Ex-presidente do BC de FHC é contra crescimento econômico e a favor do aumento de juros e desemprego


Este aí da foto é Pérsio Arida, um dos gênios da equipe econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi presidente do Banco Central e do BNDES. Todos eles, hoje em dia, ou são banqueiros ou trabalham pra eles. O que por sí só justifica a ojeriza que o povo tomou pelos governos FHC.

Em palestra no 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão, no mês de agosto, Arida, que é sócio e membro do conselho do BTG Pactual (banqueiro, uau!), defendeu o seguinte:

  • novas altas na taxa básica de juros, porque o Brasil está crescendo mais do que poderia (ué, mas não criticaram o PIBinho?)
  • Os motivos para a taxa de juro subir são cristalinos
  • o desemprego deveria chegar a 6,5 a 7 por cento (está em torno de 5%, logo ele quer que o número de desempregados suba em algumas centenas de milhares)
  • PIB não poderia passar de 2 por cento (é a favor do PIBinho!)[Fonte]

Pérsio Arida é contra o crescimento econômico e a favor do aumento de juros e do desemprego. Depois não sabem por que povo não quer a volta deles ao governo.

Madame Flaubert, de Antonio Mello

Ao escrever sobre herança maldita do franquismo na Espanha, jornalista parece falar da ditadura brasileira


Grito de guerra dos fascistas chefiados por Franco.


Olga Rodríguez é uma jornalista especializada em informação internacional. Depois de cobrir as revoluções árabes em 2011, acaba de publicar o livro "Yo muero hoy", Las revueltas en el mundo árabe" (Debate).

Em sua coluna no espanhol El Diario do dia 24 último, Rodríguez escreveu sobre os problemas que ainda hoje atormentam a vida espanhola, herança do franquismo.

Vou selecionar alguns trechos (com alguns comentários meus entre chaves e destaques em negrito) para mostrar que em grande parte esses problemas vividos na Espanha são iguaizinhos aos nossos com nossa herança maldita da ditadura.

Cuando, al hablar de los crímenes del franquismo [da ditadura brasileira - BdoM], se dice que aquello fue una guerra -”y en una guerra ya se sabe...”-, se está contando tan solo una pequeña parte de la historia más reciente de nuestro país. Cuando se recurre a la equidistancia con el argumento de que “en ambos bandos se cometieron atrocidades” se oculta que la guerra civil tuvo un claro responsable que dio un golpe de Estado contra un gobierno democrático y que impulsó un plan sistemático destinado a acabar con un grupo ideológico o político. 
 


 (...) Luego vino la Transición, construida sobre el olvido de nuestros desaparecidos, de los muertos, de los represaliados, de los encarcelados, de los torturados. Un pueblo que da la espalda a su historia es un pueblo indefenso. “Una sociedad sin memoria no puede crear un civismo sano”, ha dicho en alguna ocasión el poeta Juan Gelman, que sufrió durante la dictadura argentina el desgarro que provoca el fascismo.



La impunidad del franquismo ha continuado hasta nuestros días y sobre ella se ha construido esta maltrecha democracia, que sigue excluyendo de los libros de texto de escuelas, institutos y universidades buena parte de los crímenes de la dictadura. Solo quienes eligen dentro de la carrera de Historia la especialización en esa época abordan el estudio de lo ocurrido. Todo un símbolo.



No hay en el empeño por rescatar la memoria ningún deseo de revancha, sino una reivindicación de justicia y una defensa de los derechos humanos, imprescindible para evitar que la historia se repita. Esa es una de las finalidades de la justicia: tener carácter ejemplarizante.



Mientras los crímenes franquistas [da ditadura brasileira - BdoM] continúen impunes se estará transmitiendo un mensaje enormemente peligroso y dañino para todos: que los regímenes totalitarios pueden campar a sus anchas, matar, cometer genocidios o crímenes de lesa humanidad e irse de rositas. Una premisa tan sumamente grave es capaz de extenderse por todos los recovecos de una sociedad, como un virus invasivo. Y de hecho este país se caracteriza por una cultura de la impunidad que facilita la corrupción, el enchufismo, la injusticia. 



