Alexandre de Moraes suspende nomeação de parça dos Bolsonaro como diretor da PF

Alexandre de Moraes

Ministro concedeu liminar a pedido do PDT


Marcada para hoje, a posse do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, como diretor-geral da Polícia Federal foi suspensa pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quarta, 29, o decreto de nomeação do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, para a direção-geral da Polícia Federal. A decisão liminar atende pedido apresentado pelo PDT após o governo baixar decreto confirmando a indicação. A posse estava marcada para às 15h.
De acordo com o ministro, as declarações do ex-ministro Sérgio Moro sobre tentativa de interferências na autonomia da corporação, a divulgação de mensagens trocadas com o ex-ministro e a abertura do inquérito no próprio Supremo para investigar as acusações motivam a necessidade de impedir a posse de Ramagem.
“Tais acontecimentos, juntamente com o fato de a Polícia Federal não ser órgão de inteligência da Presidência da República, mas sim exercer, os termos do artigo 144, §1º, VI da Constituição Federal, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União, inclusive em diversas investigações sigilosas, demonstram, em sede de cognição inicial, estarem presentes os requisitos necessários para a concessão da medida liminar pleiteada”, afirma Moraes.
O ministro afirma que o inquérito sob relatoria do decano, ministro Celso de Mello, deverá apurar eventuais práticas de crimes relacionados, inclusive, com a própria nomeação de Ramagem para o comando da PF. [Estadão]







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No Rio, todo 'e daí?' traz um 'foda-se' junto. Explícito ou implícito

Bolsonaro

Falta de empatia de Bolsonaro diante dos recordes de mortes pela "gripezinha"


Embora o jeito de falar carioca influencie grande parte de Brasil, graças às quase hegemônicas novelas da Rede Globo, "foda-se" ainda não é uma expressão que possa ser usada nelas. Daí o motivo desta postagem.

Carioca ou não, o morador do Rio sabe que todo "e daí?" traz um "foda-se", implícito ou, na maioria das vezes, explícito.
—  Mais uma vez o juiz ajudando o Flamengo...
—  E daí? Foda-se. Ganhamos.
...
—  Patrão, o trem atrasou...
—  E daí? Foda-se. Eu disse que não ia tolerar mais isso...
Jair Mentira Bolsonaro não é carioca, mas mora no Rio há muito tempo e por aqui se elegeu e a seus filhos a não ser o 03 que foi exportado para São Paulo.

Sabendo disso, fica ainda mais cruel a resposta do presidente a um repórter, que lhe perguntou sobre o que tinha a falar sobre o recorde de mortes pelo coronavírus no Brasil, não só no dia (474 mortos), como no geral, quando ultrapassamos os 5 mil mortos.
"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre​".
Isso fica ainda mais claro no vídeo abaixo, em que ele, certamente advertido por alguém de sua comunicação sobre a desastrada resposta, tenta corrigir e dar uma mensagem de solidariedade às famílias dos mortos.







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'Bolsonaro pode ser vulgar e tosco como nunca se viu na Presidência, mas, antes de qualquer coisa, comete crimes', Conrado Hübner



Artigo preciso de Conrado Hübner na Folha:


O presidente comete crimes, e daí?

