Os últimos números do Datafolha e do Ibope
Antes do debate, escrevi aqui que a tendência (não tenho bola de cristal) era de uma vitória de Lula no primeiro turno, pois não via fatos novos que pudessem atrapalhar o presidente. No entanto, eles aconteceram. Primeiro, a indefinição da ida de Lula ao debate, que acabou criando uma expectativa que se frustrou com o não comparecimento. Gol contra. Depois, as fotos do dinheiro apareceram, e elas eram o sonho dourado, o objetivo dos alckmistas que bolaram a arapuca para os petistas patetas. Ponto para os alckmistas. Isso é o que as pesquisas mostraram.
"Porém, ai porém" - como diria Paulinho da Viola - a campanha de Lula agiu com rapidez e desmascarou o delegado que cometeu a ilegalidade, e que certamente anda de 45 - se é que me entendem...
O rapaz meteu o bedelho onde não era chamado, acompanhou os peritos que fotografavam a grana, tirou cópia das fotos e as distribuiu aos jornalistas. Mesmo estando fora do caso. Com que interesses?
Dizer que é porque ele foi afastado do caso não é verdade. Porque o procedimento é rotina na PF. Ele era o delegado que estava de plantão. Efetuou as prisões, fez os procedimentos e o relatório, e aí é tchau, volta pra casa para se reapresentar 72 horas depois. Perguntem a qualquer PF se não é assim que acontece.
Três hipóteses: a) Ou ele estava com muita vontade de aparecer novamente na mídia (mas, correndo o risco de demissão?!...hum...); b) alguma vantagem lhe foi prometida; ou, então, c) é um vegetariano radical, que adora chuchu... O fato é que ele foi descoberto, o esquema desvendado. Ponto para Lula.
Agora, Lula deve receber de volta parte dos votos de seus antigos eleitores, que estavam apoiando Cristovam ou HH, porque contavam com a perspectiva de uma vitória disparada do presidente. Com a ameaça de um segundo turno, eles devem voltar a Lula. Como o voto deles conta dobrado, porque é um a favor de Lula e um a menos para seus adversários, isso deve bastar para Lula vencer no primeiro turno.
Aos alckmistas, repito, resta rezar moderadamente: "nem fé de mais, nem fé de menos" - se é que me entendem.
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Um prêmio para Marco Aurélio de Mello
Pois o prêmio "hors concours" das eleições de 2006 já tem um dono: o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio de Mello. O ministro é daquelas pessoas que abrem a geladeira e já começam a fazer pose e dar entrevista, pensando que é a luz de algum refletor. Em vários momentos dessas eleições, ele já apareceu mais do que os candidatos. Houve o caso da verticalização, o dos grampos fajutos... E agora, não satisfeito, veio com mais uma, segundo a Reuters. Disse que recebeu uma ameaça de morte via e-mail:
"[O e-mail] simplesmente dizia para eu não sair na rua, senão morreria", disse em entrevista a jornalistas.
Sabem o que ele fez? Deletou o e-mail - assim ninguém pode rastrear o autor da "ameaça" - e saiu correndo para contar tudinho aos jornalistas...
É dele, ou não é, o prêmio "hors concours" de 2006?
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Delegado da PF foi quem vazou fotos para a imprensa
Da Reuters, agora há pouco:
O coordenador-geral da campanha da reeleição, Marco Aurélio Garcia, acusou o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno de ter vazado para jornalistas as fotos do dinheiro apreendido com petistas para a compra do chamado dossiê dos sanguessugas.
Segundo Garcia, o delegado entregou as fotos a jornalistas de vários meios de comunicação com o objetivo declarado de prejudicar o PT e o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva. "A história está desmascarada. A conversa do delegado com os jornalistas foi gravada. Nós sabemos que elas mostram que ouve uma tentativa de armação política", disse Garcia a jornalistas no comitê de campanha de São Paulo.
O delegado Bruno foi quem prendeu o ex-policial Gedimar Passos e o petista Valdebran Padilha na madrugada de 15 de setembro em um hotel de São Paulo. O delegado foi afastado do caso logo depois.
Ainda segundo o coordenador-geral, a campanha de Lula teria "indicações ainda não confirmadas de que dois partidos teriam estimulado o vazamento até com apoio material."
Garcia não quis identificar os partidos, dizendo apenas que eram de oposição, mas o ministro das Relações Institucionais Tarso Genro disse à Reuters mais cedo que o vazamento "é uma articulação tucano-pefelista."
Na versão divulgada por Garcia, ao entregar as fotos de 1,7 milhão de reais em cédulas de reais e dólares, o delegado teria usado um palavrão para se referir ao PT e ao candidato Lula.
O delegado teria, em seguida, dito aos jornalistas que faria um boletim de ocorrência atestando falsamente que o disquete com as fotos havia sido roubado.
Garcia disse que não estava acusando a imprensa de ter participado de um complô com delegado, mas criticou que essas informações não tenham sido divulgadas pelos veículos de comunicação que publicaram o material.
"Nós gostaríamos de saber quais foram as razões que levaram parte da imprensa a não divulgar as circunstâncias completas em que as fotos foram obtidas", disse.
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Descoberto agente ligado ao esquema PSDB-PFL que vazou fotos para o Estadão
O governo já identificou um integrante da Polícia Federal que seria responsável pelo vazamento das fotos do dinheiro apreendido com petistas na compra do chamado "dossiê sanguessuga."
O nome do policial será divulgado na tarde deste sábado pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. O ministro acusa PSDB e PFL, partidos que apóiam o candidato Geraldo Alckmin, de serem os mandantes do vazamento.
"O vazamento ilegal foi obra de um indivíduo da Polícia Federal, a mando do esquema tucano-pefelista," disse o ministro à Reuters, falando por telefone de Porto Alegre.
"As ligações partidárias desse funcionário são bastante claras e seu intuito foi criar um clima de instabilidade às vésperas da eleição', acrescentou Genro.
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Informação que só a Folha deu. Se verdadeira, é grave; se não, é mais grave ainda

Em primeiro lugar, a informação está apenas na Folha. Nenhum outro jornal faz essa acusação. Tudo bem, vá lá que seja um furo. Mas, ao lermos a matéria propriamente dita (aqui, para assinantes), vemos que a história não é bem essa: não foi Hamilton quem disse, mas o advogado de Hamilton foi quem disse que Hamilton disse... E o que dizem que o advogado disse não foi exatamente isso:
"A polícia o ouviu porque ele foi chamado a Brasília para ver se seria possível divulgar um eventual material de repercussão na campanha", disse Toron, sem citar à qual campanha estava se referindo.
Questionado pela Folha, esclareceu: "A repercussão na campanha como um todo, não era só na campanha de São Paulo, não. É na campanha nacional. Eventualmente nas estaduais também".
Mais uma vez, é curioso. Porque o Estadão estava lá, O Globo estava lá, Jornal do Brasil e Correio Braziliense também, repórteres dos principais portais idem, e só à Folha o advogado de Hamilton disse que Hamilton disse... Tudo bem, ainda assim, é um furo... Se é verdade, atinge em cheio a candidatura de Lula, e a oposição irá com tudo para tentar sua impugnação, ou, mais adiante, o impeachment do presidente, se reeleito.
Mas, e se Hamilton vier a público e disser que não disse o que seu advogado disse que disse?
Bom, aí, nesse disse-que-disse, o estrago já foi feito. Quem leu apenas a primeira página da Folha, na véspera da eleição, saiu com a informação errada de que o ex-coordenador de Mercadante disse que o dossiê seria usado pela campanha de Lula - o que pode tirar votos do presidente. Um "erramos" na parte interna de amanhã não apaga o erro.
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Investigação da PF complica ex-ministro tucano Barjas Negri

A Polícia Federal começou a investigar as ligações pra lá de comprometedoras entre os empresários Abel Pereira e Vedoin (pai e filho) com o ex-ministro da Saúde tucano, e atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri. Descobriu-se por exemplo que os tucanos algumas vezes são rapidíssimos. No apagar das luzes do governo FHC, aos 44 minutos do segundo tempo, Abel Pereira apresentou, conseguiu a aprovação e a liberação do dinheiro de um projeto, em apenas doze dias:
"Trata-se da liberação de quase R$ 500 mil para a ampliação do hospital da cidade de Jaciara, no interior do Mato Grosso, onde Abel possui uma fazenda. Foi o próprio Abel quem intercedeu junto ao Ministério para que o dinheiro saísse. Tarefa que conseguiu realizar em apenas 12 dias. A pressa certamente se deve ao fato de que menos de 30 dias depois um novo governo tomaria posse. O projeto do convênio da Prefeitura de Jaciara foi cadastrado no Ministério da Saúde em 6 de dezembro de 2002 e em 18 de dezembro o convênio prevendo a liberação de R$ 495 mil foi assinado por dois amigos de Abel: Barjas Negri, o então ministro da Saúde, e Valdizete Martins Nogueira, o prefeito de Jaciara." (Clique e leia a reportagem completa)
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Por que voto em Lula
"Goste-se ou não, o liberalismo é a ideologia dominante na nossa época.
