FHC à TV inglesa: ‘Agora [no governo Lula] estamos progredindo de fato’

Em participação no programa de entrevista Hard Talk, que vai ao ar no canal de notícias internacional BBC World, o ex-presidente Fernando Henrique fez o que não faz aqui, confessou que o Brasil está progredindo de fato, “que está havendo uma redução do nível de pobreza” e que “A diminuição da pobreza no Brasil tem sido impressionante”.

E, para os que afirmam que a política econômica do governo Lula é uma mera continuação do governo FHC, uma surpresa:

- Lula apresentou um programa diferente, ao qual não me oponho. Sou a favor.

Para o ex-presidente, só não vê o progresso do país, um certo tipo de gente, com o qual se identifica e que se identifica com ele. Assim ele define como estão se sentindo:

FHC - Eu não diria que existe uma crise de identidade...acho que é mais um sentimento de malaise...se me permite usar uma expressão em francês...como se nós não estivéssemos nos sentindo bem. Quer dizer, me refiro à classe média, àquelas pessoas que lêem jornais ou que tentam seguir o que acontece no Congresso.

O Blog Olhos da Eternidade dividiu a entrevista de FHC em duas partes, com legendas em português. Elas estão aqui, na ordem.

Caso não queira, ou não possa, assisti-las, leia a transcrição da entrevista na íntegra no site da BBC Brasil.





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Um carro a 50...70...90 km/h. E um poste no meio do caminho

Do Blog do Valente:



Veja o vídeo, antes de beber e sair dirigindo por aí.

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A luta pela manipulação das massas entre Globo e Record


Já publiquei aqui, mas vale o repeteco, agora que a briga Record X Globo já chegou até a Veja.

Esta reportagem do Jornal Nacional é devastadora. Em quase nove minutos, ela vai à garganta do bispo Macedo e sua Igreja Universal do Reino de Deus (a imagem do bispo barbado ajoelhado diante dos dólares é sensacional) . Ainda se dá ao luxo de utilizar um ex-membro da cúpula da Igreja para identificar cada um deles, dando nome aos bois que pastam as verdes do rebanho do Senhor.

Mas eu penso cá comigo, como ficaria a Globo se a Record resolvesse hoje em dia contra-atacar e fizesse uma reportagem em tudo semelhante a essa, tendo a Globo como alvo?

A guerra entre as Organizações Globo e a Igreja Universal (dona da TV Record), que agora começa a esquentar, foi resumida num ato-falho revelador do pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, tempos atrás:

“A Globo está nos atacando com medo de perder para nós o domínio da manipulação das massas."

A respeito da cobrança de dízimo pela Universal, recebi o seguinte comentário de um leitor, que assina azevedooyk:

Gosto da Universal e analiso que os comentários contrários são na maioria de leigos influenciados por outros que são ignorantes sobre as coisas de Deus e muito apegados ao dinheiro por isso não admitem que outras pessoas façam algo motivado pela fé sobrenatural que produz resultados, lamentável que entre muitos uma quantidade são de uns que se dizem conhecer a palavra de Deus e ainda comentam que Deus não precisa de dinheiro ora meu amigo nestes termos você poderia dizer por que Jesus teve que passar por todo aquele sacrifício não poderia Deus num passe de mágica fazer que fosse diferente, olha em toda a escritura se fala de ofertas e dizimo e todos os grandes homens de fé entre eles Abraão, Davi, Salomão, Jacó que inclusive quando nada tinha no momento fez um desafio de fé em que daria o dizimo de tudo se Deus o atendesse e Deus o fez um homem rico, enfim todos os grandes homens de destaque tinham grande fé em Deus e eram ricos, e a Igreja Universal cresce porque ensina-nos a crê que somos filho do Rei e como tal temos que viver e é por isso que darmos as nossas ofertas e devolvemos o dizimo de tudo o que ganhamos para custear a obra de Deus inclusive custeando a boa vida de nossos Bispos e Pastores porque o trabalhador é digno de seu salário, um bom Médico, psicólogo, entre outros não são também custeados pelos seus pacientes ou não é, pois é somos mais de 8 milhões que diariamente espalhados em vários paises freqüentamos os cultos abençoados da Igreja Universal, se o Bispo Macedo ficasse preocupado com o que muitos falam mal e não tivesse coragem de pregar o que prega a Igreja não deveria nem ter o nome de Universal pois não passaria de uma das tantas igrejas que pregam em nome do Rei Jesus mas não cresce e Eu como muitos principalmente no exterior não teríamos conhecido as maravilhas de Deus, para encerrar pergunto quem custeava o Senhor Jesus aqui na terra em seus 3 anos de pregações e ensinamentos ou que pensam vocês que Ele fazia para pagar as despesas tinha até ente os doze um que era o tesoureiro pois cuidava do dinheiro, até mesmo na hora do milagre da multiplicação do pães e peixes alguém teve que doar para que depois o milagre fosse realizado, enfim Deus em Si não precisa de dinheiro mas no Reino do Céus porque aqui na terra para pregarmos e tornar Deus conhecido até seu filho Jesus precisou, todos os trabalhos religiosos são custeados pelos fies é assim na igreja católica na batista na assembléia de Deus e etc. Quem sabe a que custo é a Igreja Católica esta potência, apareceu do nada? Não amigo custou preço alto e muito, parte de seus fies e parte é só conhecendo a fundo a história, tem material farto sobre o assunto e bem negativo, Eu conheço, todavia nunca fiz prejulgamento. Como vivemos num mundo que caminha para a consciência da globalização capitalista é inteligente saber que sempre foi assim para tudo é preciso dinheiro é bobagem dizer o contrário e até para estes vestidos de humildade dizendo Deus não precisa de dinheiro digo-lhes alguém com fé custeou para que mesmo erroneamente Você tomasse ciência da existência de Deus, Jesus Cristo ou outros credos a qual Você pertença. Finalizando sobre a ciência da palavra de Deus é ao contrário que devemos praticar, o materialista precisa vê para crê, assim como precisa receber para pouco doar ou nada dá, Nós da Universal cremos antes e vemos as maravilhas de Deus, doamos ofertas e devolvemos os dízimos porque é dando que se recebe e crendo que somos abençoados grandemente por Deus. Deixe de lado o preconceito e venha fazer parte dessa família.

Para contrabalançar, assista aqui, na íntegra, ao documentário Além do Cidadão Kane, produzido pela BBC, e, misteriosamente, até hoje inédito no Brasil. Ele desnuda a Rede Globo, desde sua criação, e mostra os bastidores da Central Globo de Manipulação.



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O papel da televisão
A íntegra da edição do debate Lula-Collor em 1989, no Jornal Nacional

Hoje vencem inúmeras concessões de rádio e TV. Inclusive cinco da Rede Globo. Um bom dia para pensarmos na influência que exercem no dia-a-dia da população e do país. De pensarmos também se os concessionários estão cumprindo o que determina nossa Constituição.

Para ilustrar essa nossa reflexão, trouxe do baú da história a edição feita pelo Jornal Nacional do último debate entre Collor e Lula, em 1989.

Abaixo, veja um trecho, editado por mim, do documentário da BBC “Além do Cidadão Kane”, que trata do assunto.


Pesquisa Ibope apontava empate técnico entre os candidatos


Às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 1989, Collor descia ladeira abaixo, enquanto Lula subia, lenta e consistentemente. Isso é o que mostra quadro acima, que reproduz pesquisas do Ibope.

Aí veio o debate entre os dois, em 14 de dezembro. E, mais importante que ele, a edição do debate levada ao ar pelo Jornal Nacional na noite seguinte, antevéspera da eleição.

Mas, antes de falar no debate e sua edição, é importante relembrar rapidamente alguns detalhes do que estava acontecendo no país por aqueles dias.

Lula e Collor: dois azarões em 1989

Aquela era a primeira eleição direta para presidente da República, depois de quase 30 anos. Os dois candidatos que ficaram para o segundo turno surpreendentemente bateram medalhões de nossa política. Ninguém, em sã consciência, arriscaria prever, um ano antes, que haveria um segundo turno disputado por Lula e Collor, sem a presença de Brizola, Covas, Ulisses Guimarães.

Collor era um obscuro governador de Alagoas e Lula um líder sindical, sem paciência para o legislativo, onde exercia o mandato de deputado federal.