Será de Jair Bolsonaro a responsabilidade pelas mortes evitáveis da pandemia. A conduta estimulou o contágio, o discurso incentivou o desrespeito a ações sanitárias, a gestão desossou a capacidade estatal e tumultuou o ministério.
Mas quem pode cobrar a conta de alguém cuja delinquência se tolera há 30 anos?
Bolsonaro sempre sambou em cima da lotérica jurisprudência constitucional brasileira. Celebrou a ditadura, a tortura e a milícia, pediu fuzilamento e guerra civil que "mate uns 30 mil", ameaçou mulher de estupro e festejou a morte.
O STF nunca foi capaz de discernir, na escatologia verbal e no discurso de ódio, o abuso da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar. O Congresso não notou qualquer ofensa à ética parlamentar.
Permitiram que chegasse à Presidência por meio de campanha de desinformação financiada por caixa dois. O TSE segue o "tempo judicial" no modo aleatório. Esperemos. Continuam permitindo que o presidente banalize o crime de responsabilidade e, na pandemia, o crime comum também.
Não bastasse a dieta de apreensão cotidiana que a pandemia nos aplica, a desordem política é administrada em doses diárias de agressão à democracia. Enquanto o governo e o presidente boicotam medidas de contenção da pandemia, o pior cenário de desastre se avizinha.
Fazer justiça a Bolsonaro não pode mais se traduzir na crítica à sua ignorância, na ironia à sua carranca rude e obtusa, ou à masculinidade mal resolvida. Bolsonaro pode ser vulgar e tosco como nunca se viu na Presidência, mas, antes de qualquer coisa, comete crimes. Sobre crimes deve haver consequências jurídicas, não só eleitorais e morais.
Seus crimes de responsabilidade estão definidos na Constituição e na lei 1.079. As dezenas de atos criminosos se distribuem em três categorias: violação de direitos, ataque à autonomia institucional e ofensa à dignidade, honra e decoro do cargo.
Temos a causa de impeachment juridicamente mais sólida da história. Nomear amigo do filho para chefiar a Polícia Federal é exemplar da afronta. "E daí?", debochou com a certeza de sua impunidade.
Seu crime comum praticado à luz do dia está definido no artigo 268 do Código Penal. É crime contra a saúde pública, com pena de detenção.
Pedidos de impeachment se avolumam na Câmara; ao procurador-geral da República chegam notícias-crime; na gaveta do TSE dorme um pedido de cassação de chapa. São caminhos legítimos e alternativos. Dependem da coragem e tirocínio das autoridades.
Segundo mandamento de prudência, não se tira presidente em uma pandemia. Outro mandamento diz que um país não pode enfrentar grave crise sanitária sob liderança de um celerado. Esse mandamento revoga o anterior. A exceção prevalece sobre a regra.
Stefan Zweig conta em suas memórias como Hitler testava uma pílula de maldade de cada vez. Esperava a reação e soltava outra dose, até que se corroessem as defesas institucionais. "Bastava Hitler pronunciar a palavra 'paz' para entusiasmar jornais e fazê-los esquecer de seus atos passados." Zweig relata a dor de olhar para trás e ver que havia janelas de oportunidade para agir, que se fecharam enquanto procuravam a moderação de Hitler.
Antonio Scurati, autor de bestseller sobre a vida de Mussolini, descreve como pensadores da altura de Benedetto Croce menosprezaram a malignidade do Duce. Pensavam que era apenas um personagem mais histriônico do teatro da política. "Croce não entendeu nada sobre o fascismo quando este foi constituído."
Ainda não atinamos a magnitude do bolsonarismo. O certo é que subestimamos. Talvez Bolsonaro seja só o começo de um processo de autocratização definitivo. Ou um acidente reversível e pedagógico, apesar do custo. A janela histórica parece ainda nos conceder uma fresta, quem sabe? Na dúvida, testar é imperativo de sobrevivência.

Conrado Hübner Mendes
- Professor de direito constitucional da USP, é doutor em direito e ciência política e embaixador científico da Fundação Alexander von Humboldt.






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Bolsonaro revoga portarias e facilita a milícias e outros criminosos acesso a armas e munições desviadas

PowerPoint da família Bolsonaro e milícias


Portarias revogadas foram elaboradas por órgãos de segurança


O presidente (eleito mediante fraude) Jair Mentira Bolsonaro revogou três portarias que foram elaboradas em conjunto pela Polícia Federal, Exército e técnicos do Ministério da Justiça. Seu objetivo era tornar possível o rastreamento de armas e munições, o que auxiliaria as forças de segurança na elucidação de crimes.