Existen los mecanismos legales necesarios para abordar los crímenes del franquismo. Lo que falta es voluntad. Como me decía recientemente Carlos Slepoy, uno de los abogados impulsores de la querella argentina, “un juez español que se atreviera podría establecer que la Ley de Amnistía de 1977 es inaplicable según el derecho internacional. No hay obstáculo judicial. El obstáculo es absolutamente político.” Además, estamos hablando de crímenes que nunca prescriben, por mucho que la Fiscalía española haya dicho lo contrario.[Fonte, onde se encontra a íntegra do artigo, que recomendo]
Brasil e Espanha devem seguir o caminho da Argentina, que passa ainda hoje sua história a limpo, levando aos tribunais assassinos e torturadores, para que ela nunca mais se repita. Que eles recebam um julgamento justo, com amplo direito a defesa, o que nunca permitiram enquanto estiveram no poder.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Celso de Mello diz que foi exposto a 'brutal pressão midiática' e defende seu voto 'em favor dos direitos básicos do ser humano'


Ministro Celso de Mello


O ministro do STF Celso de Mello, que desempatou a votação em favor dos embargos infringentes, deu sua primeira declaração sobre seu voto ao jornal de sua cidade natal Tatuí, interior de São Paulo. Nela, o ministro confirma brutal pressão midiática.

O ministro, que se encontra na Suíça, deu a declaração ao blogueiro do Jornal, José Reiner. Segue a transcrição, preservando o estilo do ministro, com caixa alta e exclamações em abundância - um verdadeiro desabafo:

"HÁ ALGUNS QUE AINDA INSISTEM EM DIZER , cinicamente, QUE NÃO FUI EXPOSTO A UMA BRUTAL PRESSÃO MIDIÁTICA ..... BASTA LER, NO ENTANTO, OS ARTIGOS E EDITORIAIS PUBLICADOS EM DIVERSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (os "mass media") PARA SE CONCLUIR DIVERSAMENTE! ALGUNS DOS QUE FORAM (E SÃO) CONTRÁRIOS À ADMISSIBILIDADE DOS EMBARGOS INFRINGENTES ESQUECEM-SE DE QUE ESSA DECISÃO DO STF , consolidada e viabilizada pelo meu voto de desempate, REPRESENTA, pelo que nela se contém e pela autoridade do Tribunal de que emana , A REAFIRMAÇÃO DE PRINCÍPIOS UNIVERSAIS E ETERNOS CONCEBIDOS , de um lado, PARA PROTEGER AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES CONTRA A OPRESSÃO DO ESTADO E O ABUSO DE PODER E DESTINADOS, de outro, A GARANTIR, em favor de qualquer pessoa, independentemente da acusação criminal contra ela formulada (e qualquer que seja a sua condição social , profissional, financeira ou política) , A POSSE DE DIREITOS FUNDAMENTAIS E O GOZO DAS LIBERDADES CONSTITUCIONAIS! ESSE FOI O CLARO SENTIDO DO VOTO DE DESEMPATE QUE PROFERI !!!!! E QUE SEJA ASSIM PARA SEMPRE, para que tempos sombrios , que tanto estigmatizaram gerações passadas e conspurcaram a pureza do regime democrático, JAMAIS voltem a obscurecer e a asfixiar os direitos básicos do ser humano!!!! JAMAIS". [Fonte]


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Depois que novo PGR decretou que 'Pau que dá em Chico dá em Francisco', há um tremendo barata-voa da direita em pânico


Novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot


Bastou o novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot,declarar numa entrevista ao Estadão que "Pau que dá em Chico dá em Francisco", que a direitona ligada ao PSDB e, principalmente, aos desvios do PSDB nas privatizações, no mensalão tucano, no propinoduto, no trensalão, nos sanguessugas e vampiros da vida entrou em pânico.

O Estadão foi direto ao ponto logo na primeira pergunta ao novo procurador-geral, trocando apenas mensalão tucano por mensalão mineiro, quando mineiro é o cidadão que nasce em Minas Gerais ou o quem trabalha em minas.

