Bolsonaro pune povo com aumento de R$14,20 na energia e molha bolso das hidrelétricas que desperdiçaram água para aumentar lucro

Em julho, o Monitor Mercantil fez denúncia grave: as hidrelétricas estavam literalmente jogando água fora para forçar escassez e assim aumentar seus lucros.
O volume de água que entrou nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras durante o último ano é o quarto melhor ano da última década, equivalente a 51.550 MW médios. No entanto, o volume de energia produzida por hidrelétricas ficou em 47.300 MW médios, ou seja, 4.250 MW médios abaixo da quantidade de água que entrou nos reservatórios no mesmo período, o equivalente a uma usina de Belo Monte.
“O fato é que entrou mais água nos reservatórios (energia natural afluente) do que saiu pelas turbinas para gerar energia (vazão turbinada)”. 
“Os reservatórios foram esvaziados sem que houvesse necessidade de atender a um aumento na demanda, uma vez que ela diminuiu.”
Se algumas usinas jogaram água fora, outras foram acionadas para produzir acima da média, “principalmente as privadas, o que também levou ao esvaziamento”. “Aqui, predomina a lógica de que quanto mais vazios os lagos, mais alto é o preço”. [Monitor Mercantil]

Deu certo, junto com a seca do período os reservatórios estão com água lá embaixo e Bolsonaro, em vez de tirar do bolso das hidrelétricas que especularam com a água, resolveu premiá-las com um aumento geral na conta de luz de R$14,20 para cada 100 kW/h.
 
O valor, além de pesar diretamente no bolso do consumidor com aumento na conta de luz, vai pesar de forma indireta no aumento geral de produtos, pois a energia elétrica é formador de preço da grande maioria deles.
 
É o estilo do governo Bolsonaro, o Robin Hood às avessas, que tira dos pobres para dar aos ricos.





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Em vez de paz banqueiros pedem arrego diante de ameaças do presidente da Caixa de perderem negócios com governo Bolsonaro

Ontem, publiquei aqui que os banqueiros, que lucram como nunca, mesmo com (ou graças) a morte de quase 600 mil brasileiros e a miséria de 40 milhões, iriam lançar um manifesto hoje, ao lado de outros bilionários, pregando a pacificação do país, mas sem citar o ponto nevrálgico e razão primeira para que isso aconteça  o afastamento imediato de Jair Bolsonaro da presidência.

No entanto, tudo mudou. Bastou uma ameaça do presidente da Caixa para os bilionários mudarem de ideia e o manifesto miou.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ameaçou romper contratos do governo com as empresas que pensaram em assinar o manifesto em favor da democracia capitaneado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O texto pedia a pacificação da República e respeito entre os poderes. [IG]
A "valentia" dos bancos foi como aquela flor da canção que mal desabrochou e logo morreu... Ou, o que é mais provável, apenas mais uma chantagem em troca de novas vantagens.





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Hildegard Angel, filha e irmã de assassinados pela ditadura: 'Não quero deixar nada por dizer'. E diz

Internada com COVID, a jornalista e atriz Hildegard Angel, filha de Zuzu e irmã de Stuart ambos assassinados covardemente pela ditadura ressuscitada neste governo genocida —, escreveu em seu perfil do Twitter:
1. A carta dessa segunda-feira (30/08) das entidades brasileiras do Agro negócio deve ter sido parto difícil, arrancado a fórceps. Demorou demais, fez-se de distraída, ficou contando estrelas no horizonte, enquanto Bolsonaro arrotava empáfia, como se estivesse com todos eles nas mãos.

2. O AGRO no Brasil tem histórico de invasões, grilagem, roubo de terras públicas na cara dura, escrituras nebulosas, cartórios de faroeste, jagunços armados matando agricultores, famílias, padres, ambientalistas, indígenas. O AGRO não produz alimentos para a mesa do brasileiro.

3. O AGRO Produz exportação, commodities, dólar em Wall Street e, quanto pior pra nós, melhor pra eles. Temos fama de ser a grande horta que alimenta o mundo, mas tudo campanha fajuta de TV. Quem leva comida pra mesa brasileira é o pequeno agricultor, são as cooperativas, é o MST.

4. Porém isso não se divulga porque os pequenos não tem grana pra campanha. O AGRO é MORTE, despejo de toneladas de agrotóxicos em plantações, águas, solo, proibidos no 1o. mundo, que a política maligna dessa ministra de Agricultura chiquezinha, de fala fácil, conseguiu liberar.

5. A verdade é dura, a verdade dói, mas assim é se lhes parece. Abram os olhos, brasileiros! Já notaram o aumento impressionante do câncer no Brasil? O AGRO é morte, AGRO é câncer, AGRO são bilionários brasileiros luxando no exterior, nas penthouses mais opulentas do Planeta.

6. Esse AGRO top de linha levou três anos pra escrever e divulgar nessa segunda uma carta "patriótica", porque pra ele está tudo ÓTIMO. O problema é que o "mercado", "Febraban", "Fiesp"e outros resolveram decepar BolsoGuedes porque a política econômica é uma catástrofe.

7. A geopolítica também assusta o AGRO, com o apocalipse do Afeganistão. Os EUA demonstraram que não são rede de segurança pra ninguém. É salve-se quem puder e olhem lá. 

São muitos os paralelos em nossa mídia dos talibãs sanguinários com a milícia bandida bolsonarista.

