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Afinal, a ivermectina cura ou protege contra o coronavírus? Com a palavra a Ciência


Algumas pessoas escreveram ao Blog via WhatsApp sobre a ivermectina, que virou uma verdadeira febre no país, com prefeituras, como a de Itajaí (SC), adotando o medicamento para tratar da COVID-19.

Fiz uma pesquisa sobre o assunto e a divido com vocês. Do início:
O que é COVID-19
Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV. Recentemente, em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa.
A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria (cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos (poucos sintomas), e aproximadamente 20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório. [Ministério da Saúde]
A origem dessa confusão sobre a ivermectina foi a divulgação de um estudo feito numa Universidade da Austrália (Universidade de Monash). [UOL]

O estudo foi feito apenas in vitro, ou seja, no laboratório, não sendo testado em nenhum ser humano, porque simplesmente a dose necessária para provocar uma reação positiva da ivermectina sobre o vírus seria absurdamente alta.
"Não há nenhuma evidência científica de que funciona, zero, nada", reforça Alberto Chebabo, vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e diretor médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"O que teve foi esse teste in vitro que mostrou que a ivermectina pode ter uma atividade antiviral, mas a dose necessária para isso também mata as células do organismo. Então, precisaríamos de uma hiperdose, que seria tóxica para nós, para ela funcionar."
Seria como incendiar a casa para exterminar os cupins ou matar o cachorro para combater a raiva.

O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) reprovou os dois vermífugos que vêm sendo apontados como possíveis tratamentos para a Covid-19: a ivermectina e a nitazoxanida (mais conhecida no Brasil pelo seu nome comercial, Annita).
A pesquisa contou com a participação de dez autores, incluindo colaboradores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e de outras duas unidades da USP: Instituto de Biociências (IB) e  Instituto de Física de São Carlos (IFSC).
A médica e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcomo é direta:
A ivermectina é um vermífugo, usado há muitos anos para tratamento de vermes e piolhos. Existe na formulação humana e veterinária, é muito usada na veterinária para tratar vermes de gado. Foi um dos fármacos, entre muitos outros, que são sempre estudados em laboratório para verificar se podem servir para alguma coisa. Estudos in vitro (em laboratório) não têm nada a ver com in vivo (em seres vivos). A distância que existe entre um estudo feito no laboratório e no ser humano é muito grande. 
As doses de ivermectina que foram testadas em laboratório, que não mostraram ser viricida, isto é, não matam o vírus, mas poderiam reduzir a replicação viral, são dezenas, centenas de vezes mais altas do que aquelas que são tomadas comprando o remédio na farmácia. Portanto, é uma bobagem, não faz o menor sentido. [NSC]
Trazendo o assunto de volta para o nosso chão, que não somos cientistas, o que fica é que se alguém tomou ivermectina ou Anitta (não a cantora) ou cloroquina e se curou, não foi pelo efeito curativo da substância, mas pela evolução da própria doença diante das respostas naturais da defesa de seu organismo.

É como aquela gripe que temos anualmente, que às vezes dá dor de cabeça, às vezes derruba, tosse, febre. Depois geralmente passa. Todo mundo tem sua receita para curá-la: conhaque, cachaça com limão, alho, comprimidos. Mas foi seu organismo que o salvou. Comprimidos combatem os sintomas, não o vírus.

Lembram lá do inicio da postagem? 80% das pessoas nem sentirão com pegaram o vírus ou terão sintomas leves.

Todos os cientistas são unânimes em afirmar que ainda não há nenhum medicamento eficaz contra a COVID-19.

Agora, se mesmo assim você quer tomar ivermectina ou Annita, procure um médico, porque a Anvisa, diante dessa procura pelo produto resolveu que agora só com receita em duas vias, uma delas ficando retida na farmácia.A norma foi publicada no Diário Oficial desta quinta, 23.




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Bolsonaro e o vírus, enfim sós - por Janio de Freitas



Coluna de Janio de Freitas na Folha, hoje:

Bolsonaro e o vírus, enfim sós

Entre Bolsonaro e o coronavírus, não se sabe qual contaminou o outro.


Está comprovada, no entanto, a associação de ambos para deslocar as atenções postas em três assuntos já próximos da implosão: os feitos e efeitos da ligação de Bolsonaro com o advogado e etc. Frederick Wassef; a inclusão do gabinete do filho Carlos nos desvios de verba pública que embrulham o filho Flávio e as 350 movimentações de cargos e remunerações no gabinete de Jair Bolsonaro quando deputado.