O processo do mensalão está acabando. O senhor vai acelerar o processo do mensalão mineiro?
Pau que dá em Chico dá em Francisco. O que posso dizer é que, aqui na minha mão, todos os processos, de natureza penal ou não, vão ter tratamento isonômico e profissional. Procuradores, membros do Ministério Público e juízes não têm processo da vida deles. Quem tem processo da vida é advogado. Para qualquer juiz e para o Ministério Público todo processo é importante. [Fonte]

A resposta não tardou. No outro dia, o jurista Ives Gandra Martins, eminência jurídica da direita mais direitosa, aquela do Opus Dei, correu à Folha para dizer o que guardou silente durante todo os oito anos do tal mensalão: que José Dirceu foi condenado sem provas. Logo de cara também, mostrou onde está sua preocupação (que, evidentemente, passa longe de Dirceu e do PT):

Do ponto de vista jurídico, eu não aceito a teoria do domínio do fato. Com ela, eu passo a trabalhar com indícios e presunções. Eu não busco a verdade material. Você tem pessoas que trabalham com você. Uma delas comete um crime e o atribui a você. E você não sabe de nada. Não há nenhuma prova senão o depoimento dela -e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental. Como um velho advogado, com 56 anos de advocacia, isso me preocupa. A teoria que sempre prevaleceu no Supremo foi a do "in dubio pro reo" [a dúvida favorece o réu].[Fonte]

Outro direitoso silente, o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo também atacou o julgamento da AP 470.

Os pitbulls do STF, que vinham sendo endeusados, começaram a ter seus podres expostos. O ex-presidente do STF Nelson Jobim atacou o ministro Gilmar Mendes (a esse respeito, leia aqui O que mais é necessário para que se declare o impeachment de Gilmar Mendes?).

O terror da direita é um só: que se repita o julgamento medieval utilizado no "julgamento do mensalão" quando os réus forem o Fernando, o José, o Geraaaaldo, quando não deixarem os tucanos fugirem pela direita sem passar pelo bafômetro no cangote da Lei, que como disse em boa e primeira hora o novo procurador-geral "Pau que dá em Chico dá em Francisco".




Madame Flaubert, de Antonio Mello

Retrato do Brasil mostra como foi produzida farsa do mensalão, montada pelo ex-PGR Roberto Gurgel e Joaquim Barbosa


Com apresentação do escritor Fernando Moraes, o vídeo de menos de 30' produzido pela equipe da Revista do Brasil (jornalistas Raimundo Rodrigues Pereira e Lia Imanishi) desmonta a farsa do julgamento da AP 470, conhecido como julgamento do mensalão.

O vídeo é tão didático, busca tanto a clareza com o intuito de não deixar dúvidas sobre a farsa montada, que chega a ser repetitivo em alguns momentos.

Após assistir o vídeo, para não acusar de má-fé o ex-PGR Roberto Gurgel e o atual presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, só mesmo acusando-os de canhestramente incompetentes.




Você já deu uma conferida no meu romance "Madame Flaubert"? Clique no banner abaixo.

Madame Flaubert, de Antonio Mello

O que mais é necessário para que se declare o impeachment de Gilmar Mendes?




Em maio de 2011 o advogado Alberto de Oliveira Piovesan entrou no Senado da República com um pedido de impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes. Entre outros motivos, o advogado apontava:

Os fatos divulgados pela referida reportagem (documento nº 4, em anexo), são comprometedores. Revelam recebimento de benesses e outros fatos que põem em dúvida a isenção, a parcialidade do julgador, configurando violação a dever funcional, e em consequência a incidência do item 5 do artigo 39 da Lei Federal 1079/1950.

(...) A referida reportagem informou, dentre outros fatos, que o Advogado Sergio Bermudes hospeda o Ministro Gilmar Ferreira Mendes quando este vem ao Rio de Janeiro, e que já hospedou-o em outras localidades, além de fornecer-lhe automóvel Mercedes Benz com motorista.

A citada reportagem informou também que o Ministro Gilmar Ferreira Mendes recebeu de presente, do mesmo Advogado Sergio Bermudes, uma viagem a Buenos Aires, Argentina, quando deixou a presidência do Supremo Tribunal Federal no ano passado (2010). E que o presente foi extensivo à mulher do Ministro, acompanhando-os o Advogado nessa viagem.