Eis a lista completa dos candidatos, com os votos que obtiveram no primeiro turno:

1º lugar - Fernando Collor de Mello (PRN / PSC) - 20.607.936 votos
2º lugar - Luiz Inácio Lula da Silva (PT / PSB / PC do B) - 11.619.816 votos
3º lugar - Leonel de Moura Brizola (PDT) - 11.166.016 votos
4º lugar - Mário Covas Junior (PSDB) - 7.786.939 votos
5º lugar - Paulo Salim Maluf (PDS) - 5.986.012 votos
6º lugar - Guilherme Afif Domingos (PL /PDC) - 3.271.986 votos
7º lugar - Ulysses Guimarães (PMDB) - 3.204.853 votos
9º lugar - Roberto Freire (PCB) - 768.803 votos
10º lugar - Aureliano Chaves (PFL) - 600.730 votos
11º lugar - Ronaldo Caiado (PSD) - 488.872 votos
12º lugar - Affonso Camargo (PTB) - 379.262 votos
13º lugar - Enéas Carneiro (Prona) - 360.574 votos
14º lugar - José Alcides Marronzinho de Oliveira (PSP) - 238.379 votos
15º lugar - Paulo Gontijo (PP) - 198.708 votos
16º lugar - Zamir José Teixeira (PCN) - 187.160 votos
17º lugar - Lívia Maria (PN) - 179.896 votos
18º lugar - Eudes Mattar (PLP) - 162.336 votos
19º lugar - Fernando Gabeira (PV) - 125.785 votos
20º lugar - Celso Brant (PMN) - 109.894 votos
21º lugar - Antônio Pedreira (PPB) - 86.100 votos
22º lugar - Manuel Horta (PDC do B) - 83.280 votos

A inflação nas alturas

O governo do presidente Sarney fazia água por todos os cantos. Acusações de corrupção e uma inflação que crescia diariamente deixavam a população à procura de alguém com um plano salvador, que pusesse ordem na casa. Acabasse de uma vez com a corrupção e a inflação. O país queria tranqüilidade política e econômica.

Pesquisa do Ibope, em novembro, mostrava o tamanho do desgaste do presidente Sarney: para 60% dos entrevistados seu governo era avaliado como ruim/péssimo. E deixou o governo com uma inflação de 80%, ao mês. Não há engano, é ao mês mesmo.

O seqüestro de Abílio Diniz

Folha de S.Paulo:

O seqüestro do empresário Abílio Diniz ocorreu dias antes da realização do segundo turno da eleição presidencial, em dezembro de 89. O cativeiro do empresário foi descoberto na véspera da eleição.
Um dos seqüestradores, o chileno Sergio Urtubia, preso, apareceu vestindo uma camiseta do PT (Partido dos Trabalhadores).
Em sua casa, a polícia encontrou material de campanha do PT e uma agenda com números de telefones de pessoas do partido, entre eles Eduardo Suplicy (na época, presidente da Câmara Municipal paulistana), José Dirceu (então secretário-geral do PT) e Luis Eduardo Greenhalgh (então vice-prefeito de São Paulo).
O Partido dos Trabalhadores afirmou, na época, que a camiseta e o material do PT haviam sido usados propositadamente para prejudicar a candidatura de Lula (PT) à presidência.

Não foi só o Partido dos Trabalhadores quem afirmou isso. O seqüestrador Humberto Paz disse, ao depor à Justiça, ter sido torturado pela polícia. E mais:

"No sábado de manhã, dia 16 de dezembro [um dia antes da votação], alguns policiais também arrancaram minhas roupas e colocaram-me uma camiseta do Partido dos Trabalhadores", afirmou.

14 de dezembro de 1989: O dia do debate final

Além da elevada temperatura de uma votação extremamente polarizada, existiam outros fatores desestabilizadores: a inflação, a sensação de fim e falta de governo, o seqüestro do empresário (ainda em andamento no dia do debate).

Terreno fértil para o surgimento de boatos. Em São Paulo, corria um que dizia que o PT confiscaria casas, apartamentos, e até quartos de quem morasse em apartamento com mais de dois (aos ouvidos de hoje parece incrível, mas aconteceu), para alojar “companheiros”.

Outro boato afirmava que Collor apresentaria uma nova e avassaladora bomba contra Lula. De igual ou maior potência que o caso Miriam Cordeiro.

No dia 12 de dezembro (dois dias antes do debate), o programa eleitoral de Fernando Collor levou ao ar o depoimento de Miriam Cordeiro, uma antiga namorada de Lula.

"Eu não posso, em momento algum, apoiar um homem que acabou com a minha vida. Como eu posso apoiar um homem que me ofereceu dinheiro quando ele soube que eu estava grávida de um filho dele? Ele me ofereceu dinheiro para abortar... No nosso tempo de namoro, ele dizia que detestava negro. Apareciam artistas negros na televisão, e ele ficava nervoso. Como é que fica hoje?"