Esse levantamento, feito pelos repórteres Ranier Bragon e Camila Mattoso, desce a período bastante anterior às “rachadinhas” no gabinete de Flávio.

Com isso, sugere uma linhagem de práticas hereditárias cuja origem e o centro ficam claros. Uma face da trama ganha forma. A outra, que apresenta coadjuvantes como Fabrício Queiroz e sua mulher, é a da conexão miliciana que não cabe na responsabilidade pespegada em Queiroz.

A propósito, os vários celulares recolhidos com Adriano da Nóbrega, em seu assassinato na Bahia, sumiram nas artimanhas de polícias e promotorias, indicação certa de sua capacidade explosiva para poderosos na milícia, na polícia ou na política. Ou, sem ressalvas, nas três.

Mas não é nesses fatos e indícios que o ministro da Justiça e pastor André Mendonça vê incursão na Lei de Segurança Nacional, por mais que possam tangenciar a própria Presidência da República.

Ainda impregnado, ao que parece, do culto à ditadura, não reconhece nem esta obviedade que humilha o Brasil no mundo: não há como “difamar e caluniar” Bolsonaro, como concluiu a nublada leitura de Hélio Schwartsman pelo ministro.

Prevalece a razão irreparável de que são públicas e notórias, e não recônditas ou inventadas, as ameaças à vida, os atos destrutivos e antissociais do desvario de Bolsonaro.

Embora a relação entre a Covid-19 e Bolsonaro não mereça, a meu ver, senão indiferença igual à dele pela vida e o sofrimento dos demais, compartilho a convicção de que sua continuidade no governo
será sempre perniciosa.

Mesmo a pouca sabedoria da humanidade foi capaz, porém, de criar soluções aquém da morte. O problema é que também dependem do caráter e da contenção de ambições por parte de outros —algo
pouco encontradiço onde, no Brasil, precisaria proliferar.

Agora mesmo, Bolsonaro está comprovando o quanto é pior do que o vírus, este capaz de encerrar sua perversidade. O veto de Bolsonaro aos socorros aprovados no Congresso para os indígenas, medidas e auxílios materiais singelos, é de baixeza inominável. É condenação, por meio apenas de ligeira canetada, à morte e ao sofrimento de indefesos. Crime.

Ainda não chegou aos indígenas, mas a Amazônia e sua defesa começam a receber do mundo mais do que palavras queixosas e românticas. A floresta arde, em recordes de fogo. Sem estar ainda no mês quase sempre mais incandescente, agosto.

O vice Mourão caiu na armadilha e, feito responsável pela Amazônia, vai arcar com os futuros ataques que seriam para Bolsonaro. Mourão tem o título, o poder de fato foi deixado com o maléfico Ricardo Salles, que, como ministro do Meio Ambiente, tem vocação para penitenciário.

Bom, Mourão prometeu a empresários 120 dias de trégua no fogaréu, no desmatamento e no garimpo. E depois? Depois nada, nem haverá depois, porque não haverá trégua. Salles desmontou os serviços de preservação, vigilância e repressão. Dois ex-coordenadores de Fiscalização Ambiental do Ibama, Renê Luiz de Oliveira e Hugo Loss, deram valentes depoimentos sobre a ação nefasta de Salles e Bolsonaro contra o combate a madeireiros, incendiários e garimpeiros. O governo não está do lado da Amazônia, como não está do lado do combate à pandemia.

A maior diferença entre Bolsonaro e o coronavírus é que o segundo não tem aliados, nem generais a aplaudi-lo e protegê-lo.



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Morre Aldir Blanc. Conheça a história de 'O Bêbado e a Equilibrista', hino da Anistia

Aldir Blanc

Aldir morre aos 73 anos, vítima do coronavírus


Morreu esta manhã o compositor, escritor, cronista Aldir Blanc, no Hospital Pedro Ernesto, na Vila Isabel de seu livro Rua dos Artistas e Arredores.

Aldir estava internado há 15 dias no CTI, com pneumonia e complicações provocadas pela COVID-19.