8. Sem esquecer os filhos ZERO, taxados pelos analistas das redes sociais como psicopatas, gananciosos e desonestos. Não interessa ao AGRO ser identificado com essa corja. E nem estou dizendo que o AGRO também não seja tipo uma variante Corja...

9. Somos um barril de pólvora. Os milicianos amados por esse governo distópico explodem cidades, matam inocentes. O odor fétido da morte intoxica nossos pulmões, cheiro de gente queimada, bicho, matas, índios.

10. Para Bolsonaro, em sua perversão, um odor "paradisíaco", que deve inspirar corpos putrefatos em cova rasa, sangue pisado de torturas nas bases militares, carne queimada em fornos das usinas de açúcar, pus de jovens estupradas na Casa da Morte. Bolsonaro tem o perfume que merece.

UM RECADO AOS AMIGOS

Meus amigos. Ainda não falei sobre isso aqui porque são muitas prioridades. Mas estou há dias hospitalizada, com COVID, muito bem tratada pelo meu médico dr. João Gaspar, porém com um cutelo sobre a cabeça. Como ocorre com todos em mesma condição.

Certamente por isso, tenho sido mais contundente do que sempre em meus escritos.

Não sei o dia de amanhã. Não quero deixar nada por dizer. Vocês não merecem. O Brasil não merece.

Seria tão bom falar só coisas amenas. Lembrar só o mundo maravilhoso que sempre esteve à minha frente. As festas, as viagens, a moda, os amigos, as ótimas amigas, as poesias. Meus projetos de memória da moda, da qual muito me honra ser a pioneira do Brasil. O Museu da Moda. O primeiro curso superior de moda do RJ, concebido por mim, com a tônica da brasilidade, o apego às nossas raízes, delicadezas, fragilidades, que aprendi com a mulher genial que foi minha mãe. O olhar carinhoso não só para o belo e opulento, mas também para o singelo e simples. Esse mix corajoso, impetuoso e surpreendente de nosso país.





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Presidente da Bolívia diz que golpe de 2019 aconteceu pela impunidade dos envolvidos na ditadura dos anos 70 naquele país

O presidente da Bolívia Luis Arce reafirmou que não voltará atrás e serão punidos todos os envolvidos no golpe de 2019, como já está ocorrendo, com a prisão dos principais comandantes golpistas civis e militares, inclusive a ex-presidente Jeanine Añez.
 
Além do golpe de Estado em si, o governo golpista perseguiu e assassinou várias pessoas, por isso os envolvidos serão exemplarmente punidos, segundo Arce.
 
Para o atual presidente, não se repetirá a impunidade do golpe de 1971, na ditadura militar de Hugo Banzer, cujos assassinos seguem impunes.
“O povo boliviano não consegue mais suportar nenhuma impunidade ou pactos de silêncio”, advertiu o presidente em cerimônia no Grande Quartel General das Forças Armadas.
“Os últimos acontecimentos lançam luz sobre o que deve ser feito: a forma correta, real e concreta de pacificar que temos é a aplicação da justiça o mais breve possível, a pedido das famílias das pessoas que perderam vidas” no massacres, afirmou.
Arce lembrou o golpe que a ditadura militar de Hugo Banzer instalou há meio século como um exemplo que não deve se repetir na Bolívia.
“Nesse caminho de reconstrução, de pacificação, a justiça deve necessariamente se fazer presente (...). No golpe de estado de 1971, também houve mortes e 50 anos depois ainda há impunidade para os que estiveram naquele golpe; o povo boliviano já não aguenta mais qualquer impunidade ”, afirmou. [Sputniknews]
No Brasil, assistimos fato semelhante, com a impunidade da ditadura de 1964-1985 servindo de combustível para nova tentativa de golpe, comandado por um presidente e um vice que têm como herói um coronel (promovido ilegalmente a marechal nos vencimentos) torturador: Brilhante Ustra.
 
Luis Arce anunciou também a criação de “Casas da Memória” para testemunhar sobre as ditaduras e evitar assim que elas se repitam.
 




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Sob Bolsonaro, banqueiros têm lucros bilionários sobre fome e desemprego recordes e falam em pacificação. Que paz?

Está aí na capa do Estadão o anúncio de novo manifesto que deve ser lançado amanhã pedindo a pacificação do país. Mas, que paz?
 
Desde o início do governo Bolsonaro, em meio a um desemprego crescente e recorde, a miséria e a insegurança alimentar atingindo 60% dos brasileiros, os bancos continuam com lucros bilionários em seus balanços trimestrais, batendo recorde atrás de recorde. 
 
Desde o início do governo Bolsonaro, a acumulação de renda cresceu como nunca no país. Enquanto a maioria dos brasileiros perde emprego e renda (e quase 600 mil a vida por desleixo do governo), o número de bilionários brasileiros aumenta ano a ano.
 
Desde o início do governo Bolsonaro o país é atacado pelo presidente, que se comporta como inimigo do povo, com ações seguidas contra direitos trabalhistas, com a retirada de verbas da educação e da saúde, com a proposta de trocar feijão por fuzil.
 
Cercado por 6 mil militares pendurados em cargos públicos, muitos recebendo mais de R$100 mil por mês, milicianos e PMs a quem promete o maná dos deuses, Bolsonaro vive em guerra contra o país que trabalha e estuda ou quer trabalhar e estudar e não consegue, porque essas não são prioridades do governo.
 
Que paz propõem então os banqueiros? 
 
Está mais do que claro que o Brasil tem apenas um problema, com nome, cargo e residência conhecidos de todos o presidente Jair Messias Bolsonaro.
 