Todo esse ambiente foi bem explorado por Collor no debate. Ele colocou várias pastas empilhadas sobre sua bancada, como se, a qualquer momento, fosse sacar de alguma delas a tal bomba.

Buscou também explorar o medo incutido na população e o ambiente caótico de uma eleição em meio a um seqüestro, às revelações de Miriam Cordeiro, às greves que se sucediam num país em fim de governo e sem comando.

O debate, a pesquisa Gallup e a edição do debate pelo JN

Nesse ambiente ocorreu o debate. As pesquisas mostraram que Collor foi o vencedor. Mas é normal as pesquisas mostrarem vitória nos debates de quem já estava à frente nas pesquisas.

O que as pessoas não comentam é que uma outra pesquisa, esta do instituto Gallup, embora também apontasse vitória de Collor no debate, mostrava números diferentes, em relação aos indecisos. Para estes, Lula havia sido o vencedor do debate, com um índice de 60%. E, na reta final, sabemos da importância dos votos dos indecisos – ainda mais numa disputa acirrada como aquela.

Por isso, foi fundamental para a vitória de Collor a edição do debate final, realizada pelo Jornal Nacional.

Além de escolher os melhores momentos de Collor e os piores de Lula, a edição deu um minuto a mais de tempo ao candidato do PRN.

Reparem na transcrição da íntegra do debate abaixo e no trabalho feito pelo editor, que selecionou trechos que explorassem e amplificassem os temores e preconceitos da população em relação a Lula. E aí, naquela eleição, o medo venceu a esperança.

A íntegra da edição do debate Lula-Collor no Jornal Nacional

A transcrição é da Folha de São Paulo.

Cid Moreira: A campanha eleitoral no segundo turno teve seu momento mais importante na noite de ontem. Foi o duelo entre os candidatos pela televisão. O debate durou quase três horas e foi transmitido por um pool formado pelas principais quatro emissoras redes de TV. Reveja agora alguns momentos do debate:
Lula: É preciso saber de antemão que desde 1980, portanto já há dez anos, atrás, o partido dos Trabalhadores, ele foi fundado na base da liberdade política, na base da liberdade de autonomia sindical, na base do pluralismo político.
Collor: De um lado está a candidatura do centro democrático, por mim representada, do outro lado está uma candidatura que esposa teses estranhas ao nosso meio, teses marxistas, teses estatizantes, teses que não primam pelos princípios democráticos consagrados na nova carta constitucional, até porque o partido daquele que é meu adversário se negou a assinar, ou não a assinar, mas votou contra o texto constitucional.

O Tratamento das Greves

Lula: E nós vamos tentar criar instrumentos para que essas categorias essenciais passem a ser tratadas como categoria essencial do ponto de vista do salário que cada um vai receber.
Collor: Agora, há um outro tipo de greve, que é a greve política, que é a greve patrocinada pela CUT, que a greve patrocinada pelo braço sindical do outro candidato. Essa greve política é feita apenas para realçar, colocar no noticiário as suas lideranças. E este grevismo político já recebeu uma resposta drástica, uma resposta negativa da sociedade, que não aceita mais este grevismo político.

A Questão do Nordeste (vinheta com locução de Cid Moreira)

Lula: O problema do Nordeste não é um problema de cerca, de seca, é um problema de cerca. Daí porque defendi a reforma agrária, senão morreriam milhões e milhões de nordestinos, como está aí a imprensa dizendo e o IBGE afirmando que é possível até nascer uma sub-raça.
Collor: Eu quero de alguma maneira repelir essa insinuação de que nós sejamos sub-raça, até porque sub-raça eu não sou, como também acredito que meu adversário não seja sub-raça somente pelo fato de ter nascido no Nordeste. A prova de que não somos sub-raça, deputado, é que nós estamos aqui disputando a eleição presidencial, duas pessoas com origens no Nordeste.

