documentação apreendida foi disparar telefonemas para o procurador Santoro, considerado o mais próximo do candidato Serra."

"Gente, querem dizer que isso é do Serra? Então escreve: sou o procurador do Serra."

Na Saúde, o ministro Serra multiplicou gastos com empresa de ex-chefe de Telecomunicações Eletrônicas do SNI e professor da Polícia Federal. A Fence tem contratos hoje de R$ 1,87 milhão, seis vezes mais do que no ano passado, muitas vezes maior que os contratos para proteger os 33 ministros do STJ.

O Ministério da Saúde, em vez de tratar das epidemias, dá prioridade às coisas de inteligência e espionagem. "Estranhas relações com o mundo dos arapongas", é manchete do Correio Braziliense. E a revista IstoÉ desta semana: "Grampos, chantagem e baixarias".

São tantas as conexões, tantas as evidências, que não há como esconder a ligação dos atos contra a governadora do Maranhão à sucessão brasileira, que querem transformar numa farsa.

O que você acha: Naquela época e hoje, coincidência ou Serra? Quantos metros de altura terá o tapete que esconde a poeira das histórias do bigodudo do Maranhão? Por que só estão sendo ventiladas agora?

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Seja a mídia. Crie seu blog, passo a passo. (I)

Para começar, nada como ir pelo mais simples, mais fácil e mais rápido. Vou tentar ser o mais claro e objetivo possível para ajudar você a participar de nossa blogosfera, como blogueiro – além das várias outras formas de participação, como listeiros, orkuteiros, twitteiros, comentaristas, moderadores de fóruns etc.

O assunto aqui é criar um blog rápido na plataforma do google, aqueles que são blogspot, como o meu.

  1. Vá ao gmail e abra uma conta – se já não a tem, claro.
  2. Vá ao Blogger para criar seu blog. Você vai ver uma página como esta aqui.
  3. Preencha os espaços com sua conta gmail e sua senha e vá logo para a seta que diz “Criar um blog”. Não fique parado nela, clique.
  4. Você será direcionado para a próxima página. Confira se sua conta gmail está correta e preencha o espaço com o nome que você quer que assine as postagens. No meu caso, Antônio Mello. Aceite os termos de uso e clique em continuar.
  5. Nesta nova página você verá logo ao início a informação de que se já tem uma conta do google, acesse-a primeiro, em azul, Faça isto.
  6. Você será direcionado para esta página onde terá apenas que preencher sua senha e clicar em Login.
  7. Surge esta. Você terá agora que escolher um nome para seu blog e também o nome que será preenchido na URL. No meu caso é blogdomello. Você terá que ir tentando até achar um disponível. Cuidado para que não fique um nome tão esdrúxulo que ninguém jamais consiga lembrar-se dele. Repare que há a possibilidade de verificar na hora a disponibilidade do nome. Clique em continuar.
  8. Pronto, agora você só tem que escolher o visual que terá seu blog, entre os que estão à disposição. Selecione-o e clique em continuar.
  9. O seu blog já está criado e você pode começar a postar. Clique em começar a usar a blog. Coloque o título e depois escreva o que quiser e clique em Publicar Postagem.
  10. Vai aparecer uma mensagem dizendo que sua postagem foi publicada. Clique em visualizar blog para ver como ficou.
  11. Taí a sua primeira postagem. O resto você vai aprendendo com o tempo e com mais dicas que vou dar por aqui, sobre configurações, feeds etc. Espero que seja útil.

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PM na USP: O jeito moto-Serra de governar

Para quem quer ver um replay da ditadura (ditabranda, para a Folha e serristas) eis aí a invasão da PM de Serra na USP, na tarde desta terça-feira. São imagens daquele passado de trevas e violência, mas que estão presentes no governo deste candidato que já defini aqui como o político mais perigoso do Brasil.


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Franklin Martins mostra por que é a resposta de Lula à mídia corporativa

Em artigo publicado na Folha, o jornalista defende seu trabalho e, nas entrelinhas, denuncia o acordo tácito governo-mídia corporativa, que ele em boa hora rompeu.

Para que criar fantasmas?

