Lula e o Brasil precisam da oposição

megalomaniaOs estudiosos do PT poderiam fazer uma pesquisa porque estamos em tempo de embate. Não queria comparar meu governo com o governo passado, porque isso seria como um Corinthians e Íbis. Queria comparar o nosso governo com toda a República, com o mundo todo, para ver se em algum momento na História mundial houve um governo com tanta participação dos trabalhadores.

Depois de haver declarado que a saúde no Brasil estava próxima da perfeição, o presidente Lula saiu-se com esta declaração no encontro do PT de ontem, em Brasília.

Seria mais uma das auto-exaltações tão costumeiras no presidente, se ela não demonstrasse algo pior: a deterioração galopante da visão que Lula tem da realidade.

Cercado por um bando de áulicos puxa-sacos - como costuma acontecer a políticos, atores, jogadores de sucesso – o presidente está sem um interlocutor que o devolva à realidade.

Acossado há quase um ano por acusações de todos os lados, Lula viu caírem um a um seus principais aliados e consultores, e agora tem apenas os puxa-sacos e os próprios botões como interlocutores.

Se a estratégia da oposição continuar a mesma, de apenas oferecer denúncias e ataques contra o governo, o resultado será também o mesmo: o presidente disparado na frente e cada vez mais só e megalomaníaco.

Cabe à oposição oferecer alternativas de nomes e de propostas para o país, e assim obrigar o presidente a sair da redoma em que se colocou como defesa - o que é bastante explicável, graças à constância dos ataques e à solidão em que se encontra.

Obrigado a falar não do presente nem do passado, mas do futuro, o presidente Lula terá de dizer o que pretende realizar no próximo mandato. Assim, a população terá como comparar programas e metas dos candidatos e escolher o melhor futuro para o país e não o melhor passado.

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Lula pisa na bola

BerzoiniSe for verdadeira a notícia de que o presidente Lula escolheu o deputado Roberto Berzoini (SP) para exercer em sua campanha para a reeleição o mesmo papel que José Dirceu na última, a oposição tem motivos para festejar.

Berzoini, que é o atual presidente do PT, foi Ministro da Previdência de Lula e cometeu um dos maiores crimes da burocracia de que se tem notícia. No final de 2003 cortou o pagamento de todos os idosos com mais de 90 anos, obrigando-os a comparecerem ao posto mais próximo da Previdência com carteira de identidade e cartão para provar que ainda estavam vivos.

Foi um verdadeiro circo dos horrores, com pessoas que mal se agüentavam de pé engrossando filas para delírio da burocracia.

Nem assim o burocrata-mor, atual presidente do PT, voltou atrás. Pelo contrário, ainda teve a coragem de declarar o seguinte ao telejornal "Bom dia, Brasil", da Rede Globo:

- Não há razão para pedir desculpas porque houve problemas localizados.

Na tarde do mesmo dia, diante da repercussão negativa de sua declaração, Berzoini voltou atrás, mudou de idéia como quem muda de camisa, pediu desculpas e cancelou a exigência. O crime durou exatos quatro dias para ser remediado. Mesmo assim, porque a opinião pública botou a boca na tuba, insuflada pelas imagens estarrecedoras exibidas nos telejornais.

Na época, o presidente Lula disse que a exigência do recadastramento naqueles moldes foi um tremendo gol contra.

Pois com a escolha de Berzoini para coordenador de sua campanha, o presidente empata o jogo, com outro gol contra.

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Alckmin X Lula

Alckmin e LulaQualquer um que leia o noticiário com um mínimo de isenção verá que a candidatura Alckmin é um balão apagado que apanha de todos os lados. Até o PFL, que adora um cargo de vice, está jogando duro para montar a chapa com ele.

Isso ocorre porque a candidatura é antinatural (natural seria o Serra), não tem rumo, não tem proposta e – pior – não tem voto. A campanha patina de tal modo que está atiçando nos demais partidos o gosto por um candidato próprio ou, no caso do PFL – que não se atreveria a tanto -, a perspectiva de sair sem candidato para disputar livremente as eleições nos estados. Sem contar os problemas domésticos de Alckmin, como os vestidos de madame Lu, os fornos sem licitação, as 69 CPIs bloqueadas e agora a condenação do TCE no caso do “nossacaixaduto”.

Enquanto isso, com a candidatura Lula acontece o oposto. O presidente está disparado na frente, as CPIs estão no fim, a oposição parece cansada de bater, bater, bater e não ver resultados. Tanto que a CPI do Lula morreu antes de nascer, e a oposição já pensa até em acabar agora em maio com a CPI dos Bingos, vejam só. Tem mais: o relator já confirmou que o presidente nem será citado no relatório final, por absoluta falta de provas.

Há ainda o fato de que Lula é um “sortudo”: não é que o recorde das exportações, a auto-suficiência em petróleo, o primeiro brasileiro no espaço, o fim da dívida com o FMI, o menor risco-Brasil, tudo isso veio a acontecer no governo dele?

Se não bastasse isso tudo, o presidente tem a Caneta e, com ela, é um pacote de bondades atrás do outro, atendendo a todos os setores da sociedade. Até aos adversários, como Arthur Virgílio e ACM, que levaram uma bela verba para seus estados quando da aprovação do Orçamento.

Por último, é bom não esquecer que nos EUA, onde a reeleição existe há bem mais tempo que aqui, apenas dois presidentes não conseguiram se reeleger em toda a história. Um foi JFK, porque foi assassinado. O outro foi George Bush pai – por causa da “economia, estúpido”, como definiu Carville, o assessor de Clinton na vitória.

Lula está vivo e a economia vai bem.

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Alckmin e o banho de ética

banhoVocês se lembram do José Roberto Arruda, aquele que era líder do FHC no Senado e renunciou como seu colega ACM por causa do escândalo da violação do painel do Senado?

Pois é, com a renúncia eles escaparam da cassação e conseqüente perda dos direitos políticos por oito anos. ACM voltou ao Senado pelo ético PFL e Arruda se elegeu deputado federal em Brasília, também pelo ético PFL. E agora está no centro da disputa que faz desabar a cada dia a candidatura de Alckmin, pois o PFL quer que o PSDB não lance candidato e apóie a candidatura de Arruda ao governo do Distrito Federal.

Já no Amazonas parece que está tudo certo para o ético senador Arthur Virgílio sair candidato ao governo. Ainda mais depois de ele ter dado entrevista dizendo que caixa dois é uma tradição da política brasileira. E eu que já estava quase acreditando que era uma invenção do PT, assim como a corrupção e fazer campanha em ano de reeleição...

Como se não bastasse: para aumentar o inferno astral de Alckmin, o Tribunal de Contas do Estado de SP julgou irregulares as contas de publicidade da Nossa Caixa durante seu governo.

ACM, Arruda, Arthur Virgílio, Alckmin (para ficarmos apenas na letra A)... Isso é que é banho de ética!...

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Novo escândalo da Câmara

fantasmaO novo escândalo da Câmara - o da verba indenizatória – mal começou e já apresenta seus primeiros personagens com suas explicações mirabolantes. O deputado Marcelino Fraga (PMDB-ES) pediu restituição de R$ 121 mil no ano passado e R$ 54 mil este ano de gastos com combustíveis. E forneceu uma justificativa inusitada para sua gastança de gasolina com a grana dos cofres públicos. Nada de gastos fantasmas - mas quase. Porém a causa é nobre, segundo ele.

O deputado alega que tem um ônibus que ele cede gratuitamente para eleitores participarem de velórios na região de Colatina. Só no ano passado teriam sido mais de 300 funerais (quase um por dia). Este ano, pelo visto, tem morrido mais gente, porque, pelo andar da carruagem funerária, a despesa vai pra lá dos R$ 160 mil. E o deputado ainda vai acabar tendo que comprar um novo ônibus...

Sobre o fato de que a verba indenizatória não foi criada com essa finalidade o deputado tem uma resposta na ponta da língua:

- Pode ser ilegal, mas não é imoral.

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ACM é dono da Bahia?

Foto Agência Brasil, no terra MagazineO deputado Emiliano José (PT-BA) disse que o senador Antonio Carlos Magalhães (BA), do ético PFL, é o verdadeiro dono de negócios milionários do publicitário Fernando Barros, dono da Propeg, a agência de propaganda que cuida dos governos baianos desde que existem Bahia, governo e propaganda. Segundo o deputado, entre os bens de ACM estaria até um porto por onde é exportada toda a produção da Ford.