O Ministério Público entrou em ação para tentar revogar as medidas de Bolsonaro, que facilitam a vida dos criminosos. Sem o rastreamento da origem, fica mais fácil o desvio de armas e munições, que vão parar nas mãos de milicianos e outros bandidos.
A procuradora regional da República Raquel Branquinho, responsável pelo caso,  aponta a possibilidade de Bolsonaro ter agido para beneficiar uma parcela de eleitores e que não há espaço na Constituição para ideias e atitudes voluntaristas do presidente, ainda que pautadas por bons propósitos.
“Ao assim agir, ou seja, ao impedir a edição de normas compatíveis ao ordenamento constitucional e que são necessárias para o exercício da atividade desempenhada pelo Comando do Exército, o Sr. Presidente da República viola a Constituição Federal, na medida em que impede a proteção eficiente de um bem relevante e imprescindível aos cidadãos brasileiros, que é a segurança pública, e possibilita mecanismos de fuga às regras de controle da utilização de armas e munições”, escreveu Raquel Branquinho.
Essas portarias estabeleciam o controle, rastreabilidade e identificação de armas e munições importadas e fabricadas pela indústria nacional, sob a finalidade de atividades esportivas, de colecionador e também para abastecer os quartéis. Na avaliação dos procuradores, ao revogá-las, o governo facilita o acesso do crime organizado a armas e munições desviadas.
O desdobramento do caso pode levar a uma ação de improbidade na Justiça Federal ou à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). [CartaCapital]
Singela questão: Que interesses movem um presidente da República a facilitar a vida de milicianos e outros criminosos?






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Domingo com Música. Viva Aldir! Querelas do Brasil, com Elis

Aldir Blanc



Elis canta Querelas do Brasil



Nosso grande compositor, letrista, escritor, poeta Aldir Blanc luta pela vida contra a COVID-19, há dias na UTI em estado grave.

Do Brasil, SOS ao Aldir.







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Enquanto Argentina festeja 35 anos da condenação de seus ditadores, no Brasil fascistas pedem ditadura de volta

Imagens de desaparecidos na ditadura argentina


Na Argentina, os 35 anos de julgamento dos ditadores


Esta semana, no dia 22, a Argentina comemorou os 35 anos da condenação à prisão perpétua dos líderes da ditadura militar naquele país.

O atual presidente, Alberto Fernández, comemorou a data no Twitter, com um anúncio e a publicação de um pequeno vídeo, com o resultado final do julgamento dos assassinos, que republico ao final.
Hoje cumprem-se 35 anos do histórico Julgamento das Juntas, que foi mais que uma decisão corajosa de Raúl Alfonsín [presidente à época]: foi o clamor por justiça de uma sociedade que não estava disposta a viver com a impunidade dos genocidas e é hoje um dos nossos acordos sociais.
No Brasil, onde se fez um acordão por cima, não se puniu nenhum dos ditadores e apenas um dos chefetes da tortura foi condenado pela Justiça —  exatamente aquele Ustra exaltado pelos Bolsonaro e pelo vice Mourão (convém não esquecer este detalhe).

Não é à toa que hoje se vê pelo país desfile de ignorantes da História, capitaneados por um capitão presidente (eleito mediante fraude) pregando golpe, a pedir AI-5 e intervenção militar.

Parabéns aos hermanos, enquanto nós aqui lembramos o deputado Ulysses Guimarães:
"Traidor da Constituição é traidor da pátria. Temos ódio e nojo à ditadura"






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'O cabeça do esquema criminoso de fake news é o capo do clã: Jair Bolsonaro', afirma Marcelo Freixo

Marcelo Freixo com o tuíte da denúncia


Freixo tem sido implacável contra o clã


Em seu perfil no Twitter, o deputado federal Marcelo Freixo tem feito críticas certeiras ao clã Bolsonaro:
Vamos ser claros? Essa é uma família de mafiosos. Carluxo é só o testa de ferro, o pitbull raivoso. O cabeça do esquema criminoso de fake news, montado com dinheiro público dentro do Palácio do Planalto, é o capo do clã: Jair Bolsonaro. Ele é o dono da milícia digital. 
"Um por todos e todos por um" é o lema da famiglia Bolsonaro, e o "Um" por quem são todos é o presidente Jair Mentira Bolsonaro, que colocou os três filhos na vida pública e os elegeu.