O objetivo dele é transformar o Brasil no Haiti dos Tonton Macoute, como já publiquei aqui.
 
Não há nem haverá paz no país enquanto o presidente só falar em armas e guerras contra os demais Poderes. 
 
Bolsonaro é o mesmo, desde que entrou na vida pública, expulso do Exército. Não mudou e nem vai mudar.
 
Que paz é possível com um presidente que semeia a discórdia e a guerra? A dos cemitérios?





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Vídeo resume em 9' a ocupação da França pela Alemanha de Hitler e mostra covardia e humilhação contra as mulheres

Hoje, a França comemora o dia da libertação do país da Alemanha nazista. De 11 de novembro de 1942 a 25 de agosto de 1944, a França esteve ocupada pela Alemanha. Deveria ser um dia de comemoração e alegria. Mas não foi assim. Embora sejam famosos os casos dos simpatizantes franceses ao nazismo, ao final, a libertação foi comemorada em parte com agressão às mulheres que teriam colaborado com as tropas invasoras, muitas como prostitutas.
 
Este documentário de curta-metragem do diretor francês Jean-Gabriel Périot, que recebeu vários prêmios internacionais. Participou também do Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, em 2006, e da Mostra Internacional Minas, onde recebeu os prêmios de Melhor Diretor Internacional – Prêmio do Júri Oficial, para Jean-Gabriel Périot, Melhor Montagem Internacional – Prêmio do Júri Oficial e Melhor Som Internacional – Prêmio do Júri Oficial.
 
Em aproximadamente nove minutos, o filme mostra como estava a França, logo após a retirada dos nazistas, em 1944, quando o país readquiriu sua soberania.

Num trabalho de montagem incrível, Périot consegue narrar desde a ocupação até a retirada das tropas alemãs (com o ditador do bigodinho à côté) em pouco mais de dois minutos, logo ao início do vídeo.

Em seguida, vem a alegria da libertação. Mas o filme mostra também – e esta é sua parte principal, destacada desde o título ("Ainda que elas fossem criminosas") – o comportamento covarde e irracional de parte da população, que agride e humilha um grupo de mulheres, acusadas de terem se relacionado com os nazistas durante a ocupação. Como se boa parte da França não houvesse cooperado com os nazistas.

Como diz o título, ainda que fossem criminosas, o tratamento que lhes foi dispensado (repare num covarde que esbofeteia uma das mulheres, pouco depois do quarto minuto) mostra que os nazistas saíram, mas o nazismo ficou.

É um monumento à estupidez humana, à mesquinharia, à pequenez, à covardia. Repare nos rostos das mulheres agredidas e humilhadas e nas expressões alegres e dissimuladas dos que deveriam apenas estar comemorando a vida, o fim do bode da ocupação nazista.
 
Em vez de acolhimento (em minha opinião prostituição em país invadido é estupro) elas foram agredidas e cruelmente humilhadas. Assistam. 

[Postado originalmente aqui no blog em fevereiro de 2008]







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Da Bolívia, um alerta aos milicianos brasileiros


Com o derretimento de Bolsonaro, que acompanha a destruição do Brasil, aparecem bravateiros com ameaças, convocações para golpes e mesmo mortes de "comunistas", como já foi chamado até o pavão real do STF, ministro Barroso. 
 
Mas a direita é cruel, mastiga e cospe fora todos aqueles que utiliza em determinado momento, como bem o sabem Sara Winter, o deputado marombado, agora o lamentável cantor Sergio Reis e generais abandonados pelo caminho por Bolsonaro.
 
Da Bolívia, vem o aviso do que os espera com o fracasso do golpe, num artigo de Moisés Mendes no Jornalistas pela Democracia, que reproduzo a seguir.
 
Na mesma linha, há uma postagem minha aqui: Jeanine Anez, o fantasma que apavora Jair Bolsonaro.

Pretensos milicianos com ambições políticas, que planejam cumprir missões paramilitares no Brasil, com Bolsonaro acima de tudo, devem prestar atenção no que aconteceu na Bolívia.

Não são apenas os líderes civis e militares do golpe de 2019 que estão encarcerados. Há milicianos presos. Todos foram abandonados na cadeia pela direita e pela extrema direita que desfrutavam dos seus serviços.

Os milicianos bolivianos são trastes sem utilidade. Esta aí, sem máscara, à esquerda na foto, é Milena Soto, a Sara Winter deles, líder da temida RJC, a Resistência Juvenil Cochala. É uma dessas figuras que ficaram inúteis.

A RJC foi um braço paramilitar ativo e poderoso da extrema direita. Sara Winter tinha tochas, capuzes e meia dúzia de militantes gritando na frente do Supremo. A RJC de Milena tinha centenas de ‘soldados’ mascarados, que vestiam jaquetas com as cores da Bolívia e espalhavam o terror pelas ruas e diante das casas de inimigos.

Eram jovens que sumiram com suas motos e seus coquetéis molotov depois do golpe de novembro de 2019 (na foto, Milena está na garupa). Participavam de ações violentas e só seguiam em frente com financiamento de empresários e partidos, mesmo que tudo fosse clandestino.

Milena está presa com mais dois líderes da milícia, Yassir Molina e Marco Antonio “Tonchy” Bascopé. É acusada de ter participado do ataque de outubro de 2019 contra a sede do Ministério Público em Sucre, pouco antes do golpe que derrubou Evo Morales.

