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Bolsonaro e o Capitólio à brasileira


A jornalista Cristina Serra publica hoje na Folha mais uma denúncia do que está sendo armado por Bolsonaro e sua turma, no sentido de tentar vencer no grito as eleições ou melar o resultado em caso da derrota quase certa para Lula, como tentaram partidários de Trump na invasão do Capitolio nos EUA. 
 
Ainda outro dia o jornalista Janio de Freitas publicou texto no mesmo sentido, que eu repiquei aqui em Bolsonaro arma a população nas barbas das Forças Armadas empanturradas de picanha e leite Moça .
 
Isso não está sendo feito de modo escondido. Não, pelo contrário, é feito às claras, até porque um dos principais objetivos iniciais é espalhar insegurança para aos poucos gerar medo, até chegar ao pavor.
 
O artigo de Cristina Serra:

Bolsonaro apresentou, nos últimos dias, pequena mostra de como será sua campanha à reeleição. Dá para identificar três eixos muito bem coordenados. Um deles é o discurso e a produção de símbolos para arregimentação de suas bases. Nisso, merecem destaque sua imagem em um clube de tiro e os palavrões, emitidos em estudado tom de desabafo, em comício, no Nordeste.

Também voltaram os ataques golpistas ao sistema eletrônico de votação e deturpações, como a expressão "ditadura das canetas", em evidente alusão às decisões de ministros do STF. Misturadas a muitas baboseiras, proliferam ameaças explícitas, como a que foi feita por Eduardo Bolsonaro: "(...) a gente vai dar um golpe que a gente vai acabar com o Lula". São apitos para mobilizar os cães de guerra.

Um segundo eixo é tentar inundar a sociedade com mais armamento e munição, como se pode notar na proposta de "anistia" para quem tem armas em situação irregular. É o anabolizante que vem apascentando (não apenas) milícias e facções bolsonaristas. Por último, há a engrenagem digital do ódio, operada de dentro do governo.

Essas dimensões convergem para promover a violência em escala individual e coletiva, num ciclo multiplicador e permanente de tensões sociais. Esse é o terreno onde grassaram o nazismo e o fascismo. Não é à toa que a defesa do nazismo surge com aparente naturalidade em um podcast com milhões de seguidores.

Nada é aleatório. É perceptível um método de propagação e reverberação de ondas de fúria, que degradam os valores da civilidade e sedimentam a brutalidade e a estupidez como referências para o convívio social e a resolução de conflitos cotidianos.

Bolsonaro age com desenvoltura no pântano e é assim que ele imagina enfrentar Lula, chegar ao segundo turno e vencer. Se não der certo, restará o delírio de insuflar algo semelhante ao "capitólio" de Trump, nos EUA. A turbulência está só começando. Apertemos os cintos.

 




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Bolsonaro arma a população nas barbas das Forças Armadas empanturradas de picanha e leite Moça


A coluna de Janio de Freitas hoje na Folha deixa nu o terror que se avizinha, sob silêncio cúmplice ou alienado das Forças Armadas e da mídia corporativa: Bolsonaro arma a população e cria um exército sabe-se lá de que, mas com a intenção que ele já anunciou várias vezes, a de melar qualquer resultado que não seja sua reeleição. 
 
O texto de Janio é histórico, claro, cristalino e vai ao ponto, porque nos mostra um país atônito, em choque, a ponto de não reconhecer o perigo que corremos na apreensão de imensa quantidade de armas e munições (26 fuzis AR15 e 556, três carabinas, 21 pistolas, dois revólveres, uma espingarda calibre 12, um rifle e um mosquetão, fora caixas de munições para fuzil, e até uma metralhadora de chão) de posse de um casal, tudo comprado dentro das novas leis que Bolsonaro comprou no Centrão, a custo de seu Orçamento Secreto.
 
Não deixe de ler e divulgar este texto de Janio de Freitas:
As eleições armadas

O incompreensível descaso com as medidas de Bolsonaro para armar parte da população, sendo tantas as implicações nocivas daí advindas, é tão ameaçador para o futuro próximo quanto a própria ação armadora de Bolsonaro.