O senador ficou pê da vida, cuspiu marimbondos e deu a seguinte declaração sobre o assunto:

- Se encontrarem algum dinheiro em meu nome ou no de minha família no exterior, podem ficar com ele.

Desculpe, essa foi a desculpa do Maluf. O que o ACM disse foi:

- Essa pessoa eu não vejo há muito tempo. Aliás, eu nunca fui naquela casa, nunca estive na mansão.

Foi mal. Essa quem disse foi o Palocci. O que o ACM disse foi:

- Eu nunca peguei dinheiro nenhum desse homem do restaurante. É tudo uma calúnia, e eu vou provar!

Ahn, ahn... Essa foi do Severino Cavalcanti. O ACM falou assim:

- Fui traído. Eu não sei de nada.

Ih, essa foi o Lula!... O que o ACM disse foi... Bom, o senador ACM foi generoso com o deputado petista, a ponto de pensar até na mãe do deputado, na resposta que deu:

- Se eu tiver sociedade com Fernando Barros ou qualquer outra pessoa eu transferirei para a mãe de Emiliano.

Já o dono da Propeg, acusado de ser testa-de-ferro de ACM, foi original, como convém a um publicitário, e também se mostrou preocupado até com a ex-esposa do deputado:

- Se ele conseguir provar que eu sou dono de algum porto esse porto será doado a ele. E se, ainda, provar que o senador Antonio Carlos tem qualquer tipo de participação nos meus negócios, tudo o que tenho escriturarei doando igualmente a ele, Emiliano. Assim, quem sabe, ele consiga pagar as pensões alimentícias que não honra com sua ex-mulher.

A matéria completa do Terra Magazine começa aqui.

(Você que me lê poderia contribuir com nossos ilustres homens públicos, publicando aqui nos comentários algumas desculpas mais criativas, para que eles as utilizem quando forem apanhados com a boca na botija. Mande suas sugestões.)

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Candidatura Alckmin - Começou a debandada

naufrágioComeçou a debandada dos "aliados" de Alckmin. Em seminário sobre política externa promovido pelo PFL ontem no Rio, o ex-prefeito da cidade, ainda no exercício do cargo, Cesar Maia, disse o seguinte:

- Se, para elegermos mais deputados, o melhor for o PFL não ter candidato a vice e, com isso, ter mais flexibilidade para montar as alianças para poder oferecer a Vossa Excelência uma bancada com mais dez, mais 12 deputados, para dar sustentabilidade política a seu governo, não tenho dúvida, e já disse ao presidente Jorge Bornhausen: se na discussão com a direção do PSDB chegarmos a essa conclusão, devemos priorizar a maximização da nossa bancada de deputados federais, porque é o melhor serviço que a gente pode fazer pelo seu governo.

Traduzindo o circunlóquio:

- Como sua candidatura não decola, e não chegamos a acordo em vários estados, se vira, porque vamos cuidar da própria pele e tratar de eleger uma grande bancada para negociar com o governo.

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Nova bomba sobre Garotinho

bombaO Globo já havia jogado a primeira bomba na cabeça do Garotinho, quando mostrou que empresas que doaram dinheiro para sua pré-campanha funcionam em endereços fantasmas (uma no quinto andar de um prédio de apenas quatro...).

Agora vem a Folha e lança a segunda bomba. Em reportagem publicada hoje (aqui, para assinantes), os repórteres Sergio Torres e Elvira Lobato mostram que o dono de uma das tais empresas é um assaltante que está residindo hoje obrigatoriamente no complexo penitenciário de Bangu.

A outra dona da empresa é a ex-mulher do assaltante, que declarou o seguinte aos repórteres:

- "Fomos laranjas. Não ganhei nada para fazer isso. Moro em um cômodo no porão da casa da minha mãe, na favela, com dois filhos. Sou depiladora e ganho R$ 385 por mês".

Assim realmente fica difícil Garotinho crescer e aparecer.

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Inverno, Primavera

primaveraQuem critica o Congresso que está aí e afirma que é o pior de todos os tempos, esquece-se de que votar contra os desejos da população (como no caso da absolvição dos mensaleiros) não é uma exclusividade desta leva.

No dia 25 de abril de 1984, há exatos 22 anos, a Câmara dos Deputados rejeitou a emenda das Diretas-Já, que restabelecia as eleições diretas no país, após a ditadura.

Na votação, a emenda venceu de goleada: foram 298 votos a favor e apenas 65 contra. Mas faltaram 22 votos para que se atingisse o quorum de dois terços exigido para alterações da Constituição.

A discussão para votação da emenda começou às nove da manhã. Mas o resultado só foi divulgado na madrugada do dia seguinte. Era uma estratégia combinada entre os deputados para evitar que o povo, concentrado em manifestações por todo o país, despejasse sua frustração nas ruas.

Pesquisa do Instituto Gallup em janeiro daquele ano mostrara que 81% dos brasileiros apoiavam as diretas já e apenas 10% eram contra. Quem não viveu aquele período pode imaginar a imensa frustração que tomou conta do país.

Depois vieram as diretas, e, presidente após presidente, sentimos a sensação de que tudo vai mudar, como naqueles dias, e em seguida a mesma frustração.

Por isso, hoje o desânimo parece geral. Muitos pregando o voto nulo, descrentes de que um Brasil diferente seja possível.

Para esses, encerro com este trecho, que retirei de um artigo do poeta Ferreira Gullar. Ele estava clandestino em Moscou, no auge da ditadura, enfrentando o inverno russo de 18 graus abaixo de zero. O dia começava tarde, a noite chegava cedo...

"Mas foi em abril, quando os primeiros brotos surgiram nos galhos ressequidos pelo frio, que voltei a sorrir. E não demorou muito até que me deparasse, certa manhã, com a rua toda verde - árvores, jardins, canteiros - de um verde virente, novinho em folha. Era a primavera que chegava a ensinar-me que a vida é um eterno renascer. Aqui no Brasil, país da eterna primavera, mal nos damos conta disso. Claro que o sabemos, mas saber é diferente de viver. Essa notícia de que o inverno acaba, a tristeza acaba e o verde volta a sorrir foi o inverno russo que me sussurrou ao ouvido, naquele abril de 1972."

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Deputados querem mais

CâmaraReportagem do Globo de ontem denunciou a gastança generalizada e suspeitíssima de deputados, lastreada na chamada verba indenizatória.

Criada pelo atual governador mineiro, Aécio Neves, quando este era presidente da Câmara (e tinha na primeira secretaria o ex-deputado Severino Cavalcanti) a verba indenizatória foi instituída para cobrir gastos que Suas Excelências fizessem em seus estados de origem, até um teto mensal estabelecido.

Quando de sua criação, o teto era R$ 7 mil. Na gestão do deputado petista João Paulo Cunha (SP), o teto subiu duas vezes: inicialmente para R$ 12 mil e depois para R$ 15 mil, que é o valor atual.

Os deputados têm essa verba para gastar, mas têm que prestar contas. Eles entregam notas fiscais comprovando os gastos e são restituídos do valor. Só que a reportagem mostrou que não há controle algum sobre as notas. E o deputado do PFL de Roraima Francisco Rodrigues chegou a confessar que quando não conseguia as notas de que necessitava, pegava-as num posto de gasolina...

O atual presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao tomar conhecimento da reportagem, disse que iria enviá-la para a Corregedoria da Casa analisar. Só que o corregedor, deputado Ciro Nogueira (PI)- também do ético PFL- é um dos que concentram seus gastos em combustíveis, queimando entre R$ 9 mil e R$ 12 mil, mensalmente.

O problema é que as notas não são analisadas com rigor, e muitos deputados se aproveitam disso para engrossar seus salários, por intermédio de notas fiscais certamente "não-contabilizadas" - na clássica definição delubiana.

E que solução os nobres deputados propõem para o problema? Em vez de tomar medidas que tornem eficiente a verificação das notas para punir os deputados malandros, alguns deputados querem dar o pulo do gato e simplesmente incorporar os R$ 15 mil a seus salários - que passariam a quase R$ 28 mil.

Suas Excelências os deputados não se emendam. O pior é que quando tentam fazê-lo, as emendas saem sempre pior que os sonetos.