Mas eles são como os pés de uma mesa e o ataque que consiga cortar qualquer dos pés derruba a mesa toda.

Por isso Bolsonaro quer de qualquer maneira o controle da Polícia Federal, porque sabe que os filhos estão enrolados até o pescoço nos escândalos das fake news contra políticos e ministros do STF adversários do clã; enrolados com o Gabinete de Ódio, na antessala do presidente, e no esquema das rachadinhas, comandado por Queiroz, desde que esse era funcionário de Jair Mentira Bolsonaro. E sabe que tudo isso gira e tem origem nele, Jair.

Em outras postagens, Freixo denunciou:
Alexandre Ramagem é amigo de Flávio Bolsonaro. Sua indicação para a chefia da PF deixa explícita a interferência de Bolsonaro na instituição. O presidente sabe que se não intervier, seu filho pode acabar preso por envolvimento com milícia.
Estou apresentado uma ação para impedir que Alexandre Ramagem assuma a chefia da Polícia Federal. Ramagem foi chefe da segurança de Bolsonaro em 2018 e é amigo dos filhos do presidente. Jair quer transformar a PF numa polícia política a serviço do clã. Não vamos deixar.
O cerco se fecha sobre o clã e os próximos dias (ou horas) serão decisivos.

Bolsonaro partiu para a composição com o Centrão, numa jogada arriscada, pois vai ter que engolir vários acusados pela Lava Jato, vai ter que encarar também a dobradinha Rede Globo-Moro, Alexandre de Moraes em seu encalço e no de seus filhos, e a oposição na Câmara e no Senado, que aumenta a cada dia, agora com a adesão do PT ao "Fora Bolsonaro".

Brasília ferve.







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Janio de Freitas: 'Presença das Forças Armadas junto aos Bolsonaro faz mal à instituição'

Bolsonaro discursa em frente QG do Exército


Artigo de Janio de Freitas na Folha:



Presença das Forças Armadas junto aos Bolsonaro faz mal à instituição 

Há um ano e 19 dias, o general e já vice-presidente Hamilton Mourão fazia um comentário muito significativo em dois pontos: “Se o governo falhar, a conta irá para as Forças Armadas”. Aí estava implícito o reconhecimento da índole militarizante, um retorno sem armas ostensivas, sob o rótulo de governo Bolsonaro, o Cavalão de Troia. E ali estava explicitado, no destinatário da possível conta, quem teria a responsabilidade, de fato, pelo que seria o novo governo.
Justifica-se então a pergunta: o que mais, e mais grave, ainda precisará ocorrer para que os representantes das Forças Armadas no governo as desvinculem, afinal, da responsabilidade pela catástrofe moral e governamental que arrasa este país?
A presença desses representantes junto aos Bolsonaro, sua trupe e suas relações cavernosas faz mal às Forças Armadas como instituição, deforma-as outra vez e as desmoraliza. E faz mal ao país com a aceitação e o apoio, aparentes faces de concordância, aos desvarios, ligações milicianas, mentiras, fraudes, traições, incidentes internacionais, destruição de recursos nacionais, incentivos à violência generalizada, medidas antissociais, crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade pelos quais Bolsonaro deveria responder. De preferência com algemas, porque é perigoso.
Os militares precisam fazer um exame honesto e profundo de sua relação com o país. Sem isso, sua caracterização militar será sempre um rascunho e sua autoimagem sempre ilusória.
Por décadas, foi este o bordão dos militares em sua claudicante responsabilidade institucional: “Os militares estão unidos e coesos, e alheios à política”. Mas estiveram sempre divididos. Por motivos políticos. O bordão no pós-ditadura, hoje em dia muito repetido, diz que “os militares têm disciplina e hierarquia”, uma comparação desqualificante do mundo civil. Quanto aos civis brasileiros, nada a retocar. Mas, historicamente, nenhum outro segmento feriu tanto a disciplina, e com tamanha gravidade, quanto os militares.
Com escassos e pequenos intervalos, desde a articulação para derrubar a monarquia sucederam-se as conspirações, tentativas de golpe, os golpes consumados, duas ditaduras, sem que a presença civil lhes mudasse a natureza, de imposição pelas armas. Não é uma história paralela. É a própria, a verdadeira, com seu roteiro de hostilidades, esperanças e frustrações, sobre o chão infértil para o civismo.
O mesmo general e vice Hamilton Mourão foi o primeiro (e único, quando escrevo) dos militares do governo a expor um comentário sobre as acusações (iniciais) de Sergio Moro a Bolsonaro: “Perder Moro não é bom, mas vida que segue”. Segue para onde?
Nem é preciso mencionar outras atitudes de Bolsonaro: basta a designação do delegado Alexandre Ramagem para dirigir a Polícia Federal. É a confirmação do propósito de Bolsonaro de controlar o que deveria ser a investigação de crimes políticos orientada pelo Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro não retém nem o cinismo, este verniz da sua falta de escrúpulos, na escolha de notório aliado dos seus filhos postos sob inquéritos criminais.
Também esse crime de responsabilidade, esse banditismo intrometido nas instituições constitucionais, “segue” aceito, e portanto apoiado, pelos que no governo se confundem com as Forças Armadas? O cerceamento à ação do Supremo significa o fim do regime de Constituição Democrática.
Não é preciso imaginar o que, afinal, levaria à desvinculação das Forças Armadas com a versão brasileira de Idi Amim Dada. Já chegamos ao máximo. Que, no entanto, segue.







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Haddad: 'Nem Bolsonaro nem Moro são dignos dos cargos que ocupam. Fora'

Bolsonaro e Moro com camisa do Flamengo


Artigo de Fernando Haddad na Folha:


Fora

As acusações mútuas que se fizeram Moro e Bolsonaro são gravíssimas. Moro acusou o chefe de querer interferir politicamente nas investigações da PF. Bolsonaro acusou seu ministro de concordar com a troca do diretor-geral apenas depois de ele, Moro, ser indicado para uma vaga no STF. Como se vê, tudo muito "republicano".
Chama a atenção, entretanto, aquilo que eles admitiram de si mesmos. Moro negociou sua ida para o ministério em troca de uma pensão para a família caso viesse a faltar. O homem que ganhou salário de juiz por mais de vinte anos, não raro acima do teto constitucional, negociou uma pensão não prevista em lei. Quem pagaria? Como foi acertado esse arranjo? E os demais brasileiros que arriscam a vida diariamente?
Bolsonaro, por sua vez, disse que, de fato, queria nomear um diretor-geral com quem ele pudesse interagir diretamente. Assumiu também que determinou a substituição do superintendente da PF no Rio de Janeiro, cidade em que atos suspeitos de seus filhos estão sendo investigados.
Em 2007, a PF deflagrou uma operação que tinha como alvo o irmão do presidente Lula, conhecido por Vavá. Tarso Genro, então ministro da Justiça, informou o presidente 11 horas antes da operação. Segundo relato do ministro, Lula teria dito que, se a operação respeitasse as formalidades legais, nada teria a dizer.
A operação ocorreu com estardalhaço, sem que o irmão tivesse conhecimento. Mais tarde, Vavá teria perguntado a Lula se ele tinha sido informado previamente da operação, ao que ele respondeu: "Quem foi informado foi o presidente da República, não seu irmão". Vavá faleceu sem que nada se provasse contra ele. Lula foi impedido de ir ao seu enterro.
Bolsonaro jamais entenderá a autonomia da PF, reclamada por Moro. Mas o próprio Moro, bem entendido, tampouco se preocupa em preservá-la. A troca de favores que teria sugerido ao presidente lembra mais uma disputa por poder do que uma visão de Estado. Uma vez no STF, a autonomia da PF não seria mais da sua conta.
Novamente, Moro deixou escapar a admiração aos governos do PT nessa seara. Já na absurda sentença condenatória que tirou Lula da disputa presidencial que liderava, pavimentando a vitória daquele a quem serviria, ele declara que Lula foi o presidente que, como poucos, fortaleceu as instituições de combate à corrupção. Ontem, repetiu-se: os governos do PT garantiram a autonomia da PF, sem o que a Lava Jato não se realizaria.
O que Moro demora a conceder é que quem deu autonomia à PF o fez porque nada temia, e nem imaginava que instituições da República se deixassem instrumentalizar contra quem as fortaleceu.
Nem Bolsonaro nem Moro são dignos dos cargos que ocupam. Fora.