O grupo tentou incendiar o prédio para forçar a renúncia do então procurador-geral Juan Lanchipa. A milícia teve participação decisiva, ao lado da Polícia Nacional e do Exército, na queda de Morales.

Cochala é como se designa o cidadão de Cochabamba. Apesar do nome Resistência Juvenil, o grupo é liderado por trintões e até por quarentões.

Todos os presos preventivamente foram denunciados pelo Ministério Público por formação de organização criminosa, agressões físicas, uso de explosivos em manifestações e destruição de bens públicos.

Líderes da direita e mesmo da extrema direita, como o governador de Santa Cruz de la Sierra, Luiz Fernando Macho Camacho, não querem conversa com os delinquentes.

Eles são perdedores. Milena chora na cadeia e manda cartas aos jornais em que acusa o governo de perseguição.

Era ligada a Camacho e depois se bandeou para a turma da senadora Jeanine Añez, quando esta se ofereceu para o cargo de ‘presidente provisória’, depois do golpe contra Morales.

Presa em março e também abandonada pelos companheiros de golpe, Jeanine teria hoje apenas uma utilidade para a direita boliviana. Morrer na prisão e ser a mártir dos golpistas.

Há nos jornais conservadores da Bolívia a antecipação de uma tragédia. Jeanine também passa o dia chorando e indo e vindo da cadeia para os hospitais, está mal.

Tem depressão, problemas cardíacos e perda de peso. Carolina Ribera, filha dela, diz que a mãe pode morrer a qualquer momento.

Carolina é acusada do desvio de doações aos pobres, quando ocupou um cargo honorífico (geralmente entregue à primeira-dama) na área social durante o governo provisório da mãe.

A direita boliviana desistiu de salvar Jeanine e alguns devem torcer mesmo pela sua morte. A ex-senadora não tem serventia nem liderança.

Tentou ser candidata a presidente na eleição de outubro do ano passado, vencida pelo Movimento ao Socialismo do agora presidente Luis Arce e de Morales, e desistiu por aparecer mal nas pesquisas.

Cumpriu a tarefa de ser mandalete dos chefes do golpe que durou apenas um ano e hoje é um arquivo com segredos da corrupção e com pelo menos seis crimes nas costas.

A extrema direita precisa se livrar de Jeanine. Seus crimes mais graves são as ordens para que policiais e militares reprimissem com violência nas ruas os manifestantes pró-Morales, depois do golpe.

Mataram 36 pessoas a tiros, a maioria nas chacinas de Senkata e Sacaba. Nesta sexta-feira, a Procuradoria-Geral a denunciou por esses crimes, classificados como genocídio, com pena de até 20 anos de prisão.

Jeanine é a ‘mártir’ que o fascismo tenta produzir, enquanto Camacho continua caçando Evo Morales, para que não seja candidato nas próximas eleições. A extrema direita está mais preocupada em atacar Morales do que em salvar os amigos presos.

Os candidatos a miliciano no Brasil precisam saber o que, quando um golpe fracassa, a direita faz com paramilitares derrotados e presos.






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'O bolsonarismo é um talibanismo, numa versão tropical e carnavalesca, mas não menos estúpida, violenta e potencialmente destruidora'

A frase do título é do escritor angolano José Eduardo Agualusa e foi publicada em artigo no Globo, que reproduzo a seguir.
 
Acrescento ao texto de Agualusa apenas uma diferença fundamental que vejo entre o talibanismo e o bolsonarismo: os talibãs têm fé e acreditam que agem do modo que o fazem em defesa de sua fé. O bolsonarismo é apenas corrupto e defensor radical do Mercado e de sua lei de "livre concorrência", onde, como citou o padre Julio Lancellotti numa entrevista que publiquei aqui, estamos na mesma tempestade, mas não no mesmo barco. Uns estão em seus iates enquanto outros apenas nadam e tentam se manter à tona sem se afogar.
Enquanto os desgrenhados guerrilheiros do Talibã entravam em Cabul, fui reler uma crônica que Eça de Queiroz escreveu sobre as vitórias e derrotas dos ingleses no Afeganistão: “Em 1847, os ingleses, por uma razão d’Estado, uma necessidade de fronteiras científicas, a segurança do império, uma barreira ao domínio russo da Ásia, e outras coisas vagas, invadem o Afeganistão, e ali vão aniquilando tribos seculares. Apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; colocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e, logo que os correspondentes dos jornais têm telegrafado a vitória, o exército, acampado à beira dos arroios de Cabul, desaperta o correame e fuma o cachimbo da paz.” Nas linhas seguintes, com idêntica ironia, Eça descreve a derrota do exército britânico, mais preocupado com o fornecimento de chá (e do açúcar para adoçar o chá), do que em combater os insubmissos guerreiros afegãos. Finalmente, conclui: “E de tanto sangue, tanta agonia, tanto luto, o que resta por fim? Uma canção patriótica e uma estampa idiota nas salas de jantar.”

O que aconteceu com os ingleses no século XIX aconteceu depois com os russos no século XX, e a seguir com os americanos neste nosso tempo. A principal diferença é que da desastrosa aventura americana não sobrará sequer uma canção patriótica.

A fulgurante vitória do Talibã trouxe de volta o debate sobre fundamentalismo islâmico, misoginia, neopuritanismo e violência contra a mulher. É um debate importante, sobretudo se aproveitarmos para discutir não apenas o fundamentalismo islâmico, mas todas as formas de extremismo religioso.