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Alckmin e os vestidos de madame Lu

Lula não sabe de nada










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Pesquisa mostra Itamar à frente de Alckmin

São Luis GonzagaHá um ditado que diz que não há nada que esteja ruim que não possa ficar ainda pior. Esse parece o caso da campanha da oposição. Além das brigas internas, de críticas veladas e não-veladas à campanha de Alckmin, a dupla PSDB-PFL recebeu uma péssima notícia de uma pesquisa telefônica, feita pela MCI Estratégia, de Antonio Lavareda. Nela, o recém-lançado pré-candidato peemedebista Itamar Franco estaria à frente de Alckmin...

Também, esperavam o quê? Deve ser caso único na história do marketing político um partido escolher o pior candidato em detrimento de um outro que durante algum tempo chegou a liderar as pesquisas.

Agora, com a missão de salvar a pátria tucana, chega do exterior Luiz Gonzalez, para tentar dar um jeito na comunicação, que, segundo deputados alckminstas estaria "provinciana" e "improvisada".

Mas, peralá, "provinciano" e "improvisado" é o próprio candidato!... Se a comunicação está assim é porque o reflete perfeitamente.

No entanto, como a esperança é a última que morre, a oposição reza contrita (com a ajuda da Opus Dei) para que "São Luiz Gonzalez" consiga operar um milagre.

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Alckmin adotou Roque Santeiro

Roque SanteiroReportagem da Folha hoje (aqui, para assinantes) complica ainda mais a vida do candidato tucano, Geraldo Alckmin. A cada enxadada no "nossacaixaduto" surge uma nova minhoca para atormentar o tucano.

Agora são funcionários "Roque Santeiro" - aqueles que foram sem nunca ter sido... Explico: pessoas acusadas de fraudes e irregularidades em administrações de bancos no governo FHC que receberam "abrigo" na Nossa Caixa.

O candidato Alckmin rebateu, afirmando que são acusações eleitoreiras (ih, já ouvi isso antes...) e que as nomeações da Nossa Caixa passavam todas pelo crivo do Banco Central. O presidente da Nossa Caixa nega a afirmação de Alckmin, segundo ele porque os funcionários, em resumo, não eram exatamente funcionários...

- "Eles não eram remunerados pelo banco. Não tenho a menor idéia se eles receberam remuneração. Não sei se [Waldin] estava de quarentena por ter sido presidente do Banco do Estado de Goiás. Ao que eu saiba, não era pago por ninguém" - declarou o presidente da Nossa Caixa.

Pelo visto, parece que eram abnegados funcionários que trabalhavam de graça... Nesta só os "indignados úteis" acreditam.

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O Globo detona Garotinho

bombaO Globo fez com Garotinho o que o presidente Bush gostaria de fazer com o presidente do Irã: jogou uma bomba na cabeça do pré-candidato do PMDB.

Reportagem publicada hoje mostra que, dos R$ 723 mil que o pré-candidato declarou que gastou em sua pré-campanha, R$ 650 mil foram doações de apenas quatro empresas. Todos os endereços fornecidos por elas - coincidentemente empresas de informática - são de fachada. Uma delas disse que funcionava no quinto andar de um prédio que tem apenas quatro...

Assim fica difícil Garotinho crescer e se desenvolver...

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Veja o vídeo proibido do PT



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Lula: as razões da mídia e as do povo

foto de FÁBIO MOTTA/AGÊNCIA ESTADO/AEO Brasil consegue a auto-suficiência na produção de petróleo (um esforço que vem desde sua criação e atravessa todos os governos, como salientou o presidente Lula em seu discurso) mas a mídia em vez de destacar o fato prefere condenar o que chama de “uso eleitoral” que Lula fez da inauguração da P-50.

É assim com todas as conquistas do governo Lula. O controle da inflação, o fim da dívida com o FMI, nove milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família, o programa Luz para Todos, recordes nas exportações, queda da taxa de juros, menor índice do risco-Brasil da história, aumento recorde de empregos com carteira assinada, o primeiro astronauta brasileiro no espaço, o aumento recorde do salário-mínimo, aumento real para os aposentados, e agora a auto-suficiência na produção de petróleo... todas são “medidas eleitoreiras”, segundo a maior parte da mídia.

Mas a maior parte da população as encara como realizações do governo Lula. Por isso o presidente está disparado na frente em todas as pesquisas eleitorais. Para desespero daqueles que querem que os brasileiros enxerguem o Brasil com seus "indignados úteis" olhos.

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'Caso do caseiro' está longe do fim

NildoO advogado do caseiro Francenildo confirmou que além de pedir indenização à Caixa, à revista Época, ao ex-presidente da caixa Jorge Matoso e ao ex-ministro Palocci, o caseiro vai partir com processo para cima do suposto pai, para que este assuma a paternidade.

Mas, peralá, o suposto pai não disse que deu o dinheiro exatamente para que Francenildo não entrasse com processo contra ele? Francenildo confirmou a história, quando do vazamento de seu sigilo bancário. Se aceitou a grana, por que o processo agora?

A não ser que: 1) a origem do dinheiro não tenha sido esta; 2) Francenildo aceitou aquele "cala boca", mas agora, que virou celebridade, que é o "herói ético" dos "indignados úteis" (ele e Bob Jefferson), mudou de idéia, e pensou que pode conseguir bem mais com a suposta paternidade reconhecida. Seria um exemplo típico do famoso “topa tudo por dinheiro”...

Aliás, quanto à origem do tal dinheiro na conta do caseiro, ainda há pontos a serem esclarecidos. O suposto pai, que teria feito os depósitos, disse que conseguiu parte do dinheiro - R$ 10 mil - de uma pessoa do meio rural, que lhe fez um empréstimo. Esta pessoa seria Antônio Alves, que reportagem da Carta Capital desta semana mostra que dificilmente teria essa quantia para emprestar. Muito pelo contrário. Se é um "laranja", de quem será?

O meio rural da área tem muito boi... Será que esse benfeitor que emprestou dinheiro ao suposto pai para abastecer a conta do caseiro seria um senador da região, que tem a voz que se assemelha a um mugido? Muuuuuu?...

Não sei não, mas essa história do caseiro ainda pode ter um desfecho que vai surpreender a muita gente... Um depoimento de Mãe Kitola ao blog já avisava sobre isso...

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Lula e a estratégia da Ofélia

hospital mofadoDizem que o peixe morre pela boca. Está certo que Lula não é peixe, mas é um animal marinho, mais especificamente um molusco. E que também, grosso modo, morre pela boca.

O presidente deveria mirar-se no molusco que lhe emprestou o apelido e parar com os improvisos. O terreno em que se move está completamente minado. Há um golpe sendo articulado contra ele, e a estratégia a ser adotada no momento deveria ser a de "só abrir a boca quando tiver certeza" (como diria a Ofélia - não a de Shakespeare, mas a do Fernandinho, de um antigo quadro de humor da TV, com o excelente Lúcio Mauro. Evidentemente, Lula deveria adotar a frase mas não o comportamento dela).

Mas como controlar o gosto do presidente pelo palanque e pela autopromoção? Agora mesmo, no Rio Grande do Sul, Lula disse que "não está longe de a gente atingir a perfeição no tratamento de saúde neste país". Uau!

Levou o troco na hora. A primeira página de O Globo de hoje mostra que o serviço é "quase" perfeito mesmo. O "quase" é que mata - não só no sentido figurado, mas literalmente. Neste hospital da foto, onde crianças portadoras do HIV recebem medicamentos, o mofo nas paredes é o "quase" que faz a diferença...

O hospital é o Gaffrée e Guinle, referência no tratamento de Aids, e o mofo é apenas um dos problemas que enfrenta: faltam equipamentos e remédios básicos, e até combustível para ambulância...

É verdade que não foi o presidente quem criou esses problemas, assim como não é Lula o responsável pela auto-suficiência da Petrobras. A incompetência em relação aos problemas de saúde e a competência da Petrobras são o resultado de governos seguidos. Uns mais, outros menos.

É certo que a administração petista na área da saúde está focada na medicina preventiva, com os programas Saúde da Família, Saúde Bucal e Qualisus, que eram o objeto da fala presidencial no RS.

Mas uma coisa não justifica a outra. Não se fala de corda em casa de enforcado, nem em serviço de saúde quase perfeito com hospitais caindo aos pedaços, como o Gaffrée Guinle é exemplo - e infelizmente não o único nem o mais grave.