(...) Cabe ao Estado assegurar condições propícias ao mercado, tornando estimulante empreender.
(...) Mas ainda não surgiu um candidato que pregue o liberalismo sem meias medidas. Alckmin poderia ter sido esse candidato (não será outro o vetor de seu governo, em caso remoto de vitória), mas que marqueteiro o deixaria correr tamanho risco?"- trechos do artigo de ontem de Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha
Os liberais estão inconformados, revoltados mesmo, com a possibilidade de mais quatro anos de um governo que acham "populista", por medidas como o Bolsa Família, o Luz para Todos, o aumento do salário-mínimo, a redução de impostos na cesta básica alimentar e na de material de construção para a casa própria, do crédito facilitado para aposentados, pensionistas e pequenos investidores...
Por isso, voto em Lula. São necessários mais quatro anos de Lula para que se pare com essa conversa fiada de que Bolsa Família é esmola, que o Brasil necessita é de mercado liberado (menos na hora do prejuízo, porque aí a Viúva "auxilia")... O Bolsa Família é um programa com regras - como, por exemplo, a que obriga a criança a comparecer à escola, ao médico, a tomar as vacinas - que contribuirão para um futuro melhor para o país, onde o Bolsa Família - aí sim - se tornará supérfluo. Mas isso não acontece de hoje para amanhã.
E enquanto o médio e o longo prazo não chegam, o que fazer com a legião de miseráveis que cerca as grandes cidades, com os mendigos - adultos e, tragicamente, crianças - alcoólicos, viciados em cola, benzina, thinner, esmalte, crack - muitos deles já completamente irrecuperáveis; o que fazer com os camponeses sem terra atropelados pelo agrobusiness; o que fazer com os que trabalham para os traficantes, para o crime em geral, se não há mercado de trabalho legal para eles; o que fazer com aqueles para quem o futuro já passou, que não se alimentaram a tempo, não estudaram direito, não têm o mínimo preparo para enfrentar esse mundo altamente competitivo do mercado liberado; aproveitarmos nossa imensa fronteira marítima e lançá-los ao mar, sem bote ou salva-vidas?
Se foram necessários oito anos de governo FHC para que o brasileiro se visse livre da dependência da correção monetária, que o fazia viciado em inflação, precisamos agora de mais quatro anos de Lula no governo para que o país entenda de uma vez por todas que se acabou o tempo de planejar o Brasil sem levar em conta os mais pobres. Por isso, sou Lula de novo.
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César Maia: - Haverá segundo turno!
Para justificar sua opinião, César cita inúmeros fatores, como sempre faz na última semana das pesquisas. Curiosamente, nenhuma das vezes esse raciocínio apontou a vitória de um adversário dele.
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Lula e Alckmin: Haverá ou não segundo turno?
Na minha opinião, a fatura já está liquidada. Acho que a tendência é que aumente a diferença que separa Lula dos demais, até o dia da votação. Porque muitos antigos eleitores de Lula, após descerem ao inferno, já se encontram no purgatório, começam a comparar um segundo mandato de Lula com um novo mandato para os tucanos e vão partir para o voto útil em Lula.
A esperança dos alckmistas é de que algum fato novo complique a vida do presidente. Mas os fatos novos estão vindo a favor de Lula. A descoberta de que o homem da mala, que levou dinheiro para os petistas patetas no Hotel Íbis, é o então coordenador da campanha de Mercadante, Hamilton Lacerda, afasta o escândalo de Lula. As trapalhadas do procurador de Mato Grosso, idem. As relações pra lá de comprometedoras entre Barjas Negri e Abel Pereira, e deste com os Vedoin, também (veja matéria da Folha de hoje a este respeito).
O que resta, então, aos alckmistas?
. Rezar para que chova torrencialmente no dia da eleição no nordeste. Mas a meteorologia indica tempo firme em toda a região.
. Rezar para uma nova trapalhada de petistas. Mas o atual coordenador, Marco Aurélio Garcia, desativou o "serviço de inteligência", e seus antigos integrantes brincam de jogar sorvete na testa, enquanto aguardam os pepinos que terão que descascar.
. Rezar para um possível tropeço do presidente no debate de hoje à noite na Globo. Mas não acredito que Lula compareça - embora ache que deveria fazê-lo. Porque todos os estudos mostram que os debates, na reta final de campanha, muito dificilmente modificam tendências de voto. Além do mais, a grande maioria dos eleitores de Lula, na hora do debate, estará dormindo, ou trabalhando. E não há mais espaço no Brasil para uma edição criminosa como a que houve, em 1989, no debate final Lula-Collor - embora, muitas vezes, a imprensa se esforce para isso.
. Resta aos alckmistas, então, rezar moderadamente: "nem fé de mais, nem fé de menos" - se é que me entendem.
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Pedido de prisão dos petistas. Ninguém quer se responsabilizar pela trapalhada
- O Código Eleitoral não permite - desconversou.
Ainda segundo O Globo, o Ministério Público teria sondado o juiz que está oficiando as investigações. "Como a idéia não teve acolhida, o Ministério Público teria apresentado pedido de prisão à noite a uma juíza que estava de plantão. A juíza deferiu o pedido".
Segundo a Folha, "No pedido de prisão, o Ministério Público Federal argumentou que houve várias contradições nos depoimentos prestados pelos seis petistas. Assim, seria necessário prendê-los e ouvi-los novamente para que as dúvidas fossem esclarecidas. Mas os integrantes da PF responsáveis pelo caso avaliaram que não seria necessário prendê-los para colher seus depoimentos, bastava uma intimação a depor".
Se não eram necessárias as prisões; se, além do mais, elas não poderiam ser feitas antes das eleições; se o juiz oficial do caso não acolheu o pedido do Ministério Público; se o procurador jura que não foi ele quem fez o pedido; quem terá sido a pessoa que se deslocou à noite no final de semana para insistir com uma juíza de plantão para fazer o desnecessário e pedir o impossível, já que não havia o flagrante que justificasse as prisões? Por que fez isso, e com que objetivos?
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Alckmin deixa rombo de R$ 1,2 bi em São Paulo
O "choque de gestão" de Geraldo Alckmin em São Paulo deixou, só até setembro, um rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas do Estado. O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, confirma a informação. Há três meses, ele enviou ofício a todos os secretários proibindo novos investimentos e determinando "redobrada atenção do governo" e "rigorosa austeridade nos gastos públicos". Houve também "diminuição no ritmo de velocidade das obras", diz Fernando Braga, ex-assessor especial de Alckmin e hoje secretário de Planejamento.
Só a suspensão de novos gastos não será suficiente para enquadrar as contas paulistas na Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo está atrás de novas receitas. Espera que nesta semana seja aprovada a lei que dá descontos de até 100% nas multas e 50% nos juros para devedores de ICMS que saldarem seus débitos já. Com isso, espera arrecadar R$ 700 milhões, diz Braga, do Planejamento. O que falta para cobrir o rombo deverá vir de uma "blitz gigante" sobre os 50 mil maiores devedores de IPVA do Estado.
Lembo brinca: diz que não corre o risco de ser preso, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Vamos zerar as contas. Além disso, tenho mais de 70 anos, a pena é menor."
Ou seja: o governador Cláudio Lembo também recebeu sua "herança maldita" dos tucanos.
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Demônio ou Dêmos?
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Grampo no TSE? - 'Só se foi na cabeça de alguém'
"Grampo ali só se foi no cabelo de alguém" - disse ao Globo um dos investigadores do caso.