Nos últimos dias, as redes sociais vêm mostrando fotografias a preto e branco de moças afegãs, passeando pelas praças de Cabul, de cabelos ao vento, blusas ligeiras e saias curtas. São imagens dos anos 1970. É possível encontrar imagens semelhantes feitas na mesma época na Pérsia, na Argélia, na Turquia, entre tantos outros países que, entretanto, sucumbiram ao triunfo de correntes conservadoras do islão.

Infelizmente, não são apenas os países islâmicos que se vêm rendendo ao neopuritanismo e à misoginia. Em muitos países ocidentais, e em particular no Brasil, assiste-se a um fenômeno semelhante. O crescimento do fundamentalismo cristão, importado dos EUA, ameaça conquistas importantes dos movimentos feministas e pelos direitos das minorias.

O bolsonarismo é um talibanismo, numa versão tropical e carnavalesca, ou seja, ainda mais ridícula, mas não menos estúpida, violenta e potencialmente destruidora. Bolsonarismo e talibanismo partilham um idêntico ódio às mulheres livres; o culto às armas, à violência e aos “valores masculinos”; o desprezo pela diferença; a exaltação de um deus arcaico, macho e cruel.

Como foi isto possível?

Isto: a irrupção do século XV no século XXI?! Como é que esta gente, vinda das profundezas mais sombrias da História, conseguiu desembarcar, armada, no nosso tempo?

Quando formos capazes de responder a esta questão, então, sim, talvez consigamos vencer o passado — e aceder ao futuro.






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Para tentar impedir prisão dos filhos, Bolsonaro pede ao Senado impeachment de Alexandre Moraes


Aproveitando o final da tarde de sexta, quando Brasília está praticamente vazia de parlamentares, Bolsonaro mandou um funcionário do Palácio do Planalto protocolar no Senado um pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O pedido foi protocolado digitalmente pela Presidência da República diretamente no gabinete do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é assinado apenas por Bolsonaro -- a peça não possui a assinatura do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), como seria usual. O pedido em si possui 17 páginas, mas o arquivo protocolado no Senado é bem maior, tem 102 páginas, pois inclui cópias de documentos pessoais de Bolsonaro e alguns despachos de Alexandre de Moraes. O pedido conta com firma reconhecida de Bolsonaro, depositada em um cartório da Asa Norte de Brasília. [Estadão]
O movimento de Bolsonaro é uma clara tentativa de pressionar o ministro, que, segundo notícias que correm em Brasília, estaria pronto para pedir a prisão dos filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro pela distribuição de fake news e ameaças aos ministros do STF.
 
Hoje mesmo, Eduardo Bolsonaro declarou que "vai chegar uma hora em que uma decisão do STF não será cumprida" esticando ainda mais a tensão com o Supremo. Também disse que não tem medo de ser preso.
 
O pai dele parece que não pensa o mesmo e tenta com o pedido de impeachment colocar o ministro Alexandre em posição difícil. Caso ele peça a prisão de um dos filhos, Bolsonaro pode alegar retaliação diante de seu pedido de impeachment do ministro.

Enquanto isso, morreram mais 870 brasileiros por COVID, a miséria se alastra, o desemprego bate 15 milhões e os supermercados já anunciam a promoção de osso para sopa.




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'Não estamos no mesmo barco, estamos na mesma tempestade. Uns de iate, outros a nado' — padre Júlio Lancellotti

Excelente entrevista do padre Julio Lancellotti ao jornalista Bob Fernandes. O padre, que esta semana teve seu trabalho reconhecido com o Prêmio Zilda Arns de Direitos Humanos, fala de sua vida, seu trabalho com a população de rua, os santos de sua devoção, numa entrevista por todos os aspectos imperdível com um dos mais importantes brasileiros da atualidade.






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TSE pode tornar Bolsonaro inelegível e abrir caminho para a Terceira Via

Esclarecedor artigo de Maria Cristina Fernandes no Valor mostra que as preocupações de Bolsonaro estão concentradas no Judiciário já que o Congresso ele comprou colocando o Orçamento da União para ser administrado por deputados e senadores aliados.
 
No STF e no TSE correm ações contra Bolsonaro, que podem levar à cassação da chapa, ao seu impeachment ou à decretação de sua inelegibilidade.
 
Essa, a da inelegibilidade de Bolsonaro, que o impediria de candidatar-se em 2022, "apura possíveis crimes de abuso de poder político e econômico nos ataques contra as urnas eletrônicas e a legitimidade das eleições de 2022".
 
É a solução preferida pelos adeptos de uma Terceira Via, que tem uma pilha de candidatos sem dois dígitos de intenção de votos por enquanto. Sem Bolsonaro eles teriam caminho livre para bater de frente com Lula na disputa pelo coração dos eleitores.
 
A seguir, o texto de Maria Cristina Fernandes.
A mobilização em redes sociais contra o Judiciário na Polônia partiu de dentro do gabinete do ministro da Justiça, que também é procurador-geral da República. O governo gastou € 40 milhões na manutenção de contas de notícias falsas contra juízes e tribunais.

Na Hungria juízes foram forçados a renunciar e o regime fez 1284 nomeações políticas. Aqueles que permaneceram em suas funções tiveram sua autonomia confrontada.

Na Turquia 4,5 mil juízes foram presos nos últimos cinco anos. Centenas ainda estão detidos. Seus bens foram espoliados. A Associação Europeia de Magistrados criou um fundo de ajuda humanitária que distribui € 900 para que as famílias de magistrados possam sobreviver ou deixar o país como refugiadas.