A Violência na Campanha (vinheta com locução de Cid Moreira)

Collor: Nós nunca fomos intolerantes, baderneiros e bagunceiros para irmos lá e fazer o que eles fazem e o que fizeram nos nossos comícios. Agora mesmo, fora de uma manifestação, numa passeata, a jogadora de basquete, a Norminha, foi agredida, agredida covardemente por seis marmanjos, que brandiam a bandeira vermelha, com a foice e o martelo do PT. Isso é uma atitude democrática?
Lula: Eu, que durante várias vezes, o meu partido foi acusado de violência, eu acredito que pouca gente nesse país foi vítima de violência como o foi o Lula em toda a sua vida política. Portanto, eu estou tranqüilo que cumpri com meu dever cívico enquanto candidato, estou tranqüilo que cumpri com meu dever cívico enquanto a pessoa preocupada em elevar o nível de consciência do nosso povo, e estou tranqüilo de que essa contribuição será e foi ouvida pelo nosso povo.

Salários (vinheta com locução de Cid Moreira)

Lula: A pergunta que eu queria fazer ao meu adversário é o seguinte: quais as medidas concretas que você tomaria caso um político seu, um político do seu partido, tentasse legislar em causa própria, tentasse fazer uma legislação para tirar proveito pessoal do seu projeto de lei?
Collor: Eu tenho um caso concreto. Recentemente, o deputado Renan Calheiros, líder do PRN na Câmara dos Deputados, encaminhou um projeto de lei para congelar os salários já polpudos dos senhores deputados federais e dos senhores senadores da República, que, como disse há pouco, como o deputado do PT passa a ganhar 200 mil cruzados novos, mais de 100 vezes, mais de 100 vezes o salário mínimo no país. Que tem mordomias, como operações em hospitais caríssimos. E esse projeto de lei, foi solicitada urgência urgentíssima a todos os partidos. O PT se negou a assinar.

Os Acordos Políticos (vinheta com locução de Cid Moreira)

Collor: O ex-governador Leonel Brizola afirmou que o vice do outro candidato, afirmou com letras maiúsculas, que o vice do outro candidato é corrupto. Eu queria saber do outro candidato: o ex-governador Brizola está mentindo ou o seu candidato a vice-presidente e realmente corrupto?
Lula: Brizola disse que o Bisol contraiu um empréstimo que ele considera imoral e o Bisol disse que o empréstimo é correto e que vai processar o Brizola. Ora, obviamente que eu, quando eu fiz a aliança com o Brizola, eu não pedi pro Brizola passara a gostar do Bisol e não pedi para o Bisol passar a perdoar o Brizola. O que eu pedi era para que os dois se entendessem e que o momento maior era ganhar as eleições.
Collor: É rigorosamente inacreditável. O ex-governador Brizola chama o candidato a vice do adversário de corrupto e o candidato acha que é perfeitamente normal. Apenas pede aos dois que não se digladiem, que não se xinguem nesse período para tirar proveitos eleitorais, para que não afete a questão eleitoreira.

Alexandre Garcia (entre os dois candidatos, durante o debate): Estamos iniciando a última parte do último debate desta campanha eleitoral. Para as últimas palavras dos dois candidatos. Por sorteio, vai falar em primeiro lugar o candidato Fernando Collor de Mello e, por último, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Collor: Eu gostaria de transmitir a todos vocês a minha enorme confiança de que continuaremos juntos no próximo dia 17. Sim, no dia 17 nós vamos dar um basta definitivo à bagunça, à baderna, ao caos, à intolerância, à intransigência, ao totalitarismo, à bandeira vermelha. Vamos dar sim à nossa bandeira. Essa que está aqui (aponta para o peito), a bandeira do Brasil, a bandeira verde, amarela, azul e branca.
Lula: Nós, que pertencemos à classe trabalhadora, sabemos perfeitamente bem que a nossa luta titânica é para escapar da fome, é para escapar do desemprego, é para escapar da favela ou de baixo de uma ponte. Em função não de méritos pessoais, mas em função da competência de uma categoria profissional, em função da competência de milhares de brasileiros, em função da competência dos partidos com que eu me orgulho de estar aliado, eu estou hoje disputando a Presidência da República para ganhar as eleições no dia 17.

Cid Moreira: E quem venceu o debate? O Instituto Vox Populi fez esta pergunta a 490 telespectadores em 114 municípios. 22% dos entrevistados acharam que o debate foi ótimo; 39,5% o consideraram bom; o debate foi regular na opinião de 28% dos telespectadores; e 7,7% disseram que o encontro ficou entre ruim e péssimo.