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Dúvidas sobre a Operação Vampiro
Em suas investigações, a Polícia Federal descobriu que, em 2001, chegou uma denúncia anônima encaminhada diretamente a José Serra e protocolada no Ministério da Saúde. Segundo o relatório da PF, a denúncia "dá conta da prática de diversos crimes". Havia dois acusados. Um deles era Platão Fischer Puhler, diretor do Departamento de Programas Estratégicos e um dos homens de confiança do ministro. O outro era o empresário Jaisler Jabour, que mais tarde se descobriu ser o chefe do braço na iniciativa privada dos vampiros. Segundo a denúncia, Platão estava cometendo "as maiores barbaridades" no milionário setor de compras, em parceria com Jabour. Ele dizia que a preferência dos envolvidos era por compras internacionais, que facilitariam depósitos em contas bancárias estrangeiras. "O que está ocorrendo nesta área é um escândalo", dizia a denúncia. A polícia constatou que Serra recebeu o documento. E leu. O que fez Serra? Em vez de protocolar um ofício formal na PF, mandou o próprio Platão, o acusado, ir lá para denunciar a si mesmo. Curiosamente, nada aconteceu. O caso dos vampiros só estourou três anos depois, durante o governo Lula.
Ontem, o procurador Gustavo Pessanha Velloso denunciou Platão Fischer e Jaisler Jabour. Nem uma palavra sobre Serra - que recebeu a denúncia e mandou o acusado auto-investigar-se...(uma atitude socrática...)...
Mais adiante, ainda na reportagem:
Outra testemunha-chave é a secretária de Platão, Rozuíla Maura Cunha. Ela foi à PF e confirmou a compra de espermicida. Ela foi mais além e detalhou como nasceu a idéia de montar um comitê eleitoral para Serra, ainda em 2002. Platão, disse ela, afastou-se das funções no Ministério para montar um comitê eleitoral na Asa Sul, no centro de Brasília. Platão chamou Rozuíla para trabalhar por dois meses no comitê. A empresa Voetur, contou Rozuíla à polícia, participou da montagem do comitê pró-Serra, fornecendo telefones, estrutura para computador e camisetas.
Também a secretária-adjunta de Platão depôs na PF:
A secretária-adjunta de Platão no Ministério da Saúde, Abadia Francisca de Araújo, confirmou que a Voetur pagou praticamente toda a montagem do comitê de Serra. "Platão comentou com todos que a Voetur foi quem bancou todas as despesas daquele comitê", declarou Abadia.
Além de Platão, Edilamar Martins Gonçalves, funcionária do ministério da Saúde na gestão de Serra, foi denunciada por formação de quadrilha e fraude em licitações.
Se há provas contra os denunciados, não caberia uma denúncia contra Serra também? Afinal, ele tomou conhecimento da denúncia anônima - que está protocolada no ministério e nas páginas do inquérito da PF (clique para ver) - ainda em 2001, continuou ministro até 2002, com o esquema dos Vampiros funcionando a todo vapor... E as secretárias? Seriam petistas que inventaram a história para prejudicar Serra? E os jornalistas que estavam na entrevista do procurador: por que não perguntaram nada disso?
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Grampo? Quem falou em grampo no TSE?
"Trote? A PF considera grande a possibilidade de não ter havido grampo em telefones do TSE, e sim um erro da empresa que fez a varredura."
ATUALIZAÇÃO: No Painel desta segunda-feira, Renata Lo Prete acrescenta dados novos à informação de ontem:
"Fora do gancho 1. A Fence, que fez varredura nos telefones do TSE, teve rompido pelo então ministro Humberto Costa (sic) contrato na pasta da Saúde. Acusada de superfaturamento na gestão de Serra (sic), foi inocentada pelo TCU.
Fora do gancho 2. Dirigida por um ex-chefe de telecomunicações do SNI, a Fence foi alvo de suspeição na descoberta de R$ 1,4 milhão no cofre da Lunus, na campanha presidencial de Roseana Sarney, mas não foi comprovada a sua participação."
Fence, Serra, Barjas Negri, PSDB: tudo a ver. Quer saber por quê? Clique aqui, e comece a conhecer essa relação antiga. Assinante da Folha também pode ler este artigo de Janio de Freitas, de 2002.
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Nykvist, diretor de fotografia

Estava lendo O Globo ontem, quando me deparei com a manchete aí de cima. Nykvist?!... Há quanto tempo eu não ouvia falar dele!... Quando dei por mim, percebi que aquela era a seção de obituário do jornal... Como se dizia antigamente - na época em que Nykvist era comentado em cadernos de cultura e não no obituário - chapei...
Para quem não foi jovem no final dos anos 60, início dos 70, com a febre de cineclubes, Semanas de Cinema que tomavam conta do país (país, no caso, significando minha cidade, o Rio), o nome Nykvist não quer dizer nada. Mas ele era simplesmente..."o fotógrafo do Bergman"!!!... Bem, provavelmente, muita gente que me lê agora também não sabe quem é Ingmar Bergman - ou sabe apenas de ouvir falar. Dizer o quê? São outros tempos...
Mas, naquela época, respirava-se cinema, em sessões disputadíssimas na Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna), no Aterro do Flamengo. Havia os bergmanianos, os fellinianos, os glauberianos... Discussões acaloradíssimas entre adeptos de Pasolini, Antonioni, Godard, Truffaut, Buñuel, e...
Hoje as discussões acaloradas são entre os adeptos de Lula e os de Alckmin... Talvez por isso Nykvist só veio reaparecer na seção de obituário... E a causa de sua morte, segundo o jornal, não poderia ser mais significativa:
Nykvist morreu em um asilo de idosos, onde era tratado de afasia, uma doença mental que afeta a capacidade de entendimento e da fala.
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Serra: O retorno dos Vampiros
Reportagem de Hugo Marques informa que "seis subordinados dele [Serra] se juntaram à máfia dos "vampiros" para comprar derivados de sangue com dinheiro público - e a preços superfaturados. Todos foram indiciados; cinco deles, por formação de quadrilha. O relatório sigiloso da Operação Vampiro, que a Polícia Federal finalizou em agosto, concluiu que existia uma "organização criminosa" controlando as compras de hemoderivados na gestão Serra".
O pior é que no caso dessa denúncia Serra não vai poder alegar que não sabia de nada.
Em suas investigações, a Polícia Federal descobriu que, em 2001, chegou uma denúncia anônima encaminhada diretamente a José Serra e protocolada (sic) no Ministério da Saúde. Segundo o relatório da PF, a denúncia "dá conta da prática de diversos crimes". Havia dois acusados. Um deles era Platão Fischer Puhler, diretor do Departamento de Programas Estratégicos e um dos homens de confiança do ministro.
Sabe o que fez Serra? Mandou o próprio Platão, o acusado, ir à Polícia Federal para denunciar a si mesmo. Se Platão o fez, foi platonicamente... Porque o caso só estourou três anos depois, em 2004, já no governo Lula.
Em maio passado, Platão reconheceu, em depoimento prestado na Polícia Federal, a existência da denúncia protocolada, e a ordem de Serra.
Clique aqui para ver imagens exclusivas do inquérito da Polícia Federal com essas informações.
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As últimas pesquisas Datafolha e Ibope
As tendências coerentes são: ligeira queda de Lula e uma mais acentuada subida de Alckmin, nos dois institutos. As divergências estão nos números. Segundo o Datafolha, Lula teria 49% das intenções de voto e Alckmin, 31%. Já para o Ibope, Lula teria 47% e Alckmin, 33%. Ou seja, para o Ibope, Lula está dentro da margem de erro cheia - de 2% - para baixo (49-47), e, curiosamente, Alckmin dentro da margem cheia do Datafolha, mas para cima (31-33). Isso acumula uma diferença de 4%, que foge da margem de erro das duas pesquisas.
Da última vez em que os institutos apresentaram números diferentes, o Datafolha estava certo, apontando uma subida de Alckmin que o Ibope ainda não havia captado. Vamos ver agora.
A boa notícia para os tucanos é que, mais do que os números em si, o importante na avaliação das pesquisas é a tendência que elas apontam, e nisso os dois institutos concordam.
A uma semana da eleição, o escândalo do dossiê colocou Alckmin novamente no jogo. A questão é saber se as tendências serão mantidas ao longo da semana, ou não. Se forem mantidas, a maior probabilidade é de que haja um segundo turno.
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O escândalo do dossiê contra Serra: E se aconteceu assim?
Depois de adiar o encontro com a realidade por meses, semanas, e, finalmente, dias, os tucanos perceberam que a eleição de Lula já estava decidida, e no primeiro turno. A menos que... A menos que uma bomba caísse no colo do presidente. Trataram de montá-la.
A primeira providência foi procurar uma dupla de velhos parceiros, os Vedoin, pai e filho. Eles já haviam ganhado muito dinheiro com FHC no poder, e estavam no "contas a pagar" clandestino do PSDB, desde que explodiu o caso das sanguessugas.