Divido com vocês a reportagem de Silvio Essinger publicada no Extra sobre os bastidores da canção 'O Bêbado e a Equilibrista'.
Em 25 de dezembro de 1977, morria na Suíça o genial comediante e cineasta inglês Charles Chaplin. No Brasil, o cantor, violonista e compositor João Bosco sentiu a necessidade de homenagear o artista e, entre o Natal e o Ano Novo, começou a rascunhar um samba que remetia ao personagem mais famoso de Chaplin, o vagabundo Carlitos. E aí resolveu chamar o seu parceiro de fé, Aldir Blanc, que morreu nesta segunda-feira, vítima de complicações da Covid-19, para pôr letra na sua criação. Só que nas mãos de Aldir, o samba acabou tomando outros rumos, vindo a se tornar “O bêbado e a equilibrista”, um clássico da música popular brasileira e hino informal da Lei da Anistia – a que seria responsável por trazer de volta ao país, em 1979, alguns dos brasileiros exilados pela ditadura militar.
“O João me chamou na casa dele e disse que havia feito um samba, cuja harmonia tinha passagens melódicas parecidas com ‘Smile’ [tema do filme “Tempos modernos”], propositalmente construídas para que homenageássemos o cineasta”, contou Aldir anos mais tarde, em depoimento à Associação Brasileira de Imprensa (ABI). — Só que, casualmente, encontrei o [cartunista] Henfil e o [violonista e compositor] Chico Mário, que só falavam do mano que estava no exílio. Cheguei em casa, liguei para o João e sugeri que criássemos um personagem chapliniano, que, no fundo, deplorasse a condição dos exilados. Não era a ideia original, mas ele não criou caso e disse: ‘Manda bala, o problema é seu.’
“Caía a tarde feito um viaduto / e um bêbado trajando luto / me lembrou Carlitos” – assim começa “O bêbado e a equilibrista”, com sua letra que empilha referências a eventos e personalidades marcantes do período de exceção no Brasil. Nos versos “choram Marias e Clarisses”, por exemplo, Aldir Blanc cita as viúvas Maria, mulher do operário Manuel Fiel, e Clarisse Herzog, esposa do jornalista Vladimir Herzog, brasileiros assassinados nos porões do DOI-CODI (órgão de inteligência e repressão do governo militar, subordinado ao Exército) por fazerem parte da oposição política à ditadura. Já tarde que caía “feito um viaduto” fazia menção à queda, em 1971, do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro (a obra, concluída dois anos antes, ruiu subitamente, soterrando 48 pessoas e matando 29).
Mas o trecho mais lembrado de “O bêbado e a equilibrista” é justamente o do “Brasil que sonha com a volta do irmão do Henfil”, referência ao sociólogo Herbert José de Sousa, o Betinho, que esteve exilado desde 1971, tendo passado pelo Chile (onde foi assessor do presidente Salvador Allende, deposto e assassinado em 1973, no golpe militar do general Augusto Pinochet), Canadá e México.
Quando o samba ficou pronto, João Bosco e Aldir Blanc o enviaram para a cantora que melhores interpretações e mais visibilidade vinha dando a suas composições: Elis Regina, estrela suprema da MPB. A mesma artista que, em 1972, havia sido “enterrada” por Henfil, em uma charge para o jornal “Pasquim”, no chamado Cemitério dos Mortos-Vivos, devido à participação na Olimpíada do Exército (ela havia recebido ameaças do Exército por comentários depreciativos feitos em entrevistas dadas na Europa e, por temer pelo filho pequeno, achou melhor atender ao convite para a apresentação).
Já reconciliada com Henfil, Elis mostrou “O bêbado e a equilibrista” ao cartunista, que percebeu naquele samba um importante aliado na luta pela abertura política diante de uma ditadura então enfraquecida: “Agora temos um hino, e quem tem um hino faz uma revolução!”, disse Henfil a Betinho, por telefone, tentando convencê-lo a voltar ao Brasil. A música foi lançada pela cantora em “Essa mulher”, seu LP de 1979, e foi tocada, em diversos gravadores, pelas pessoas que foram receber os exilados (Betinho, entre eles) no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no mês de setembro.
O detalhe curioso sobre “O bêbado e a equilibrista” é que, quando escreveu sobre “a volta do irmão do Henfil”, Aldir Blanc de fato não sabia o seu nome. E passou-se um bom tempo até que os ele viesse a conhecer pessoalmente o sociólogo, que se depois da volta ao Brasil se tornaria um importante ativista pelos direitos humanos, vindo a criar o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e, mais tarde, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida.
“Nós tivemos um encontro que só pode ser chamado de cômico”, contou Aldir Blanc em depoimento ao Ibase, em 2017, nos 20 anos da morte do Betinho (ele sucumbiu a complicações da Aids, que antes dele levou os seus irmãos igualmente hemofílicos Henfil e Chico Mário). “Eu esperava encontrar um sociólogo, um sei lá o quê e tal, e vi um sujeito irônico, gozador, embora com os olhos marejados de lágrimas. Nosso primeiro encontro foi na porta do banheiro do Canecão. Nos abraçamos e a frase dele foi: ‘Eu não ia voltar, eu tinha me planejado todo para não voltar, mas ouvi a sua letra para a música do João e resolvi voltar, seu filho da puta!’”