Presidente da Associação Europeia de Juízes, José Igreja Matos, desembargador na cidade do Porto, deixou a magistratura brasileira de orelha em pé ao relatar esses casos, em conferência virtual na semana passada.

O presidente Jair Bolsonaro não foi citado uma única vez, mas pressupôs-se ali que aqueles três países não eram casos isolados ante o avanço do populismo autoritário no mundo, em grande parte, sob lideranças eleitas. A independência da magistratura, nos últimos cinco anos, segundo Igreja Matos, que assumirá a União Internacional dos Juízes em setembro, foi mitigada em 72% dos países. Não bastassem os populistas, sobreveio a pandemia.

Sua audiência era composta de ministros do STJ, presidentes de tribunais federais e estaduais, desembargadores e juízes. Se nas gerações mais novas, o bolsonarismo um dia teve adeptos, como o ex-juiz Sergio Moro já mostrou, este encanto não apenas se quebrou como se transformou em medo.

Entre relatos colhidos na audiência, prevalece o temor, se não de uma situação radicalizada, como na Turquia, de uma afronta tanto ao Estado de direito quanto à corporação e suas prerrogativas. Não apenas em decorrência da escalada autoritária como do próprio risco de falência do país e seus desdobramentos para o custeio do Estado e de suas instituições.

Bolsonaro uniu o Judiciário de cima a baixo contra si. Não se aceita mediação do Congresso simplesmente porque esta pressupõe algum grau de confiança, hoje inexistente. Por isso, o encontro do presidente do STF, Luiz Fux, com o ministro Ciro Nogueira, terá saído no lucro se o café tiver sido servido quente.

Este embate estende-se ao conjunto da magistratura. No Superior Tribunal de Justiça, por exemplo, há duas vagas que a Corte decidiu não preencher. Uma delas está aberta desde 2019. A confecção de uma lista a basear a indicação passaria por uma solução compromissada com Bolsonaro que, nem mesmo naquela Corte, existe mais. Ninguém está a fim de ser indicado por um presidente que enfia o dedo no olho dos juízes.

Os aliados com que contava, vê-se agora, estavam pendurados na vaga do Supremo Tribunal Federal que, alocada para um escolhido de fora do STJ, fez ruir seu apoio pontual. Já há quem prefira esperar pelo eleito em 2022 para definir a lista. Nos tribunais federais acontece a mesma coisa. Como se faltassem sinais de que Bolsonaro já não governa, eis que surge mais um.

Num andar acima, a situação do presidente é de isolamento crescente. Nunca houve divisão no Supremo Tribunal Federal em relação à decisão do ministro Alexandre de Moraes que mandou prender o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

A mesma Corte que anulou a operação da Fecomercio, sob a alegação de que Marcelo Bretas não era o juiz competente do caso, acata a prisão, por um ministro do Supremo, de um réu que não tem foro privilegiado. O que está em jogo é a afronta, inclusive com ameaça física, ao Estado de direito. Por isso, se, em outros tempos, alguém levantaria a mão para arguir, hoje a Corte está de porteira fechada com Moraes.

Esta unidade do Judiciário é letal para Bolsonaro. Se a ex-presidente Dilma Rousseff se submeteu a um processo inteiramente conduzido pela política, o caso de Bolsonaro não se resolve no Congresso. Pela simples razão de que ele entregou o Orçamento para o Centrão executar.

Vem daí a concentração de torpedos em cima do Judiciário. É o único poder que o ameaça. São duas, em resumo, as fontes de preocupação do presidente. A primeira são as ações que tramitam no STF, a cargo do ministro Alexandre de Moraes, sobre a atuação das redes de notícias falsas bolsonaristas.

Este inquérito depende do indolente procurador-geral da República para se transformar numa denúncia, mas o compartilhamento de suas provas já foi requerido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Lá tramitam ações que apuram a falsificação de perfis para a difusão de propaganda eleitoral fraudulenta da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão. Feito o compartilhamento, essas ações não demorarão a ir ao plenário do TSE arriscando a cassação - da chapa inteira.

Outro inquérito é aquele pedido pelo ministro Luis Felipe Salomão, corregedor do tribunal, que apura possíveis crimes de abuso de poder político e econômico nos ataques contra as urnas eletrônicas e a legitimidade das eleições de 2022. Este pode resultar na inelegibilidade do presidente.

Um desdobramento deste inquérito foi o pedido de suspensão dos repasses feitos pelas plataformas Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e Twitch TV a 12 perfis registrados nessas redes. Como essas contas tiveram o sigilo quebrado, a intenção é cruzar a movimentação bancária com os repasses das plataformas.

Havendo discrepância esta pode vir a ser creditada à lavagem de dinheiro, ou, para usar a terminologia da era Bolsonaro, a “rachadinhas”. Recursos de origem ilícita seriam creditados nas contas bolsonaristas para serem divididos entre os “provedores” desses recursos e os influenciadores digitais.

Esses julgamentos podem comprometer não apenas o presidente como seus filhos. Ainda mexe os peões da política dentro e fora do Congresso. No caso da cassação de chapa, é o presidente da Câmara quem assume e chama eleições em até três meses. No caso da inelegibilidade, os anões da terceira via passarão a disputar o polo oposto ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A resolução, via TSE, padece do déficit de legitimidade de uma decisão tomada por sete juízes, ao contrário do impeachment, decidido pelo voto de 308 deputados federais. O próprio Bolsonaro, porém, se encarrega de resolver o problema. Sua desaprovação, pela pesquisa Ipespe/XP, chegou a 63% dos brasileiros, um recorde. Até aqui.
A charge que ilustra a postagem é de André Dahmer.