É bom destacar que os Vedoin não gostam dos petistas. Se ganharam muito no governo anterior ("a gente pagava até adiantado..."), com os petistas começaram ganhando dinheiro também. Mas acabaram com um par de algemas cada e dividindo hospedagem numa cela da Polícia Federal. E isso é uma coisa que os bandidos sempre consideram uma "injustiça", uma "sacanagem".
Os tucanos foram direto ao assunto com os Vedoin: precisavam ferrar a candidatura de Lula. Tinham um plano, e eles eram a isca. Deveriam procurar o PT e dizer que passavam por dificuldades financeiras, já que todas as suas contas estavam bloqueadas na justiça. Ofereceriam aos petistas o que eles queriam, e sempre procuraram: as provas de que os tucanos estavam envolvidos até o pescoço no esquema das sanguessugas. Mas os Vedoin não poderiam ser os portadores da proposta, porque os petistas desconfiariam. Eles necessitavam de um intermediário confiável ao PT. Aí entra Valdebran Padilha.
Valdebran (que estava no hotel em São Paulo e, em tese, receberia a grana pelos Vedoin) também não gosta dos petistas. Sempre foi um operador no Mato Grosso. Vivia - para usar uma expressão do senador Suassuna - beliscando uma "beirada" aqui, outra ali. Com o PT no poder, vislumbrou um futuro promissor. Filiou-se ao partido em 2004, a tempo de comandar a arrecadação de recursos do candidato petista à prefeitura de Cuiabá. Mas o petista não se elegeu. Valdebram ficou chupando dedo, até que se candidatou a uma vaga na direção da Eletronorte. "Mas uma ala do PT impediu a nomeação enviando um dossiê contra ele sobre superfaturamento em prefeituras de Mato Grosso".
Contatado pelos Vedoin, Valdebran topou a parada. Procurou seus "companheiros" petistas e expôs a proposta. Pediu uma quantia absurda (vinte milhões de reais) para dar maior credibilidade ao que propunha. Mas aceitou, rapidamente, que ela caísse para a décima parte. Os "alegres petistas" caíram como patetas.
O acordo seria feito em duas partes. Na primeira, uma entrevista onde os Vedoin denunciariam o envolvimento de Serra e Barjas Negri no esquema. Os tucanos estrilariam, e aí entraria a segunda parte do plano: as provas seriam exibidas à imprensa, com toda a movimentação financeira que provaria por a+b que a máfia das sanguessugas nasceu e se desenvolveu em ninho tucano, com a participação direta de Barjas Negri e, ao menos, a omissão de Serra.
A primeira parte foi feita, com a entrevista dos Vedoin à IstoÉ. Os "alegres petistas" aguardavam ansiosos no Hotel Íbis o material relativo à segunda parte. Foram surpreendidos pela Polícia Federal, "casualmente" alertada por uma conversa providencial dos Vedoin ao telefone - que sabiam estar grampeado.
No kit que os tucanos combinaram com os Vedoin estava ainda a necessidade da inclusão de uma foto de Alckmin no meio do "dossiê" para poder envolver o presidente Lula no episódio. O que foi feito. No mais, algumas imagens de Serra, que todos já estavam mais carecas que ele de saber. A movimentação financeira do esquema...ha-ha-ha...
Tudo certo, tudo perfeito - se não ficasse faltando um detalhe (e como os tucanos lamentam isso...): uma foto da bolada de dinheiro, exatamente como aconteceu com Roseana Sarney.
Nada que, nesta reta final, o programa de Alckmin não possa resolver com uma edição maliciosa. Imagens já não faltam. A Veja desta semana tem uma arte com uma montanha de reais e dólares. A primeira página de O Globo de hoje, a foto de um monte de dinheiro de uma outra operação da PF.
Como um exército de Brancaleone desesperado, a oposição a Lula exclama, com o apoio da grande imprensa:
- Avante, Aquilante - quer dizer, Avante, Alckmin!!! Abaixo "Apedeuta"
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Primavera

Anos 70. O poeta Ferreira Gullar estava clandestino em Moscou, no auge da ditadura, enfrentando o inverno russo de 18 graus abaixo de zero. O dia começava tarde, a noite chegava cedo...
"Mas foi em abril, quando os primeiros brotos surgiram nos galhos ressequidos pelo frio, que voltei a sorrir. E não demorou muito até que me deparasse, certa manhã, com a rua toda verde - árvores, jardins, canteiros - de um verde virente, novinho em folha. Era a primavera que chegava a ensinar-me que a vida é um eterno renascer. Aqui no Brasil, país da eterna primavera, mal nos damos conta disso. Claro que o sabemos, mas saber é diferente de viver. Essa notícia de que o inverno acaba, a tristeza acaba e o verde volta a sorrir foi o inverno russo que me sussurrou ao ouvido, naquele abril de 1972."
Pois é, embora muitos preferissem que o inverno durasse para sempre, desde 1h03min de hoje é primavera.
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Conduzindo o ministro Marco Aurélio de Mello
Se ele pertencesse a um partido de oposição ao governo, ou fosse um jornalista, blogueiro ou um palpiteiro, seria apenas mais uma opinião. Mas, como presidente do TSE, que pode vir a julgar o caso amanhã ou depois, é evidente que Sua Excelência falou demais.
Em nova entrevista, dessa vez à Reuters, o ministro justificou suas declarações, alegando que elas deveriam ser vistas no contexto em que se deu a conversa com os jornalistas.
Fui à página do Jornal do Brasil, onde está a entrevista, para ver o tal contexto. E verifiquei que o ministro foi conduzido pelos jornalistas de uma maneira quase infantil. As perguntas, feitas por Luiz Orlando Carneiro e Tales Faria, falam por si. Leiam algumas e, depois, a entrevista completa, com as respostas de Marco Aurélio de Mello.
. Como o senhor se sente tendo a privacidade invadida, com o grampo no telefone de seu gabinete no Supremo Tribunal Federal?
. E esse negócio de venda de dossiê, compra de dossiê... Muito provavelmente, quem estava escutando o senhor pensava em produzir um dossiê.
. O senhor vê semelhanças entre essas denúncias de compra e montagem de dossiês, que estão ocorrendo agora nas eleições, com o caso Watergate, que ocorreu nos EUA envolvendo o presidente Richard Nixon?
. O grampo no TSE teria a mesma motivação eleitoral do caso Watergate e dessa guerra de dossiês que estourou na imprensa recentemente.
. Caberia aos líderes da nação, neste momento, dar outro tipo de exemplo?
. Mas parece que o eleitor não está punindo esses homens públicos. Parece que os que aprontaram vão ser eleitos.
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A turma de sempre contra Lula
Em 1998, quase quebraram o país com a farsa da paridade do real com o dólar, com o mesmo objetivo: impedir a vitória de Lula. Menos de duas semanas após FHC ser empossado como presidente reeleito, a paridade acabou numa fogueira que queimou bilhões de dólares do país.
Em 2002, tentaram novamente incutir na população o medo da eleição de Lula. A cotação do dólar disparou, o risco-país foi às alturas, novamente colocaram o país à beira do precipício. Só que não colou, e Lula se elegeu.
Acharam então que ele não duraria muito. E quebraram a cara. Mas, quando estourou o "escândalo do mensalão", eles sorriram. Quando as pesquisas começaram a mostrar uma queda de Lula, respiraram aliviados. Em vez do impeachment, pensaram: "vamos deixá-lo sangrar em praça pública, para que nunca mais o povo se atreva a eleger outro 'Apedeuta'".
Mas Lula se recuperou. Surpreendentemente - para seus adversários - o "Apedeuta" estava vivo. Mais do que vivo, rumando para vencer as eleições no primeiro turno.
Agora, com o dossiê dos Vedoin, tentam encurralar novamente o presidente. Mesmo indo contra as palavras do tucano-mor, Fernando Henrique Cardoso, que, em entrevista publicada no Globo de hoje (página 17), afirma que Lula não só foi contra a utilização do dossiê Cayman nas eleições de 2002, como a denunciou ao PSDB.
O objetivo dessa turma é um só: tirar Lula de lá. Nem que para isso seja necessário quebrar o país. Nem que para isso seja necessário provocar uma guerra civil. E ainda fazem tudo isso dizendo querer o melhor para o Brasil.
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O novo coordenador da campanha de Lula
É o contrário, Marco Aurélio. Pela atuação estúpida que teve o setor até o momento, você deveria... ativá-lo. E urgentemente - se querem mesmo vencer as eleições. Porque inteligência foi exatamente o que faltou ali.