Recente descoberta no Rio indica que armas de combate, modernas e caríssimas, estão entrando em alta quantidade e tomando destinos imprecisos. Chegam em importações dadas como legais, amparadas nos atos a respeito, repletos de lacunas, emitidos por Bolsonaro.

Com permissões para colecionadores, atiradores e outros, um casal jovem importava lotes volumosos de armas, dezenas de fuzis modernos e ainda metralhadoras, pistolas, revólveres e projéteis aos muitos milhares. Dispensadas, agora, as autorizações e a vigilância do Exército. O casal associava operações em Goiás e no Rio, onde foi localizada uma casa cheia de armas em bairro residencial.

As alternativas permitidas pelas liberações de Bolsonaro são tantas —registros pessoais e comerciais sem limite, importações sucessivas, inexistência de fiscalização, entre outras— que um só operador pode armar para combate todo um contingente. É o que está acontecendo. Com quantidades ignoradas de importadores, de armas, munições e de financiadores. Certo é não haver motivo, muito ao contrário, para supor exclusividade do casal no fornecimento de armas bélicas.

A quem, é a questão mais importante. Aos bandos conhecidos e à milícia, veio pronta a afirmação na única e precária notícia policial (em O Globo de 26.jan) sobre o arsenal encontrado. Provável final de um lote importante, os 26 fuzis e até metralhadora de chão, além de outras armas e muita munição, indicam custo além do conveniente para aquela freguesia, cliente dos preços no contrabando, solidários e sem impostos.

"Se não tiver voto impresso, não vai ter eleição" pode ser uma frase simbólica dos tantos avisos públicos de um propósito anti-eleitoral. Reforçado no que as atuais sondagens do eleitorado sugerem. E já sonorizado na volta à mentira de fraude nas eleições de 2018. Tal propósito não se consumaria no grito, nem deve contar com a sabotagem eleitoral de outro Sergio Moro e de procuradores bolsonaristas à disposição de Augusto Aras. Armas potentes, porém, se ajustam bem ao propósito.

As medidas de Bolsonaro para o armamento de civis obedeceram a um plano. Mostrou-o a escalada em que se deram. Primeiro, a posse doméstica, depois facilidades para o porte. Então os primeiros incentivos à compra e às munições, com possível importação, e aí a posse ampliada. Até chegar à compra de 60 armas por cabeça e mil projéteis por arma/ano. Sem restrição a várias importações. Para atenuar o comprometimento do silencioso Exército nesse plano sinistro, suas obrigações ligadas à posse de armas foram extintas quase todas.

Essas medidas não vieram do nada para o à toa. São uma denúncia de si mesmas e de suas finalidades criminosas. Fuzis e metralhadoras não se prestam ao alegado "direito do cidadão de se defender", argumento da má-fé de quem, assaltado, entregou sua arma, a moto e a falsa valentia ao jovem assaltante.

As importações de fuzis e metralhadoras não são suspeitas: são, com toda a certeza, armas para o crime. Contra pessoas, grupos, instituições constitucionais e o regime de liberdades democráticas.

Estamos já no ano eleitoral. É preciso identificar e comprovar o destino das armas de uso bélico importadas, em quantidade, por decorrência de medidas programadas e impostas por Bolsonaro, sem resistência institucional, dos meios de comunicação ou dos setores civis influentes. Do contrário, quem puder, e tiver tempo, saia da frente dessas armas.







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Lula, Chávez, Evo, Corrêa. A ação dos EUA na América Latina



Quando presidente da Venezuela, Hugo Chávez sofreu bloqueio e intensa perseguição dos Estados Unidos. Morreu de um câncer misterioso que atingiu quase ao mesmo tempo várias lideranças da América Latina: Lugo, Evo, Cristina Kirchner, Lula e Dilma, no Brasil.

Quando tem muita coincidência assim em favor dos Estados Unidos, geralmente não é coincidência.