Na última semana, alguns colunistas e políticos da oposição abriram baterias contra a regionalização da publicidade do governo federal. Não gostaram de saber que os anúncios da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), até 2003 concentrados em apenas 499 veículos e 182 municípios, em 2008 alcançaram 5.297 órgãos de comunicação em 1.149 municípios -um aumento da ordem de 961%.
Por incrível que pareça, conseguiram enxergar nesse saudável processo de desconcentração um ardiloso mecanismo de corrupção dos jornais e rádios do interior. Essa seria a explicação para as altas taxas de avaliação positiva do presidente Lula, registrada pelos institutos de opinião.
O raciocínio não tem pé nem cabeça. Vamos aos fatos.
As verbas publicitárias de todos os órgãos ligados ao governo federal permaneceram no mesmo patamar do governo anterior, em torno de R$ 1 bilhão ao ano. Desse total, 70% são investidos por empresas estatais, que não fazem publicidade do governo, mas de seus produtos e serviços, para competir com companhias privadas.
Além disso, os ministérios e autarquias, que respondem por 20% da verba publicitária federal, não podem fazer propaganda institucional, só campanhas de utilidade pública (vacinação, educação de trânsito, direitos humanos etc.). Apenas a Secom está autorizada a fazer publicidade institucional. Para esse fim, seu orçamento é igual ao do governo anterior (cerca de R$ 105 milhões).
Não houve aumento de verbas. O que mudou foi a política. Em vez de concentrar anúncios num punhado de jornais, rádios e televisões, a publicidade do governo federal alcança agora o maior número possível de veículos. Pelo mesmo custo, está falando melhor e mais diretamente com mais brasileiros. Acompanhando a diversificação que está ocorrendo nos meios de comunicação.
A circulação dos jornais tradicionais do eixo Rio-São Paulo-Brasília, por exemplo, está estagnada há mais de cinco anos, próxima dos 900 mil exemplares. No mesmo período, conforme o Instituto Verificador de Circulação, os jornais das outras capitais cresceram 41%, chegando a 1.630.883 exemplares em abril. As vendas dos jornais do interior subiram mais ainda: 61,7% (552.380). No caso dos jornais populares, a alta foi espetacular, de 121,4% (1.189.090 exemplares).
Por que deveríamos fechar os olhos para essas transformações? A dota hoje o princípio da mídia técnica: a participação dos órgãos de comunicação na publicidade é proporcional à sua circulação ou audiência. Houve época em que eram comuns distorções, às vezes bastante acentuadas, a favor dos grupos mais fortes. Isso acabou.
Esses critérios técnicos, amplamente discutidos com o TCU e entidades do setor, têm favorecido a democratização, a transparência e a eficiência nos investimentos de publicidade do governo federal. Não há privilégios nem perseguições. Tampouco zonas de sombra. Muito menos compra de consciências.
É importante ressaltar ainda que a comunicação do governo não se dá principalmente pela publicidade. Esta apenas presta conta das ações mais importantes e consolida algumas ideias-força. O governo comunica-se com a sociedade basicamente por meio da imprensa, respondendo a perguntas, críticas e inquietações.
Para ter uma ideia, em 2008 o presidente Lula deu 182 entrevistas à imprensa, respondendo, em média, a 4,8 perguntas por dia, incluindo fins de semana e feriados. É pouco provável que exista um chefe de governo no mundo que tenha conversado tanto com a imprensa quanto o nosso. Atendendo a todo tipo de imprensa, pois não existe no Brasil só a imprensa do eixo Rio-São Paulo-Brasília. São várias, com percepções e interesses diferentes. Cada uma fazendo o jornalismo que lhe parece mais apropriado e se dirigindo ao público que conseguiu conquistar.
Exemplo: quando Lula lançou em São Paulo o atendimento em 30 minutos aos pedidos de aposentadoria no INSS, os grandes jornais não destacaram o fato. Mas o tema foi manchete de quase todos os jornais populares e diários das demais capitais. O que para uns foi nota de pé de página, para outros foi a notícia do dia.
Por tudo isso, temos que ficar atentos às mudanças na forma como os brasileiros se informam. O crescimento da internet é um fenômeno que abre extraordinárias possibilidades e lança imensos desafios. Não podemos fechar os olhos para a realidade: os jovens, cada vez mais, buscam informações nos portais, nos blogs e nas redes sociais da internet.
Por último, não se sustenta o raciocínio de que as altas taxas de aprovação do governo Lula teriam a ver com um arrastão de compra de jornais e rádios no interior. Basta recorrer ao último Datafolha, que atribui 67% de ótimo e bom para o governo federal nas regiões metropolitanas e 71% no interior. A diferença está situada dentro da margem de erro da pesquisa. Os números são praticamente os mesmos. O resto é preconceito.
O mais provável é que as altas taxas de aprovação do governo tenham uma explicação bem mais simples: a maioria da população está satisfeita com seu trabalho. É legítimo que aqueles que não concordam com tal percepção recorram à luta política para mudá-la. O debate faz parte da democracia. E faz bem a ela. Mas é necessário criar fantasmas?