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'Indignados úteis' vão eleger Maluf

ódioE não apenas ele, mas também Severino Cavalcanti, Valdemar Costa Neto, Bispo Rodrigues, todos os deputados envolvidos no chamado "mensalão", e só não elegerão Roberto Jefferson - herói ético deles - porque este está com os direitos políticos cassados.

Porque é isto o que irá acontecer, se valerem as novas regras eleitorais para estas eleições de agora. Só os candidatos conhecidos e que tiverem apoio da máquina partidária conseguirão levar suas mensagens ao eleitorado - e isto é tudo o que essas pessoas citadas têm. Os novos candidatos estão perdidos...

O furor moralista dos "indignados úteis" (que, como já disse, de inocentes não têm nada) conseguiu aprovar essa excrecência no Senado. Sob o manto de que iriam controlar o caixa dois pela diminuição dos custos da campanha, Suas Excelências aprovaram reformas que agravam os problemas do processo eleitoral, responsáveis pelo "mensalão" e pelos "recursos não-contabilizados".

Porque eles não mexeram no que interessava: os gastos de campanha estão liberados, os nomes dos doadores só aparecerão ao final da campanha, os tesoureiros não serão responsabilizados por problemas na prestação de contas, e a punição para o partido pego no flagra caiu de três para apenas um ano!...

Em primeiro de fevereiro publiquei uma postagem que anunciava tudo isso, por esse motivo a reproduzo agora:

Por trás das "boas intenções" dos deputados

Sob pretexto de que pretendem dificultar o uso do caixa dois nas próximas campanhas, os deputados estão armando a própria reeleição às custas da indignação dos eleitores.

Projeto que está sendo encaminhado pelo deputado Moreira Franco (PMDB-RJ) (logo o Moreira Franco!... Clique aqui e saiba o porquê) quer acabar com showmícios, outdoors e até com distribuição de bonés e camisetas.

Teoricamente, o objetivo é baratear as campanhas para diminuir a necessidade de mais verbas, que acabam desembocando no uso de caixa dois.

Mas o projeto esconde uma grande malandragem. Suas Excelências os deputados ganham uma bela verba mensal para manutenção de escritórios nos Estados, além de cota postal e telefônica. Ou seja, fazem campanha durante todo o mandato com o dinheiro do povo. Nisso, já largam com vantagem, em relação aos demais candidatos.

Sem contar que, em geral, têm mais tempo na TV, porque se impõem como "puxadores de votos".

Agora, como um pretendente a deputado vai concorrer com eles, sem tempo no rádio ou na TV, sem escritórios bancados pelo Estado, e agora sem camisetas e bonés? Como enfrentar os atuais deputados apenas com panfletos ou "santinhos"?

Deputados, se é para tentar acabar com o caixa dois, que tal tomar uma decisão mais simples, como, por exemplo esta: o uso comprovado de caixa dois para se eleger anula automaticamente o mandato do beneficiado. Sem choro nem vela.

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Oposição quer reeleger Lula

Lula na praia
O presidente Lula é um homem de sorte mesmo. Não é que o senador Mercadante (PT-SP) jogou a isca e a oposição caiu como um peixinho? Mercadante trouxe de volta o item da reforma eleitoral que proibia o uso de imagens externas e que constava do projeto original do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC).

A oposição, que nessa agiu como os "indignados úteis", topou. Portanto, se o STF decidir que a reforma vale já para estas eleições, a oposição não poderá mostrar imagens da CPI, a confissão de Duda Mendonça de que recebeu dinheiro lá fora, Roberto Jefferson, Palocci, Nildo, Buratti, nada...

O próprio senador Bornhausen admitiu que esse é o espírito da proibição:

- Os depoimentos, se a lei valer para estas eleições, não poderiam [entrar nos programas eleitorais] - disse o senador, segundo O Globo.

Depois não sabem por que Lula está disparado nas pesquisas. A oposição faz de tudo para reelegê-lo: escolhe o candidato tucano mais fraco, não consegue escolher um vice para o tucano, agora dá de mão beijada esse presente... Assim acabam reelegendo Lula, apesar dele.

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Manipulações da Folha e do EstadAL-AL-AL

ódioPor mais que minhas postagens incomodem àqueles a quem chamo de “indignados úteis”, que adoram dizer que sou petista por causa delas, vou seguir com o lema que está acima de meu blog: “direto do Rio, remando contra a maré”.

E a maré é a manipulação descarada de fatos por boa parte da mídia. Quando não a indução a entrevistados, como já demonstrei aqui. Ou ainda a produção de notícias - como denunciei em artigo publicado no JB. Ou como a ocorrida ontem, em que o ex-prefeito do Rio ainda em exercício, Cesar Maia, plantou um boato (especialidade dele, que confessou isto até em livro, gabando-se de como consegue fazer com que mentiras se espalhem...) que foi amplificado pelos blogs do Noblat e do Fernando Rodrigues, e se transformou em manchete do EstadAL-AL-AL, o jornal extra-oficial da candidatura Alckmin – como está bem descrito neste artigo aqui, de Nelson Breve.

Por exemplo: o depoimento do estilista Rogério Figueiredo (ver postagem abaixo) ao Ministério Público de SP, que simplesmente desmontou a tentativa dos Alckmin de transformar tudo em uma doação do costureiro para o Fundo de Solidariedade da senhora Lu, recebeu a seguinte manchete da Folha de São Paulo: “Estilista agora diz não saber quanto doou a Lu Alckmin”, numa clara tentativa de começar a desmontar o depoimento do estilista, pois a quantidade de peças não é nada perto da informação de que peças foram doadas, não para o Fundo mas para a primeira-dama, em número maior que as 49 admitidas por ela, que muitas das peças foram encomendadas por Lu etc...

Para ver como se usam dois pesos para duas medidas, a própria Folha, na mesma edição de hoje, tem a seguinte manchete: “Okamotto teme que a quebra do seu sigilo possa deflagrar impeachment” (aqui, para assinantes). No entanto, nada, rigorosamente nada no corpo da matéria dá substância ao título. Nele, Okamotto diz que fez os saques em suas contas e de sua empresa para fazer o pagamento.

Por essas e outras é que os “indignados úteis” são manipulados, têm saciada sua necessidade de sangue petista, mas podem, ao final, ficar como a população da capital paulista, comendo gato por lebre...

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Estilista complica Cinderela Alckmin

fada madrinhaDepoimento do estilista Rogério Figueiredo ao Ministério Público de SP complica ainda mais a situação de Lu Alckmin, esposa do candidato tucano à presidência. Figueiredo confirmou a doação de roupas e afirmou que várias delas foram encomendadas pela primeira-dama, diretamente, ou por sua assessoria. Afirmou ainda que não tem nada a ver com o Fundo de Solidariedade (presidido pela senhora Alckmin), que as roupas que fazia eram para a primeira-dama de SP, em troca da divulgação de seu nome. Chegou a exibir fac símile em que a assessoria de Lu informava que ela usaria um vestido e várias peças de roupas desenhadas por ele na viagem ao Vaticano, em 2002. E reclamou que a divulgação, que lhe fora prometida, não foi feita. Quanto à quantidade de peças que teria doado, o estilista foi reticente. Não citou mais o número 400, mas disse que foram bem mais que as 49 que ela confirma.

O importante no depoimento é que o estilista fechou a porta por onde a senhora Alckmin poderia sair, que seria alegar que as doações foram para o Fundo da Solidariedade e não para a primeira-dama. Complica também a situação de Lu Alckmin o fato de ela encomendar peças ao estilista, sabendo que não iria pagar por elas, num flagrante uso de sua posição para colher benefício próprio.

Quanto ao número de peças, 49 ou 400, o fato é que ela recebeu as doações. Se é legal ou não, é com a Justiça. Se é ético ou não, é com os eleitores.

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Kassab cassa programas sociais

PFLNem bem esquentou a cadeira e o prefeito de SP, Gilberto Kassab (PFL), já começou a desmontar programas sociais. O primeiro foi o Operação Trabalho, um programa que criou 3.500 vagas em serviços nas subprefeituras da cidade. Os beneficiados eram, principalmente, desempregados e moradores de rua.

O programa foi criado na gestão de Marta Suplicy e teve continuidade na administração de Serra. Gilmar Viana, secretário municipal do Trabalho, disse que o programa acabou porque houve uma "mudança de foco" da pasta.

Realmente, entrou o PFL e mudou o foco. Porque a preocupação do partido, na linguagem de seu presidente, não é mesmo com "essa raça".