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Os dossiês dos Vedoin
Uma entrevista, na qual contariam uma versão apimentada da interferência do candidato Aloizio Mercadante (PT) na liberação de R$ 20 milhões de emendas parlamentares. A entrevista, é claro, seria "remunerada".
O partido não quis saber do dossiê. Mas pode ter-se interessado em comprar "a venda de um dossiê"... Porque sabia - pois o emissário dos Vedoin informou - que os empresários estavam precisando de "dinheiro para pagar os advogados".
Já os "petistas espertos" caíram no conto-do-vigário dos Vedoin. A mesma mercadoria lhes foi proposta, só que tendo Serra como alvo. Primeiro, viria a entrevista. Depois, lhes seriam entregues documentos com "revelações absolutamente comprometedoras" contra Serra. A entrevista veio. As tais revelações, não. Ou porque os Vedoin não as tinham. Ou porque não as quiseram (ou puderam) fazer.
Segundo a mesma reportagem do Correioweb, os tucanos de Mato Grosso ficaram sabendo de tudo:
Duas semanas depois [da recusa do PSDB] o emissário avisou seus amigos tucanos mato-grossenses que um conhecido político paulista (que não é do PT) fizera uma oferta tentadora aos Vedoin, capaz de pagar todos os advogados de que eles precisassem. A partir desse momento, os tucanos começaram a esperar por uma denúncia articulada contra a candidatura de José Serra.
Daí para armar a arapuca contra os petistas foi só juntar lé com cré. Para achar quem armou a arapuca, deve-se começar por descobrir quem é o tal "conhecido político paulista (que não é do PT)" que fez a oferta aos Vedoin. Talvez ele possa contar quem foi. Ou talvez seja ele mesmo o autor da arapuca que transformou um bando de petistas em patetas.
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Complica-se a situação de Serra no caso das sanguessugas

Depois, veio o vídeo com a declaração de Serra em solenidade com a bancada sanguessuga - toda tucana na época - em Mato Grosso:
- "É a primeira vez que vejo uma bancada de deputados fazer isso no Brasil, porque são investimentos relativamente modestos e que têm produtividade muito alta e atinge muitos municípios."
Agora, o jornal O Globo anuncia que Platão Fischer e Edilamar Martins, que comandavam o Departamento de Projetos Estratégicos durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde, o ex-ministro Humberto Costa, Delúbio Soares e mais 40 pessoas serão denunciadas pelo procurador da República Gustavo Velloso como suspeitos de integrar a máfia das sanguessugas.
Evidentemente, isso não está sendo comentado. O foco está apenas na compra do dossiê, e não no que este revela.
O "jornalismo de resultados", que denunciei aqui, funciona à toda. Basta ver como a matéria foi apresentada no jornal O Globo de hoje, que reproduzo aqui. A manchete fala apenas dos petistas. Os serristas estão jogados lá no final do parágrafo...
(Ainda hoje: Os Três Petistas, ou Os Três Patetas?)
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A quem serve o agente trapalhão?
O agente aposentado da Polícia Federal Gedimar Pereira Passos, ao ser preso, mostrou-se muito loquaz, foi logo falando tudo e entregando "todo o esquema". No entanto, na acareação na PF, diante de Freud Godoy - a quem acusara, e que o desmentiu - ficou caladinho, caladinho. Por quê?
Gedimar é um personagem, no mínimo, intrigante: um agente que não desconfiou do grampo no telefone de Vedoin; que iria verificar a qualidade do material que estava em um DVD e numa fita de vídeo, sem ter um laptop nem um reprodutor de DVD ou vídeo para fazer a tal verificação; que jogou no ventilador o que os atores se desejam antes dos espetáculos, levando a crise do dossiê para a porta do presidente da República, a dez dias das eleições, e, subitamente, cala-se.
Quem colocou esse jaboti na árvore? A quem interessa uma bomba dessas, se todas as pesquisas indicam uma vitória folgada do presidente Lula, no primeiro turno?
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Sarney vai perder no Amapá
Se fosse outro o adversário, a eleição de Cristina seria certa. Mas Sarney é poderoso, e está fazendo de tudo para não ter a carreira encerrada por uma adversária desconhecida. Quando se mudou de armas e bagagens para o Amapá, há 16 anos, o ex-presidente levou consigo um Kit-eleição: milhares de maranhenses transferiram seus títulos eleitorais para aquele estado. Hoje, há bairros inteiros com mais maranhenses que amapaenses.
Mas o senador está encontrando uma pedreira pela frente. Cristina é uma negra de 1,80 m de altura, formada em Administração e ex-superintendente do Incra no Amapá. Quando a possibilidade de sua candidatura ao Senado foi colocada, no início do ano, ela sofreu na pele um exemplo asqueroso de preconceito e assédio moral. Como era funcionária concursada da Assembléia Legislativa do Amapá, foi convocada pelo presidente da Casa, deputado Jorge Amanajás (do ético PSDB), para voltar ao trabalho na Assembléia, sob pena de ser demitida.
Ao se apresentar para o trabalho, Cristina foi escalada para exercer funções na sala dos serviços gerais por determinação do presidente da Casa, seu desafeto político e afilhado de José Sarney.
"Ao chegar na Assembléia Legislativa, no início de abril, para se apresentar depois que se desincompatibilizou do cargo de superintendente do Incra para concorrer ao Senado, teve a surpresa. Deveria ir para a cozinha. Desviada de sua função, ela é vigiada diretamente pelo chefe imediato. Disse que seu ponto é cortado mesmo estando no local trabalho e passa o dia sentada num sofá, numa sala de 4x4m, vendo televisão ou escutando programas jornalísticos, por meio de um rádio a pilha que leva de casa, ou trabalhando em seu laptop, além de conversar com as faxineiras e as copeiras, suas atuais colegas de trabalho..."(Leia mais sobre o caso nesta reportagem do Jornal Pequeno, Presidente da Assembléia do Amapá usa cozinha da Casa para castigar concorrente de Sarney)
Agora, Cristina ameaça botar um ponto final na carreira do homem que o presidente Lula considera um "exemplo de ex-presidente". Vamos ver se será também um exemplo de ex-senador e aceitar a derrota como parte da vida.
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Os tucanos e a Teoria da relatividade moral (5)
"André [Lara Rezende] participou diretamente da decisão de apreciar o câmbio, que matou a grande oportunidade de crescimento do país no século. E foi beneficiário direto desse erro. No final de 1994 seu banco estava vendido em quase US$ 1 bilhão no mercado futuro de câmbio. E ele continuava participando diretamente das formulações da equipe econômica."
No entanto, a informação caiu no vazio. Não houve repercussão alguma. Nem nos sites dos "indignados úteis". Vale a pena ler a postagem completa de Nassif, que ele dividiu em O Brasil de André - 1, 2, 3 e 4.
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Dossiê contra Serra: Freud explica?
. Ação da Polícia Federal em São Paulo prendeu duas pessoas com malas de dinheiro para pagar pelo dossiê de Vedoin, que, em tese, incriminaria Serra no caso das sanguessugas. Uma delas é Gedimar Pereira Passos, um agente da PF aposentado. Como é que um ex-agente da PF não desconfiou que os telefones dos Vedoin estavam grampeados? Vedoin é réu confesso, e uma bomba ambulante. Qualquer pessoa, mesmo com apenas dois neurônios em funcionamento (o Tico e o Teco) deduziria que ele estava sendo monitorado. Ainda mais um policial. O agente aposentado da Polícia Federal não.
. Em depoimento à polícia, Gedimar declarou que foi contratado para verificar o conteúdo do material a ser comprado, que incluía um DVD e uma fita de vídeo. Mas, como ele faria isso? Fui ao site do Hotel Íbis onde eles foram presos, e verifiquei que ele não oferece reprodutores de DVD ou vídeo nos quartos. Como e onde ele pretendia verificar o material? Na sala de conferências do hotel?...
. O ex-agente declarou ainda que a pessoa que o teria contratado é da executiva do PT e chama-se Freud. Esse Freud, descobriu-se, é Freud Godoy, assessor especial da secretaria particular do presidente, e que durante um tempo foi segurança de Lula. Ele pediu demissão esta manhã e negou qualquer envolvimento no caso, em entrevista à Rede Globo.
Com a entrada em cena de Freud o caso ganha contornos realmente freudianos (do outro Freud, o Sigmund). Será que Lula, de tanto se comparar a Getúlio Vargas, acabou produzindo seu próprio Gregório Fortunato?