A citada reportagem informou ainda que o referido Advogado emprega e assalaria, acima do padrão, a mulher do Ministro. Evidente que no recesso do lar pode ela interferir junto ao marido a favor dos interesses do escritório onde trabalha, e de cujo titular é amiga intima (sempre segundo a citada reportagem). É o canal de voz, direto e sem interferências, entre o Ministro e o Advogado. [Fonte]

O pedido não foi adiante, como costuma acontecer, graças ao famoso conchavo das elites no Brasil. Mas a esses fatos vêm se juntar dois novos, recentes e gravíssimos.

O primeiro, o voto de Gilmar Mendes contrário aos embargos infringentes, sendo que o ministro sabia que esses embargos foram mantidos pelo Congresso, quando se manifestou em resposta a um pedido do governo Fernando Henrique Cardoso, que queria acabar com eles, segundo se dizia, para dar agilidade ao Supremo.

O Congresso negou o pedido, feito e defendido pelos ministros da Justiça e da Casa Civil de FHC à época, respectivamente Iris Rezende e Clóvis Carvalho. E quem era o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil? Gilmar Mendes [Fonte]. Logo, ele sabia que os embargos ainda vigem e, portanto, votou contra a lei.

O segundo e novo desvio de Gilmar Mendes foi denunciado pelo ex-presidente do STF Nelson Jobim, numa entrevista ao IG, em que ele afirma que Gilmar Mendes mentiu quando disse há tempos que teria sido assediado pelo ex-presidente Lula, numa reunião em que se encontravam apenas os três, Lula, Jobim e Mendes:

Jobim: É falso, absolutamente falso. Esta versão é a versão apresentada pelo ministro Gilmar. Não é verdadeiro. Na época em que houve um café da manhã no meu escritório, Lula queria me visitar. Eu tinha saído do Ministério da Defesa na época e ele queria me fazer uma visita. E o Gilmar foi convidado para ir também. Foi uma conversa tranquila, sem nenhuma dificuldade. Eu que perguntei ao Gilmar sobre o andamento do mensalão, se ia votar ou não ia votar. Ele disse que achava melhor votar logo para resolver o assunto e foi isso. Trinta dias depois desse café da manhã é que houve essa indignação do ministro Gilmar fazendo uma versão que não era verdadeira e que, na época, eu neguei. Continuo negando.

iG: Então, a bola foi passada para o senhor? 

Jobim: Aquilo tudo era falso. Aquela exaltação que foi manifestada. Curiosa exaltação. Trinta dias depois você fica furioso. A conversa não foi em nada naquele sentido. Não houve absolutamente nada daquilo. Foi uma conversa amigável. Ele não estava muito bem com um problema de perna, tinha até uma escada no escritório. Depois, eu e o ministro Gilmar ficamos conversando um pouco. E 30 dias depois é que eu recebo a notícia de uma matéria da Veja. Mandei uns SMS que eu tenho guardados ao ministro Gilmar. E ele disse que houve uma série de coisas, que ele havia conversado com A, com B, com C. E que a versão que tinha saído na Veja vinha de terceiros. E eu então disse, mas é curioso. Como assim de terceiros, se éramos só nós três? E depois disso nunca mais falei com o ministro Gilmar. 

iG: Isso, então, abalou sua relação com ele. 

Jobim: Desapareceu. Não falei mais, nem falarei.[Fonte]

A isso se soma também o famoso episódio do grampo sem áudio, da suposta arapongagem da Abin, que teria gravado uma ligação em que o probo Gilmar Mendes dialogava com o probo senador Demóstenes Torres (ambos envolvidos até o pescoço com o caso Daniel Dantas), onde os dois saem na fita de tal modo puros, pios, honestos e angelicais, como se fosse um copy & paste de um diálogo entre o papa e madre Teresa de Calcutá...

A bola está quicando na área do Senado, à procura de um senador que dê a Gilmar Mendes o remédio amargo que ele empurrou garganta abaixo do país, quando num gesto de bufão "chamou às falas" o então presidente Lula. A partir daí, estranhamente, houve mudança na cúpula da PF, constrangimento da Abin e fim da Operação Satiagraha, que havia levado à cadeia e posterior condenação a 10 anos de prisão o banqueiro Daniel Dantas.