Na Venezuela, as pressões migraram de Chávez para Maduro, e os EUA querem matar o país de fome ou tirar Maduro, o que vier primeiro - assim como sempre aconteceu com a brava Cuba,

Em 2018, Lula foi proibido de concorrer numa eleição em que todas as pesquisas o apontavam como favorito destacado, por uma condenação num processo sem provas e objeto determinado.

É o chamado lawfare, uso da Justiça para interferir na política de um país.

O mesmo acontece agora com as outras duas lideranças desta foto: Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Corrêa, do Equador. Ambos condenados recentemente em seus países para impedi-los de participar das eleições.

Repito: muita coincidência assim em favor dos Estados Unidos, geralmente não é coincidência.



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No aniversário de Lula, esquerda vence na Argentina e no Uruguai. Parabéns, presidentes!


No aniversário de Lula, Argentina volta à esquerda e Uruguai vai pelo mesmo caminho


Não poderia haver melhor presente de aniversário (74 anos) para nosso presidente Lula do que os resultados das urnas em alguns de nossos vizinhos na América do Sul — além das mudanças exigidas nas ruas do Chile e do Equador, em protesto contra governos neoliberais.

Na Argentina, a chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner venceu em primeiro turno. No Uruguai, as pesquisas de boca de urna indicam um segundo turno, mas com grande vantagem para o candidato do atual governo de esquerda, que vem de Mujica e passa por Tabaré Vásquez, Daniel Martínez.

Na Colômbia, onde não houve eleições presidenciais mas municipais, Bogotá e as principais cidades do país elegeram candidatos de centro-esquerda, em oposição ao governo direitista.


Em sua vitória na Argentina, o presidente eleito Alberto Fernández, enviou sua mensagem de aniversário ao presidente Lula, via Twitter [imagem acima]:
Também hoje faz aniversário meu amigo Lula, um homem extraordinário que está preso injustamente há um ano e meio.
Parabéns pra você, querido Lula. Espero vê-lo em breve.
Mas o grande presente para Lula está guardado para o dia de sua liberdade, quando cairá nos braços do povo, como na foto que ilustra e encabeça esta postagem.


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Evo Morales denuncia tentativa de golpe de Estado na Bolívia

Evo Morales

Pronunciamento do presidente denuncia plano da direita com apoio internacional



Em pronunciamento feito nesta manhã, o presidente da Bolívia Evo Morales denunciou a tentativa de um golpe de Estado na Bolívia, com apoio internacional. [confira no vídeo abaixo, a partir de 9'21"].

Evo convocou a população a defender a democracia e aguardar o resultado final das eleições.

Acusou a oposição de direita de tentar provocar o caos no país, incendiando locais de votação e atacando fiscais eleitorais e mesmo deputados eleitos.

Partidários do segundo colocado, Carlos Mesa, começaram os tumultos, após a virada eleitoral vinda com os votos da área rural, especialmente dos indígenas bolivianos.
"Entendo o desespero da direita boliviana que não quer reconhecer o voto indígena, como no passado eles nunca reconheceram", disse Evo Morales.



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Em seu livro, Janot aponta ações políticas de Moro e da Lava Jato nas eleições de 2014 e 2018

Janot e Moro sobre bandeira dos EUA

Livro de Janot tira a máscara da Lava Jato


Nas páginas 41 e 42 de seu livro (com Jailton de Carvalho), o ex-PGR Rodrigo Janot cita dois instantes que mostram o viés político da Lava Jato. O uso de uma delação de Youssef na campanha de 2014 ("destituídas de qualquer valor jurídico") e de Palocci em 2018.

Fica clara a motivação política da Operação, que já buscava tirar o PT do poder desde seu início.