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'Bolsonaro, em nome dos que vão morrer, o povo brasileiro tem o direito de sanear o esgoto que são você e sua família', por Fernando Brito


Fernando Brito e o esgoto Bolsonaro



Em seu imprescindível Tijolaço, minha leitura diária, o jornalista Fernando Brito resume a indignação de grande parte dos brasileiros, que assistem ao espetáculo diário de estupidez e arrogância do presidente eleito mediante fake news, em eleição fraudada, Jair Bolsonaro.

O título da postagem do Brito é Pule no esgoto, Bolsonaro. Lá é seu lugar. E a reproduzo aqui:
“É um caso a ser estudado. O brasileiro não pega nada, vi um cara ali pulando em esgoto, sai, mergulha, e não acontece nada com ele.”
Acontece, Bolsonaro.
Milhares de nós vamos morrer porque o brasileiro pulou no esgoto ao eleger um psicopata, um genocida como seu presidente.
Um canalha que está se aproveitando da angústia e do sofrimento das pessoas ameaçadas em seus empregos para promover um processo que, está se vendo explodirem os casos de infecção e morte nos países que não adotaram os bloqueios e restrições a tempo.
Itália e Espanha seguem com 700 mortes ao dia [Itália, hoje, quase mil - Mello], com comboios militares carregando corpos aos crematórios. Os “invulneráveis” Estados Unidos dobraram ontem o número de mortes para 268 e isso vai aumentar porque os novos casos, agora 17 mil por dia, vão se agravar e levar embora muito mais gente do que hoje.
O governo está sem comando e só o que consegue promover é o retorno às ruas de empresários ambiciosos, que não se importam com quem morra, de políticos criminosos, que mandam as coisas reabrirem de olho em votos bolsonaristas e de descerebrados que seguem dizendo que “a gripezinha” que matou 25 mil até agora, é uma bobagem.
Bolsonaro, em nome dos que vão morrer, o povo brasileiro tem o direito de sanear o esgoto que são você e sua família.
O direito à vida está acima do seu deus perverso, o demônio da morte que você está, tanto quanto o vírus, conjurando para este país.
Passou da hora de advertências e raciocínios sutis e complexos. Como disse o jornalista Luís Costa Pinto: se estamos numa guerra contra a morte, então, nestes tempos, um criminoso é um criminoso de guerra.
As bombas que Jair Bolsonaro quis colocar nas latrinas dos quartéis, coloca agora pelo pais inteiro, a partir da sua cloaca bucal.
Está mandando os cidadãos irem para a rua para serem dizimados por uma ameaça invisível, mas macabramente mortal. Diz para que saiam de suas trincheiras para serem abatidos às centenas e aos milhares.
É isso, generais, o que o capitãozinho alucinado que vocês ajudaram a galgar o poder, está fazendo.
Tirem-no, assumam o dever de salvar os brasileiros e negociem uma transição democrática, de volta ao voto e à razão. Basta que lhe digam que não aceitam o morticínio irresponsável e ele, sem o seu aval, ir-se-á.
Ou os que sobrarmos o tiraremos, em memória dos que morrerem por sua estupidez.
E lembraremos, por gerações, quem foram seus cúmplices.

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Estratégia de Bolsonaro para coronavírus é responsável pela tragédia na Itália que já matou 7503



Bolsonaro coloca movimentação econômica acima da vida dos brasileiros



Em 28 de fevereiro deste ano, a Itália tinha um número de mortos pelo coronavírus (17) menor do que o Brasil hoje (63), quando o primeiro-ministro resolveu adotar a medida defendida agora por Bolsonaro, de flexibilizar o isolamento e deixar a economia funcionar.