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Secretário de Imprensa do Presidente Lula fala sobre o Blog do Presidente

Recebi do Nelson Breve - secretário de Imprensa da Presidência da República – o seguinte comentário a respeito de minha postagem O tal Blog do Presidente Lula é uma farsa.

Caro Mello, nunca dissemos que faríamos um Blog do Presidente, sempre ressaltamos que nossa primeira experiência na mídia digital seria institucional. Portanto, é injusto e inaceitável a acusação de farsa que você faz. Em relação ao conteúdo do Blog, acho prematuro qualquer especulação, pois ainda está sendo construído. Se quiser se informar melhor sobre o projeto, estamos à disposição para ouvir e sermos ouvidos. A equipe de 5 pessoas é composta de um coordenador do projeto, um programador, um webdesigner, um repórter multimídia e um redator. Espero que entenda que uma caminhada começa com os primeiros passos e não os últimos. Um abraço.

Nelson, não tenho nada contra um blog institucional da presidência (portanto, corporativo), só lamento que não seja realmente um blog do presidente Lula, dentro da definição de blog que esclareci na postagem: “blog é uma página de opinião, com direito a comentários.”

Um abraço, e sucesso no projeto é o que desejo. Mas minha opinião segue a mesma.

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O tal Blog do Presidente Lula é uma farsa

Acabei de ler que o blog do presidente Lula vai ser escrito por cinco redatores que estão sendo contratados pela Secretaria de Comunicação.

Merda. Vai ser um blog corporativo, como o da Petrobras – este, aliás, muito bem criado agora para fazer frente aos vendilhões do templo de sempre.

Mas o Lula é o Lula. O Lula é o cara. E o blog é, por definição, uma página de opinião, com direito a comentários. Quem vem ao Blog do Mello quer saber o que eu tenho a dizer sobre tal assunto.

Não seria ótimo lermos o Blog do Presidente Lula escrito pelo próprio? Sentimentos, paixões, encheções, impressões de uma viagem – tudo fora de pauta, sem ter que dar opinião sobre política nacional ou internacional. Uma página pessoal do presidente, escrita por ele sobre o que lhe desse na telha e quando tivesse tempo – e sempre há tempo, quando se deseja uma coisa.

Lula é uma figura imensamente popular (dargh!! isso é óbvio), e gosta de se comunicar. Poderia falar apenas do que lhe chamou atenção nas cores das roupas das pessoas na Costa Rica, p.ex., ou na formalidade excessiva de tais e tais visitas. Uma observação, ou piada, ou notícia que chamou sua atenção num blog, ou num jornal ou programa de TV.

Blog corporativo de Lula é furada. Muito bom para a comunicação institucional. Mas, zero para a blogosfera, que gostaria de ler o que Lula tem a dizer.

Quero ler o Blog do Lula e não o dos cinco redatores. Parodiando o refrão:

- Lula, cadê você? Vou no teu blog pra te ler.

E você, o que acha?

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Blog do Mello: Let´s play that

Quero agradecer imensamente a todos os que, via comentários ou e-mails, lamentaram meu afastamento temporário do blog, e agradecer também aos que, da mesma forma, comemoram meu retorno.

Com todos divido este poema de Torquato Neto:

Let´s play that

Quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo me disse
apertando a minha mão
com um sorriso entre dentes
– vai, bicho, desafinar
o coro dos contentes.

Tô na área. Muito graças a vocês.