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Crime que Moro confessou ter cometido tem nome e nº no Código Penal: Corrupção passiva, Art 317

Moro na coletiva, com faixa do artigo 317 do CP

Ex-ministro se despede com confissão de crime



O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro confessou um crime n coletiva de ontem, quando pediu demissão do cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

Moro disse que a única exigência que fez para aceitar o cargo foi que sua família tivesse direito a uma pensão, caso algo de ruim lhe acontecesse.

O Artigo 317 do Código Penal diz que é crime "Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem".

A pena é reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) [Fonte: Jus Brasil]

No vídeo a seguir, que peguei do Twitter do Idelber Avelar, a confissão de Moro. Vamos ver qual a atitude do Ministério Público. E se o Jornal Nacional trata do assunto (ironia modo on).






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Em vez da Globo, Moro tem que levar suas denúncias contra Bolsonaro ao Ministério Público



Se tem provas contra Bolsonaro, Moro tem que apresentá-las ao MP


Ontem, durante a coletiva em que comunicou seu pedido de demissão do cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro fez várias acusações ao presidente, de que ele pretendia interferir em investigações da Polícia Federal, queria relatório das operações e escolher, inclusive, delegados, superintendentes e até o diretor geral.

Tudo isso o fez sem provas, apenas da boca pra fora. No entanto, cobrado pela Rede Globo (foi essa a expressão utilizada por Bonner no Jornal Nacional de ontem), Moro mostrou troca de mensagens dele com o presidente, em que Jair Mentira o pressiona a demitir o diretor geral, pois a Polícia Federal estaria investigando deputados de sua base. É crime.

Mas não basta entregá-los à Globo ou ficar fazendo vazamentos seletivos para incriminar Bolsonaro. Tem que ir ao Ministério Público e fazer as denúncias oficialmente para que Jair Mentira Bolsonaro seja processado.

O ex-juiz e ex-ministro pode aproveitar e explicar ao MP qual seria a pensão que sua família receberia em caso de sua morte durante o ministério, de qual valor, por quanto tempo e, importantíssimo, como seria paga, já que não há previsão de verba oficial para esse tipo de acordo por debaixo dos panos. Moro confessou candidamente que essa fora sua única exigência para aceitar o cargo.

Quem sabe os dois não acabam dividindo a mesma cela e pondo a DR em dia.







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Você sabe o que é ser um robô, meu senhor? Bolsonaros sabem o que é

Prints do Twitter com robôs

Família Bolsonaro robô



Muita gente estranha a linguagem às vezes cifrada com que se comunicam os usuários de redes sociais, em especial o Twitter.

As pessoas ouvem falar em robôs, bots, imaginam o que seja, mas não conseguem ligar o nome à coisa.