Difícil vai ser o candidato José Serra explicar ao eleitorado paulistano o conto-do-vigário que passou nos eleitores, que votou na lebre mas ficou com o gato...

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Uma nova classe política

ódioSurge uma nova classe no meio político brasileiro: os "indignados úteis". Eles são a versão pós-moderna dos inocentes úteis. Seus ídolos são todos aqueles que criticam o governo Lula e o PT: Roberto Jefferson, Buratti, os senadores ACM, Arthur Virgílio, Álvaro Dias, Jorge Bornhausen... E mais os ex-petistas ressentidos: Heloísa Helena, Antero Paes de Barros...

São "indignados úteis" porque sua indignação é instrumentalizada pelo que há de mais reacionário no país. Defendem o impeachment. Muitos deles propagam o voto nulo. Com isso vão ajudar a eleger, por exemplo, Severino Cavalcanti, Valdemar Costa Neto, Bispo Rodrigues e Paulo Maluf...

São diferentes dos "inocentes úteis" porque sabem muito bem que isso pode acontecer, que podem contribuir para o caos no país. Mas os "indignados úteis" não se importam, porque o que os une é o ódio ao PT e a Lula.

Que coisa!

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Collor versus Lula

Fora CollorPara os que insistem em comparar os dois presidentes - muitos chegam a escrever Lula com o ele dobrado - aqui está a diferença fundamental. No caso de Collor foram computados US$ 6,5 milhões em gastos pessoais do presidente e da primeira-dama que foram pagos pelo esquema PC Farias. Isto inclui os famosos "jardins da Casa da Dinda" e as despesas dos cartões de crédito de Rosane Collor ("A madame gasta!"- PC Farias). Portanto, se não bastassem as outras, esta é uma diferença fundamental entre Collor e Lula: não há nada que ligue desvio de dinheiro público ao pagamento de qualquer despesa pessoal do presidente Lula.

É curioso que essa comparação Collor-Lula, recém endossada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (que mais uma vez, na entrevista de O Dia, num ato falho, confessou seu ímpeto de pegar José Dirceu...) fez a alegria de um grupo de comentaristas, que há tempo adotou RJ como seu primeiro herói ético. São os mesmos que demonizam Lula e o PT, sem ao menos se darem ao trabalho de ler a entrevista do ex-deputado ao O Dia. Se o fizessem, descobririam, escondida num parágrafo, a raiz de todas as denúncias, e a denúncia das mutretas que sempre ocorreram em todos os governos (é bom não esquecer que antes de Lula tivemos oito anos de tucanos no poder). Palavras de Roberto Jefferson:

- Todo mundo, todo partido, quando indica presidente de estatal, é para fazer caixa. Porque a partir do presidente, do diretor, você estabelece uma rede de relação das empresas que gravitam em torno dessa diretoria ou dessa presidência. E eles fazem caixa para o partido, é assim. Sempre funcionou assim. O PT que quis mudar a lógica, quis monopolizar isso. Dava a cabeça... Por exemplo, o presidente da Eletronorte era do PTB, mas, embaixo, toda a estrutura era petista. Então você não conseguia fazer arrecadação para o PTB. O PT quis fazer caixa único para esses repasses do tipo mensalão.

A grande denúncia que está aí - feita pelo herói ético RJ - é que os governos anteriores sempre permitiram a roubalheira desenfreada, forneciam feudos a partidos que os apoiassem, e nesses feudos a regra era não ter regras. Os partidos faziam "caixa".

Não se ouviu a grita de um tucano sequer contra as palavras de Jefferson. Nenhum deputado, senador, governador, candidato ou ex-presidente tucano deu um pio contra as declarações dele. Logo, conclui-se que, se os tucanos voltarem ao poder, volta tudo como era antes no quartel de Abrantes. E é isso que esses comentaristas, os “indignados úteis” (porque inocentes não são), estão patrocinando, aplaudindo e comemorando. Que coisa!

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'Imprensa pode acabar comprometendo a democracia'

Eros GrauHoje, no Terra Magazine, há uma entrevista do Ministro do STF Eros Grau, feita pelo jornalista Bob Fernandes. A seguir, trechos extraídos da entrevista. Os entretítulos são meus.

A influência da mídia

"Todos, sem exceção, membros do poder judiciário, membros do poder legislativo e membros do poder executivo, hoje são impressionados excessivamente pela mídia. Não no sentido de que ela faça pressão sobre eles, mas o sujeito quer também aparecer na mídia; isso em todos os palcos, todos os atores, e aí de vez em quando ele passa por cima dos limites jurídicos. Por exemplo, o espetáculo midiático das CPIs. "

O alcance e os limites de uma CPI

"Uma Comissão Parlamentar de Inquérito é um instituto democrático, garante às minorias a fiscalização da atuação das maiorias. Perfeito. Por essa razão é que se garante às minorias as CPIs, mas você não pode deixar que as minorias usem desse instrumento de modo a procurar inviabilizar o exercício do poder pela maioria. Isso não seria conveniente para a coisa pública, que a minoria a usasse única e exclusivamente para fustigar, para fazer política, para perturbar, começasse a questionar tudo indiscriminadamente..." (...) "a constituição fala claramente, no artigo 58 parágrafo 3º, que ela deve ter por objeto a apuração de um fato determinado e com prazo certo, porque senão você instala a desordem e o estado acabaria se tornando ingovernável."

Em busca da justa medida

"Seria muito importante deixar muito marcado o seguinte: o direito é como o fármaco, é como o remédio: ele ao mesmo tempo pode ser o remédio que salva, mas pode ser o remédio que mata. Se for tomado numa dose exagerada vai acabar se tornando um veneno. Então essa coisa da imprensa atuar com uma certa emotividade - e eu estou medindo muito as palavras - e com o intuito da partidarização, ela deixa de cumprir o seu papel fundamental para o funcionamento da democracia e pode acabar comprometendo a democracia. Isso é muito importante, porque a imprensa acaba atirando contra ela própria, acaba atirando contra si mesma. É exatamente a medida do remédio que salva, e do veneno que mata."

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ACM e o impeachment

ACMO senador ACM (PFL-BA) - aquele que renunciou para não ser cassado por violação do painel eletrônico do Senado - antes não queria, mas agora defende o pedido de impeachment de Lula. Pelo menos por enquanto. Até a aprovação do Orçamento, por exemplo. Porque o mesmo ACM bate o pé e quer ver aprovado um projeto de irrigação na Bahia.

Irriga daqui, que eu irrigo de lá, tiroliro-li, tiroliro-lá (com licença de Osmar Santos).

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Procurador: de herói a vilão

procurador-geralO procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pode passar de herói a vilão em muito pouco tempo.

Após seu bombástico relatório, ele foi saudado pela oposição a Lula como o novo herói do país, em seguida ao super-herói ético, o caseiro Francenildo - aquele que extorquiu dinheiro do suposto pai mediante chantagem. O relatório praticamente não apresentava novidade alguma em relação ao da CPI, nenhuma investigação nova, nem conseguiu escapar da fulminante definição da revista britânica The Economist, que disse que a tese do mensalão é formada por "ilhas de fatos cercadas por um mar de suposições". Mas o procurador-geral usou palavras fortes, chamou de quadrilha a antiga cúpula do PT, e isto deixou a oposição em festa.

Mas a alegria pode durar pouco. Não é só por falta de profundidade e de provas que o relatório peca. Nele também não constam os nomes de três supostos "mensaleiros" que ainda irão a julgamento: José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA) e Vadão Gomes (PP-SP). E o boato que corre é que exatamente esta omissão no relatório do procurador vai ser o mote para a absolvição dos três.

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A ética de Alckmin

AlckminA Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), empresa do governo de São Paulo, pagou R$ 60 mil a título de "patrocínio institucional" à revista Ch'an Tao.

Mais adiante, a associação pediu novo patrocínio à mesma Cteep, e informou que "em contrapartida, o patrocinador terá espaço para matéria de cunho editorial do assunto que achar interessante".

Curiosamente, em março, a revista traz na capa o ex-governador Geraldo Alckmin. O tucano aparece ainda em mais nove páginas da revista. Uma décima página é dedicada à resenha de um livro sobre a primeira-dama Lu Alckmin. O livro foi escrito pelo ex-secretário de Educação de Alckmin Gabriel Chalita. A revista tem um total de 48 páginas. Mais de 20% delas dedicadas aos Alckmin.