Só o desdobramento dos fatos dirá.
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Afinal, Serra sabia ou não sabia? Em vídeo, ele elogia emendas de sanguessugas
Na solenidade, estavam no palco com Serra os deputados Pedro Henry, Ricarte de Freitas e Lino Rossi. Na época, os três eram do PSDB. Trecho do discurso de Serra:
"É a primeira vez que vejo uma bancada de deputados fazer isso no Brasil, porque são investimentos relativamente modestos e que têm produtividade muito alta e atinge muitos municípios."
Se usarmos como benchmark o parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, o discurso de Serra estava erradíssimo. Em vez de "bancada", a palavra certa seria "quadrilha". Pois todos os deputados que estavam ao lado de Serra no palanque fazem parte da lista das Sanguessugas (ainda falta na lista o senador Antero, que também é do MT). O deputado Lino Rossi - segundo a mesma reportagem da Folha - é apontado como o campeão no recebimento de propina pela Máfia.
É verdade que, em sua defesa, Serra pode parodiar o presidente Lula e, em vez de afirmar que não sabia de nada, dizer que de nada sabia. Alckmistas e "indignados úteis" é que terão de usar de todo um malabarismo verbal para aceitar a "suspensão da descrença" de um e recusar a do outro.
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A reportagem da IstoÉ que ataca Serra, e seus desdobramentos
Reportagem de Andréa Michael e Hudson Corrêa, publicada na Folha de hoje, acrescenta dados novos à história:
A Polícia Federal apreendeu ontem US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão (R$ 1,7 milhão), em um hotel de São Paulo, em poder do petista Valdebran Carlos Padilha da Silva, empreiteiro mato-grossense, e de Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-agente da PF. Eles estavam intermediando a compra de vídeos, fotos e documentos que mostrariam suposto envolvimento dos candidatos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra com a máfia dos sanguessugas.
O material, que teria sido reunido e arquivado por Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da Planam, foi encontrado e apreendido em Cuiabá (MT), na noite de anteontem.
Segundo a mesma reportagem, foram apreendidas "uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e seis fotografias que vinculariam políticos ao esquema de superfaturamento [na compra de ambulância pelo Ministério da Saúde] investigado na Operação Sanguessugas".
"No vídeo aparece José Serra. Tem fotos do Alckmin e do [senador tucano] Antero [Paes de Barros] e deputados daqui", afirmou a PF em Mato Grosso.
História mal contada
Não é possível que fossem pagar tanto por tão pouco. A história está mal contada. Fotos de deputados e do senador Antero (este com o rosto impresso numa ambulância) já estão na rede há muito tempo. Imagens de Serra quando ministro em cerimônias de entrega de ambulâncias, também.
É preciso, como no caso do material da Secom "distribuído" pelo PT, que a história seja rapidamente esclarecida para a opinião pública. Que os fatos ganhem a luz do sol, e seja publicado o conteúdo do material apreendido.
É preciso também esclarecer uma informação no finalzinho da reportagem, atribuída à PF:
À PF Gedimar Passos disse que estava a serviço do PT na negociação para comprar documentos e imagens que poderiam colocar sob suspeita os candidatos tucanos à Presidência e ao governo paulista.
Dúvidas sobre a reportagem da IstoÉ
São necessários esclarecimentos sobre algumas informações contidas na reportagem da IstoÉ. Nela, não há prova alguma contra Serra. O máximo que se poderia dizer a respeito dele é que, se Lula não sabia de nada, Serra de nada sabia. Porque as coisas aconteciam nas barbas dele. Os Vedoin, pai e filho, acham que Serra sabia, mas nunca tocaram diretamente no assunto com ele. O que há de mais próximo disso é um bilhete de Barjas Negri, quando secretário-executivo do ministério da Saúde:
Um ofício datado de 13 de dezembro de 2001 mostra que o gabinete acompanhava de perto as liberações de recursos para a compra de ambulâncias. No documento, já em poder da CPI, o então secretário executivo, Barjas Negri, se reporta ao Fundo Nacional de Saúde e pede “o empenho e a elaboração do convênio, com posterior retorno a essa Secretaria Executiva”.
No mesmo ofício, Barjas diz tratar-se de “uma determinação do senhor
ministro José Serra.”
Contra Barjas Negri sim, há acusações. Os Vedoin não negociaram nada diretamente com ele, mas com um emissário, o empresário Abel Pereira. E Barjas Negri não é uma pessoa sem importância. Foi ministro da Saúde de FHC, quando Serra saiu para disputar a presidência em 2002. Atualmente é prefeito de Piracicaba, e "tem enorme trânsito junto à cúpula tucana. Esteve com Serra no Ministério do Planejamento, foi secretário executivo no Ministério da Saúde, ministro da Saúde e, antes de se eleger prefeito de Piracicaba, em 2004, ocupou o cargo de secretário de Habitação do Estado de São Paulo".
Há mais duas informações importantes na reportagem da IstoÉ, que precisam ser esclarecidas:
1. O último ano do governo tucano, 2002, foi aquele em que a Planan mais distribuiu ambulâncias pelo Brasil: foram 317 no total.
2. Das 891 ambulâncias comercializadas pela Planam entre 2000 e 2004, 681, ou 70% do total, tiveram verbas liberadas até 2002, dentro do período de gestão de Serra e Barjas Negri.
Agora que a PF já tem as fitas na mão, corruptos e corruptores (por enquanto, apenas alguns deles) em cana, é só esclarecer tudo. E não pode ficar para depois das eleições. Tem que ser pra ontem.
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CNI/Ibope: O governo Lula é melhor, igual ou pior do que o de FHC?

A pesquisa CNI-Ibope foi feita entre os dias 9 a 11 de setembro com 2.002 eleitores em 141 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 16982/2006.
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Os tucanos e a Teoria da relatividade moral (4)
A participação do ministro das Comunicações, Sérgio Motta, nas negociações para a aprovação da emenda da reeleição é mencionada expressamente pelos deputados João Maia (sem partido-AC) e Ronivon Santiago (sem partido-AC) nas gravações.
Diversamente do que sustenta o governo, as fitas não contêm apenas referências dúbias e genéricas sobre o envolvimento do ministro, mas descrições precisas e recorrentes de sua atuação no episódio.
João Maia é sempre explícito quanto à participação de Motta na aprovação da emenda. Ronivon Santiago manifesta dúvidas sobre a origem do dinheiro, mas também deixa claro que a negociação envolveu a concessão de canais no Acre.
De acordo com as gravações, o ministro atuou em duas frentes: na intermediação do pagamento aos deputados e na concessão de canais de rádio e TV.
O deputado João Maia é afirmativo ao mencionar o nome do ministro Sérgio Motta na compra de seu voto por R$ 200 mil. Segundo ele, foi o próprio ministro quem marcou sua audiência com o governador Amazonino Mendes (PFL):
"Pelo que eu sei bem é o seguinte: eram os 200 do Serjão, via Amazonino, que era a cota federal, aí do acordo... Ele falou, pra todo mundo, aí, meio mundo, aí. Eu falei com o Luís Eduardo. O Luís Eduardo marcou uma audiência com o Serjão. Daí, o Serjão marcou com o Amazonino".
Maia menciona diversas vezes a participação do ministro no acordo para a compra dos votos: "E que esse dinheiro do Amazonino era o dinheiro que já estava aí. Você entendeu? Que o Serjão já tinha acertado". Ele afirma de forma categórica que o dinheiro foi entregue por ordem do ministro das Comunicações: "Aquele dinheiro era dinheiro do Amazonino. Que mandou trazer por ordem do... do... menino aqui, do Serjão".
Ele explica que os R$ 200 mil para aprovar a emenda da reeleição -que beneficiava o presidente Fernando Henrique Cardoso- não deveriam ser usados para pagar os "atrasados" do governador do Acre, Orleir Cameli: "E já tinha sido o Sérgio Motta -isso aí aqui na Presidência, né? Luís Eduardo vai falar com o Sérgio Motta, Sérgio Motta fala com o Amazonino, só que seria um troço..., quer dizer, não teria nada a ver com Orleir pagar os atrasados dele".
João Maia deixa claro que os R$ 200 mil integravam a "cota federal" do negócio: "Era um dinheiro que o Amazonino tinha mandado trazer. Esse era um dinheiro que nós íamos receber da cota federal, digamos, do negócio".
Ronivon Santiago também menciona a participação do ministro no pagamento dos R$ 200 mil, mas de forma indecisa, cautelosa: "Mas quem deu (o dinheiro) foi o Sérgio Motta ao Amazonino, parece". E, na continuação: "Sérgio Motta, eu acho, sei lá".