É preciso que um senador chame Gilmar Mendes às falas, que ele explique seus procedimentos, e tenha um julgamento justo, durante a análise do pedido de seu impeachment, por não estar à altura do cargo que exerce, na mais alta corte do país.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Mais um capítulo de meu romance Madame Flaubert, neste primeiro dia de Primavera




Neste capítulo, a Ema Bovary de Antônio C. revive a cena da Madame Bovary original, na festa do castelo de Vaubyessard. Na atualização de Antônio C. a festa é na antiga embaixada de Portugal, em Botafogo (imagem acima). Na festa, ela se recorda de uma conversa com "o Fernando", o Collor...


10.
Para algumas pessoas, o melhor da festa é esperar por ela. Não para Ema. Definitivamente. Se a espera a deixou com febre e calafrios, a recepção, seguida de um baile, na antiga embaixada de Portugal, na rua São Clemente, levou-a ao delírio. Há muito não sentia todas aquelas emoções a um só tempo em seu corpo. Algumas vezes estava quente, sentia-se arder, imaginava possível acender um cigarro com o toque de sua pele. Outras, ao contrário, um frio descia pela espinha, ela sentia seu corpo congelar-se, do centro para as extremidades. Várias vezes teve vertigens. Mas nessas horas, como que só para servi-la - ela chegou a pensar que isso estivesse realmente acontecendo -, havia sempre um garçom solícito, uma taça de vinho, água Perrier... E também a dança. Após a apresentação da orquestra de câmara, houve o baile - em homenagem a o quê, ou a quem? e o que importa?... - e Ema não se cansou de dançar. Até mesmo o primeiro-ministro - ah, era ele o homenageado! -, um homem casado - como ela -, deixou a mulher de lado - como ela deixou o marido - e tirou-a para dançar.

        Ela saboreava cada instante daqueles. Mexia e ajeitava o colar, colocando o rubi corretamente em relação ao centro do pescoço, fazendo gestos de cansaço e excitação, que pareciam estar agradando em cheio aos burgueses presentes à recepção. Olhavam para ela e percebiam que ali estava alguém que parecia realmente se divertir com aquilo tudo. Não era um negócio, um sorriso pró-forma, uma simpatia de conveniência, mas uma felicidade que saía pelos poros, suava e tornava ainda mais atraente o perfume que ela usava.

        Muitos se insinuaram, tentaram uma abordagem mais íntima. Mas não era nada daquilo o que Ema queria quando comprou o vestido. Não era nada daquilo o que ela queria quando escolheu o colar. Nenhum daqueles homens. Nenhuma das personalidades. Mas a festa, o momento só dela, brilhar, brilhar, ser feliz, subir e realizar seu destino, como a borbulha numa taça de champanhe. Será que alguém entendia isso? Além do mais, após a conversa com “o Fernando” e o convite para a cerimônia de posse em Brasília, a recepção era apenas o primeiro degrau da longa escadaria que vislumbrava à sua frente e que a levaria da vida que vivia havia tempos para o mundo que imaginava desde criança, e para o qual se preparara como que para um baile.

       
Continue lendo, na página do romance no Facebook: https://www.facebook.com/MadameFlaubert. Aproveite e curta a página, com informações sobre os romances, inclusive reproduções do manuscrito de Madame Bovary, de Flaubert, que começou a ser escrito em 19 de setembro de 1851.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

A Velha da Lambreta, as notícias do STF e a mídia corporativa na fronteira do Paraguai


A Velhinha, as notícias do STF e a mídia corporativa


Todo mundo conhece a piada da velhinha da Lambreta. Toda semana ela atravessava a fronteira com o Paraguai e na volta trazia um grande saco. O que será que havia ali? Contrabando? Isso intrigava um guarda da fronteira.

Um dia, ele resolveu parar a Velhinha. Ela mostrou... Aqui, a piada varia: areia, pedras... A minha carregava esterco.

O guarda a liberou, mas seguiu intrigado. A velhinha tinha cara de contrabandista. Resolveu pará-la mais uma vez. Esterco de novo. E outra vez. E outra, e outra, semana após semana, a Velhinha atravessando a fronteira e nada de contrabando, apenas esterco.