Este mês, o patrocinador é a Sabesp.

Autopromoção às custas dos cofres públicos é ético?

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Alckmin e o "nossacaixaduto"

AlckminOntem, finalmente, Alckmin resolveu falar sobre o "nossacaixaduto", um escândalo em que ele é acusado de pagar mensalinho a deputados de SP para serem "simpáticos" a seu governo. E falou grosso:

"Comigo não tem essa história de não saber. Essa história da Nossa Caixa eu fiquei sabendo há dois anos. Nós determinamos uma sindicância. A Nossa Caixa demitiu o gerente. Não tenho telhado de vidro".

Ok, o gerente foi demitido porque pagou o pato pelo banco continuar pagando a duas agências de propaganda, cujos contratos haviam vencido havia dois anos.

Mas o que o presidente da Nossa Caixa disse foi outra coisa. Alckmin e seus assessor Roger Ferreira afirmaram que quem cuidava da propaganda da Nossa Caixa era o banco e que o governo não tinha nada a ver com isso. O presidente da Nossa Caixa disse que não, que o banco cuidava apenas da política de propaganda. Quem tratava da veiculação era a Sicom, subordinada a Roger Ferreira - portanto, o governo. E a acusação está direcionada exatamente à veiculação da propaganda, que contemplaria os deputados "mensaleiros". É isto o que Alckmin e Roger Ferreira têm que esclarecer.

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10 anos do massacre de Eldorado dos Carajás

Os mortos de Eldorado dos Carajás. Revista IstoÉ. Foto de Dida Sampaio/AE
O massacre de Eldorado dos Carajás completa hoje dez anos. Punidos apenas os 19 agricultores que morreram e seus familiares.

O coronel Pantoja, comandante do massacre e único condenado, aguarda em liberdade seu último recurso - agora ao STF. Ele já foi condenado a 228 anos de prisão. Chegou a estar preso, mas foi solto pelo ministro do STF Cezar Peluso. Na época, publiquei um comentário aqui no blog, que reproduzo agora:

O Supremo liberou geral

O ministro do Supremo Tribunal Federal Cezar Peluso mandou soltar o coronel Pantoja, comandante daquilo que ficou conhecido como “massacre de Eldorado dos Carajás”. Em abril de 1996, o coronel comandou a tropa da PM que executou 19 agricultores.

Embora o coronel Pantoja tenha sido condenado a 228 anos de cadeia em ação que havia sido julgada até pelo Superior Tribunal de Justiça, o ministro Peluso determinou a liberdade do réu até que se esgotem todas as possibilidades de recurso.

Com esta decisão, o ministro liberou geral: só fica preso quem não pode constituir advogado, quem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal ou quem prefere a cadeia ao chamado “mundo livre”.

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Alckmin e o escândalo do "novacaixaduto"

AlckminOntem eu publiquei aqui um comentário sobre uma reportagem da Folha em que o presidente da Nossa Caixa joga por terra os argumentos de Alckmim e de seu ex-assessor Roger Ferreira, que diziam que a Nossa Caixa tinha total autonomia para cuidar de sua propaganda. Com isso, ambos pretendiam acabar com os argumentos de quem apontava a existência de um mensalinho no governo de São Paulo, com verbas publicitárias sendo distribuídas a deputados para votarem medidas que interessavam ao governador Geraldo Alckmin.

O presidente da Nossa Caixa disse que o banco só tratava das políticas de propaganda, mas a veiculação era definida pela Sicom, subordinada a Roger Ferreira.

Eis a resposta do ex-governador e atual candidato tucano à presidência da República:







(Calma, pessoal, não houve erro algum não. É que ele não disse nada mesmo... Nem o ex-assessor...)

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Aécio vai de Clésio?

ClésioMuito se falou na candidatura de Aécio à reeleição ao governo de Minas Gerais. Parece que são favas contadas, ele é uma barbada - como se diz nas corridas de cavalo. Embora esse assunto deva até entediá-lo, porque ele gosta mesmo é do Rio de Janeiro, aonde vem toda semana (aliás, mineiros, não tem nada para se fazer em Minas nos finais de semana, não? Pela ótica do governador de vocês, parece que não.) e só pensa "naquilo" - as eleições presidenciais de 2010.

Mas o que quero comentar aqui não é o Aécio, mas seu vice, o Clésio Andrade (PTB-MG). Ele vai ser o vice novamente na campanha da reeleição? Porque o homem está envolvido até o pescoço no valerioduto (foi até sócio do Marcos Valério), sacou milhões em dinheiro vivo na boca de caixa do banco Rural, e... bem, o Aécio pode alegar que não sabia de nada disso antes... Mas, agora, sabe. E aí? Vai de Clésio?

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"Nossacaixaduto" complica Alckmin

AlckminO presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, contradisse o ex-governador Alckmin, que vinha afirmando que quem cuidava da propaganda da Nossa Caixa era o próprio banco.

Em reportagem publicada na Folha (aqui, para assinantes) Monteiro contradiz a versão de Alckmin ao apresentar o decreto de número 43.834, de 1999. O decreto mostra que todo o plano de comunicação do banco deve ser submetido à Assessoria Especial de Comunicação do Estado, que era gerida por Roger Ferreira - que pediu demissão logo que o escândalo veio à tona.

"Uma vez recebi uma bronca dele [Ferreira] por escrito porque tínhamos feito uma campanha de televisão sem mostrar para ele, porque o decreto diz que tem que mostrar" - disse o presidente da Nossa Caixa à Folha.

Carlos Eduardo Monteiro afirmou que a direção da Nossa Caixa aprovava as políticas gerais de propaganda. A veiculação era por conta do Sistema de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo (Sicom), ligado à pasta que Roger Ferreira comandava.

E agora, o Alckmin também "não sabia de nada"?

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Articulam golpe contra Lula (2)

caveiraEm artigo desta quinta na Folha (aqui, para assinantes), Augusto de Franco defende, desde o título, que o impeachment de Lula é necessário. Para ele, todos os pudores e receios devem ser deixados de lado, e o processo de impeachment tem que começar o quanto antes. Mesmo que não existam as condições necessárias para isso, ao menos para "suscitar a emergência de uma opinião pública insurgente".

E no último parágrafo do artigo ele diz porque o impeachment teria que vir, e já:

"Deixá-lo [Lula] concorrer nestas circunstâncias, promovê-lo a competidor legítimo depois de tê-lo poupado e mantido contra a lei e os bons costumes é um erro cuja conseqüência se abaterá sobre nós como uma bomba se, por acaso - o que não é difícil -, Lula tirar a sorte grande na loteria eleitoral que se avizinha".

O objetivo declarado, como se vê, é impedir que Lula dispute a presidência, ou "tire a sorte grande" na "loteria eleitoral" - que é como ele chama as próximas eleições para a escolha do presidente da República.

Repito: esse grupo sem voto quer usar uma frase famosa de Carlos Lacerda, adaptando-a ao presidente Lula:

- Lula não pode se candidatar; se o fizer, não pode se eleger; caso se eleja, não pode tomar posse; caso tome posse, tem que ser impichado. Ou seja: é golpe.

(Ah, só para completar a informação: Augusto de Franco é analista político e foi membro do comitê executivo do Conselho da Comunidade Solidária no governo FHC de 1995 a 2002)

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PT é Judas em sábado de Aleluia

São PauloHá pouco tempo, emissoras de TV de todo o país exibiram inserções do PFL. (Nunca é demais repetir que as inserções são a mais poderosa forma de comunicação política, pois pegam o eleitor desprevenido). Filmes de 30 segundos com o único objetivo de ligar os nomes do PT e de Lula à palavra corrupção. Nenhuma proposta ou idéia do PFL foi apresentada – não cabe aqui uma análise se isso ocorreu por falta de uma e outra...

Pois agora o PT estava apresentando inserções em São Paulo com críticas ao fato de o ex-prefeito José Serra ter mentido para a população, pois assumira publicamente que ficaria à frente da prefeitura até o término de seu mandato. Chegou a assinar documento com este compromisso. E o que acontece?

O corregedor do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, desembargador Marco César Valente, proibiu a representação da propaganda do PT. A explicação é a seguinte: “a utilização do horário gratuito para incutir nos telespectadores e ouvintes imagem desfavorável a adversários não guarda relação, em princípio, com a divulgação dos programas partidários”. Ou, em outras palavras:

- Falar mal, só do PT.