Veja agora a avaliação do desempenho dos candidatos:(vinhetas com locução de Cid Moreira)

Melhor desempenho: Collor: 44,5%,Lula: 32%
Idéias mais claras: Collor: 45%, Lula: 34,1%
O mais preparado para governar: Collor: 48%, Lula: 30%
Melhores planos de governo: Collor: 45,9%, Lula: 33%
Quem atacou mais o adversário?: Collor: 33%, Lula: 30,8%

Alexandre Garcia (no estúdio): O debate dos candidatos teve um alto índice de audiência e o público superou o do debate anterior. Ao transmitir o encontro dos presidenciáveis, a televisão cumpriu mais uma vez o seu papel na democracia.

Hoje, 5 de outubro de 2007, quando vencem algumas das principais concessões da Globo (Rio, São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Pernambuco), é legítimo perguntar:

- É esse o papel a ser cumprido por uma emissora de televisão numa democracia?

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'Condor', melhor documentário do Festival do Rio 2007


O premiado documentário de longa-metragem "Condor" (já falei dele aqui), ganhou mais um prêmio. Agora o de Melhor documentário do Festival do Rio. Antes, "Condor" havia levado o Prêmio Especial do Júri de Gramado este ano.

"Condor" só deve entrar em circuito, segundo seu diretor Roberto Mader, em março do ano que vem. Mas o Blog do Mello adianta uma apresentação do filme, que é imperdível.

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Rede Blogo vira Rede Globo do avesso

Não é possível debater o futuro das concessões de emissoras de rádio e TV no Brasil sem conhecer a verdadeira História desses meios de comunicação e de sua influência na política e nas eleições brasileiras. Infelizmente, há pouca literatura sobre o assunto, além dos livros lançados pelas próprias emissoras para "reescrever" o passado de acordo com seus interesses.

Neste momento em que se aproxima o vencimento de várias concessões importantes, em 5 de outubro, é essencial que o debate vá além dos bastidores de Brasília - até porque a sustentação do "sistema político" vigente se dá através de uma parceria entre as grandes emissoras e "coronéis midiáticos" regionais, dentre os quais parentes, amigos e "laranjas" de senadores e deputados.

Esta edição especial da REDE BLOGO ficará duas semanas no ar para permitir que os leitores tenham uma visão panorâmica da História da TV brasileira, de suas relações políticas, da falta de cumprimento do capítulo da Constituição que trata do assunto, da renovação automática das concessões e da outorga que só faz aumentar o controle de poucos sobre meios que deveriam ser de todos.

Clique aqui para ir até a Rede Blogo.

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Globo , Record e Band, todo mundo ilegal

Guerra entre Record e Globo sai dos bastidores para a boca de cena.

O que vem à tona é um festival de irregularidades.

Do Observatório do Direito à Comunicação:

Não é só a Record que faz um uso ilegal das concessões de rádio e TV em São Paulo. As Organizações Globo, o Grupo Bandeirantes e o Grupo CBS também mantêm no município mais emissoras de rádio e TV do que o permitido por lei, violando um dos únicos mecanismos previstos na legislação brasileira para evitar a concentração dos meios de comunicação.

Como já noticiou este Observatório, os grupos Bandeirantes e CBS burlam tanto o Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117/62), que prevê que a mesma pessoa não pode participar da administração ou da gerência de mais de uma concessionária, permissionária ou autorizada do mesmo tipo de serviço de radiodifusão (na mesma localidade), quanto o Decreto 52.795/63, que estabelece que a mesma entidade ou as pessoas que integram o seu quadro societário e diretivo não podem ser contempladas com mais de uma outorga do mesmo tipo de serviço de radiodifusão na mesma localidade.

Em São Paulo, Band e CBS possuem cinco emissoras em FM transmitindo para a capital, chegando a vender publicidade casada para as diversas emissoras. O Grupo Bandeirantes controla a Band FM, a Bandeirantes (que retransmite a programação da AM), a BandNews, a Nativa e a Sul América Trânsito. Já o grupo CBS (Comunicação Brasil Sat), dos irmãos Paulo e José Masci de Abreu, controla a Kiss, a Mundial, a Tupi, a Scalla e a rádio Terra.

Embora não constem no site do grupo, a Apollo, a pentecostal Deus é Amor e a Rádio Atual também são controladas pela família Abreu. As duas primeiras têm Paulo Masci de Abreu entre os sócios e como dirigente. Já a Rádio Atual tem como sócios José Masci de Abreu e mais dois familiares.