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Airbus da Air France: acidente ou omissão criminosa?

Está hoje na primeira página do Globo a informação de que a Agência Européia de Segurança de Aviação (Easa) emitiu um alerta em janeiro deste ano avisando que os modelos Airbus A330 (como o da Air France que se acidentou no domingo) e A340 podiam apresentar “comportamento anormal”, “podendo provocar até repentinos mergulhos em pleno voo”.

Peralá. Comportamento anormal, mergulhos repentinos em pleno voo e nada foi feito?

Não é de hoje que os Airbus apresentam “comportamento anormal”, geralmente relacionados ao sistema Fly-by-Ware, como já postei aqui, em julho de 2007.

Acidente com vôo JJ 3054 da TAM: Briga dos pilotos com sistema FBW (Fly-by-wire) do Airbus?

Fiz outro dia uma postagem aqui, Briga de pilotos e computadores pode ter causado acidente com Airbus da TAM. Pesquisei mais sobre o assunto e divido as descobertas com vocês:

Sobre o sistema FBW (Fly-by-wire) do Airbus, o engenheiro e professor de Engenharia Mecânica da Universidade do Porto, Portugal, Francisco Vasques, em curso ministrado em agosto de 2006 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (um arquivo pdf com a apresentação em PowerPoint do professor pode ser baixado aqui), afirmou que:

Inicialmente vários dos acidentes dos Airbus foram atribuídos a erros humanos. Posteriormente foram detectadas insuficiências graves a nível da concepção das interfaces homem-máquina.

Na Wikipedia, há a incrível história do vôo de demonstração do desempenho do Airbus, logo à época de seu lançamento e que acabou do jeito que você pode ver no vídeo aí acima.

O vôo 296 da Air France foi um vôo de demonstração do desempenho do Airbus, que acabou explodindo a 26 de junho de 1988 na floresta que havia no final da pista do aeroporto da cidade de Mulhouse-Habsheim, sul da Alsácia, França. O A320-100, prefixo F-GFKC, transportava 6 tripulantes e 130 passageiros, dos quais 50 saíram feridos e 3 morreram, entre estes um tetraplégico e uma moça que não conseguiram escapar a tempo, ficando bloqueados na cabine que se incendiou na seqüência do desastre. Numerosos presentes filmaram a cena: vôo 296.

O acidente fatal ocorreu apenas dois meses depois do lançamento da aeronave. O piloto Michel Asseline, o primeiro oficial Pierre Mazière, dois funcionários da Air France e o presidente do aeroclube que patrocinou o evento foram julgados. O piloto foi condenado por homicídio culposo e sentenciado a pena de 6 meses na prisão mais 12 meses de condicional; os demais foram sentenciados a condicional. O piloto sempre negou a responsabilidade pelo acidente, que atribuiu ao painel de instrumentos da cabine do avião. Ele afirmou, após ver um vídeo do acidente, que o altímetro indicava uma altura de 30 metros de altura quando na realidade estava a apenas 9 metros.

Após esse acidente com o Airbus, um piloto de Boeing 747 da Air France, Norbert Jacquet, de 38 anos de idade, questionou a confiabilidade do avião, altamente computadorizado, bem assim a versão oficial fornecida à imprensa a respeito desse acidente. Também apontou a tentativa de se esconder graves defeitos na tecnologia do Airbus. Ele acabou demitido da Air France, acusado de insano, teve seu brevê revogado definitivamente e ainda passou por vários estabelecimentos prisionais franceses.

Sobre esse acidente, Norbert Jacquet escreveu um livro com o seguinte título: Airbus - L’assassin habite a l’Elysee, que pode ser baixado aqui, no original em francês.