Até que um dia o guarda não aguentou mais a curiosidade:

- A senhora me desculpe, mas eu estou ficando louco, sonho com isso. Tenho certeza que a senhora é contrabandista. Vamos fazer o seguinte, a senhora me conta o que é e eu vou liberá-la toda vez. 
- O senhor promete, seu guarda?
- Prometo, prometo. É contrabando de quê?
A Velhinha, mordaz:
- Lambreta.

E o que isso tem a ver com o STF e a mídia corporativa, Mello? - pergunta o guarda.



Madame Flaubert, de Antonio Mello

Há 162 anos, Flaubert começava a escrever Madame Bovary, o primeiro romance moderno

O próprio Gustave Flaubert anotou na primeira folha em branco que recebeu o texto de Madame Bovary: 19 de setembro de 1851, à noite.

Segundo Mario Vargas Llosa, num livro dedicado a Madame Bovary, Flaubert trabalhou quatro anos, sete meses e onze dias, praticamente sem interrupções, na construção do romance. Todos os dias em que ficou sem trabalhar, se somados, não chegariam a um décimo do tempo total.

Mais informações e a reprodução do original da primeira página manuscrita por Flaubert, você encontra na fan page de meu romance, Madame Flaubert, uma homenagem ao autor e seu romance.

O personagem principal, Antônio C., gostaria de escrever um romance revolucionário e preciso como o de Flaubert. Para isso, trouxe a heroína para os anos Collor.

Só que, enquanto Flaubert praticamente não ficava sem escrever seu romance, exatamente o oposto acontece com Antônio C., que bebe por dez dias e praticamente não escreve em nenhum.

Rotina que ele pretendeu modificar radicalmente. Será que conseguiu?

Clique aqui e vá até a fan page de Madame Flaubert. Aguardamos sua visita e sua curtida.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Receita Federal pega Globo em outra dívida de mais de R$ 1 bilhão




A fila anda na Central Globo de Esqueletos na Receita Federal. Além da denúncia publicada há algum tempo por Miguel do Rosário, em seu blog O Cafezinho, e que comentei aqui, agora surge novo rombo da Globo com a Receita, em valor igual ou superior ao anterior, de mais de R$ 1 bilhão cada, em valores atualizados, o que pode significar uma dívida em torno de R$ 3 bilhões da Globo com a Receita Federal. Por enquanto.

As organizações Globo perderam recurso administrativo contra uma cobrança de R$ 713 milhões [valor em dezembro de 2009] do Fisco federal. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, que julga contestações a punições fiscais, rejeitou argumentos contra autuação da Receita Federal sobre aproveitamento de ágio formado em mudanças societárias entre as empresas do grupo. [Fonte]
Quantos esqueletos ainda estão escondidos nesse armário das Organizações Globo? E quantos hospitais, escolas, postos de saúde poderiam ter sido construídos com essa verba bilionária sonegada?




Madame Flaubert, de Antonio Mello

Presidente do Equador inicia campanha 'Mão suja da Chevron' denunciando o que parece ser o maior crime ambiental da história


Presidente Rafael Correa mostra mão suja com óleo que a Chevron nega


São mil piscinas olímpicas de resíduos da prospecção de pretróleo, abandonadas pela Texaco, hoje Chevron-Texaco, na selva amazônica. A multinacional foi condenada ao pagamento de US$ 19 bilhões, como forma de reparação ao Equador. Mas briga na justiça para não pagar nada, alegando que não teria deixado poluição alguima, o que as imagens do vídeo e o presidente do Equador, Rafael Correa, desmentem.

Segundo o presidente Rafael Correa no vídeo, o desastre ambiental provocado pela Chevron-Texaco na Amazônia Equatoriana é 35 vezes mais grave que o derrame da British Petroleum no Golfo do México e 18 vezes mais grave que o derrame de Exxon Valdez na costa do Alasca.