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O vídeo secreto do bispo Macedo



(Se não conseguir ver o vídeo, clique neste endereço com o botão direito do mouse e salve-o em seu computador.)

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Por que querem o impeachment de Lula

Grande Otelo como Macinaíma, no filme de Joaquim Pedro de AndradeSabem por que a oposição está louca pelo impeachment de Lula? Porque assim não tem que trabalhar. Porque se Lula está disparado na frente em todas as pesquisas, não é apenas mérito dele, mas culpa de uma oposição incompetente, pusilânime e preguiçosa.

Hoje, a oposição reconhece que deveria ter partido para cima de Lula, logo após o depoimento devastador de Duda Mendonça à CPI. Não o fez porque, segundo confessou o tucano-mor Fernando Henrique Cardoso, “poderia passar um atestado de idoneidade ao presidente”. Logo, porque não havia nada de concreto contra Lula.

Tempos depois, em dezembro, a candidatura Lula lá embaixo, atrás de Serra até no primeiro turno, o que faz a oposição? Tira férias remuneradas por uma autoconvocação e sai de cena, deixando todas as luzes e microfones para o presidente. Resultado: Lula não apenas se recuperou como tomou a iniciativa do debate político, e voltou a assumir a liderança nas pesquisas.

Depois, o PSDB, após um longo parto, escolhe o candidato mais fraco, muito atrás nas pesquisas, e praticamente desconhecido de grande parte do eleitorado. Um candidato medíocre, provinciano, ligado a setores reacionários da Igreja, com 69 CPIs engavetadas nas costas. Portanto, um prato cheio para investigadores menos imparciais.

Agora, que percebem o tamanho do estrago, em vez de buscar trabalhar para virar o jogo, o que eles pretendem? Simplesmente, melar o jogo. Daí todo esse blábláblá de impeachment. Sabem que não vai dar em nada - a menos que surjam provas concretas do envolvimento do presidente. Mas pelo menos têm uma boa desculpa, se perdem a eleição: a ignorância do povo.

Afinal, como já afirmou FHC, em entrevista ao programa do Jô, “Pobre quando chega lá em cima acha que é outra coisa”.

O problema é que, para desgraça da oposição, quando está lá embaixo também...

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Sem provas contra Lula, é golpe (2)

caveiraDurante muitos séculos acreditou-se que o Sol girava em torno da Terra, porque é assim que nossos sentidos percebem. (Aliás, tentem provar a alguém, sem o uso de fórmulas, que é a Terra que gira em torno do Sol.)

O ex-ministro Palocci ferrou-se porque olhou o extrato bancário do caseiro, viu o depósito e, pelo rabo, pensou que fosse um gatinho. Puxou-o e, tarde demais, descobriu que era um leão - que o engoliu.

Portanto, independentemente de nossa posição (a minha explicitei neste artigo no Jornal do Brasil), qualquer tentativa de impichar o Lula sem provas é golpe. Ele pode até parecer culpado, mas a lei do país afirma que todo mundo é inocente, até que se prove sua culpa.

Muito embora eu, confesso, não consiga entender o funcionamento da Justiça e as prerrogativas do exercício da profissão de advogado. Agora mesmo no caso da Suzane Richthofen, que encomendou a morte dos pais e apareceu na TV sendo instruída por seu advogado para que fingisse arrependimento, chorasse e culpasse os irmãos Cravinhos (que fizeram a parte suja do crime, matando os pais da moça a golpe de barras de ferro)...

Pois bem, tenho lido imprecações contra a TV Globo, que teria violado o segredo da relação advogado-cliente. Também li que é lícito ao réu mentir para se defender. E que o trabalho do bom advogado é conseguir a menor pena ou a absolvição de seu cliente, mesmo que usando de mentiras.

Há pouco tempo, um famosíssimo advogado foi flagrado mandando seu cliente falsificar a assinatura. Pelo visto, em defesa do cliente isto é legal. A mim parece-me absurdo. O dever do advogado deveria ser defender seu cliente para que fosse punido por aquilo que efetivamente praticou – e não por qualquer outra coisa. Que não tivesse a pena agravada por ser pobre ou rico, negro, umbandista, evangélico, estrangeiro, judeu ou homossexual. Em resumo: ajudar a fazer Justiça.

Mas não. Parece que o dever do bom advogado é livrar a cara de seu cliente, mesmo a custo de cometer uma tremenda injustiça...pois uma mentira bem urdida pode livrar um criminoso do pagamento da pena a que deveria ser condenado. Como compreender uma profissão dessas?

Por favor, corrijam, se eu estiver certo.

(Ah, e sem provas, é golpe.)

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Sem provas contra Lula, é golpe

caveiraA denúncia do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, cai como uma bomba no PT e atinge também o PSDB, quando afirma que o embrião do valerioduto foi a campanha do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em sua tentativa de reeleger-se para o governo de Minas em 1998.

A denúncia do procurador-geral veio juntar-se ao Relatório da CPI dos Correios, mostrando que funcionam perfeitamente e de modo independente o Legislativo e o Ministério Público.

E agora, como ficam os golpistas? Diferentemente do que aconteceu no governo FHC, quando o procurador-geral ficou conhecido como engavetador-geral, no governo Lula a Polícia Federal investiga e prende, o Ministério Público oferece denúncia e o Legislativo funciona a todo vapor - mesmo que muitas vezes contra os interesses do presidente da República. Pode existir prova mais cabal disso do que a CPI dos Bingos, que ganhou o apelido de CPI do Fim do Mundo, que só existe para espezinhar o governo?

No entanto, nem o relatório da CPI dos Correios nem a denúncia do procurador-geral citam o presidente Lula. Por quê? A resposta é única nos dois casos:

- Lula ficou de fora porque não há provas contra ele.

Se um dia surgir uma prova, cabe o processo de impeachment. Enquanto isso não acontecer, é golpe.

(Por alguns comentários no post anterior, parece que de serrista voltei a ser lulista...)

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Articulam golpe contra Lula

caveiraUma postagem no Blog do Josias, informa que um grupo suprapartidário, que se autodenomina Pró-Congresso, "começou a debater internamente a conveniência de abertura de um processo de impeachment contra Lula" (quantos fatores condicionantes numa única frase, não?). Um advogado teria até produzido "um documento no qual concluiu que há justificativas jurídicas e técnicas para a abertura de uma ação por crime de responsabilidade contra o presidente da República".

É puro golpe. Lendo-se o documento, vê-se que não fala lé com cré. Para que se tenha idéia, a principal peça em que se baseia é o relatório da CPI dos Correios. O mesmo relatório que não citou o presidente da República, simplesmente porque não há nada contra ele, além de ilações.

O time e a estratégia dos golpistas

Ao final, o tal documento mostra o artigo em que se fundamenta para acionar o presidente:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
V - a probidade na administração;


Quais são os tais atos do presidente da República, o documento não aponta. Pode-se especular que o "mensalão" interessava a Lula. Certamente. Assim como os deputados que confessaram receber dinheiro para aprovarem a emenda da reeleição favoreceram o ex-presidente FHC. Por que Reale Jr., por exemplo, que é o cabeça de um outro movimento a favor do impeachment de Lula, e foi ministro da Justiça de FHC, não pediu o impeachment dele na ocasião e quer agora o de Lula? Afinal, a quem interessava a reeleição de Fernando Henrique senão ao próprio?

Mais: quais os atos do presidente Lula que atentam contra os demais parágrafos do artigo 85? Todos os poderes encontram-se em perfeito funcionamento. CPIs livremente investigam o governo. (É verdade que Lula tentou bloquear a constituição de algumas, sem obter êxito. Mas o que dizer então do ex-governador de SP, Alckmin, que bloqueou a criação de 69 CPIs?...). E os artigos III e V? O que há de provas contra o presidente?

O que parece é que esses grupos sem voto querem usar uma frase famosa de Carlos Lacerda, adaptando-a ao presidente Lula:

- Lula não pode se candidatar; se o fizer, não pode se eleger; caso se eleja, não pode tomar posse; caso tome posse, tem que ser impichado. Ou seja: é golpe.