A medida foi tomada por lá. As pessoas voltaram às ruas, numa vida quase normal, como pretende Bolsonaro aqui. E a coronavírus se alastrou.


As consequências desta política de desestimular o isolamento social e a quarentena voluntária logo se revelou desastrosa. Três dias após as manobras e declarações do premiê Conte para manter o clima de normalidade em meio à pandemia o número de mortos dobrou: em 1º março, a Itália tinha 34 mortos. O balanço de vítimas fatais continuou a crescer exponencialmente, com 79 mortes em 3 de março. E o número seguiu subindo, até tornar o país em recordista de óbitos por Covid-19 no mundo, com 7.503 vítimas anunciadas nesta quarta-feira, à frente da China, epicentro da doença no mundo.
As autoridades italianas tentaram retomar uma política de quarentena e isolamento em 9 de março, quando o número de mortos chegou a 463. Diante de uma emergência epidemiológica sem precedentes, Conte anunciou que todo o país ficaria em situação de isolamento, algo que já estava ocorrendo em maior ou menor escala na Lombardia, no norte do país, e em outras 14 províncias. "Estamos ficando sem tempo”, disse o primeiro-ministro, ao anunciar que o lema a transmitir aos cidadãos é “eu fico em casa”. “É a pior crise que vivemos desde o final da Segunda Guerra Mundial”, resumiu, quando decretou o fechamento de todas as fábricas e atividades produtivas que não sejam imprescindíveis para o funcionamento do país.
A autocrítica veio de quem viu na prática os impactos da doença na população mais vulnerável. “Acho que durante todo esse tempo subestimamos a gravidade da situação”, contou por telefone Michele Lafrancesco, atendente em uma residência de idosos de Monza-Brianza, a 30 quilômetros de Milão, a repórteres do EL PAÍS.
Apesar de ter particularidade climáticas e sociais diferentes da Itália, o Brasil enfrenta uma situação semelhante, apesar de estar em outro estágio da evolução da pandemia, com 57 mortos pela doença segundo dados desta quarta-feira. O presidente Bolsonaro tem se esforçado para —contrariando a Organização Mundial de Saúde e recomendações iniciais de seu próprio Ministério da Saúde—minimizar a crise para evitar que a situação econômica se deteriore ainda mais. Ele chegou a criticar medidas “alarmistas” de alguns governadores do país e o fechamento de escolas, o que gerou um grave conflito com os políticos regionais. Os chefes dos Executivos estaduais e municipais, que lutam para conter o ímpeto do contágio e evitar a saturação do Sistema Único de Saúde, determinaram, em alguns casos, o fechamento de todos os estabelecimentos não essenciais, como foi feito por João Doria em São Paulo, o principal foco da doença no país. [El Pais]

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Ouro olímpico e pódio em 18 mundiais está com coronavírus e afirma: 'É o pior vírus que já enfrentei'

Cameron Van Der Burgh

Nadador Cameron van der Burgh foi Campeão olímpico em Londres-2012 e medalha de prata na Rio-2016 

 Em sua conta no Twitter, o nadador sul-africano Cameron Van Der Burgh criticou os que minimizam os efeitos da COVID-19, que ele sente no corpo há duas semanas.


“Alguns pensamentos/observações pessoais para a saúde dos atletas, os Jogos Olímpicos e minha própria experiência ao contrair COVID-19. Eu tenho lutado com o coronavírus por 14 dias. De longe o pior vírus que já enfrentei mesmo sendo um indivíduo saudável com pulmões fortes (não fumante/esporte), vivendo de uma forma saudável e sendo jovem (fora do grupo de risco)”, afirmou o sul-africano.

Quando publicou suas mensagens, o Comitê Olímpico ainda não havia decidido adiar as Olimpíadas para o ano que vem, daí sua preocupação.
"Sinto uma fadiga enorme e uma tosse residual que não desaparece. Qualquer atividade física como caminhar, me deixa exausto durante horas", escreveu o antigo nadador.
Cameron van der Burgh termina a publicação com a frase: "A saúde não é o mais importante e a covid-19 não é brincadeira". [Fonte]

Enquanto isso, no Brasil, Bolsonaro menospreza o poder devastador da COVID-19 ("uma gripezinha, um resfriadinho"), que já matou milhares de pessoas pelo mundo e começou a matar no Brasil, alegando inclusive ter histórico "de atleta"...