Madame Flaubert, de Antonio Mello

Celso de Mello, único ministro do STF que não foi indicado por presidente eleito por voto popular, vai decidir embargos

Quem me alertou sobre isso foi meu amigo Gadelha em seu blog:

O curioso é que o voto de Minerva ficou a cargo do único ministro que não foi escolhido por um presidente eleito em eleição direta: Celso de Mello foi escolhido por Sarney...
Marco Aurélio foi escolhido por Collor, Gilmar por Fernando Henrique e todos os outros por Lula ou Dilma.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Demora na ação do CADE beneficiou Globo, levou ao fim o Jornal do Brasil e quase leva O Dia junto

Em 2005, Jornal do Brasil e O Dia, ambos diários do Rio de Janeiro, entraram com uma ação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra a Infoglobo Comunicações e Participações S/A, que publica os jornais "O Globo" "Extra" e "Expresso" [negrito meu]:

O caso teve início em 2005 a partir de denúncia dos veículos Jornal do Brasil e O Dia. Segundo as acusações, a prática anticompetitiva adotada pela Infoglobo consistiria na imposição de exclusividade na compra de espaços para publicação de anúncios publicitários; concessão de descontos condicionados à compra de espaços publicitários em mais de um jornal editado pelo grupo Globo; concessão de condições diferenciadas para divulgação de propaganda em televisão aberta, em decorrência de a Rede Globo de Televisão pertencer ao mesmo grupo econômico da acusada; comercialização do jornal Extra com preço de venda ao leitor abaixo do custo; e fornecimento de espaço de propaganda abaixo do preço de custo no Extra.[Fonte: CADE]

Ou seja, além de oferecer descontos aos clientes que também anunciassem nos outros veículos do grupo oligopólico, exigiam exclusividade.

O CADE só respondeu à ação agora, em setembro de 2013, oito anos após a denúncia. Nesse tempo, o Jornal do Brasil caiu de 100 mil leitores/dia para 10 mil e acabou optando por ficar apenas com sua versão online. O Dia, que foi um dos cinco maiores jornais do país em vendas nas bancas, caiu de 250 mil/dia para pouco mais de 40 mil, e só não quebrou porque foi vendido na bacia das almas.

Rede Globo de Televisão, mais rádio Globo, CBN, Globo FM, além dos jornais e revistas do Grupo oferecem uma pressão irresistível sobre anunciantes e agências. Sem contar o conhecidíssimo e sempre citado BV (Bônus por Volume), que não foi objeto da ação, mas a permeia.

Rápida entrada para uma explicação sobre o BV. Se você já sabe o que é, pule o próximo parágrafo.

O BV é o pagamento de um bônus às agências, proporcional ao investimento total feito pelos seus clientes em um determinado veículo. Em outras palavras, quanto mais publicidade destinada a um veículo, maior é o BV recebido. Como exemplo, tomemos uma agência que possua cinco anunciantes que somam uma verba de mídia de R$ 50 milhões em um ano, e que direcione pouco mais de 50% desse total (R$ 25 milhões) ao veículo X. Este, por sua vez, adota uma tabela para o pagamento de BV progressivo, segundo a qual investimentos de até R$ 20 milhões dão direito a um bônus de 5%; de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões, um bônus de 7,5%; para investimentos acima de R$ 25 milhões, o incentivo é de 10%. Assim, no início do ano seguinte, a agência receberá do veículo X R$ 2,5 milhões como bonificação. Em alguns setores, como o de internet, a tabela de bonificação é calculada com base em percentuais de crescimento das contas da agência no veículo, em relação ao ano anterior, e não em volumes absolutos de investimento.[Fonte]

Com a demora do CADE, as Organizações Globo praticamente dizimaram a concorrência (como já haviam feito anteriormente com emissoras de rádio, O Jornal, e TVs Tupi, Excelsior e Manchete).

Com o apoio firme e constante da ditadura civil-militar que destruiu o Brasil de 1964 a 1985, mais o apoio mais - ou menos - discreto dos governos que precederam Lula e Dilma, as Organizações Globo cresceram, como as máfias, na penumbra, à sombra do poder.

Infelizmente, contrariando nossas expectativas, nem Lula em seus oito anos nem Dilma até o momento conseguiram frear o oligopólio midiático, como - diga-se - determina a Constituição.

Enquanto isso, as Organizações Globo e suas coirmãs praticam o pior tipo de sequestro que existe, o sequestro da realidade. Enquanto no sequestro comum o indivíduo é retirado de sua realidade, no sequestro midiático a realidade é que é retirada do indivíduo, que vive completamente alienado do que acontece em seu entorno, e repete, como papagaio, o lixo informativo que lhe é despejado diariamente pela mídia corporativa, sendo as Organizações Globo a mais poderosa delas.