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Terça, 11: Pra começo de conversa

. Ministro boliviano diz que nacionalização é iminente (em espanhol)
. Humala: ‘Se o sistema é a pobreza, sou o anti-sistema’ (em espanhol)
. Chávez ameaça expulsar embaixador dos EUA (em espanhol)
. Qual o melhor: Pelé ou Maradona? (em espanhol)
. Chirac recua e retira projeto polêmico
. Mauro Santayana: O lugar dos pobres
. PT estimula bicadas entre tucanos
. Ministro só será ouvido depois da Páscoa
. Garotinho: Lula só aparece menos no JN que o Bonner e a Fátima
. Lula oferece cargo na campanha ao PMDB
. Fausto Wolff: O ‘demagogo’ Chávez
. Serraglio inclui Daniel Dantas em relatório
. Inserções fizeram Garotinho crescer
. Datafolha: Serra é favorito em SP
. Alckmin: ‘Denúncias foram feitas por petistóides’
. Suzane volta para cadeia depois de choro falso
. Síndrome de savant é um mistério que intriga a ciência

(Se tem dificuldades com idioma espanhol, clique aqui e conheça um tradutor online gratuito. Neste mesmo link, veja tutoriais sobre linguagens Web - javascript, css, html... - e alguns dos mais famosos softwares - photoshop, dreamweaver, flash... )

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Lulista ou serrista?

Eu, que já fui chamado de petista roxo, de uns tempos para cá dizem que virei serrista. Não passa de anacoluto.

Só tenho o estranho hábito (para os dias atuais) de pensar com a minha cabeça. E o quadro eleitoral que se apresenta é paupérrimo (lancei até uma campanha contra ele). Do jeito que está, ou arranjam alguma prova forte o suficiente para derrubarem Lula, ou ele se reelege no primeiro turno, mole, mole.

Antes que me acusem agora de anti-lulista, afirmo: não tenho nada contra a reeleição dele - e já expressei minha opinião sobre a lambança em que se meteu o governo até em artigo no Jornal do Brasil. Assim como não tenho nada contra a eleição de quem quer que seja, pois aceito as regras do jogo da democracia representativa. Mas não gostaria que a reeleição acontecesse como se anuncia: mole, mole, fácil, fácil.

A política é um jogo de forças, e as eleições, o campo em que essas forças atuam. Um quadro fraco, como o atual, não favorece o jogo de forças político.

Quanto mais candidatos fortes tivermos, maiores as possibilidades de um governo melhor, pelas negociações que o jogo político proporciona. E o que espero é esse governo melhor - e acho que todos os que comentam também.

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O drama de Alckmin

AlckminOlha só como a coisa tá feia pra Chuchu: nem os que se dizem eleitores dele acham que ele vai ganhar. Segundo a última pesquisa do Datafolha, apenas 16% dos eleitores de Alckmin acham que ele ganha. 46% cravam Lula.

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Segunda, 10: Pra começo de conversa

. Botafogo impõe sua grandeza no Maracanã
. Festa alvinegra também em São Paulo

. Peru: Boca-de-urna indica vitória de Humala (em espanhol)
. Atentados de julho em Londres não partiram da Al Qaeda (em espanhol)
. New Yorker: EUA já planejam ataque ao Irã
. Chávez ameaça EUA

. Emir Sader: O Peru vai conseguir se desestrepar?
. Polícia indicia Stédile e pede prisão de seis pessoas
. Deu certo o liberalismo à paulista de Alckmin?
. Carvoeiros do Pará não querem saber do Ibama por lá
. Datafolha reforça ‘Plano C’ de Serra
. Filho de Alckmin deve depor sobre sociedade
. Vantagem de Lula deixa tucanos apreensivos

. Suzane Richthofen é orientada a chorar na TV
. Astronauta ficará dez dias em observação
. Brasileiro ganha ‘Nobel’ da Arquitetura
. Ministro da Justiça antecipa depoimento
. Crescimento de Garotinho acirra batalha no PMDB
. Carlos Lessa: Defesa da universidade pública

. Internet: a sedução dos serviços gratuitos

(Se tem dificuldades com idioma espanhol, clique aqui e conheça um tradutor online gratuito. Neste mesmo link, veja tutoriais sobre linguagens Web - javascript, css, html... - e alguns dos mais famosos softwares - photoshop, dreamweaver, flash... )

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Alckmin já era

AlckminA candidatura Alckmin já era. Como se não bastasse ter caído mais do que Lula na recente pesquisa do Datafolha, após uma semana em que o presidente foi praticamente massacrado, com demissão de Palocci, violação do sigilo do caseiro, e até ameaça de impeachment, a cada dia surge uma nova denúncia contra o ético candidato.

Como a oposição vai fazer uma campanha ética, atacando o governo Lula, se para cada acusação contra o presidente existe uma semelhante relacionada ao ex-governador?

Como falar no mensalão de um sem citar o mensalinho do outro? Como falar nos vestidos e presentes de uma primeira-dama sem citar os da outra? Como falar no valerioduto sem falar no nossacaixaduto? Como falar na Caixa sem falar na Nossa Caixa?

E agora surge a mais nova: o filho de Alckmin é sócio da filha do acupunturista do ex-governador. Este acupunturista é aquele da revista patrocinada pelos cofres públicos paulistas. Escolas públicas de São Paulo agora oferecem a seus alunos o Lien Ch'i, técnica chinesa que aprendem com quem? O acupunturista de Alckmin. Só no ano passado foram mais de R$ 1 milhão para que ele ensinasse a técnica aos professores do estado.

Para fazer o curso professores ficam hospedados num spa. O proprietário do spa? O mesmo acupunturista. E quem fornece o pó para o chá e outros produtos para esse famoso spa? Bingo, a firma montada pelo filho do governador com a filha do acupunturista.

A candidatura Alckmin acaba como a flor daquela antiga canção "Que desabrochou e logo morreu".

Quem deve estar se divertindo com isso tudo é...Vocês sabem quem, não preciso ficar me repetindo.

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Datafolha: Lula cai, mas Alckmin cai mais ainda

Ibrahim SuedComo diria o jornalista Ibrahim Sued, "sorry, periferia", mas quem acompanha este blog sabe que a candidatura Alckmin não existe eleitoralmente.

Nova pesquisa Datafolha, que foi a campo agora nesta semana, após todo o "caso Palocci", mostra que o presidente Lula perdeu apenas dois pontos e Alckmin, três, estando agora ameaçado de perder o segundo lugar para Garotinho, que subiu três. A diferença entre Alckmin e Garotinho, que era de onze pontos, agora é de apenas cinco.

A escolha de Alckmin pelo PSDB deve ser caso único na história política mundial: um partido escolher o pior candidato, que estava mais de dez pontos atrás de seu oponente no partido...

E agora surge o dilema tucano: eles precisam que Garotinho seja o candidato do PMDB, ou Lula ganha no primeiro turno. Mas se arriscam a ficar chupando dedo, porque Garotinho pode ultrapassar Alckmin.

Como já disse aqui, A coisa tá feia pra Chuchu.

É aí que... se anuncia "A vingança do Homem Serra". Quem viver, verá.

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Mais problemas para Lula

porcoSe for verdadeira uma reportagem da Veja desta semana (aqui, para assinantes), e se a oposição a Lula esquecer o recesso da Semana Santa e resolver trabalhar, pode cair mais um ministro do governo Lula: desta vez o da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Segundo a revista, o ministro esteve na residência oficial de Palocci (ainda ministro à época) no dia 23, numa reunião com a presença do ainda presidente da Caixa Jorge Mattoso e do advogado criminalista Arnaldo Malheiros Filho. Malheiros fora convidado pelo próprio ministro da Justiça a participar da reunião. Mas a presença de Mattoso, segundo o ministro afirmou à Veja, não era de seu conhecimento.

Sempre segundo a Veja, Márcio Thomaz Bastos alegou também que só compareceu à reunião a pedido de Malheiros, de quem é amigo. E também "porque, como ministro da Justiça, eu queria me inteirar dos fatos, já que a Polícia Federal já havia instaurado um inquérito para apurá-los".

O ministro teria permanecido na residência de Palocci apenas meia hora, período em que o doutor Malheiros fez "uma exposição teórica sobre o crime de violação de sigilo bancário". Depois o ministro se retirou para cumprir sua agenda e Malheiros e Mattoso saíram juntos. Para onde, o ministro não soube informar.

Pé de porco, orelha de porco, lombo de porco, rabinho de porco, joelho de porco. É um porco, uma feijoada ou uma porcaria. Se a oposição resolver trabalhar, a gente fica sabendo.

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