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No Chile, Braga Netto seria enquadrado na nova lei que pune negacionismo dos crimes da ditadura

Ontem, em depoimento na Câmara, o ministro da Defesa Braga Neto minimizou crimes e negou que tenha havido uma ditadura no Brasil. No Chile, seria enquadrado na nova lei que pune os negacionistas.
"Não considero que tenha havido uma ditadura. Houve um regime forte. Eu concordo, cometeram excessos dos dois lados, mas isso tem que ser analisado na época da história, com guerra fria e tudo mais, e não pegar uma coisa do passado e trazer para os dias de hoje. Se houvesse ditadura, talvez muitas pessoas não estariam aqui, (por causa das) execuções", disse Braga Netto.

Já no Chile, a Comissão de Ética da Convenção Constitucional do Chile estabeleceu que serão aplicadas sanções àqueles que negarem a existência de violações de direitos humanos por parte do Estado nos períodos em que for comprovado que foram cometidos crimes contra a humanidade.
A definição adotada pela Comissão sustenta que “negacionismo é entendido como toda ação ou omissão que justifique, negue ou minimize, peça desculpas ou glorifique os crimes contra a humanidade ocorridos no Chile entre 11 de setembro de 1973 e 10 de março de 1990”. [Pagina 12]
Ou seja, se negasse a ditadura no Chile Braga Netto seria enquadrado na lei. Na Argentina e no Uruguai, nenhum militar teria a coragem de negar a ditadura naqueles países, com vários de seus comandantes apodrecendo na cadeia. Na Argentina, o ditador Vilela morreu preso.
 
Aqui no Brasil, generais como Braga Netto desfilam sua arrogância como se não tivessem de prestar contas a nós que lhes pagamos os soldos, as mordomias, as picanhas, os leite Moça, além da farda, casa, comida, pensão para filhas, e ainda se acham no direito de nos ameaçar com as armas que pagamos com nossos impostos. 
 
Por último, e não menos importante, Braga Netto está recebendo, como general e ministro, mais de R$100 mil por mês, enquanto o governo de que faz parte colocou 25 milhões de brasileiros na linha da pobreza, deixou morrer quase 600 mil por COVID e desempregou 15 milhões.
 
De que se jactam?






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Bolsonaro e seus generais ameaçam transformar o Brasil num Afeganistão, com a cumplicidade de Lira e Aras

Todos os dias o Brasil é bombardeado por ameaças de golpe vindas de Bolsonaro ou de um de seus generais. Ora Braga Neto, até o reaparecido Heleno, que parece ter novo ânimo após o terremoto no Haiti, que deve lembrá-lo de sua passagem devastadora por lá, de funesta lembrança para o povo haitiano. 
 
Quando não são os generais, são apoiadores, como o cantor Sergio Reis, pseudo líder de uma mobilização que acabaria com o STF na semana do 7 de setembro.

O que pretendem não é nada diferente do Afeganistão dos talibãs: uma ditadura religiosa, miliciana, misógina e violenta. 
 
Tudo isso com o beneplácito do PGR Aras e do presidente da Câmara Arthur Lira. O primeiro por não ver crime algum nas palavras e atitudes de Bolsonaro e de seus generais. O segundo por não admitir e colocar em votação um dos mais de 130 pedidos de impeachment de Bolsonaro.
 
Ah, mas Mello, não tem voto na Câmara pro impeachment. Pois quero ver o Lira aceitar um pedido que seja. Vamos ver se o Brasil não vai em peso para as ruas, porque o país não aguenta mais as quase 600 mil mortes, o desemprego, a miséria, e isso seria uma saída. 
 
Quero ver os deputados não atenderem à "pressão das bases"... Ano que vem tem eleição.

Parafraseando o Haiti de Caetano. "O Afeganistão é aqui / O Afeganistão não é aqui". Ou não?






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Impunidade foi o que trouxe Bolsonaro até aqui. E ele estica a corda para ver até onde vai

Desde o episódio de seus tempos de tenente do Exército, quando planejou explodir bombas em quartéis em protesto contra o Comandante e não foi punido (ao contrário, foi para a reserva promovido), Bolsonaro se sente no direito de esticar a corda para ver até onde consegue ir. Assim, chegou à presidência da República, com os efeitos catastróficos que todos sentimos na pele.
 
De lá até aqui, sempre foi tratado com a condescendência que se dá a crianças, a doentes mentais ou a adolescentes brancos e de classe média pra cima.
 
Durante todo o período em que esteve na Câmara como deputado, Bolsonaro cometeu inúmeras irregularidades. De agressões, insultos, elogios à ditadura militar, à tortura, ao assassinato ("devia ter matado uns 30 mil pelo menos"), aos desaparecidos [imagem], à confissão de que usou apartamento funcional "para comer gente", de que mantinha funcionária da Câmara uma vendedora de açaí em Angra dos Reis na verdade, esposa do caseiro que cuidava de sua mansão naquela cidade, a 1,2 mil de quilômetros de Brasília.
 
Por nada disso foi punido. Ou melhor, apenas uma punição lhe foi imposta, a de pagar R$10 mil à deputada Maria do Rosário por dizer na Câmara que só não a estuprava por ser feia. Mesmo assim é preciso perguntar à deputada se ele pagou, porque o processo está parado no STF, enquanto ele é presidente.
 