Rádio
Ronivon Santiago é bem mais explícito quanto à negociação das concessões de canais.
Segundo o deputado, ele recebeu uma retransmissora de TV de Motta, que foi registrada em nome de um "amigo", no ano passado, e acertou com Motta a concessão de uma emissora de rádio -que seria submetida a uma suposta "concorrência". Veja o diálogo:
Senhor X - E isso o Sérgio Motta sabia?
Ronivon - Sabia. Negócio pro banco. Dinheiro, negócio pro banco do Estado, né? Estrada... Tinha três itens... Eu tive lá com o Sérgio Motta. Tu tá sabendo que eu tô com a... levando uma televisão, o canal 40, né? De Quinari. Nós estamos inaugurando agora. Aí, o caso é o seguinte, o canal 40, né? É bom né?
Senhor X - Claro.
Ronivon - Aí, o caso é o seguinte, eu fui lá com ele pra poder me dar uma rádio também, né, agora. Ele vai me dar. Eu transei com ele, tem uma concorrência. Tem uma jogadinha lá, concorrência, tal. Mas vamos estar lá juntos também, né. Mas não está no meu nome, não. É no nome de um cara lá, de um amigo meu.
( O senhor X da reportagem é a pessoa que passou as fitas para a Folha, e que o jornal manteve no anonimato)
Se quiser ler mais trechos das gravações que mencionam Sérgio Motta, clique aqui.
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'Vedoin diz que pagou propina a Serra'
Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e chefe da Máfia dos Sanguessugas, deu entrevista que ocupará sete páginas da próxima edição da revista ISTOÉ.
Ele disse que pagou propina a José Serra, na época ministro da Saúde, e a Barjas Negri, secretário-executivo do ministério, para que liberassem grana destinada à compra superfaturada de ambulâncias.
A grana era repassada para os dois pelo empresário do ramo da construção civil Abel Pereira, de Piracicaba, São Paulo.
Vedoin apresentou cópias de 15 cheques que diz ter passado para Pereira. E citou o nome de duas empresas nas contas das quais depositou dinheiro a pedido de Pereira:
* Kanguru, uma factoring de São Paulo;
* e Datamicro, empresa da área de informática de Governador Valadares, Minas Gerais.
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PSDB tem algo contra o senador Calheiros?
A oposição ao governo do presidente Lula vocifera e repercute. Mas, é curioso: será que eles suspeitam de algum comportamento irregular do senador Calheiros? Afinal, ele foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso. E certamente deve ter sido escolhido para o cargo após uma criteriosa avaliação ética e moral realizada pelo tucanato.
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Os tucanos e a Teoria da relatividade moral (3)

A imagem acima mostra o contrato da Link Corretora e o extrato da Bovespa, com a corretora ocupando a terceira posição no ranking com apenas quatro meses de vida. Um "fenômeno", segundo a revista IstoÉ Dinheiro:
Em 1998 surgiu um fenômeno no mercado financeiro, a Link Corretora. Com poucos meses de vida, ela deu um show na BM&F, templo dos negócios futuros de dólar, câmbio, Ibovespa, café e ouro, entre outros. Em apenas quatro meses saiu da 85ª posição para o 3º posto no ranking de operações com o futuro de Ibovespa, índice que sofria influência direta do valor das ações da Telebras. A corretora de Daniel e Marcello, conhecidos como "Mendoncinhas", filhos do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, chegou a negociar R$ 12,6 bilhões em junho daquele ano. À frente de tradicionais instituições como o Bradesco, o Citibank e o Itaú.
Na época a fofoca comeu solta. Como diz o grande filósofo e senador do PFL Jorge Bornhausen, "essa raça" é fogo. Começaram logo a insinuar que a corretora dos "Mendoncinhas" estava bem graças ao pai - assim como fazem hoje com a empresa do filho de Lula. Mendonça de Barros era ministro das Comunicações. Cerca de 40% do índice da Bovespa, então, era composto pelas ações da Telebrás. Empresa sob comando do ministro. E que seria privatizada em operação de R$ 22 bilhões pilotada por ele.
Mas até aliados tradicionais do governo estranharam o crescimento espetacular da corretora. Como o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que chegou a pedir ao líder de seu partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), que encaminhasse um pedido ao presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), para que os filhos de Mendonça de Barros fossem ouvidos na CPI dos Bancos.
- Eu trabalhei no sistema financeiro durante sete anos e acho muito estranho uma corretora sair de baixo e parar entre as cinco primeiras. Nos bancos em que trabalhei, era grande a dificuldade de crescer e ganhar dinheiro. Eles, donos de corretora quase sem patrimônio, conseguiram fácil essa proeza - disse Rodrigo Maia.
Dois anos depois, o sucesso já não era mais tão espetacular assim, como informa esta nota da coluna Radar da revista Veja:
Há dois anos, a corretora Link virou um fenômeno na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Recém-nascida, em poucos meses já era uma das maiores da praça. Houve muito barulho na época porque entre seus sócios estavam dois filhos do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros. Sabe-se lá por quê, os negócios dos rapazes pioraram depois que Mendonça deixou o governo: hoje, a Link caiu muito no ranking da BM&F. Mas pai é pai e nenhum gosta de ver seus filhos no relento. Recentemente, o ex-ministro visitou pelo menos dois bancos estrangeiros estimulando-os a confiar suas operações na BM&F à Link.
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TCU, Secom e PT: explicações e dúvidas
No calor da CPI dos Correios, em outubro de 2005, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) notou que faltava a comprovação de 11 milhões de reais dos gastos da Secretaria de Comunicação (Secom), subordinada diretamente à Presidência. O tribunal apontou superfaturamento na aquisição de materiais gráficos e não encontrou provas da manufatura e distribuição de quase 2 milhões de exemplares de um total de 5 milhões de revistas e encartes que a Secom mandou produzir. Os folhetos continham propaganda do governo e críticas à administração anterior. A Secom não reconheceu o diagnóstico de superfaturamento e pediu mais prazo para fornecer os comprovantes dos encartes "desaparecidos", alegando que eles não haviam sido guardados pelas agências de publicidade encarregadas de encomendar a execução dos serviços gráficos.
O governo pediu um tempo para responder. Ao final, disse que os milhões de exemplares haviam sido distribuídos pelo PT. Segue a Veja:
Luís Justiniano de Arantes Fernandes, advogado do ex-ministro Gushiken [à época à frente da Secom], diz que o objetivo do governo foi reduzir custos com a distribuição do material via PT. "Tal decisão permitiu a mais ampla distribuição do material gráfico. O destino final das revistas e dos encartes era e sempre foi a população, e a esse destino eles chegaram, por intermédio desse canal de distribuição em que se constituiu o Partido dos Trabalhadores."
O Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota ontem, criticando o vazamento pelo TCU, e informando que:
Em face às matérias divulgadas nos últimos dias na imprensa, relacionadas à distribuição de cartilhas com ações do governo federal, temos a informar que, segundo levantamento interno, o Partido dos Trabalhadores recebeu um montante de 929.940 exemplares (e não dois milhões, conforme publicado por alguns órgãos), e distribuiu na ocasião essas publicações aos seus diretórios e militantes, além de disponibilizá-los em eventos (seminários e reuniões) para os participantes dos mesmos.
Faltam aí: 1) mais de um milhão de exemplares; 2) uma explicação convincente para destinos diferentes dos exemplares: o advogado de Gushiken afirma que "o destino final das revistas e dos encartes era e sempre foi a população", e o PT estaria apenas realizando o trabalho a um custo menor (qual? ou sem custo?) para o governo. A nota do PT informa que "distribuiu na ocasião essas publicações aos seus diretórios e militantes, além de disponibilizá-los em eventos (seminários e reuniões) para os participantes dos mesmos". Foi para a população ou para participantes de eventos petistas?; 3) É legal essa confusão entre Estado, governo e partido político?
Pode-se questionar o vazamento e a ocasião em que foi feito: a reta final de uma campanha eleitoral. Mas, Inês é morta. "Ó tempo volta pra trás", é letra de fado. O remédio para anular especulações e acusações é um só: colocar a roupa no varal da exposição pública, com tudo devidamente explicado, dindim por dindim.
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Os tucanos e a Teoria da relatividade moral (2)

Em 1998, o real valorizado diante do dólar era usado para garantir a reeleição de FHC. O mundo varrido por sucessivas crises sabia, o mercado sabia, mas o povo tinha que ser mantido na ignorância. Para isso, bilhões de dólares foram torrados.