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O que precisamos saber sobre a pandemia do coronavírus, no melhor vídeo sobre o assunto. Assista. Proteja-se e a nós todos

Atila Iamarino

Doutor em microbiologia mostra dura realidade que temos pela frente e que pode ser terrível, se não tomarmos as medidas corretas



Em seu canal no Youtube, o biólogo Atila Iamarino dá uma aula sobre o perigo da pandemia da COVID-19, que estragos pode causar ao país, segundo estudos científicos sobre o caso.

Como especialista (breve apresentação num parágrafo abaixo), Iamarino historia o coronavírus, em especial a COVID-19, desde seu surgimento na China, as medidas tomadas por lá e as não tomadas inicialmente por outros países, como Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, que agora correm atrás do prejuízo, como o Brasil.

Para quem está interessado apenas em saber sobre a situação do Brasil e seus desdobramentos, basta pular para o minuto 45, embora vá perder outras informações relevantes.

A informação é muito importante para que nos preparemos e também para que cobremos de nossos governantes, ainda mais em tempos em que temos na presidência um obscurantista, terraplanista, que acha que a pior pandemia do século, que já matou milhares em poucos meses, é uma gripezinha.

Informe-se, proteja-se, seja solidário. É fundamental conhecer a realidade e o cenário apontado por cientistas sérios do mundo inteiro, em tempos de fake news.

Atila Iamarino é Biólogo bacharelado (2006), doutor em microbiologia (2012) pela Universidade de São Paulo e divulgador científico na internet. Fez pós-doutorado pela Universidade de São Paulo e pela Yale University. Fundador da maior rede de blogs de ciência em língua portuguesa, o ScienceBlogs Brasil. Atualmente faz comunicação de ciência no Nerdologia e no próprio canal no YouTube para mais de 2 milhões e meio de pessoas. (Texto informado pelo autor)

Aproveite a quarentena forçada e assista ao vídeo na íntegra, o mais importante e cheio de referências que encontrei até o momento, e que recebeu o endosso de um amigo, também biólogo, também doutor e professor de Biologia da UFF.



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Temos cerca de 13 milhões de pessoas em comunidades no Brasil. O que está sendo feito por elas?

Complexo do Alemão, Rio

É preciso cuidar em primeiro lugar dos mais vulneráveis


Medidas como lavar as mãos, usar álcool gel, ficar em casa, isolar possível infectado num cômodo da casa, tudo isso que é recomendado para combater a pandemia da COVID-19 não diz absolutamente nada para 13 milhões de brasileiros, moradores de comunidades espalhadas pelo Brasil, mas concentradas nos grandes centros, como Rio e São Paulo.

Em muitas dessas comunidades não há saneamento básico nem água (há informação de que Rocinha e Alemão estão sem água no Rio). Muito menos dinheiro para comprar álcool gel (e come o quê?). Falar em isolamento em habitações onde convivem várias pessoas, às vezes duas ou mais famílias, com avós, pais e netos, seria risível se não fosse trágico.

Isolamento em casa, não sair para trabalhar também não dá. Quem ainda está trabalhando, com carteira ou não, fazendo biscates, tem que correr atrás ou não tem o que comer.


Quando a COVID-19 chegar à Rocinha, ao Complexo do Alemão, da Maré (no Rio), em Heliópolis e Paraisópolis em São Paulo e nas outras comunidades no Brasil é que o bicho vai pegar.

O espaço apertado entre as habitações, a superpopulação e as condições sociais são um convite para a epidemia se espalhar rápida e cruelmente.

Pior: ainda vai servir de motivo para críticas sociais e antigos preconceitos, daqueles que acham que a remoção das favelas (tirem esses pobres daqui) é a solução para o problema. E são os mesmos que não abrem mão de contratar suas domésticas, diaristas, seus cozinheiros, garçons, porteiros, todos moradores das comunidades.

Eles ainda podem ser os vilões do coronavírus.

E o que tem feito os governos por eles? Nada. Vão esperar a COVID-19 se alastrar por ali para culpá-los. Como na Itália culpam os idosos.

Culpam-se os mortos por suas mortes.

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