A imagem acima mostra o que são. Perfis fakes programados para repetir uma mensagem e assim elevar uma hashtag (assunto do momento), promover alguém ou alguma ideia, ou, ao contrário, atacar e difamar alguém ou uma ideia.

Repare que os nomes são diferentes, mas a mensagem é a mesma.

Robôs, especialidade dos Bolsonaro e do Gabinete de Ódio, situado na antessala do presidente Jair Mentira Bolsonaro.

Por isso o medo que eles têm da CPI das Fake News e do ministro Alexandre de Moraes, que apertou o cerco sobre a família.

Abaixo, veja Eduardo Bolsonaro deixando sua digital do comando das hashtags, nesse print publicado pela jornalista Cynara Menezes em seu perfil no Twitter:








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Bolsonaro pisca primeiro e afaga Moro no Twitter

Twitter de Bolsonaro a respeito de Moro

 

Moro-Rede Globo versus Bolsonaro-Redes sociais


A retomada da parceria Moro-Rede Globo não se fez esperar. Ontem mesmo no Jornal Nacional, a dupla mostrou que tem munição para cantar a antiga canção "Vou tirar você desse lugar", sendo o "você" da canção o Jair Mentira e o "desse lugar" a presidência da República.

Com extensa reportagem, que aumentou em mais de 50% a duração do JN, Globo e Moro ofereceram um pequeno aperitivo, com um vazamento de uma troca de mensagem por WhatsApp entre Moro e a deputada bolsonarista Carla Zambeli. Nela, se buscou mostrar que era mentira do Jair a afirmação de que Moro teria barganhado a troca do diretor da PF pela indicação ao STF.

Houve ainda outro trecho, de um print de uma conversa do próprio presidente com Moro, pedindo a substituição do diretor da PF por dirigir operações contra deputados seus aliados, o que Jair Mentira havia negado na extensa DR de ontem à tarde.

Foi um aperitivo que Bolsonaro entendeu bem. Moro aprendeu com a Vaza Jato (na própria pele) que antigas mensagens podem ser de muito valor, e tratou de guardar um acervo em seu favor e contra adversários, como hoje Jair Mentira, para usá-lo com sua antiga parceira da Lava Jato, no Jornal Nacional.

Na manhã de hoje, Bolsonaro piscou e às 9h30 foi ao Twitter [imagem acima] e postou mensagem a Moro, mostrando que no auge da Vaza Jato, com Moro quase no chão, ele o apoiou e desfilou abraçado com o ex-juiz no dia da Independência.

Mas, será que Moro e Rede Globo terão dó do Jair? Bolsonaro vai mandar emissário à Rede Globo? Ou a guerra está apenas começando e aí vamos ver finalmente se "poder da Rede Globo já era", como muitos afirmam, e que mais forte seria o poder das redes sociais, com seus robôs. Ou não.

Façam suas apostas. Jair piscou.






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Alexandre de Moraes aperta o cerco aos Bolsonaro e proíbe mudanças na PF que investiga fake news e carreatas

Alexandre de Moraes

Ministro determina manutenção de delegados em inquéritos


Após a demissão do diretor geral da PF e do ministro Sergio Moro, o ministro do STF Alexandre de Moraes se antecipou a qualquer possível modificação pelo governo Bolsonaro da chefia de inquéritos determinados por ele.

Os inquéritos já chegaram ao Gabinete de Ódio e são o cerne das preocupação dos Bolsonaro, do 00 ao 03, por isso Moraes se adiantou.
Segundo o ministro, as investigações dos inquéritos deverão continuar a ser conduzidas pelo delegado federal Alberto Ferreira Neto, em São Paulo, e da equipe de Brasília, composta pelos delegados federais Igor Romário de Paula, Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher.
A decisão visa, portanto, evitar trocas na corporação no que diz respeito aos Inquéritos 4.781 e 4.828. Mudanças na Polícia Federal foram o motivo do desentendimento entre o ex-ministro Moro e o presidente Jair Bolsonaro. [Conjur]
Pelo visto, pelo menos a princípio, a pressão sobre os Bolsonaro vai prosseguir junto com as investigações, que podem levar a seu impeachment e à prisão de seus filhos.