Como já se falou inúmeras vezes, justiça que tarda não é justiça. Esse episódio é mais um a confirmar a verdade do ditado. Os oito anos entre o início da ação e a decisão tomada agora (que proíbe a Infoglobo de continuar a fazer o que vinha fazendo até o momento) foram fatais para os impetrantes - Jornal do Brasil e O Dia.

Quem se beneficiou foi O Globo, os demais jornais e o grupo como um todo, como vem ocorrendo incessantemente desde o golpe de 1964. Sempre atuando na contramão dos interesses do povo brasileiro, o poder dos cartéis midiáticos não permite a informação livre e põe em risco a democracia no Brasil.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Madame Flaubert: áudio livro, áudio book ou livro falado, não importa. É grátis

Há muitos anos, fui voluntário de uma ONG (seria ONG mesmo?, não me recordo) e lia livro para deficientes visuais. Recebia o livro junto com um monte de fitas-cassete, gravava e devolvia.

Meu trabalho era gratuito, como gratuito também era o serviço prestado pela tal ONG (para facilitar, digamos assim).

Agora, ao lançar meu terceiro livro, o romance Madame Flaubert (que, evidentemente, você já comprou, porque custa apenas R$ 1 por dia, durante 30 dias, e você ainda recebe em casa, com entrega grátis... Se não comprou ainda, corrija-se indo aqui ao site da Publisher Brasil).

Bem, voltando, após o comercial, pensei em fazer o mesmo, em relação ao romance. Já comecei a gravá-lo e vou distribui-lo GRATUITAMENTE para quem se interessar/necessitar, desde que ele seja passado adiante da mesma forma, GRATUITAMENTE.

Quem tiver curiosidade de ver como fica, dê um pulo na página de Madame Flaubert no Facebook (aproveite, curta a página com informações sobre o livro e também sobre Madame Bovary - que atualizo diariamente - e clique em curtir por lá). Lá, você pode curtir a introdução e o primeiro capítulo do livro.

Acho que até o final deste mês o livro todo estará lido e pronto para ser distribuído, especialmente aos portadores de deficiência visual, repito: gratuitamente.

Dê um pulo na página do livro no Facebook (https://www.facebook.com/MadameFlaubert) e veja se não leio direitinho...rs. Na época, segundo a senhora que era minha contato na ONG, as pessoas (e ela também) elogiavam muito minha leitura.

Sei que vai ter gente que vai pegar o livro de graça, sem necessidade, apenas por preguiça de ler ou por ser gratuito. Mas corro o risco na boa. Cada um com sua consciência. Meu objetivo é oferecer essa opção aos deficientes visuais.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

Twitter do Globo é invadido por manifestantes que pedem 'democratização da mídia que participou do golpe de 64 e apoiou a ditadura'

Abaixo, reprodução da imagem da página crackeada do jornal O Globo no Twitter:


Jornal O Globo crackeado

Aqui, nova crítica dos manifestantes contra a manipulação da mídia, de que O Globo é símbolo:

Crítica à informação manipulada pela mídia corporativa

Na página crackeada há uma referência ao Anonymous Brazil (@AnonManifest), com crítica à proibição do uso de máscaras em manifestações no Rio de Janeiro.

Página do Twitter de um perfil citado na página invadida do jornal O Globo

As manifestações marcadas para amanhã, 7 de setembro, por todo o Brasil vão da extrema esquerda à extrema direita - onde, em alguns aspectos, como o lacerdismo, se encontram.

Em boa parte, é encorajada pela mídia corporativa, que quer por o governo de joelhos para implantar sua agenda, que é coincidentemente a daquele país que espiona nosso governo e apoiou fartamente o golpe de 1964.

Também é pelo poderio dessa mídia que os demais brasileiros serão informados sobre o que se passará amanhã. A agenda-setting continua a ser determinada por ela.

E continuará assim, caso o governo não compreenda a importância da democratização da mídia e de uma maior e democrática participação popular no governo.

Uma atualização da página da pessoa que se diz do Anonimous traz uma imagem do ex-presidente João Goulart defendendo manifestações populares:

Ex-presidente João Goulart, derrubado pelo golpe civil-militar de 1964


Madame Flaubert, de Antonio Mello