As Organizações Globo também mantêm duas emissoras AM em São Paulo, desrespeitando o limite de uma outorga por tipo de serviço por localidade. Além da emissora controlada pelo grupo no dial FM (CBN), a empresa da família Marinho controla, no AM, a CBN e a Rádio Globo. Tanto no AM quanto no FM a CBN ocupa as frequências destinadas à Rádio Excelsior, cujas outorgas estão vencidas desde 2003.

Televisão

Na televisão aberta, o Grupo Bandeirantes controla a Rede Bandeirantes, em VHF, e a Play TV (antigo Canal 21), em UHF, cujo conteúdo é produzido pela empresa Gamecorp. Os sistemas da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações indicam que as empresas têm proprietários diferentes, mas todos pertencentes à família Saad. Os mesmos sistemas apontam o mesmo endereço, no bairro do Morumbi, como sede das duas empresas. Além disso, tanto o website quanto o departamento comercial da Bandeirantes apresentam ambas as emissoras como pertencentes ao grupo. A Rede 21 Comunicações, razão social da Play TV, também está com a concessão vencida desde 2003.

A duplicidade de outorga do mesmo serviço da Band guarda pequena diferença em relação à Record/Record News. Enquanto a Record News tem outorga original em Araraquara, interior de São Paulo (apesar de sua programação ser gerada na capital paulista), tanto a Band quanto a Play TV têm outorga de geradora em São Paulo.

O procurador da República de Minas Gerais e membro do grupo de comunicação social do Ministério Público Federal, Fernando Martins, afirma que as irregularidades serão avaliadas pelo MPF e, uma vez comprovadas, serão tomadas as medidas cabíveis, sendo possível até ingressar com uma Ação Civil Pública para cassar as concessões. “Precisamos garantir que o direito à comunicação e os princípios constitucionais sejam preservados, mas ainda vamos estudar melhor a questão”, disse o procurador.

Outro lado

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Globo afirma que a CBN AM e a Rádio Globo AM de São Paulo pertencem a diferentes titulares. Segundo a empresa, o Ministério das Comunicações autorizou a Radio Excelsior AM a usar a denominação fantasia CBN.

Responsável pela fiscalização das emissoras, o Ministério das Comunicações não se manifestou. Procurado pela redação, o Grupo Bandeirantes não se pronunciou.

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Globo, Record e a luta pela ‘manipulação das massas’

Hoje na Folha:

Em editorial lido ontem no "Jornal da Record", a Record atacou a Globo, acusando-a de ter feito "uma operação covarde e leviana para impedir o sucesso do lançamento da Record News", com a presença do presidente Lula, na última quinta.

A Record disse que a Globo sempre operou no "subterrâneo do poder constituído" e que já usou "o Brasil e os brasileiros para os seus interesses mais vis", citando "a falsificação de documentos cometida pela família Marinho na época da compra da TV Globo de São Paulo", alvo de um processo que corre na Justiça do Rio.

Segundo a Record, o editorial foi uma resposta à "pressão desesperada" que a Globo fez nos bastidores, na semana passada, para sensibilizar ministros de que a Record News é uma operação ilegal, já que a Record tem dois canais abertos na cidade de São Paulo.

O editorial citou texto publicado no blog do jornalista Josias de Souza, na Folha Online. Souza informava que Evandro Guimarães, vice-presidente de relações institucionais das Organizações Globo, procurou o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e se queixou da duplicidade de canais da Record na capital. A assessoria do ministro confirma que ele recebeu queixas de Guimarães e que sugeriu "ajustes" à Record News, mas nega ter agido nos bastidores em prol da Globo.

A Record negou que a Record News seja irregular. A legislação proíbe uma mesma pessoa ou entidade de explorar "mais de uma outorga do mesmo tipo de serviço de radiodifusão na mesma localidade". A Record diz que a TV Record de São Paulo é do bispo Edir Macedo, mas a Rede Mulher, nome oficial da Record News, não.

Para Diogo Moyses, editor do Observatório do Direito à Comunicação, a Record News faz uso ilegal de concessão:

A Record News faz uso ilegal da outorga da Rede Mulher, cuja concessão está vencida há mais de dois anos. A Record News ocupa em São Paulo o canal destinado à retransmissora da Rede Mulher. A geradora da emissora está situada em Araraquara, interior de São Paulo. Tal geradora – que em tese é quem produz o conteúdo veiculado nas retransmissoras – está com a outorga vencida desde agosto de 2005.