Aras [procurador Vladimir Aras] se lembrou, então, de um diálogo que teve com Souza [ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza,], menos incensado que Dallagnol, mas, certamente, o principal estrategista da força-tarefa no Paraná. Segundo ele, Souza disse que a intenção da força-tarefa era “horizontalizar para chegar logo lá na frente”, e não “verticalizar” as investigações, e que, por isso, teríamos dificuldade em fundamentar os pedidos de inquérito. O que seria “horizontalizar para chegar logo lá na frente”? Não entendi direito o conceito. Creio que meus colegas também não. Só depois de muito tempo, quando vi Sergio Moro viajando ao Rio de Janeiro para aceitar o convite para ser o ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, é que me veio de novo à cabeça aquela expressão. Horizontalizar implicaria uma investigação com foco num determinado resultado? Eu não quis imaginar isso lá atrás e também não quero me esticar nesse assunto agora, mas isso ainda me incomoda um bocado, sobretudo quando penso em dois episódios separados no tempo, mas muito parecidos.
 

Estou falando dos vazamentos de trechos de depoimentos de Youssef e do ex-ministro Antonio Palocci na reta final das eleições presidenciais de 2014 e 2018, respectivamente. As declarações de Youssef, segundo o qual Lula e Dilma sabiam das falcatruas na Petrobras, eram destituídas de qualquer valor jurídico. Youssef não compartilhava da intimidade do Palácio do Planalto e não tinha provas do que dizia. Mas, mesmo assim, eram de forte conteúdo político, e não há dúvidas de que tiveram enorme impacto eleitoral. A divulgação de parte da delação de Palocci teve reflexo menor. O tema abordado já não era novo. Mas não é demais supor que também ajudou a municiar um dos lados do jogo político.

Esses dois casos, a meu ver, expõem contra a Lava Jato, que a todo momento tem que se defender de atuação com viés político. [Nada Menos que Tudo, pgs. 41-42]



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Abram o olho: A ‘nova pesquisa’ Ibope em SP é anterior à do Datafolha

Pessoal, já escrevi aqui, Todo cuidado é pouco com as pesquisas para a prefeitura de São Paulo, por isso é bom manter os olhos bem abertos e a leitura das entrelinhas em dia.

Isso não valia apenas para aquela estranha subida do Kassab, mas vale também agora para a disparada de Marta, a queda de Alckmin e a nova subida do mesmo Kassab.

Embora tenha sido publicada depois da pesquisa Datafolha, a pesquisa Ibope que aponta Marta disparada na frente foi feita antes:

A do Instituto Datafolha (que também apontava Marta na frente de Alckmin, mas com uma diferença de apenas 1%) foi feita nos dias 25 e 26 de março, com margem de erro de 3%; a do Ibope foi feita entre os dias 20 e 23 de março (portanto, no mínimo dois dias antes), e a margem de erro não foi divulgada.

Não se esqueçam que a eleição para a prefeitura de São Paulo está sendo vendida como uma eleição presidencial antecipada, e os institutos estão trabalhando, atendendo aos pedidos de seus clientes. Olho vivo.

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Sarkozy, o novo presidente da França



A eleição francesa está decidida em favor de Nicolas Sarkozy. Ele deve vencer com boa folga a socialista e charmosa Ségolène Royal, para tristeza de todos nós que gostamos do socialismo e das mulheres.

Desde segunda-feira, quando vi no Blog do Gadelha a pesquisa telefônica que repito acima, percebi que era praticamente impossível que Ségolène conseguisse uma virada na reta final da campanha, mesmo com um debate entre os dois no meio do caminho.

A pesquisa daquela oportunidade, na minha avaliação, era catastrófica para Ségolène.

Responda, sinceramente, em quem você votaria: num candidato sólido, com um projeto de verdade para seu país, coerente e com capacidade de unir; ou numa candidata simpática e mais perto de suas preocupações (embora neste último quesito, Ségolène tenha apenas um ponto de diferença sobre Sarkozy: 44 a 43)?

De lá para cá, a distância que separa Sarkozy de Ségolène só cresceu. E deverá crescer ainda mais até amanhã, porque os indecisos geralmente escolhem os prováveis vencedores para despejar suas indecisões.

Simpatia não é bom nem para ganhar concurso de miss. A simpática geralmente fica com um prêmio de consolação. Ainda mais num país com uma população racional e em geral mal humorada.

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