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Pela liberação das drogas

Lagoa Rodrigo de Freitas em forma de coração

Sou um privilegiado. Moro num dos lugares mais lindos do mundo, a Lagoa Rodrigo de Freitas, que forma esse coração que você vê na foto.
Pois na semana passa, logo cedo, começou um vai-e-vem de helicópteros da polícia, num barulho enlouquecedor, em mais uma batalha com traficantes do Pavão-Pavãozinho. Troca de tiros, o diabo.
Mais tarde, quando desci para ir a algum lugar, vi uma cena inusitada: um helicóptero transportava alguma coisa pendurada por um cabo de aço. Imaginei que se tratasse de armamentos ou drogas apreendidos na tal batalha. Mais um tempo, e outro helicóptero (ou o mesmo) carregava nova carga semelhante, como se fosse uma múmia enrolada num saco verde escuro.
Mas não era de drogas ou armas que se tratava. Eram dois corpos de pessoas mortas na guerra passeando pela Lagoa Rodrigo de Freitas, em direção ao heliponto.
Até que ponto teremos de chegar para que se verifique que essa luta contra o tráfico de drogas é de uma estupidez atroz, como foi a lei seca nos EUA? Só favorece a corrupção policial, política, o lucro fácil dos especuladores com as operações para lavagem de dinheiro; a indústria bélica, com armas cada vez mais poderosas e caras.
Tem que liberar geral. Maior de idade, fuma quem quer, cheira quem quer, bebe quem quer. Campanhas de conscientização dos malefícios devem ser feitas. Clínicas para recuperação dos viciados, idem. Tudo isso vai ficar muito mais barato que o que se gasta em dinheiro e vidas nessa batalha insana.
Só não sou a favor da liberação de drogas pesadas como os discursos de Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Agripino Maia e Jair Bolsonaro (se esqueci de alguém, colaborem no comentário). E, repito, Gilmar Bacamarte trancadinho lá na Casa Verde.
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Todo o poder a Gilmar Bacamarte na Casa Verde

Li em algum lugar que estaria sendo levantada a hipótese de o ministro Gilmar Mendes poder votar duas vezes, em caso de empate numa decisão do STF. Funcionaria assim: são onze os ministros. Vamos que um não vá votar por algum motivo. Se o resultado final der cinco a cinco, Gilmar Mendes teria direito de votar novamente para desempatar.

É como já falei aqui, de descalabro em descalabro, ele está se transformando no Simão Bacamarte do STF. E já que é assim, por que não simplificar e deixar logo tudo nas mãos dele?

Habeas corpus para Dantas? Gilmar decide: concedido. Posse de terra para o MST? Gilmar decide: mande a polícia tirá-los de lá. Pergunta de jornalista? Gilmar ameaça: tome cuidado com esse tipo de perguntas.

Depois é só pintar o STF de verde para ficar igual à Casa Verde de Itaguaí de Machado de Assis, e a gente passa a encarar o STF como peça de ficção, como aqueles discursos diários do senador Mão Santa.

Toda vez que ligo na TV Senado o Mão Santa está falando. Tem mais tempo no ar do que qualquer pastor desses que compram (ilegalmente, já que é uma concessão pública) horários nas redes de aluguel.

Mas, o que tanto fala o Mão Santa, se não lemos uma única linha a respeito de seus discursos?

Deveria acontecer o mesmo com Gilmar Bacamarte. Ele decidiria, imperial, e o país o ignoraria completamente, vida que segue, as questões jurídicas resolvidas nas instâncias inferiores, já que o STF Bacamartou de vez.

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O caso do menino Sean

É um absurdo total o que fizeram e estão fazendo com esse menino. O garoto foi sequestrado pela mãe, quando tinha quatro anos. Ela veio para o Brasil com ele, comunicou ao pai de Sean que estavam separados e ponto final. Em seguida, ela veio a morrer e os avós maternos ficaram tomando conta do menino. Mesmo ele tendo pai vivo e reivindicando a sua guarda.

Assim se passaram quatro ou cinco anos, sei lá, e agora a justiça decidiu que o menino deveria ir morar com o pai nos EUA. Como seu padrasto é de família tradicional do judiciário, o STF emitiu uma liminar garantindo que Sean permaneça no país.

Dizem que o garoto já está habituado ao Brasil, quer continuar aqui etc. Mas, se for por esse prisma, aquela Vilma que andou sequestrando uns dois ou três também deveria poder ficar com os filhos e não ir em cana, como acabou acontecendo.

Pai e filho devem se reencontrar e construir juntos um futuro que seja o melhor para o garoto. Talvez, conversando, eles cheguem à conclusão de que o melhor para Sean é que ele fique por aqui mesmo. Mas essa é uma decisão que devem tomar pai e filho.

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