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Por que os Bolsonaro têm tanto medo da CPI das Fake News? Confira

Eduardo Bolsonaro contra CPI das Fake News

Pai e filhos sabem que CPMI pode acabar no gabinete do 00



Esta semana os irmãos 02 e 03, Carlos e Eduardo Bolsonaro, vociferaram nas redes contra a CPMI das Fake News, que está desvendando o disparo ilegal de notícias falsas contra adversários políticos, hábito adquirido nas eleições de 2018 e que continuam utilizando com maior intensidade e mais aperfeiçoamento.

Em princípio, a preocupação dos congressistas está centrada nas eleições passadas e em ataques sofridos por alguns deles pelo chamado Gabinete de Ódio, um escritório do crime internético, situado na antessala da presidência, aparentemente comandado por Carlos Bolsonaro, e que tem o gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro como um dos centros de disseminação.


O medo deles, que querem melar a CPMI a qualquer custo, é que as investigações cheguem aos patrocinadores das milhões de fake news que elegeram Jair Mentira Bolsonaro e ajudaram a elegê-los também e a figuras neófitas na política, em muitos casos absolutamente desconhecidas em seus estados, como Wilson Witzel, que se elegeu governador no Rio de Janeiro.

Esquema que o coordenador político da campanha de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, disse que poderia contar à CPMI, e só lá, diante da gravidade do que tinha a denunciar, mas que um inesperado (e conveniente para os Bolsonaro) infarto fulminante calou para sempre.

Ouça Bebianno:







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3 Mosqueteiros do Supremo cercam os Bolsonaro que partem para o tudo ou nada

Celso de Mello, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes


Ações de ministros podem levar a impeachment de Bolsonaro e prisão dos filhos


São três os mosqueteiros do STF que encurralam os Bolsonaro: Alexandre de Moraes, Celso de Mello e Gilmar Mendes.

Alexandre de Moraes deu cinco dias para Bolsonaro apresentar resultado de seu teste da COVID-19. Mandou também investigar financiadores e organizadores das passeatas que pediam AI-5 e golpe militar. Todos sabemos, e eles mesmos já confessaram, quem são alguns dos financiadores, entre eles o conhecido "Véio da Havan", Luciano Hang. O resultado do teste e as ligações dos organizadores e financiadores com Bolsonaro podem levar a seu impeachment.

Celso de Mello deu prazo a Rodrigo Maia para que ele explique por que até o momento não acolheu nenhum dos mais de 20 pedidos de impeachment de Bolsonaro. Maia, que estava (como Cunha ficou) sentado sobre os processos agora será obrigado a agir ou pode ser condenado por prevaricação.

Gilmar Mendes, a quem cabe julgar se a CPI da Fake News prossegue ou não, já afirmou que é a favor do prosseguimento e esse será seu voto. E a CPI (na verdade CPMI, porque é mista, da Câmara e do Senado) das Fake News já chegou aos filhos de Bolsonaro.

Por conta disso, Bolsonaro partiu para o tudo ou nada. Passou por cima de Moro e tirou o diretor da PF, foi descaradamente às compras no Congresso, com cargos até para Roberto Jefferson, e mandou sinais de fumaça para o atual presidente do STF, Toffoli. Talvez tarde demais.

A verdade é que o quadro nunca esteve tão desfavorável a Bolsonaro. E não apenas nas áreas política e judicial. A pandemia se espalha, ontem houve recorde de mortos, o novo ministro parece ele mesmo um zumbi, e a economia afunda, com o sumido Guedes escanteado, já que tudo o que ele prometeu deu em nada.

O país ferve.






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