Chegando à presidência, uma de suas primeiras medidas foi punir o fiscal do Ibama que o multou quando pescava irregularmente com o amigo Queiroz em área de preservação ambiental em Angra.
 
Não pagou a multa, que acabou perdoada quando assumiu a presidência, e ainda puniu o fiscal. Sempre impune.
 
Na presidência comete uma irregularidade atrás da outra, a ponto de já serem mais de 130 os pedidos de impeachment que dormem sob os cuidados do presidente da Câmara atual, Arthur Lira, como dormiram sob o anterior, Rodrigo Maia.
 
Agora, anuncia um golpe (que chama de contragolpe), com apoio das Forças Armadas e prisão de ministros do Supremo, e dá até a data, 7 de setembro. Sempre esticando a corda. Até o momento, impunemente.
 
Até quando?






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Era tudo mentira e hipocrisia no Afeganistão, denuncia jornalista afegã


A jornalista afegã Waslat Hasrat-Nazimi [imagem] escreveu emocionado artigo sobre a situação de seu país natal. 
 
Com a saída dos EUA, os talibãs já tomaram até a capital, Cabul, e as imagens de pessoas desesperadas no aeroporto tentando fugir do país estão nas TVs do mundo.

Waslat Hasrat-Nazimi fugiu do Afeganistão para a Alemanha com a família quando criança e hoje é chefe da redação afegã da Deutsche Welle.

Chega de hipocrisia em relação ao Afeganistão 

 Mal as tropas americanas tinham se retirado, e as coisas se desenrolaram muito rapidamente. Em poucos dias, o Talibã invadiu uma província após a outra. Como dominós, as capitais provinciais caíram. Milhares de afegãs e afegãos fugiram na esperança de encontrar abrigo seguro na capital, Cabul, - em vão. Agora também Cabul está nas mãos do Talibã.

No Ocidente, as pessoas observam, em parte espantadas e em parte estupefatas, como, dentro de poucos dias, a República Islâmica do Afeganistão é transformada num emirado islâmico. Recebo repetidamente mensagens e telefonemas de conhecidos e colegas expressando sua solidariedade. Um colega da redação árabe da DW diz não saber exatamente por que, mas o que está acontecendo o afeta incrivelmente.

A grande mentira da missão no Afeganistão

A razão pela qual muitos estão chocados é que estão começando a perceber que seus governos não invadiram o Afeganistão 20 anos atrás para defender os direitos humanos, mas somente por interesses políticos.

Como os interesses políticos mudaram, uma vez que o cálculo do custo-benefício não funciona mais, eles querem sair do país - e o mais rápido possível. Era tudo uma grande mentira. Direitos humanos? Direitos da mulher? Democracia? Deixe os afegãos resolverem isso por si mesmos, disse recentemente o presidente americano Joe Biden. Ele disse que não passaria a missão, que foi liderada por quatro presidentes sucessivos dos EUA, a um quinto.

O que ele deixa de mencionar é que os EUA invadiram o Afeganistão em outubro de 2001 não apenas para combater o Talibã e a Al Qaeda. Eles prometeram ao povo afegão que iriam democratizar o país. Um dos principais argumentos para a ocupação era a proteção dos direitos das mulheres afegãs. Agora, quase 20 anos depois, fica claro que nunca se tratou das mulheres ou de democracia. Era tudo uma retórica vazia.

As mesmas mulheres que foram aplacadas quando alegadamente se levantaram com demasiada veemência por seus direitos e a quem foi prometido que a democracia e o Estado de direito sempre venceriam no final são agora jogadas de volta à escuridão de 20 anos atrás. Elas foram traídas e vendidas. Muitas ativistas dos direitos das mulheres temem por suas vidas.

A mesma hipocrisia pode ser vista na política de refúgio da União Europeia (UE) e da Alemanha. Afegãs e afegãos estão fugindo de seu país de origem há muitos anos. Não é fácil para ninguém deixar sua terra natal. Eles fogem porque a situação de segurança no Afeganistão foi se deteriorando cada vez mais.

Refugiados precisam ser acolhidos

Tudo isso foi ignorado. O Afeganistão foi classificado como "seguro". Muitos refugiados foram deportados, outros apenas tolerados. Milhares de afegãos vivem sob condições desumanas na Grécia, Turquia ou nos Bálcãs. Os políticos da UE se recusaram a reconhecer que a situação de segurança no Afeganistão era desoladora, que a intervenção havia falhado.

Agora, quando é tarde demais, eles se mostram chocados – os políticos, a mídia e os acadêmicos. No entanto, países como a Alemanha têm uma responsabilidade. Em vez de apoiar senhores da guerra e políticos corruptos durante anos, eles deveriam ter se dedicado seriamente ao povo afegão e à sua cultura. Deveriam ter escutado as mulheres em vez de apaziguá-las. Em vez de construir um exército, deveriam ter trabalhado com o povo para criar uma perspectiva para o país.

E agora? Os Estados ocidentais da comunidade internacional devem acolher os refugiados afegãos o mais rápido e sem burocracia possível. E eles deveriam finalmente reconhecer aqueles que esperam por uma decisão nos países da UE, às vezes sob condições deploráveis. O mesmo vale para os que virão nos próximos meses e anos do país destruído que o Ocidente deixou para trás. Isso é o mínimo que a Europa pode fazer pelo povo do Afeganistão.






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