Garantida a reeleição, 12 dias após a posse, em 13 de janeiro de 1999, a desvalorização veio. Com ela, um escândalo para muitos ainda inexplicável. No entanto, ele já foi explicado sim, dindim por dindim, numa reportagem da revista Veja de 23 de maio de 2001. Só que tudo foi devidamente abafado.
Os efeitos só foram sentidos pelo país, que quase quebrou, e mais recentemente pelo presidente do Banco Central à época, Francisco Lopes. Ele foi condenado pela Justiça a 10 anos de prisão por ter favorecido os bancos Marka e FonteCindam na mudança da política cambial.
Outro personagem muito famoso no escândalo, o banqueiro Salvatore Cacciola, dono do banco Marka, chegou a ser preso. Mas decisão do ministro Marco Aurélio de Mello permitiu que ele respondesse ao processo em liberdade. Como Cacciola é italiano, e nem um pouco bobo, aproveitou-se de nossas vastas fronteiras, e do desinteresse que o governo brasileiro tinha de vê-lo por perto, e tratou de voltar para sua Itália natal, onde segue desfrutando a vida - e, o mais importante para o governo FHC - em silêncio.
E o que poderia falar Cacciola?
A revista Veja apurou que ele descobriu que o presidente do Banco Central, Francisco Lopes, vendia informações privilegiadas. Cacciola era um dos que pagavam por elas. Mas ele queria saber mais, e conseguiu grampear os telefones do esquema, usando para isso os serviços do mesmo agente que praticou os grampos do BNDES.
Cacciola "sabia" que a mudança cambial só ocorreria em fevereiro. Mas ela veio antes, sem que houvesse tempo de avisá-lo, e ele foi pego com as calças na mão. Foi a Brasília, ameaçou contar tudo. Recebeu R$ 1 bilhão, na cotação antiga. Só que o escândalo estourou.
A situação do presidente do Banco Central tornou-se insustentável, e ele foi demitido. Uma batida da PF na casa de Francisco Lopes descobriu um bilhete que informava que o ex-presidente do BC tinha 1,6 milhão de dólares no exterior. A situação toda era tão, digamos, nebulosa, que o ministro Malan afirmou que só contará o que sabe sobre o caso "dez anos depois de minha morte". Aí o governo FHC teve que agir. A reportagem da Veja mostra como:
O certo é que a cúpula do BC tentou esconder do país a ajuda oferecida aos bancos Marka e FonteCindam. Quando se soube da venda de dólar mais barato aos dois bancos, o BC não admitiu a clandestinidade da operação. Disse que o socorro só saiu porque, no mesmo dia, recebera uma carta da Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F) dizendo que a falência dos dois bancos poderia colocar em risco todo o sistema bancário. Descobriu-se, em seguida, que a carta fora encomendada pelo próprio BC, seus termos foram exaustivamente negociados por Tereza Grossi, já então no setor de fiscalização, e só foi recebida por Ricardo Liao (sic) no dia seguinte à liberação da ajuda. Sabe-se agora que o BC até orientou fiscais para, em seus relatórios, informar que o dinheiro saiu por meio da Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários do Banco do Brasil. A revelação foi feita pelo então chefe da fiscalização do BC no Rio, Abelardo Duarte de Melo, em depoimento à Polícia Federal.
A reportagem completa da Veja sobre o caso está aqui.
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Os tucanos e a Teoria da relatividade moral
Durante o governo FHC, por exemplo, Benjamin Steinbruch, que hoje controla a Companhia Siderúrgica Nacional, andou se queixando de que Ricardo Sérgio estava pior do que um beque central de subúrbio, com a unha do dedão do pé nos seus calcanhares para receber 15 milhões (de dólares ou de reais - na época era a mesma coisa). Por quê? Segundo Steinbruch, esse era o valor que Ricardo havia cobrado para que fosse montado em torno dele, Steinbruch, o consórcio que venceu o leilão da Vale.
Mais diante, Steinbruch veio a negar tudo. Seria então uma mentira da oposição? Com a palavra, dois tucanos de alta plumagem: Luiz Carlos Mendonça de Barros e Paulo Renato de Souza, que eram respectivamente Ministro das Comunicações e da Educação de FHC.
As declarações dos dois estão publicadas na Revista Veja, em sua edição 1750, de 08/05/2002.
Luiz Carlos Mendonça de Barros
De acordo com o relato de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Steinbruch visitou-o em seu apartamento e, no escritório usado para leitura, disse-lhe ter combinado o pagamento de uma comissão para Ricardo Sérgio. A comissão seria uma espécie de "remuneração" pelo trabalho que o diretor do Banco do Brasil teve para reunir os fundos de pensão estatais em torno de seu consórcio. Steinbruch contou que vinha sendo pressionado para pagar o que devia, os 15 milhões. Essa revelação foi feita a Mendonça de Barros por Benjamin Steinbruch em 1998, cerca de um ano após a privatização da Vale. Ao ser informado sobre a cobrança de comissão, Mendonça de Barros quis ficar longe da história. "Ô Steinbruch, eu não quero me envolver nesse assunto. Não é da minha área", disse a Steinbruch. Dias depois, durante uma audiência, Mendonça de Barros relatou o episódio ao presidente Fernando Henrique. Ouviu como resposta o seguinte: "Eu não sei nada disso e acho que você fez muito bem em não se envolver nesse assunto".
Paulo Renato de Souza
Paulo Renato ouviu o depoimento de Steinbruch também em 1998. Na versão do ministro da Educação, Benjamin Steinbruch contou-lhe que Ricardo Sérgio pediu dinheiro em nome de tucanos. De acordo com Paulo Renato, Steinbruch não especificou quem seriam esses tucanos. "Nem me disse, tampouco eu perguntei", afirma o ministro. De acordo com Paulo Renato, Steinbruch lhe disse ter checado se Ricardo Sérgio falava mesmo em nome de tucanos. Como foi feita a checagem? Steinbruch, segundo Paulo Renato ouviu do empresário, fez chegar uma consulta ao presidente Fernando Henrique. "Como resposta, segundo suas palavras, Steinbruch ouviu que o governo (sic) não tinha nada a ver com aquilo e que ele não deveria pagar." Ao ouvir a história, o ministro da Educação informa que não tomou nenhuma atitude de ordem prática, como avisar a Polícia Federal, por exemplo, ou o Ministério Público. E ele explica o fundamento de sua decisão: "Quando Steinbruch me contou o que se passara, referia-se a um assunto resolvido. Ele não pagou nada. Portanto, do ponto de vista da administração pública ou do PSDB, não fui informado da ocorrência de crime", afirma Paulo Renato.
Embora FHC tenha sido informado das tentativas de Ricardo Sérgio, ele ficou no governo até novembro. Só foi demitido quando houve o vazamento das fitas da privatização das teles. Saiu no mesmo pacote de afastamentos que levou Mendonça de Barros e o presidente do BNDES, André Lara Resende.
(Não se lembra das fitas da privatização? Leia a postagem abaixo: "Na hora que der merda, estamos juntos desde o início")
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'Na hora que der merda, estamos juntos desde o início'

O conteúdo de parte das fitas que foi divulgada à nação (a maior parte, como na antiga canção, "ninguém sabe, ninguém viu"...) teve sua veracidade confirmada por um dos participantes do diálogo, e, à época, ministro das Comunicações de FHC, Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Leia agora um dos mais famosos trechos, aquele em que Ricardo Sérgio declara que estão "no limite da irresponsabilidade".
MENDONÇA DE BARROS - Está tudo acertado. Mas o Opportunity está com um problema de fiança. Não dá para o Banco do Brasil dar? [Ricardo era diretor do BB].
RICARDO SÉRGIO - Acabei de dar.
MENDONÇA DE BARROS - Não é para a Embratel, é para a Telemar [nome de fantasia da Tele Norte Leste].
RICARDO SÉRGIO - Dei para a Embratel, e 874 milhões para a Telemar. Nós estamos no limite da irresponsabilidade.
MENDONÇA DE BARROS - É isso aí, estamos juntos.
RICARDO SÉRGIO - Na hora que der merda, estamos juntos desde o início.
Em fevereiro deste ano, o juiz federal substituto Cloves Barbosa de Siqueira, da 12ª Vara do Distrito Federal, condenou Ricardo Sérgio e outros diretores do BB a sete anos de cadeia. Começou a dar merda.
(Postagem feita originalmente em 2 de fevereiro deste ano)
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