Na capital paulista, a retransmissora da Rede Mulher ocupa o canal 42 UHF e, por se tratar de uma modalidade diferenciada de concessão (chamada de “autorização”) tem sua outorga atrelada à sua geradora. Ou seja, se a geradora tem sua outorga vencida, o mesmo acontece com a retransmissora.

Outra ilegalidade da Record News no uso da outorga da Rede Mulher é em relação à propriedade da empresa que detém a concessão. Um dos únicos limites à concentração de propriedade existentes na radiodifusão brasileira é o limite de uma emissora (por empresa ou acionista) em uma mesma localidade (Decreto 52.795/63). Entretanto, com a entrada no ar da Record News, Edir Macedo passar a controlar diretamente duas outorgas na capital paulista. Em teoria, a Record possui em São Paulo uma outorga de geradora (a própria Record) e uma de retransmissora (Record News), o que não configuraria a duplicidade de outorga do mesmo serviço na mesma localidade. Entretanto, o fato da retransmissora ser, na prática, uma geradora, torna o argumento inválido. Desta forma, a Record passa a controlar diretamente duas geradoras de programação em São Paulo.

Além de possuírem nome fantasia que remete à mesma marca, o próprio website das duas emissoras afirmam se tratarem de empresas da “Central Record de Comunicação”. Na inauguração da última quinta-feira, o bispo da Igreja Universal foi inclusive apresentado como “proprietário” das duas emissoras. Não o fosse, não estaria ao lado do presidente Lula no “aperto do botão oficial” do início das transmissões da nova Record News.

Ainda a matéria da Folha:

Ontem à noite, a Central Globo de Comunicação enviou uma nota à imprensa na qual definiu como "calúnias requentadas; todas já desmoralizadas pela Justiça" as acusações da Record. "Esse ataque leviano não chega a ser surpreendente: é de se esperar que um grupo que lucra pela manipulação de fé religiosa queira também manipular a opinião pública."

É a briga da hora. E o motivo dessa briga foi revelado num ato falho, cometido pelo pastor Silas Malafaia, no programa 25ª Hora, da TV Record, há alguns anos, quando afirmou:

A Globo está nos atacando com medo de perder para nós o domínio da manipulação das massas.

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O premiado ‘Condor’, de Roberto Mader, estréia no Rio


Ganhador dos Kikitos do “Prêmio Especial do Júri” e do “Prêmio Qualidade Artística”, para a trilha sonora de Vitor Biglione, estréia hoje no Rio, o filme Condor, do jornalista Roberto Mader.
Quem acompanha este blog sabe de nossa torcida pelo filme, já no Festival de Gramado. No dia da divulgação do resultado do Festival, publiquei aqui:
A vitória de 'Condor', do jornalista Roberto Mader, com trilha de Vitor Biglione, vai trazer novamente para a pauta as ditaduras da América Latina.
Quem sabe se, com um Kikito, Mader não se anima a produzir trabalho semelhante sobre a ditadura militar brasileira. Sem revanchismo, ouvindo os dois lados - como fez com a Operação Condor -, contando a história, para que ela nunca mais se repita.
Acredito que o país está maduro para isso. Acho que existe no ar uma vontade de passar a história do país a limpo. Por isso acredito na vitória - e torço por ela - do filme de Mader.
“Condor” participa da mostra competitiva do Festival do Rio, na categoria Documentário de Longa Metragem, às 19h15, no Odeon. Estarei lá.
Clique aqui se tiver dificuldades para assistir ao vídeo
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‘Prexige’ não pode ser vendido nos Estados Unidos

Da Folha:

O registro do antiinflamatório Prexige foi recusado nos Estados Unidos pela FDA (agência norte-americana que regula produtos alimentícios e farmacêuticos), o que impossibilita a sua comercialização no país.

O remédio foi proibido na Austrália em agosto após a morte de dois pacientes.

Desde 2002, o laboratório suíço Novartis aguardava o aval da FDA. O remédio, usado para o tratamento de dores e problemas de artrite, é o segundo mais vendido do Brasil em sua categoria.

O gerente médico do laboratório no Brasil, João Navarro, afirmou que, na grande maioria dos casos de complicações, "houve uso por um longo período ou a dose era acima da recomendada ou, ainda, os pacientes usavam outra medicação além do Prexige".

No Brasil, a venda foi aprovada em 2005 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em nota, a agência diz que, "até o momento, não foram identificados motivos que levassem a agência a adotar medidas restritivas à comercialização do Prexige no país".

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